História Real King - A que ponto as pessoas podem ser cruéis

Eu subi as escadas e entrei no quarto para pegar os remédios, é aí que eu me ferro. Eles não estão lá.
- Procurando por isso? - me viro é vejo Mendy na porta do banheiro com meus remédios na mão. - Imagino quais doenças você tem. Seria uma pena se isso acabasse sumindo. - ela entrou no banheiro e eu fui atrás, ela colocou a mão com o remédio na mira da privada, se ela soltasse ele iria pela descarga.
Eu tentei pegar mas ela diminuiu a firmeza da mão.
- Você vai parar de mexer comigo, sua estúpida. - ela jogou e puxou a descarga.
- Eu realmente preciso deles, você sabe o quanto meu pai pagou neles? Eu não posso ficar sem minhas medicações.
Saí correndo, logo a última refeição do dia seria entregue. Eu fico desesperada, o que vou fazer sem eles? Não tem como piorar.

Quer um conselho? Nunca pense assim.

Eu fui ao refeitório para me alimentar e descubro que não tem comida e meu dinheiro estava acabando. Isso é tão frustrante.

Alguns momentos antes
Kevin on

Eu estava caminhando até ouvir a voz de alguém.
- Preciso de algo para Carly não fazer a prova. Ela pode fazer minha pontuação cair.
- Não se preocupe, ela não vai nem conseguir acordar direito amanhã. - aquela voz... Era a voz de Mendy.
Ela sai do canto onde estava e me vê.
- Se você contar para alguém, eu vou te machucar onde mais dói. - ela disse friamente.

Presente
Jackson on

Eu estava esperando Kevin para estudarmos um pouco hoje. Iríamos revisar algumas coisas. Eu vejo Carly caminhando angustiada com um cubo na mão, ela montava cada vez mais rápido. Vou em sua direção e percebo que está quase chorando.
- O que aconteceu?
- Só perdi uma coisa muito importante... Vou dormir estou cansada. Boa noite.
- Boa noite. Tem certeza que está bem?

Carly on

Eu ia acabar mal. Decidi ir dormir, não passaria fome dormindo, pelo menos eu acho. Tomo um banho e vou dormir, lembrando das palavras de minha mãe, Mendy... Eu estava meio ferrada.

Quando acordei no dia seguinte, eu estava com uma tontura do inferno. Fome. Eu fiz minhas higienes e coloquei o uniforme. Saí do quarto me apoiando nas paredes, quando cheguei na escada a tontura piorou, eu precisava comprar alguma coisa desci devagar até escorregar nos últimos degraus, acabei me sentando no canto da escada e com o tornozelo doendo. Alguém me ajuda por favor.
Vejo Kevin passando, ele passa reto e depois volta em minha direção. Tudo está girando então fecho os olhos, sinto alguém perto de mim, mas não tenho forças para me mover. A minha cabeça está latejando, meu estômago ronca e o pior é que sinto dor e fraquezas, ótima maneira de começar a semana de provas. Eu então procuro a mão da pessoa em minha frente e aperto, ela parece entender que estou mal, porque me pega nos braços e tudo é apenas um borrão.
Os sons estão distantes, as dores são a única coisa que sinto. Fico de olhos fechados esperando que isso diminua a dor.
- Meus remédios, jogaram eles pela descarga ontem - eu digo em um sussurro fraco.

  Kevin on

Era disso que Mendy falava? Os remédios? Ela tinha 8 anos de idade? Não se brinca com isso. Carly não podia ficar nesse estado, ela estava em meus braços com os olhos fechados, a respiração dela era lenta e curta. Ela estava quase desmaiando, eu estava a caminho da loja para comprar um leite, então a levaria comigo e a ajudaria.
Quando cheguei, eu a coloquei em uma das mesas na janela, onde a poltrona era mais confortável e tinha onde ela se apoiar, antes de eu comprar as coisas, ela aperta minha mão, entendo o recado e compro leite e uns salgadinhos e doces para a gente. Eu volto e a vejo escorada na janela, abro sua caixinha de leite com chocolate e a faço tomar, logo ela abre os olhos, que estão lacrimejando e toma seu leite.
- Desculpa, eu devo estar te devendo muito dinheiro. Estou dando muito trabalho. - a voz dela continua fraca, como ela chegou a esse estado?
- Não me deve, você me ajudou muito com meu pai. Jackson me disse que você até ficou com um pouco de medo. Obrigado, eu precisava de alguém como você. Agora coma! Temos uma prova para fazer hoje. - eu disse colocando um urso de gelatina em sua boca. Ela fez o mesmo comigo.