História Real King - Limite é limite em qualquer lugar do mundo

   Carly on

Eu não acredito, o idiota atacou novamente, eu quero matar esse cara. Quando eu pensei que não tinha como piorar, piora. Fui arrumar os travesseiros e vi sangue na fronha.
- Preciso de um pano para estancar o sangue, não posso fazer isso sozinha. - disse enquanto pegava o pano e colocava na cabeça de Kevin. - Preciso do meu celular.
- Para quem você vai ligar? Não podemos confiar nos adultos. - Jackson disse segurando o pano enquanto eu pegava o celular.
- Eu conheço um.

                Ligação on

- Oi, pai?
- Filha, tudo bem?
- Eu estou bem, você está trabalhando ainda?
- Meu expediente acabou agora. Por quê?
- Você pode vir para a escola? Um amigo meu precisa de você. Eu te espero no portão.
- Estou a caminho.

                Ligação off

Eu saí do quarto e fui em direção ao portão. Ele é meu anjo, Kevin aguenta. Vejo Jackson vindo em minha direção.
- Mark e Yooni estão com ele.
- Você tem o telefone do pai dele? - Eu perguntei olhando em seus olhos.
- Por quê?
- Vou ensinar uma lição para ele. - eu peguei o celular dele mas ele pega de volta.
- Para os coreanos brigar com um adulto é muita falta de educação.
- Não sou coreana.
- Mas está na Coréia.
- Limites são limites em qualquer lugar do mundo.
- Perigo também é. Você pode ficar encrencada, o que o pai dele pode fazer com você se interromper ele de novo?
Não deu tempo de responder, meu pai chegou no mesmo momento.
- Pai! - disse o abraçando - Você não pode contar o que aconteceu aqui para ninguém. Por favor.
Nós fomos ao dormitório e meu pai nos seguiu de mãos dadas comigo, eu apertava a mão dele como se aquilo fosse me proteger de tudo.
Quando ele entrou no quarto, eu fiquei em um canto ao lado da porta, junto com os outros. Meu pai viu o sangue e se espantou.
- O que aconteceu com ele? - ele disse indignado.
- Essa é a parte que você não pode contar pra ninguém... - eu abaixei o tom de voz, sentia que alguém do outro lado da porta pudesse ouvir - Foi o pai dele.
Meu pai cerrou os punhos e olhou mais uma vez para o garoto na cama.
- Eu assumo daqui. Voltem para as atividades da escola, vão estranhar se não virem vocês.
- Pai... - eu disse me ajoelhando ao seu lado - Eu vi ele apanhando antes disso. O pai dele não usa só uma cinta, ele também grita com ele. Obrigada por estar aqui hoje.
- Nunca vou te deixar sozinha, filha.