História Real and True - One.

Finalmente quase chegando ao aeroporto, não acredito que ficarei longe da minha mãe, do meu pai, longe da escola, quer dizer estou pouco me fudendo pra escola, mas e todo mundo que gosto de ficar perto. Ir pra outro continente, ficar com minha avó, é loucura, mas acho que será bom, será como fugir, e eu estou querendo fazer isso a tanto tempo.
A minha mãe diz q não consegue me educar, diz que estou ‘passando dos limites’. Uma total besteira, mas a mãe dela (minha avó), sempre foi rigorosa e “rédia curta” com ela então, minha querida mãe acha que preciso passar um tempo com a minha avozinha. Se eu estou animada? Com toda certeza! Não, não nem um pouco.

Serão quase 3 dias de viagem, chegando lá vai ter um cara que me levara até a casa dela. Ela mora no norte de Ohio, perto de Michigan. E eu, na Austrália, já é fato de que a viagem é longa, mas seria bem mais rápido, se o meu voo não fosse fazer inúmeras paradas pelo caminho.

Meu padrasto dirige o carro, e minha mãe esta sentada no banco do carona, e de vez enquanto olha pra trás me lançando um olhar preocupado. Me sinto horrível ela sempre me olha assim.

Sabe que é contra a minha vontade, mas também, nos últimos anos, eu não tenho vontade de fazer muitas coisas. E eu sabia que isso aconteceria, é a 3º escola que me expulsa por causa de uma vadia ou de uns retardados que mexiam comigo, babacas. Não sei porque, minha mãe acha que será diferente lá, mas de qualquer forma eu também espero que seja. Estou indo pra ficar por 2 anos lá, mas se minha avo disser que ainda devo continuar, ai continuarei lá, então o negócio é o seguinte: fingir que sou perfeita, e nenhum pouco estranha ou coisa do tipo, sou certinha e sem graça, e talvez eu volte pra casa.

“Filha, não vai esquecer seu remédio.” Diz minha mãe, inclinando o corpo e esticando o pescoço pra me olhar.

“Eu não preciso de remédios”  Ela me olha feio, provavelmente já avisou minha avó. “tá, mãe”

“se continuar tomando de forma certa, prometo que não precisara continuar no ano que vem”

“hm”. Jogo as costa no banco.

Ela coloca as mãos em meus joelhos, para acariciar. As vezes acho que ela não me ama, só tem pena de mim. Mas também acho q isso são só vozes da minha cabeça.

“Tá tudo bem mãe!” Os remédios são para um distúrbio que tenho desde pequena, tipo uma paranoia, mas esta melhorando com o tempo, mas não gosto de tomar remédios.

Chegamos!
Minha mãe, está chorando agora. E é horrível ver ela assim, vou sentir muita saudade.

“Vou te ajudar com suas malas” Diz Robert meu padrasto, enquanto vou abraçar minha mãe que consegue segurar suas lagrimas mas ainda expõe a cara triste.

“Por favor, não chore.” Peço
Não gosto de ver pessoas chorando.

“eu vou sentir tanto a sua falta Alice”.

E abraço ela mais forte.

“Eu também mãe” Respiro fundo. “ vamos.”  Digo e entramos no aeroporto por uma grande porta de vidro.

Estava tudo muito movimentado, varias filas iam se formando e mais um monte de coisas acontecendo. E eu ia me enfiar no meio disso tudo sozinha.

“Eu vou sentir muita falta de vocês” Digo e minha mãe começa a chorar novamente.

Abraço ela e depois que ela me solta abraço Robert. Ele é um cara legal, só é meio bobão, e acha que eu sou maluca.

“Também vamos sentir sua falta, se cuida Alice.” Diz ele.

“Amos vocês.” Eu digo por fim, e pego todas as minhas malas e vou pra fila.

Coloco-as em uma esteira enquanto passo por uma ‘porta’ de metal. Vou precisar vistar meu passaporte com o ticket.

Eles começam a olhar minhas coisas por uma TV tipo um raio-X, enquanto eu olho pra minha mãe e Robert, ela esta com o braço no ombro dela enquanto ela abraça-o pela cintura de lado, ela ainda me observa, como se estivesse tentando memorizar meu rosto, pra se lembrar de como eu era quando for me ver de novo.  Sem querer solto uma lagrima, e depois outra. Mas me recupero logo.

Minha mãe sempre foi sentimental, mas sei que não queria que isso estivesse acontecendo, me arrependo por tudo que já fiz, só de ver ela assim. Mas vou fazer tudo pra voltar no verão que vem, só vou precisar de dinheiro pra voltar pra casa durante as férias.
Tiro um chiclete do bolso, e vou pra próxima fila.