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História Raposa das Luzes Vermelhas - Team Jigoku I - Taka


Escrita por: SageOfEternity

Notas do Autor


Então, talvez não tanta ação como o esperado. Acalme-se, porém, pois ação é algo que posso garantir não faltará nessa história.

Boa Leitura!

Capítulo 2 - Team Jigoku I - Taka


Fanfic / Fanfiction Raposa das Luzes Vermelhas - Team Jigoku I - Taka

   Os meus passos suaves e silenciosos me levam até a sombra de uma árvore antiga em uma parte mais afastada do parque. O terno negro que uso certamente ajuda na camuflagem a superfície escura e mesmo que não fizesse ainda seria útil.

   As pessoas tendem a naturalmente evitar pessoas de roupa escura, e eu não posso deixar de me sentir divertido com a ironia da situação. Quem diria que os shinobis leais de Konohagakure acabariam indiretamente auxiliando o submundo da aldeia? Hn, suponho que a miséria de uns é a alegria de outros.

   Deixo meus olhos vagarem e finalmente os estabeleço no parque movimentado. Meus pensamentos suavemente derivando na direção das pessoas lá presentes.

   Eles não passam de tolos. Iludidos que se envolvem em uma falsa sensação de felicidade. Ovelhas com delírios inúteis. Eles buscam a tal paz e, no entanto sua paz exige a destruição da paz de tantos outros. Fazem perguntas com o e se? Se todos pudessem compreender uns aos outros... Se todos se amassem... Patético.

   Força requer sacrifício. Para se manter algo que não pode ser sacrificado é para ser fraco.

   Eu observo enquanto as crianças se iludem na chamada infância e não posso deixar de me maravilhar. Para pensar que eu uma vez segurei tal ingenuidade, incompreensão do mundo. É claro, esse não é mais o caso. Através dos meus novos olhos eu vejo a miséria da humanidade. Não há amor, não há paz. Através desses olhos eu vejo a única verdade do mundo shinobi.

   Escuridão.

   Dou última olhada para a praça cheia de crianças e desapareço facilmente no mar conhecido como multidão. É incrível a facilidade com que me movimento, os truques de qual faço uso para desaparecer, as roupas ou o rosto falso que mostro as pessoas, todas essas coisas me lembram...

    - Uzumaki Naruto.

    Eu sinto seu corpo sair das paredes atrás de mim, e viro a cabeça levemente conseguindo pegar apenas um vislumbre de seu sorriso maníaco.

    - Ohayou, Taka-kun!

    Eu suspiro antes de encará-lo indiferente.

    - Você nunca muda, Taichou.

    Ele riu e instantaneamente girei meu corpo usando o movimento da minha perna para aparar e deter o movimento do que parecia ser uma barra de ferro em direção a minha cabeça, levantei uma sobrancelha curiosa em relação à arma.

    - Você acha que só por que estamos na merda do Central Konoha não vai ter gângsteres aqui? Você tem noção da merda irritante que foi os ouvir implorando por piedade?

    Eu sorri levemente divertido antes de responder:

    - Eu imagino que você não a concedeu, hn?

    - Claro que fiz! Sinto-me ferido agora, meu próprio subordinado pensando tão mal de mim! Até porque sinceramente os matei rapidamente.

    - Sério?

    - Bem, se passou só um segundo fora do Tsukuyomi.

    Eu o observo enquanto ele ri. Tsukuyomi, uma técnica pertencente ao Mangekyō Sharingan que exige apenas o contato visual para levar o usuário e a vítima para o mundo onde o utilizador é deus. Um genjutsu aterrorizante e ainda eu não posso descrevê-lo como qualquer outra palavra além de belo.

   Eu ainda posso me lembrar da primeira vez que o vi, o dia em que meus olhos viram o mundo pela primeira vez. Como não poderia? Afinal, foi naquele dia que Uchiha Sasuke morreu...

 

   Flashback – 16 anos atrás 

 

   Eu estava quebrado. A dor física não mais passava de uma brasa distante. Minha mente havia cauterizado as feridas de tristeza e traumas mesquinhos e eu mesmo queimará qualquer amor residente ao contaminar os fundamentos de minha alma, impedindo o nascimento de qualquer amor futuro.

   Porém, não consigo me segurar.

   Estou rindo.

   Ninguém está ouvindo, mas eu me debato violentamente numa cruz solitária enquanto minhas gargalhadas ecoam pelo mundo vermelho celestial. Ele me olha indiferente e meu frenesi continua, espadas atravessam infinitamente meu corpo, mas prossigo inabalável.

   Sou queimado vivo, minhas unhas e olhos são arrancados, meu órgãos retirados lentamente, meu corpo derrete de dentro para fora apenas para se regenerar segundos depois. Na minha frente vejo toda minha família ser assassinada impotente apenas para voltarem à vida novamente para serem mortos de formas mais brutais que as anteriores.

   Quantas vezes eu tinha visto isto?

   - Irmãozinho tolo.

   Quanto tempo tinha passado?

   - Sasuke-kun! Corra!

   - Mikoto!

   Eu não tinha certeza. Que significado as horas tinham para mim, afinal?

   - Isto é para que eu possa testar os limites da minha capacidade.

   Ele disse isso ... mas ... Isso realmente importa?

   Ei ... Ni-san, seu limite realmente importa?

   Aço.

   Sangue.

   Lágrimas.

   Gritos.

   Uma mesma cena, repetida sem parar. A maneira pela qual elas se repetiram nunca foi a mesma. Em algumas versões, minha mãe e pai revidaram. Em outros, eles permaneceram sentados e deixaram a lâmina afundar em seus pescoços, o sangue caia no chão e seus corpos seguiam o mesmo destino logo depois. Nas versões mais raras, até ele estava chorando enquanto os matava. Às vezes era sangue. Outras vezes, lágrimas. A mistura de lembranças diferentes  me fez questionar o que era real. 

   O que era falso, o que era real, eu não sabia mais.

   Eu parei de tentar descobrir.

   Em termos de experiência de vida, meu tempo combinado sob o jutsu foi muito mais longo do que o número real de anos que estivera vivo. Ou, pelo menos, pareceu mais tempo. Não era mais tempo? Deveria ser. Eu não tinha mais certeza. Meus sete anos de experiência de vida pareciam escassos em comparação com a quantidade de anos que assisti ao filme interminável da morte de meus pais pelas mãos da única pessoa que mais admirava.

   O filme no entanto foi acompanhado por minhas risadas.

   As correntes de arame rasgaram cruelmente a carne do meu corpo crucificado, mas a dor já deixara de existir, aquela parte de mim que poderia senti-la já morrera, provavelmente durante alguma das vezes em que meus receptores de dores implodiram de estresse. No entanto isso foi irrelevante, pois mesmo que aquele homem levasse minha própria identidade, não levaria embora minha mente não importasse o quanto tentasse. As correntes gemeram e eu senti seu olhar vacilar.

   A minha garganta uivou para o céu carmesim com os gritos de um louco.

   Uma espada atravessou minha garganta, mas o riso não parou mesmo quando foi acompanhado do gargarejo de um homem se afogando no próprio sangue.

   - Por quê?

   Eu vejo seus olhos frios me encarando e meus lábios contraíram-se num sorriso estranho antes das risadas finais finalmente cessaram.

   - Eu tirei sua família, seus amigos, eu tirei sua vida, eu tirei tudo que você tinha. Então, por quê? Porque você ainda vive Uchiha Sasuke?

   A gargalhada ameaça se soltar de novo, mas eu a reprimo com o gelo que agora corre em minhas veias, a insanidade tenta me abraçar mas eu a faço recuar sob o peso do meu próprio olhar. Minha cabeça se levanta lentamente e meus olhos entram em contato com os seus.

   - Esses olhos também... Entendo, eu levei sua alma também. Que decepcionante.

   Ele se afasta lentamente e meus olhos encaram suas costas. 

   Ele está errado. 

   Ele não levou minha alma, pois eu ainda estou aqui. Quebrado e insano talvez, mas ainda assim aqui.

   Eu posso senti-lo. O ódio puro correndo em minhas veias, batendo em meu coração, pulsando por minhas tanketsus.

   É frio, afiado, cruel e está absolutamente faminto.

  O céu vermelho torna-se lentamente negro e ele para de andar seu corpo muda-se diretamente para mim.

   A negritude desce do céu, milhares de corvos avançando como uma gigantesca nuvem viva na direção dele. Ao mesmo tempo as rachaduras de repente começam a se espalhar pelo ilusório mundo vermelho .

   Ele tenta retomar o controle. Ele falha.

   Eu caminho num corpo perfeito sem qualquer resquício da tortura que sofrera, não há mais nenhuma cruz me segurando e meus olhos contemplam o responsável por me trazer até aqui.

   Eu posso sentir o mundo desaparecer lentamente antes de desabar quando ele finalmente consegue quebrar a ilusão e seu corpo se quebra em pedaços.

   Lentamente, sinto o mundo despedaçar diante dos meus olhos. O Abismo olha para mim e me mostra o inferno, mas eu olho de volta e o que quer ele vê o manda correndo embora.

   Vindo do mundo quebrado, surgindo do despenhadeiro da morte, eu renasço. Uchiha Sasuke pode ter morrido, mas algo novo surgiu para ocupar seu lugar.

   Eu não sabia o como nem o porque, mas ainda assim agradeci ao homem chamado  Ōtsutsuki Indra e as memórias que ele me deu.   

 

   Flashback END

 

   Eu sinto os meus anos de treinamento entrarem em prática e rapidamente afasto as memórias para um canto escuro da minha mente.  

   Eu suspirei.

   E pensar que alguns consideram a memória fotográfica um dom.

   - Eu suponho que é outra missão fora da aldeia?

   - Na verdade sim, mas não foi por isso que vim aqui.

   Agora, eu não afirmaria de forma alguma conhecer o real Uzumaki Naruto, mas convivi o suficiente com ele para identificar o sorriso em seu rosto no momento em que ele disse isso. 

   Ânsia. 

   Não nego que recuei, havia poucas coisas que eu ainda temia hoje em dia, não matar aquele homem, não pagar minha dívida aquele velhote e fodendo Uzumaki Naruto. Talvez alguns subestimassem o homem loiro de terno e aparência simples por ai, mas eles não tinham visto o que eu vi.

   Com sorte nunca veriam.

   Se o simples fato dele ter conseguido recriar uma técnica ocular como Tsukuyomi com pura habilidade não fosse o suficiente, o sorriso no rosto dele certamente foi.

   Uzumaki Naruto era o monstro num mundo de monstros.

   - Quanta imprudência. Não me diga que você vai me usar como limpador de novo, Taichou?

   - Quem não arrisca não petisca, Taka-kun.

   Senti minha sobrancelha esquerda se contorcer violentamente antes de grunhir:

   - Falcões não petiscam, eles caçam.

   Ele riu timidamente e subitamente tive um mau pressentimento.

   Ele respondeu ainda rindo:

   - Tenho certeza de que não vai se importar de caçar comigo, então kohai. Ainda mais com nossa presa sendo quem ela é!

   Eu suspirei novamente.

   Ninguém negaria que Uzumaki era um bastardo doente, um psicopata, irritantemente louco e um grande merda em geral. Infelizmente, porém, isso não o impediu de saber como jogar o jogo.

   - Foda-se Uzumaki.

   Ele riu e eu dei de ombros antes de começar a andar ao seu lado enquanto desaparecemos silenciosamente no labirinto de becos e vielas escuros que era Konoha.

 


Notas Finais


*Taka significa falcão em japonês.
*Taichou significa capitão em japonês.
*Jigoku significa inferno em japonês e considerando quem serão os membros da equipe eu o considerei um nome bastante apropriado.
*Sasuke é quem está narrando neste capitulo da história.

P.S: Este capítulo foi editado!

Gostou, amou, odiou talvez? Deixe sua opinião eu garanto que ela é apreciada. Perguntas também são bem-vindas e se não entenderes algo ou tiveres qualquer dúvida tentarei explicar o melhor possível. Até o próximos capitulo.


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