- Mizuki!
O rapaz vira para encarar Louise, ainda com as taças da bebida que preparava para os dois.
- Pois não?
- Eu... preciso falar com você...
Ela olhava fixamente para o chão. Já estava a meia hora decidindo se falaria a verdade para ele, meia hora criando coragem, enfim as primeiras palavras saíram de sua boca. Porém o nervosismo só aumentava e ela cogitava desistir. "Eu não vou conseguir! Vou sim! Não, não vou... Você consegue Louise!"
- Louise? Está tudo bem? - ele põe as bebidas na mesa e se concentra na garota que aparentava estar prestes a explodir.
- Ér... - "Vai! Fala!" - Então.... - "Não não não"
- Louise, aconteceu alguma coisa? Pode me falar.
- Lembra quando você me disse que eu não devia temer falar a verdade quando encontrasse alguém? - Ela se fixou na lembrança das palavras do albino - Você falou que era melhor arriscar do que perder a chance..
- Hmm então você está gostando de alguém? - ele sorria pondo as mãos na cintura. - Não se preocupe, eu te ajudo.
O coração da loira apertou com aquilo. Contudo ela não iria desistir, não dessa vez.
- Como ele é?
- É atencioso, engraçado, e muito bonito...
- E como é o nome dele?
- É... - a hora havia chegado, teria que falar, não podia voltar atrás - Mi...Mi...
- Mi?
- Mizuki...
Louise fechou os olhos com força, o medo do que viria estava a consumindo. E se ele não gostasse dela? É claro que não gostava dela, tão patética e tímida daquele jeito... O arrependimento invadiu seu peito como um incêndio. Sentiu vontade de correr. Correr para longe e nunca mais voltar.
Os dedos do rapaz em seu queixo levantou o rosto para que o encarasse. Ela abriu os olhos e se deparou com a face de Mizuki bem próxima a sua. Ele mostrava um sorriso sereno e encantador.
- Estou muito orgulhoso de você Louise. - ela mal podia respirar. - eu estava esperando isso há muito tempo...
Os lábios do albino tocaram os seus lentamente. Isso estava acontecendo, estava realmente acontecendo. Ela sentia o coração batendo desesperadamente em seu peito enquanto o beijo do garoto a deixava tonta. Finalmente conseguiu dizer a ele o que sentia. Finalmente seria feliz.
xxxx
- Kkkkkkk Kevin você é hilário!
Sayuri e Kevin conversavam em um lugar mais reservado do salão. Sem perceberem se renderam novamente ao álcool, o qual não era acostumados e altamente vulneráveis. Falavam sobre coisas aleatórias e sem nexo enquanto apreciavam seus colegas dançando no centro do local.
- Eu disse que bastavam duas árvores para os cabelos ficarem super hidratados. - Os gestos exagerados do moreno faziam a garota rir com uma facilidade anormal.
- Mas árvores tem sentimentos Kevin kkkkk.
- Eu também tenho.
- O quê? Kkkkkkk
- Kkkkkkk não sei kkkkk.
Ela se recupera da crise de risos e observa seu parceiro. Ele tinha uma pele alva e seus cabelos negros brilhavam com o reflexo das luzes. E seus olhos, ah seus olhos... eram intensos e sérios.
- Você tá me encarando Sayuri. - disse o morendo deixando a pequena constrangida. - Kkkkk pode me olhar, eu gosto.
- Você gosta?
- Sim.
- Kkkkkk você nunca me diria isso se não estivesse bêbado kkkk.
- Verdade kkkk.
- Por que sempre é assim? Precisamos beber pra mostrar o que sentimos...
A garota parecia triste ao fazer essa observação. Kevin não gostava de vê-la daquele jeito.
- Então não vamos fazer mais isso... - ele disse fitando a moça.
Ela ficou surpresa e envergonha com o pedido de Kevin, ele então continuo:
- De agora em diante, eu sempre deixarei claro o que sinto por você...
- K-Kevin...
- Eu estou apaixonado por você, Sayuri..
xxxx
James e Mel foram os primeiros a chegar no local de encontro dos amigos. Antes do baile haviam combinado de se reunirem no jardim do salão de festas as 21:00 horas para comemorarem a amizade que fizeram. Os outros chegaram logo depois, até mesmo Mya e Simon compareceram ao encontro (depois de muita insistência).
A lua iluminava os amigos que, ao lado daquela bela fonte, lembravam de todos os bons e maus momentos juntos. Lembraram do sequestro, da casa, do dia em que se conheceram. Lembraram da promessa de permanecerem juntos, de como aquele evento ruim no final construiu aquela relação preciosa.
Eles passaram horas ali, aquele era um recomeço, e jamais se esqueceriam de tudo que viveram.
O fim de uma história que marcava o início de outra.
xx EXTRA xx
- Senhor B. Chegamos. - A aeromoça volta para os compartimentos do formoso avião particular ao anunciar a chegada.
O indivíduo desce do veículo acompanhado por um jovem rapaz que carregava suas bagagens.
- Mestre, eu não entendi. O FBI já descobriu o antigo laboratório faz dois anos, como assim a pesquisa ainda está em andamento?
O Mestre do rapaz vestia um sobretudo escuro e seu chapéu escondia grande parte do seu rosto, ainda sim era possível ver a máscara que ele usava. Ele seguia em passos seguros até o alto edifício para onde iam enquanto o garoto se esforçava para o acompanhar.
- Você ainda tem muito o que aprender jovem Marcel. - entraram no prédio e logo vários funcionários se prontificaram para ajudar. - A mente humana não brilha do mesmo jeito quando em cativeiro.
Entram no elevador, tudo parece agitado com a chegada do mascarado.
- Como em uma peça, os personagens não sabem que apenas fazem parte de uma história contada para outros.
- Acho que não consigo entender mestre..
- Não se preocupe com isso meu caro. Só lembre que quanto maior a gaiola, melhor o canto dos pássaros.
O rapaz é deixado para trás quando o homem entra em uma grande sala, na porta um ornamentado "B." é a única coisa indentificando o dono do lugar. Ele vê os empregados fechando a porta em sua frente e escuta uma última frase de seu tutor.
- Eles precisam pensar que estão livres.
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