Algum tempo havia se passado após o aniversário de Anna. Toni estava ocupado durante aquele período. Treinos e jogos corridos, a filha um pouco doente, compromissos publicitários. Não falava com Anna havia quase uma semana. Começava a sentir sua falta. Enquanto dirige de volta para casa pensa em ligar para ela, porém acaba distraindo-se com o trânsito ao redor. Inesperadamente observa o nome de Anna brilhando no visor do carro. Ela estava ligando para ele.
- Alô. – Toni responde a ligação.
- Olá, sumido... – Anna brinca e o faz sorrir.
- Desculpa... Eu estive muito ocupado. – ele tenta explicar-se.
- Tudo bem... Você é um homem com muitos afazeres. – ela retruca em um tom divertido.
- Você está bem? – Toni observa o semáforo fechado à sua frente.
- Uhum... – ela murmura do outro lado. – E você? – ele confirma que sim. – segundos de silêncio antecedem a fala dela. – Você está onde?
- No carro. – Toni segue agora que o sinal estava aberto.
- Longe da minha casa? – Anna questiona. Ele raciocina. Sim, estava um pouco longe da casa dela, então encosta o carro.
- Não. Por que? – questiona.
- Estou com saudades de você. – ela responde com a voz baixinha, quase vergonhosa. Toni não pode evitar o sorriso diante daquele comentário. – Quer dizer, estou sentindo falta de conversar com você... – Anna completa após estranhar o que havia dito.
- Eu também. – ele não perde tempo em retruca-la. – Eu posso passar aí um pouco...
- Sério? – a voz dela soava feliz.
- Claro que sim. Só vou demorar um pouco por causa do transito. – mente. Demoraria mesmo por estar distante da casa dela.
- Tudo bem então. Está com fome? – Anna indaga.
- Um pouco. – Toni novamente volta ao trânsito em busca de um retorno.
- Ok! Vou fazer algo para comermos. – ela diz animada. Os dois despedem-se.
40 minutos depois
- Nossa! O trânsito estava ruim mesmo... – ela comenta ao abrir a porta e abraça-lo apertado.
- É... Estava. – Toni sorri sem graça e entra. Anna morava quase que exatamente no meio do caminho entre sua casa e a sede do Real Madrid. Quando recebeu a ligação dele estava quase chegando em casa. – Que cheiro bom... – ele comenta e a observa atravessando para o outro lado da bancada que dividia o grande salão entre sala e cozinha. Toni a fita por inteiro. Estava com vestido largo e curto, que mais parecia uma camiseta. As pernas torneadas e brancas expostas denunciavam as tatuagens. Anna vira o rosto para olha-lo e morde os lábios com um sorriso. Toni adorava quando ela fazia aquilo.
- É um ratatouile. – Ela segura uma colher e mexe a panela que estava no fogo. Toni checa o celular e vê que Jéssica havia respondido sua mensagem.
- Oh! Bom... – ele lê as breves palavras da esposa.
“Ok. Amelie está bem.” – era só o que ela dizia.
- Toni, pega duas taças dentro daquele armário... – Anna aponta, ele assente e caminha em tal direção.
- Pronto. – mostra as taças enquanto ela finaliza a comida.
- Pega o vinho que está na geladeira também... – ela nem mesmo olha e já pede. Toni coloca as taças sobre a bancada que ela já estava servindo. Ele avista o saca-rolhas e abre a garrafa. Serve somente uma taça. – E você?
- Eu estou dirigindo, Anna... – responde.
- Uma taça não vai te matar! É só para acompanhar a comida. Eu, hein?! – Anna reclama de forma engraçada e o faz rir. Ela revira os olhos e senta-se em um dos bancos altos. Toni faz o mesmo e serve mais uma taça. Os dois conversam sobre as banalidades dos últimos dias em que não haviam se comunicado. Àquela altura já não estavam mais na bancada e sim, no sofá da sala. Anna já bebia sua quarta taça e soava alegre.
- Você está com eles... – Toni leva uma das mãos à orelha dela. Aquela atitude a pega de surpresa. Ele referia-se aos brincos que havia dado à ela.
- Sim... – Anna sorri timidamente e coça o ombro com o queixo. Este gesto faz com que ele pare de toca-la. – Eu não os tirei... – completa e levanta-se do sofá. – Hora de mais vinho... – vai até a cozinha.
- Você anda bebendo bastante... – Toni comenta.
- Obrigada por apontar, mãe. – Anna debocha. Ele solta uma gargalhada. Não muito depois ela está de volta.
- Posso te fazer uma pergunta? – Toni pede. Anna balança a cabeça em sinal positivo e toma um gole antes de descansar a taça na mesa próxima deles. – Eu sei que é estranho te perguntar isso, mas você não tem saído com ninguém? – ela arregala os olhos surpresa.
- Como assim? – busca mais uma vez a taça, agora apreensiva com aquele questionamento. Ela dá uma grande golada.
- Sair com alguém, namorar... Sei lá, Anna! Desde que eu te conheci nunca te vi com ninguém... Por isso deduzo que você ainda pensa no Mesut... – Anna nega com a cabeça e presta atenção em cada palavra dele. Era bem verdade o que ela sentia por Mesut, mas desde o dia de seu aniversário começara a ver Toni com outros olhos. – Você... Você é uma mulher linda! Você sabe disso, não sabe? – ele a encara firme. Anna sorri e morde os lábios. – Você não sente falta de nada? De sexo? De carinho? Ou você é muito discreta? – agora brinca. Ela continua a morder os lábios e sorrir. Os dois se encaram por breves segundos que pareceram intermináveis horas. – Ah! Foda-se! – Toni joga-se em cima dela e toma seus lábios. Nos primeiros segundos ela parecia travada, mas logo cede aos beijos. As línguas se exploram ao mesmo tempo em que os dois vão caindo sobre o sofá. Anna escorrega pelo assento sentindo o peso dele sobre seu corpo. O beijo era delicioso. Instintivamente abre as pernas e ele se encaixa entre elas. Ela morde gentilmente o lábio inferior dele. As mãos exploram os cabelos e nuca e Toni aperta sua cintura. As intimidades se roçam sob os tecidos das roupas que vestiam e a cada segundos a excitação e desejo parecia maior.
- Não. – ela para. – Não. – o empurra. Toni no mesmo instante volta a si.
- Não. – ele também diz e senta-se no sofá. Anna repete o ato e ajeita seu vestido. Os dois parecem em choque. Encaram a parede de frente para eles. No fundo pensavam a mesma coisa. Toni sentia-se surpreso com o fato de não ter sido rejeitado de primeira e Anna havia percebido o desejo dele de verdade.
- Eu acho melhor você ir. – ela quebra o silêncio sem olhar para ele.
- Tudo bem. – Toni também sente-se nervoso. Imagina que provavelmente isso era o melhor a ser feito. Instintivamente abaixa perto dela para beija-la. Anna se assusta ao sentir os lábios dele em sua bochecha. – Tchau então...
- Tchau... – ela sussurra e o observa deixar o apartamento.
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