História Rain - Mudança de acordo.

Nono capítulo — Mudança do acordo.               

Todos os convidados da sala sorriam de algo contado por um dos membros daquele conselho. Sara vestia um longo vestido na cor preta e rodado, enquanto os demais youkais trajavam seus ternos. 

A conversa e a música aquela noite era alta, comida e bebida naquela reunião eram servidas e todos riam com as situações engraçadas que se desencadeavam naquela “conversa”. 

O motivo era simples: as coisas para os youkais iam de bom a melhor e isso fez com que o pai de Sara desse um jantar para todos os membros do conselho. A porta do apartamento alugado para a festa reservada foi aberta com brutalidade, chamando atenção de todos para ela. O youkai de cabelos brancos e olhos totalmente vermelhos se encontrava na porta com a roupa suja de sangue. 

— Sesshoumaru... — Sussurrou Sara, arregalando os olhos.

Com um leve movimento de mão, ele jogou algo sobre a youkai, fazendo ela ter que segurar com suas próprias mãos. Quando ela viu o que o youkai havia jogado, arregalou os olhos mais do que antes e jogou o que segurava no chão. A cabeça rolou um pouco e parou no tapete. Os olhos estavam abertos assim como a boca e o sangue escorria por entre os dentes e o espaço onde o pescoço ficava antes. 

Naraku estava morto e sua cabeça estava ali para afirmar o fato. 

— Mas que imundice é essa, Sesshoumaru? — Perguntou o membro mais velho do conselho, Miulga. 

— Pergunte a Sara — Os dedos de Sesshoumaru se fecharam em seu punho — Antes que eu coma o coração dela.

Sara sentiu seu corpo gelar. Ele havia descoberto sobre o que ela e Naraku haviam feito. Engoliu a saliva e deu um passo para trás. 

— Sara... — Seu pai a chamou. Ela levou a mão aos lábios e deixou as lágrimas se formarem em seus olhos. 

— Querida, o que você fez? — Perguntou a mãe da garota se aproximando. Sara deu mais alguns passos até chegar próxima a parede que estava atrás de si e se apoiar nela. 

— Se não responder, eu mesmo respondo, mas antes, vou acabar com você — Sussurrou de maneira assustadora. 

— Como ousa falar assim diante do conselho? — Outro membro se pronunciava, enquanto tentava impedir Sesshoumaru de entrar no local. 

— Sara mandou estuprar uma humana. A garota se encontra em estado grave no hospital e pode morrer. Ela teve pernas e braços fraturados, o rosto estava inchado e quase irreconhecível, a sorte, foi que cheguei a tempo ou ela seria morta no local — Soltou de uma vez — E nós sabemos a punição que os humanos estão prontos para nos dar assim que souberem que foi um youkai.

— MAS O QUE DEU EM VOCÊ? — O pai de Sara segurava o braço da filha com força, fazendo ela gritar de dor. 

— Isso é verdade, Sara? — Miulga se aproximou da garota, fazendo seu sangue gelar mais uma vez. 

— N-Não... — A voz saiu trêmula, fazendo seus joelhos ficarem bambos. Estava com medo de Sesshoumaru, nunca teve tanto medo. 

— Aqui — Sesshoumaru entregava a Miulga um pen drive, o qual o mesmo pegou sem entender — As conversas de Sara com o maldito dono da cabeça. 

— NÃO! — Gritou Sara. 

— Sabe que a morte a aguarda, não sabe? — Sesshoumaru sussurrou, enquanto caminhava em sua direção — Sabe o porquê dessa festa?... Saberia se tivesse comparecido — Soltou um sorriso de deboche — Consegui um novo acordo com os humanos... agora, podemos nos relacionar... na reunião da tarde, querida Sara, foi para assinatura do novo acordo — Sesshoumaru já segurava a espada contra o pescoço de Sara — Mas claro, você não iria saber, já que estava se embebedando enquanto esperava seu lacaio matar a humana. 

— CHEGA! — Gritou a mãe de Sara — Filha, diga que é mentira! 

— Infelizmente, não é — Respondeu Miulga, aumentando o volume da caixa de som do computador e deixando claro a voz de Sara e de Naraku sobre acabar com Kagome.

— Parece que vai ficar sem pescoço — Apertou a espada contra o pescoço de Sara, deixando um filete de sangue escorregar por ele.

— ESPERA SESSHOUMARU! — Inuyasha entrava no apartamento logo atrás do irmão — NÃO PODE MATA-LA ASSIM!

— Ah eu posso — Sussurrou — Eu sou casado com ela, sou eu quem deve castigar — Os olhos de Sesshoumaru cintilavam de ódio, fazendo com que sua mão ficasse cada vez mais pesada contra a espada e Sara ficasse com mais falta de ar. Ela tentava o empurrar, mas era impossível sair.

— Cre... tino — Sussurrou Sara.

— Para! — A mãe de Sara tentou interferir mas, o pai da garota segurou seu braço.

— Sesshoumaru está certo — Olhou incrédula para seu esposo e puxou seu braço, não conseguia acreditar no que estava a ouvir.

— Se isso chegar aos ouvidos humanos, nós certamente seremos extintos — Pronunciou-se Miulga — Infelizmente, Sara terá de pagar com sua vida.

— Era tudo que eu queria ouvir — Sesshoumaru pegou o braço de Sara e a arrastou para fora do apartamento. A mãe da garota estava aos prantos e berrava com Sesshoumaru para largar sua filha.

O youkai cego de raiva puxava Sara pelos corredores daquele prédio. Ele iria a fazer pagar e ela nem imaginava o pesadelo que seria.

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A espada bateu contra a mesa de centro, a partindo ao meio, enquanto a youkai se espremia contra a cômoda e a estante de livros. Os olhos do youkai estavam em chamas, enquanto os dela estavam marejados e começavam a cair.

— Não fui eu Sesshoumaru...

Estrondo da estante quebrando e da voz da garota a berrar foi ouvido por todo o prédio. 

— Eu não... Eu... eu amo você — Sara deixou as lágrimas caírem por seu rosto, Sesshoumaru trincou os dentes e partiu para cima dela. Segurou seu pescoço com força e a levantou, deixando-a sem ar.

— Sabe como a encontrei, Sara? — Perguntou em tom frio, os olhos borbulhando de ódio, Sara tentava puxar o braço de Sesshoumaru para baixo, mas era impossível conseguir se soltar, mesmo para ela, que também era youkai — O maldito estava em cima dela e sabe o que fiz? — Sussurrava em seu ouvido — Cortei sua cabeça com minhas garras.

Com os olhos arregalados e a falta de ar, Sara logo perderia a consciência, porém, Sesshoumaru a jogou no chão, fazendo ela bater a cabeça contra a parede. 

— Eu vou cortar cada membro do seu corpo — Sara levantou devagar, observando cada lugar do seu apartamento — Até você implorar por sua vida.

                Sara observou o rosto do youkai mais uma vez e fechou os olhos, já esperava que a morte a carregasse.

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Abria os olhos e sentia incomodo. O cheio forte de anticéptico veio a suas narinas, logo deduziu que não estava mais em seu apartamento. Sentia o corpo todo dolorido, não sabia o que se passava. As lembranças estavam bagunçadas em sua mente. Virou o rosto para o lado e pode ver uma figura grande sentada em uma das cadeiras. 

— "Se... Sesshoumaru..." — Sussurrou em pensamento, pois não conseguia falar. Mexeu um pouco o corpo, sentia tudo formigar e então pode sentir que estava cheia de sondas.

Foi então que o youkai levantou a cabeça e pode ver a garota se mexer.De maneira rápida chamou as enfermeiras e logo uma delas entrou, já tomando as devidas providências. 

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— Você ficará bem — Falava Bankotsu, enquanto terminava os exames em Kagome — Só precisa de repouso absoluto, okay?

— Ban... eu fiquei muito tempo assim? — Perguntou a ele, já que Sesshoumaru havia ficado do lado de fora.

— Dois meses — Respondeu — Você sofreu bastante. 

— Parece um pesadelo — Levou a mão até o rosto e coçou — Como está Sesshoumaru?

— Aconteceram várias coisas nesse tempo que você esteve desacordada... — Sorriu, fazendo a garota arquear a sobrancelha e estranhar — Ele vai te explicar e acredito que ficará feliz.

— Espera — Olhou para as mãos e então não encontrou o anel — Onde está...

— Eu já falei — Segurou a perna da garota e ela o olhou — Ele vai te explicar. 

Levantou-se e saiu, deixando Kagome sozinha no quarto. Minutos depois, Sesshoumaru entrou, indo em direção a ela e a abraçando com força. Kagome sentia que a mão ainda não estava totalmente curada, então retribuiu o abraço com o braço que não havia sofrido “nenhum arranhão".

— Achei que fosse te perder — Beijou o topo da cabeça de Kagome.

— O que aconteceu? Me conta...

— Calma — Pediu Sesshoumaru.

— Eu preciso do anel, Sesshoumaru — Entrou em pânico.

— Não precisa mais — Segurou seu rosto.

— Como é? 

— Kagome... muita coisa mudou dentro do tempo que você ficou desacordada, mas depois eu conto isso a você. — Acariciou seus cabelos e sentiu a preocupação ainda transbordar nos olhos da garota — Não se preocupe, podemos ficar juntos... e não existe mais Sara para atrapalhar.

— Você a matou? — Arregalou os olhos.

— Não exatamente... eu vou precisar que você melhore antes de lhe contar o que aconteceu, então, por favor apenas descanse.

— Mas...

— Não seja teimosa, por favor! — Acariciou seu pescoço. 

Kagome não sentiu dor. Deduziu que a marca havia sarado, levou a mão até a de Sesshoumaru e a apertou com força. 

— Eu sinto muito — Falou Sesshoumaru — Eu não consegui chegar a tempo e... aquele maldito... — Apertou o punho, olhando para Kagome em seguida — Quando cheguei ele estava... — Os olhos de Sesshoumaru estavam vermelhos — Eu arranquei ele de cima de você e rasguei sua garganta. 

Falou por fim, ofegante ao se lembrar do que havia acontecido, Kagome observava o rosto do youkai, ele segurava seu rosto e então ela pode ver os olhos dele. Nunca havia visto Sesshoumaru derramar uma lágrima, até aquele momento.

— Ele machucou você... e eu fiquei com medo de te perder — As lágrimas caíram de seu rosto, seu maxilar trincado, Kagome passava o dedo por suas lágrimas — Abracei seu corpo após acabar com ele, você estava gelada... sua respiração estava fraca... eu... eu...

— Estou bem agora — Tentava acalmar o youkai — Eu amo você, voltei para você, desculpe a demora.

Abraço apertado novamente, ela escutava ele soluçar, enquanto passava a mão por seus longos cabelos prateados.

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— Cuidado — Sesshoumaru pegava Kagome no colo, antes que ela viesse a tropeçar e cair.

— Eu não sou de porcelana, sabe disso não sabe?

— Todo cuidado é pouco. — Respondeu, colocando a garota sentada no sofá. 

Kagome acabou ficando mais duas semanas no hospital. Sua perna havia sofrido uma lesão, assim como sua mão direita. Então fisioterapias precisariam ser feitas. 

Agora "recuperada" havia tido alta e Sesshoumaru achou melhor levá-la para seu apartamento ao invés do dela, já que desde o ocorrido, as coisas por lá estavam bem bagunçadas. 

— Poderia me contar agora?

— Não, você precisa descansar primeiro.

— Por favor... — Pedia segurando a mão do grande youkai, que arqueou a sobrancelha e revirou os olhos em seguida.

— Certo, mas depois não reclame.