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História Reação em cadeia - Término


Escrita por: Tia_Marie

Notas do Autor


AI QUE EMOSSAUM!!!! TT^TT
Perdão pela imensa demora, mas... MAS NADA!! Perdão! Perdão! ><

Capítulo 4 - Término


Fanfic / Fanfiction Reação em cadeia - Término

A chuva já era algo praticamente inexistente quando chegamos àquela casa de fachada lilás. Patrícia emprestou uma toalha para que eu me enxugasse enquanto ela trocava de roupa. Pediu que eu esperasse no quarto enquanto ela preparava um café e eu fiquei sozinho durante alguns minutos, sentado no chão e em silêncio. Ela voltou com duas xícaras que exalavam um aroma muito agradável e me estendeu uma. Depois de fechar a porta, sentou-se de frente para mim, deu um gole no café e simplesmente aguardou. Silenciosamente e com uma expressão quase maternal que estranhei. Aquilo não era coisa da Patrícia. Tinha alguma coisa errada...

- Vai, Matheus. Pode falar. – ela disse. Percebi o quanto meu corpo estava frio ao beber um pouco de café. O calor foi se espalhando vagaroso, fazendo com que eu meio que retornasse a realidade. Era agora.

- Patrícia... Você se lembra do que eu disse antes de começarmos a namorar?

- Sim. Disse que não gostava de mim “daquele jeito”, mas que poderia tentar já que eu gostava. – ela estava calma demais.

- E eu ainda gosto de você, mas...

- Você quer terminar?...

- Sim, mas... O que?! Como Você?... – disse gaguejando um pouco. Como ela sabia?

- Eu vi Matt. – ela disse parecendo indiferente – Lá no parque...

Então ela tinha visto. Patrícia tinha me visto com o Giovanne. Beijando ele e provavelmente me declarando também. Fiquei muito desconcertado. Não fazia idéia de onde enfiar a cara. Não queria olhar nos olhos dela. Eu não aguentaria encarar aqueles olhos sinceros de quem escuta e compreende.

Senti minha visão começar a marear.

- V... Você... Viu?... Me desculpe. – comecei enquanto encarava o piso – De verdade, Patrícia! Perdão! Eu não queria fazer aquilo. Foi no impulso. Eu não pretendia beijar e nem me declarar pra ele.

- Eu sei. Eu tava lá.

Percebi um soluço contido em sua voz e ergui a cabeça. Patrícia estava com o rosto corado e com os olhos mais brilhantes por causa do excesso de lágrimas. As que já transbordavam escorriam livremente por suas bochechas. A expressão dela era serena. Apenas um lamento no olhar e um sorriso triste nos lábios.

- Patrícia, me desculpe. Por favor... – eu disse enquanto me aproximava para limpar seu rosto.

- Ta tudo bem. Não precisa se desculpar mais. – Patrícia quase se engasgava com as próprias palavras – Você só descobriu que se apaixonou de verdade por outra pessoa... Foi só isso, Matheus...

Ela desabou. Cobriu o rosto com os punhos cerrados e baixou a cabeça para que eu não a visse chorando. Chorando com força. Soluçando com força. Como se o ar fosse deixar de ser suficiente a qualquer momento. Exatamente como a imagem que tinha perturbado meu sono por duas noites seguidas... Ao vê-la, meu coração apertou outra vez, quase me fazendo sufocar.

De repente, me vejo com Patrícia nos braços, abraçando-a com força e, para minha surpresa, fui imediatamente retribuído. Ela ficou com o rosto escondido em meu peito, permitindo, assim, que suas lágrimas quentes se juntassem a umidade gelada que a chuva deixara em minha blusa.

- Patrícia... Ainda somos amigos, né? – perguntei um pouco receoso – Por favor, diz que sim. Você ainda é muito importante pra mim.

Senti que ela passava a respirar fundo para retomar o controle sobre si. Um pouco depois, silenciosamente ela ergueu o rosto e me encarou com seus olhos avermelhados e ainda chorosos, mas com um olhar sincero e seguro.

- Sim, ainda somos. Afinal, “você ainda é muito importante pra mim”. – ela repetiu minhas palavras com um largo sorriso nos lábios.

Abracei Patrícia novamente, e, dessa vez, era eu quem chorava. Não tanto quanto ela, mas chorava. Estava tão aliviado que nem percebi quando começou. Senti o peito leve. O espírito leve. Fiquei tão feliz que inevitável que eu desse um grande e bobo sorriso acompanhado de uma pequena gargalhada. Patrícia estava ciente do meu estado e ria junto comigo.

Dois amigos abraçados e rindo porque ainda eram amigos. Era uma alegria tão grande saber que eu não havia perdido ela que eu acabei me perdendo no tempo daquele abraço.

- Te adoro Patrícia...

- Também te adoro Matheus.

Ficamos um tempo sem trocar mais palavras, apenas sorrindo serenamente enquanto terminávamos nosso café. Quando me toquei da hora e comecei a me despedir, ela me impediu. Disse que queria conversar um pouco mais.

- O que foi Trici? Tem algo a mais?

- Tem sim. Senta logo ai. – mandou enquanto me olhava de um jeito estranho.

- Não pode me contar amanhã?...

- Não! Senta logo! – ordenou mais séria. Quando obedeci, relaxou a expressão e continuou – Isso. Bom garoto. O Giovanne gosta de você, sabia? – disparou, e pelo visto já estava recuperada do fora.

- O que?! Como assim? – perguntei enquanto me afastava um pouco assustado.

- “Gosta de você”. Que parte você não entendeu exatamente? – ela me perguntou quase esfregando a ironia na minha cara.

- Não entendi nada! Como ele pode gostar de mim se lá no parque ele...

- Te rejeitou? Deu um fora? Ele por acaso disse “me desculpe, mas eu não gosto de você assim”, ou algo nesse sentido? Por favor, Matt! Eu sei que você viu quando ele saiu chorando. Foi realmente uma lástima!

- Sim, eu vi, mas achei que era só por eu ser seu namorado.

- Você era meu namorado, ok? Agora vamos somar esse nosso antigo relacionamento ao fato de ele ser meu amigo de infância e de ele gostar de você. Vejamos... – Patrícia forçou uma pose de pensador bem clichê, claramente tirando com a minha cara – O resultado é “eu me apaixonei pelo namorado da minha amiga de infância e ele acabou de se declarar pra mim.” Caramba! Imagina como deve estar a cabeça daquele menino agora?! Ele deve estar sentindo uma culpa imensa por você ter terminado comigo.

- É... Pode ser, mas... Como você pode ter tanta certeza disso, hein? – perguntei achando aquilo muito inacreditável.

- Bem, ele... Meio que... Me contou nas férias de Julho. – devo ter ficado bem engraçado com os olhos arregalados de surpresa – Disse que sentiu muita vergonha quando percebeu e admitiu esse sentimento pra si mesmo, mas que precisava contar pra mim. Falou até que ia esperar essa atração boba passar... Mas, pelo visto, não passou nada.

“Assim como eu?” pensei. Aquela revelação repentina só me deixava cada vez mais confuso. Não conseguia, de jeito nenhum, organizar aquelas informações que estavam simplesmente sendo vomitadas em cima de mim. A Patrícia não levava o menor jeito com as palavras. Ou então leva jeito suficiente para deixar, de propósito, minha mente naquele estado deplorável.

- Então... Não vai me perguntar mais nada, Matt?

- Hã?... Como o que? – tentei pensar em algo, mas não consegui. Minha mente devia estar tão consistente quanto mingau.

- Algo como... “Então, por que ele saia tanto com outros caras, hein, Trici?” – sugeriu me imitando e distorcendo a voz como se eu fosse retardado.

- Sim. E isso?

- Ai, ai... Tão lerdo... – disse como se estivesse com pena de mim e, naquele ponto, até eu estava... – Claro que era pra ver se ele conseguia se interessar por alguém e esquecer você. Eu sei que o Vanne já era assim, só de ficar, desde a 8º série, mas quando entrou no nosso colégio ficou ainda pior. Eu percebi esse comportamento dele, mas não entendia o motivo até ele me confessar.

- E... O que você quer que eu faça? – perguntei com um gosto amargo na boca que não era do café. Eu tinha acabado de usar as mesmas palavras que Giovanne usou quando soube dos meus sentimentos.

Mas com a Patrícia era diferente.

- O que eu quero? Primeiro que você vá até a casa do Vanne e conte o que sabe agora. Depois, roube um beijo dele, mas dessa vez um beijo mais... Enfim! E peça pra namorar com ele. Isso é muito difícil pro meu Matheuzinho?

- Mas e você? – tentei cortar – Fica mesmo bem com tudo isso? Quero dizer, a gente terminou agora a pouco e você já está me mandando ir pedir outra pessoa em namoro...

- Neste momento. – ela completou.

- Agora?! – queria muito entender o que essa garota tinha na cabeça.

- Imediatamente! – confirmou autoritária – Ok. Admito que terminar contigo foi um choque, mas na verdade esse namoro já tinha acabado a algum tempo. Já estávamos praticamente nos tratando só como amigos. Sei que ainda tinham uns beijinhos e tal, mas você acha mesmo que eu não notei que já fazia uns quatro meses que nós não “brincávamos” no escurinho do quarto? – disse me dirigindo um sorriso bem cínico.

- Ah, Patrícia... – ri envergonhado, enquanto cobria metade do rosto com um punho – Desculpe.

- Pelo que? Você só percebeu que não me desejava mais. Não é realmente um problema. Já pensou se continuasse firme e forte comigo e ainda por cima quisesse o Vanne? – ela riu dessa hipótese e acabou me contagiando – É sério! Isso seria um problema. Eu te bateria muito. Agora se manda daqui e vai “brincar” no escurinho do quarto com o Giovanne. Depois me conta como foi.

- Você sabe que eu não sou fofoqueiro. Não gosto de expor intimidades.

- Há há! Mas é meu amigo, e vai me contar sim senhor.

A gente se despediu e eu fui caminhando pela calçada enquanto admirava, distraidamente, o céu limpo e estrelado do início da noite. Andava sem pensar na direção que estava seguindo, mas quando dei por mim, estava parado em frente ao portão de uma casa amarelada que ficava bem perto daquele parque.

A casa do Giovanne.

Nem acreditei no que tinha feito quando ouvi a campainha tocar. Carol, a irmã mais velha do Giovanne, foi quem atendeu a porta.

- Oi Matheus! Que surpresa! – disse destrancando o portão – O Giovanne está no banho agora e não sei quando ele pretende sair, mas ainda posso avisar que você chegou se quiser.

- Sim, por favor. Eu espero.

Entrei e aguardei um tempo. Carol foi avisar ao irmão que tinha visita e ele foi forçado a desocupar o banheiro. Ela desceu as escadas e seguiu para a cozinha, perguntando se eu não queria nada. Respondi “não, obrigado” e continuei aguardando. Quando finalmente Giovanne surgiu nas escadas e se deparou comigo na sala, não conseguiu disfarçar a indignação e a mágoa expressas em seus olhos. Pelo visto, a Carol tinha avisado somente que tinha visita, mas não que era eu.

- O que você ta fazendo aqui?! – ele quase gritou. Acabei tomando um susto.

- O que ta acontecendo aqui, Giovanne? – Carol perguntou da porta da cozinha – Seja mais educado! E se quiser mesmo ficar berrando, vá se trancar no quarto!

Percebi Giovanne constrangido e até meio corado por ter sido repreendido na minha frente. Respirou fundo e fez sinal para que eu o seguisse. Já no quarto e de porta trancada, ele me ofereceu a cadeira da escrivaninha e se sentou na cama, de frente para mim. Sentei em silêncio e ele, quase me fuzilando com o olhar, perguntou grosseiramente:

- O que foi?


Notas Finais


:v meeedoooo...
Enfim, perdão de novo pera demora.
O próximo capítulo vai ter presentinho! \o/ Acho que vocês já sabem o que deve ser, visto que eles já estão no quarto... 9.9

"Talvez você perceba que eu nunca vou deixá-lo ir"
Só agora - Pitty


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