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História Reação em cadeia - Confissão


Escrita por: Tia_Marie

Notas do Autor


POSSO OUVIR UM "ALELUIA", MEUS IRMÃOS?
Até que enfim postei essa bagaça!! Editei meio que na marra, mas tá ae u.u
Agora que vem o perigo... huhuhuhuhuu

Capítulo 3 - Confissão


Fanfic / Fanfiction Reação em cadeia - Confissão

Fui para a cama por volta das 21h, o que é bem cedo pra mim, porém outra vez acordei sem me sentir bem descansado. Achei até que tinha sonhado com a mesma coisa da noite anterior – e de novo eu não lembrava o que havia sido. Aquilo já estava me incomodando de verdade. Era como se eu precisasse que lembrar para não fazer alguma burrada.

Ainda era cedo quando meu celular anunciou uma nova mensagem. Era da Patrícia pedindo/mandando que eu fosse encontrá-la em um pequeno parque que ficava a cinco quadras da minha casa e a três da dela, às 16h. Respondi confirmando o encontro que, sem que ela soubesse, seria o nosso último com um casal de namorados.

Fiquei me perguntando o porquê de ela não ter se convidado para vir até minha casa, o que seria bem típico dela. Então me lembrei do que eu mesmo havia dito a ela naquela noite de sexta-feira – que eu “contaria na hora certa”. Talvez ela quisesse me dar tempo e espaço para pensar, já que ela meio que me pressionou a contar de repente. Não tinha mais como eu voltar atrás. Seria muita covardia.

Achei que teria bastante tempo para pensar no jeito e nas palavras certas a dizer (e na verdade tive, cronologicamente falando), mas parece que foi só eu me distrair jogando um pouco que logo eram 15h30. Para me arrumar e chegar ao parque levou apenas 15 minutos mesmo sem estar com pressa.

Assim que cheguei, procurei o banco de pedra onde costumava ficar com a Patrícia. Ele ficava bem perto de um playground, mas ainda assim era oculto pela sombra das arvores baixas e robustas. Foi realmente muita cara-de-pau minha ter aceitado o encontro justo naquele lugar. Foi ali que, há mais de um ano e meio, eu havia recebido uma declaração de amor, aceitado um pedido de namoro e trocado o primeiro beijo com a garota em quem eu iria dar um fora naquele dia.

Ironia desgraçada.

O parque estava deserto, o que era estranho para um domingo à tarde num bairro residencial. Deveria haver ao menos algumas crianças jogando futebol na quadra. Porém achei que me sentiria mais a vontade sem ninguém me olhando. Ledo engano. Parecia que as próprias árvores haviam resolvido me encarar com olhares reprovadores. O vento frio soprava acusações contra meus ouvidos. Eu estava com a consciência pesada a ponto de me sentir intimidado pelo ambiente ao meu redor. Minha paranoia não me deixava perceber que, ao longe, formavam-se nuvens um tanto escuras.

Estava com o olhar e os pensamentos perdidos quando me assustei com o toque do meu celular. Era Patrícia. Já passavam das 16h10.

– Oi Trici. – atendi sem muita animação.

– Oi Matt! Desculpa! Eu sei que fui eu que marquei a hora, o dia e o lugar e que já estou atrasada, e acho que vou me atrasar mais ainda, mas eu não tive como evitar! – ela respondeu sem respirar.

– Ah... Tudo bem, mas por quê?

– Bom, eu passei o dia inteiro com meus pais. Tipo, a gente saiu umas 8h da manhã e não voltamos até agora. Estamos no salão de uma amiga da mamãe agora e ela insistiu pra que eu cortasse o cabelo aqui. Só tem uma cliente na minha frente, mas se você preferir ir logo e me contar amanhã...

– Não, tudo bem. O desafio era que eu te contasse hoje. Espero o tempo que for necessário. – respondi firmemente.

Imprevistos. Apesar de estar bastante nervoso com toda aquela situação, eu não ia dar pra trás logo agora.

– Mesmo? Não sei que horas vou sair daqui, viu?

– Vou esperar, sim. Manda uma mensagem quando sair daí, tá?

– Ok. Até, então. – ela se despediu e desligou.

Parecia que tudo estava contribuindo para que eu ficasse cada vez mais nervoso. Só então percebi que já fazia algum tempo que a Patrícia não se despedia de mim com um “eu te amo”. Nem por telefone e nem pessoalmente. Como eu não havia notado antes? Isso só confirmava o quanto a relação como namorados estava gasta.

Me distraí com esses pensamentos durante mais alguns minutos, até que o silêncio mórbido naquele parque começou a me incomodar. Eu olhava na direção de qualquer ruído mais forte por instinto. Parecia um bichinho assustado. Então eu ouvi a pior coisa que eu poderia ouvir naquele momento.

– Oi Matheus! Tá fazendo o que aí sozinho?

Por aquela mesma ironia que me fizera aceitar aquele lugar de encontro, eu havia esquecido completamente que Giovanne se mudara para uma casa bem em frente ao parque há quase dois meses.

– Ah, oi Giovanne. Estou esperando a Patrícia. – respondi esperando que ele se tocasse do “desafio” do dia anterior e desse logo o fora. Não me fazia bem ficar sozinho com ele.

– Hum... Eu queria mesmo conversar com ela. Ela não está em casa, não?

– Não. Foi cortar o cabelo e disse que vai demorar a voltar.

– Então vou esperar contigo. – ele concluiu e se sentou do meu lado.

Maldição! Por que ele tinha que ser tão desligado numa hora dessas? Eu estava achando o silêncio ruim, não é? Bem, mudei de ideia. Estava ótimo o meu delírio de estar sendo massacrado pela voz da natureza. Já podem me internar.

Giovanne mandou uma mensagem para Patrícia avisando que estava comigo. Depois ficou jogando no celular enquanto eu rabiscava qualquer coisa com um graveto no chão. Ficou um clima meio pesado, mas eu não entendia exatamente o porquê. Não era por minha causa. Então ele falou.

– Matheus, a gente é amigo, não é?

– Acho que sim, né? – respondi confuso.

– Então por que me fez aquela pergunta sobre eu não namorar ninguém? Foi uma alfinetada descarada! – ele disse parecendo magoado. Me senti mal com aquilo.

– Só perguntei a primeira coisa que me veio à mente. Não pretendia dar uma alfinetada.

– Pois é, mas deu! E com uma agulha 2.0. Você sabe por que eu sou assim! A Patrícia já te disse. Isso é complicado e doloroso pra mim, mas foi o único jeito que encontrei pra lidar com... – ele se deteve por um momento, deixando a dor que o passado causava refletir em seus olhos escuros – Com aquelas memórias...

Aquilo me pegou de surpresa. Como se não bastasse eu estar me sentindo mal pela Patrícia, ainda tinha que ferir mais ainda os sentimentos do cara por quem estava apaixonado. Parece que o desligado ali era eu mesmo.

– Caramba... Me... – senti meu dorso gelar quando fui interrompido.

– “Caramba” digo eu! Não sabe a vontade que me deu de te socar ontem.

– Mas... Somos amigos, não é? – tentei contornar.

– Ah, é mesmo. Então, amigavelmente falando, me deu muita vontade de te socar ontem.

– Obrigado por não me socar, então... – agradeci um pouco assustado.

– Um “obrigado” não era bem o que eu queria ouvir, mas de nada.

– “Desculpa” então?

– Hu... É simples, mas já serve. – ele sorriu e eu senti um peso a menos no coração. Eu adorava quando ele sorria daquele jeito, com cumplicidade.

– Então que tal assim: estou demasiadamente arrependido por meu comportamento inconveniente, meu amigo. Por favor, teria a bondade de perdoar este seu pobre amigo cabeça oca? – dramatizei.

– Há, há! Assim está ótimo! Está perdoado! – Giovanne disse enquanto riamos bastante do meu pedido de desculpas bem elaborado. – Vou comprar um refrigerante pra comemorar essa nova etapa da nossa amizade.

Fiquei realmente feliz por ter feito as pazes com ele, então não sei que raios de motivo eu fui ter para cometer aquele ato tão estúpido e impensado.

Antes que Giovanne pudesse realmente se afastar, segurei seu pulso. Levantei do banco, segurei seu rosto e o beijei. Ele ficou sem reação por alguns segundos, depois começou a apertar os lábios para me impedir de continuar. Quando se livrou de mim, como se ele já não estivesse confuso o suficiente, desatei a falar.

– Foi por isso que te perguntei aquilo ontem. E sobre o desafio que a Patrícia me propôs... O que eu vou contar é que quero terminar com ela porque estou gostando de outra pessoa. Gostando de você, Giovanne! – declarei.

Ele permaneceu imóvel, com o olhar confuso e a respiração um pouco alterada. Parecia ter muita dificuldade em digerir aquelas palavras que eu simplesmente atirei em sua direção sem dó nem piedade – e sem pensar no que poderia vir depois. Eu poderia muito bem receber o tal soco que ele quis me dar no sábado.

– E... E o que você quer que eu faça?... – perguntou, tentando parecer distante mesmo com a voz trêmula.

Eu não sabia a resposta. Não fazia ideia. Eu não devia ter me declarado. Não queria ter me declarado. Essa nunca foi minha intenção. Eu queria terminar com a Patrícia apenas pela injustiça que eu cometia contra ela. Nunca tinha pensado em fazer alguma coisa a respeito dos meus sentimentos.

– Eu... Não sei. – respondi envergonhado. – Me desculpe por isso, mas é verdade. Eu vou terminar com a Trici hoje porque me apaixonei por você.

– Está dizendo que a culpa é minha?! – Giovanne perguntou parecendo aborrecido.

– Eu nunca disse isso! Pelo contrário, é minha culpa...

– Que bom que você sabe. – murmurou.

Voltei a sentar no banco e Giovanne continuou de pé.

– Desculpa. Na verdade eu não pretendia te contar, mas acabou saindo de mim como um foguete. Te acertei em cheio, não foi? – tentei brincar.

O que tive em resposta foi apenas a visão de seus lábios se apertando e contendo algo que não parecia em nada com uma risada.

– Giovanne?... – chamei, e, ao terminar de pronunciar seu nome, ouvi um trovão distante que parecia me alertar para que eu não prosseguisse. Não atentei para esse sinal e o chamei novamente, agora levando minha mão direita ao encontro da sua, inerte até então.

Nos poucos instantes de contato entre nossos dedos, pude perceber o quanto ele tremia. Logo depois de afastar minha mão com um tapa repentino, ele saiu correndo. Não rápido o suficiente a ponto de fazer suas lágrimas passarem despercebidas por meus olhos. Ou pelo meu coração, que apertara tanto naquele momento que eu mesmo começava a ficar com a visão marejada. Achei que talvez fosse pela chuva fraca que havia se iniciado, mas o ardor que eu sentia nos olhos me delatou a mim mesmo.

Eu estava chorando. Sem soluços. Chorava silenciosamente, com pena de mim mesmo. Me sentia só e ferido. Estava com um nó na garganta e meu peito doía muito. Eu não sabia o que fazer. Depois de uns cinco minutos amargurando sozinho na chuva, tive uma visão que, por incrível que pareça, me trouxe um grande alívio.

Patrícia estava parada na minha frente, sorrindo para mim de baixo de um guarda chuva lilás. Seu rosto desfocava um pouco por causa das minhas lágrimas e da chuva.

– Vem cá, Matheus. – ela me chamou com a voz carinhosa.

Fui até ela calmamente e dando graças à chuva por ter deixado suas doces gotas se confundirem com as salgadas que brotavam dos meus olhos.

Já abrigado da chuva, senti seu braço envolver meu corpo lentamente. Ela tremia de frio. Senti seus cabelos, que agora batiam no inicio das costas, um pouco úmidos quando passei o braço direito por cima de seus ombros. Disse a ela que tinha achado o corte bonito: repicado atrás e com as mechas da frente um pouco mais longas. Ela murmurou “obrigada” e disse para irmos para a casa dela já que era mais perto. Concordei e fomos caminhando silenciosamente em meio àquele pequeno temporal que se precipitava do céu cinzento.


Notas Finais


Pq perigo? Ora! Muito simples. hahahah
PQ ESSE ERA O ÚLTIMO CAPÍTULO QUE EU TINHA DIGITADO!!! TT^TT
agora não sei mesmo quando vai sair, mas de quando em quando sai. isso eu garanto! 'u'

"Chega simples como um temporal..."
Temporal - Pitty


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