História Real King - Jantar em família

  Kevin on

- O que aconteceu com você? - perguntei me aproximando - Você está quente, certeza que não está com febre? Alguém te machucou?

- Não é nada, apenas algumas garotas mal educadas. - ela me respondeu olhando para o chão.

Eu simplesmente a abracei, quando alguém diz “Está tudo bem" ou “Não é nada" com uma aparência triste abrace essa pessoa, porque é quando ela mais precisa de você. Ela corresponde meu abraço mas está muito quente, estou com medo, ela pode se machucar e adoecer muito facilmente. Peguei um termômetro e medi sua temperatura, ela me olhou com o cenho franzido e eu dei risada.

- Não me olhe assim! Eu estou apenas cuidando de você igual você cuida de mim. - eu disse indignado e ela começou a rir.

- Desculpa mas... Eu não vejo você... Como um cara que sabe cuidar das pessoas. - ela tentava segurar o riso e eu sorri com isso, ela ficava muito fofa quando sorria de verdade, sem fingir ou esconder.

  - Se eu fosse o tipo de pessoa insistente, mandaria você para seu dormitório agora nem que precisasse te levar nas costas. - eu olhei para o termômetro, e levantei o olhar para ela.

- O que foi? É apenas impressão sua não estou com febre.

- Pelo contrário, febre muito alta para alguém com a temperatura um pouco mais baixa. Você está com 40 graus de febre.

- Você só pode estar brincando comigo - ela se levantou e olhou o termômetro em minha mão - Eu tenho compromisso hoje.

-  Onde você vai? - eu olhei para ela, o pai dela disse para eu cuidar dela e vou cumprir com o combinado.

- A coisa que eu sempre tento evitar aconteceu: jantar em família para a volta da minha “irmã" Lia.

Eu ajudei ela a guardar tudo e ela foi se arrumar para sair, eu decidi levá-la de táxi, não a deixaria sair sozinha com febre. Quando ela voltou eu fiquei de queixo caído, ela estava com uma calça jeans azul claro, camiseta de mangas longas branca, uma jaqueta jeans da mesma cor da calça, um converse high vermelho e um gorro da mesma cor. Ela estava tão linda, impossível não notar.

- Obrigada por me acompanhar, me deseje sorte. - ela disse hesitando um pouco.

Eu fui até a direção da escola e nós tínhamos permissão para sair. Durante o caminho nós conversamos sobre super-heróis e animes, não conhecia esse lado dela, descobri seus três animes favoritos: Tokyo Ghoul, Ao no exorcist e Corpse Party. Ela não era tão ruim assim. Quando chegamos ela saiu do carro e eu disse:

- Se alguma coisa acontecer, me chame. Eu estarei aqui.

Carly on

Se alguma coisa acontecer, me chame. Eu estarei aqui.

Essas palavras ecoavam em minha mente, olhei para o relógio, 17:00. Cheguei bem na hora. Meu pai me abraçou e sussurrou:
- Ele estará aqui.
- Como pode ter tanta certeza.
- Porque ele te prometeu isso.

Eles eram meus heróis, fui para a mesa e as duas já estavam sentadas em seus lugares. Eu e meu pai nos sentamos em nossos lugares.

- Obrigada pela comida. - sussurrei e comecei a comer.

-Fiquei sabendo que se tornou uma grande advogada, filha. Quantos casos já ganhou? - minha mãe perguntou.

Eu pensei que ela fosse secretária de um, não uma advogada. Fiquei quieta.

- Eu ganhei uns sete casos, que eu me lembre.

- E você, Carly. Como vai na escola? - fiquei muito irritada com a maneira que ela disse meu nome - Quando eu tinha sua idade, eu estava sempre em segundo lugar, era muito difícil conseguir a pontuação que eu tinha.

Dane-se, pensei.

- Eu já fiz algumas das provas da semana de exames, empatei.

- Em que posição? - ela perguntou me desafiando.

Coitada, pensei.

- Eu empatei. Com um amigo em primeiro lugar. - eu disse indiferente.

- Para você ter conseguido isso, as provas devem ter sido bem fáceis.

Vai resolver o caso da papelada do advogado para quem você trabalha, pensei.

- O site de educação aqui da Coréia disse que as provas dessa semana na minha escola foram as mais difíceis do país. - eu disse constrangida, meu pai não sabia disso, não tinha contado a ele.

- Coitada, deve ter se matado de tanto estudar e conseguiu a maior nota porque todos os outros devem ter tirado uma nota muito ruim e você foi razoável.

Vá resolver os seus próprios problemas.

- Eu me distraio muito rápido, não consigo estudar fora do horário de aula. Eu também não fui razoável, tirei a nota máxima. - eu respondi indiferente olhando em seus olhos, sua raiva estava evidente, sorri.

- Ainda vai demorar um tempo para ser como eu, eu era a garota mais bonita e popular, tinha muitos garotos na palma da mão.

- Igual a mãe, sempre tive tanto orgulho de você filha. - minha madrasta disse, senti nojo das duas.

- Sua irmã nunca empatou, nunca teve que dividir a glória. - minha madrasta disse sorrindo para Lia.

Perdi a paciência.

- Que glória existe no segundo lugar? É só um apelido bonito para o primeiro perdedor. Prefiro estar em último. - Eu olhei impaciente para meu pai, que teve que tomar um pouco de refrigerante para esconder o sorriso.

- Sua irmã não é ingrata como você, sempre foi gentil com você, tenha respeito. - minha madrasta olhou com fúria nos olhos.

- Eu a respeito, afinal, ela que me tirou daquele orfanato horrível. Ela que não tem respeito comigo. Eu trato as pessoas da maneira que elas me tratam.

- Como ousa responder sua mãe, órfã inútil?

- MADRASTA. Perdi a fome - me levantei me apoiando na mesa, peguei minhas coisas e fui até a porta, eu nunca deixaria ela destruir minha dignidade - Ah, Lia, fale para Tristan, o advogado de quem você é secretária que eu mandei um oi. - meu pai virou e veio em minha direção, quando elas não nos viam mais, ele começou a rir. Eu o abracei e sussurrei:

- Você tem o número dele.

Ele fez uma cara de bravo e voltou para a mesa fingindo estar bravo comigo.