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História Realidade Paralela - Epílogo - Diário.


Escrita por: _Mag

Notas do Autor


[EDITADO]
Oi, resolvi mudar algumas coisas nessa nota porque relendo percebo que passo uma sensação errada, ou melhor, passo a sensação que tive quando terminei a fanfic. Eu não estava muito legal, colocar um ponto final nunca é fácil e na época eu não estava lidando muito bem com tudo isso. Hoje a sensação é outra, então se chegou até aqui, muito obrigada, por tudo. Acompanhar uma fanfic é levar consigo um pedaço da história e um pedaço do autor também e todo carinho que ganhei com RP nunca será retribuído, nem se eu viver mil anos e depois ter outras mil vidas. Então obrigada por chegar até aqui, seja na época em que o capítulo foi postado ou agora.
Obrigada, de verdade.
E boa leitura! ♥
28 de maio de 2015.

Capítulo 17 - Epílogo - Diário.


Um ano depois...

 

-

 

“Não foi amor à primeira vista.

 

 Era intenso demais para apenas uma troca de olhares nos entrelaçar.

 

Também não foi um amor construído pelo tempo. Dias, meses e anos não mudaram o meu amor por você. Ele sempre foi o mesmo, como se eu nascesse junto com ele, como se fizesse parte de mim a vida toda. Uma parte do meu corpo que sequer conhecia, mas que despertou quando o destino pela primeira vez colocou você em meu caminho.

 

O ano letivo para um aluno do curso de medicina começa durante as férias, tinha matéria acumulada logo na primeira semana de aula, estava nervoso e com medo de não conseguir manter minhas notas naquele semestre. Dependia de um boletim impecável para a bolsa de estudos em Londres, meu grande sonho e algo que hoje você sabe. Então, apenas queria me concentrar nos estudos, mas algo, ou melhor... Alguém começou a tirar toda a minha concentração naquele ano.

 

Você.

 

Sua risada – escandalosa – ecoava por cada canto que você passava, sempre tão sorridente ao lado de seus amigos e simpático com outros alunos. Perguntava-me como alguém poderia conquistar a todos com um sorriso, porque até no prédio de medicina as garotas cochichavam sobre você e Kris serem os calouros mais bonitos do semestre. Ignorei as fofocas que se formavam, mas percebi que elas faziam sentido quando passei a observá-lo no restaurante universitário, na biblioteca e em todo lugar que nossos caminhos se cruzavam e você mal notava minha presença.

 

O destino empurrou você na quadra de basquete, precisou provocar um pequeno corte em sua pele para que finalmente fossemos apresentados. Seu sangue marcou nosso primeiro encontro na enfermaria e anos depois nosso desencontro também foi marcado por sangue, mas de outra pessoa. Quatro anos depois e ainda penso em todos os meios que me levariam até você, mesmo que não convivêssemos durante aquele semestre na faculdade. Talvez seu sabor de torta favorito não fosse de morango, mas eu ainda seria seu de qualquer forma.

 

Como sou agora e como serei para sempre.

 

Nossas conversas pareciam intermináveis, gostava de relembrá-lo do escândalo que fez na enfermaria e sempre acabávamos rindo da situação ridícula que protagonizou. Bom, eu também protagonizei, afinal até um calouro de medicina saberia que o corte não era grave olhando de longe. Mas te ver aflito com algo me atingiu de tal forma, que parecia ter acontecido comigo, como se eu estivesse machucado. Assim como por muito tempo julguei estar louco por continuar te amando sobre a sombra de uma tragédia.

 

Quando a transferência para Londres chegou até minhas mãos eu hesitei em ir, não queria quebrar o laço que começávamos a criar, não éramos amigos, mas não éramos mais dois estranhos. Não sabia, mas sentia que você era importante na minha vida. O único pensamento que me motivou durante os anos longe do meu país, era que quando terminasse a faculdade eu voltaria, talvez retomando o que deixei inacabado ao partir sem me despedir. Não foi difícil, muito menos demorou muito tempo até perceber que eu estava apaixonado por você. O que me assustava era por não ser algo que foi se moldando, o molde já estava pronto antes que nos conhecêssemos.

 

E por favor, me perdoe por dizer que é impossível descrever o que senti ao te ver novamente. Encarei o diário por muito tempo, pensei nas palavras mais bonitas que conheço, até busquei em poemas uma forma de explicar como foi ver minha alma refletida em seus olhos. Mas não há em parte alguma no mundo alguém que conseguiu colocar em palavras o que sinto por você. Acho que nossa estória pode até virar livro, se tivermos coragem de contar cada momento dela, se tivermos coragem de abrir feridas antigas.

 

Entretanto, garanto que te reencontrar naquela boate não foi como eu esperava, foi mais do que isso. Foi o ponto exato em que o destino resolveu terminar o que começamos na faculdade, ou o que começamos em outra vida, porque meu coração bateu tão forte que achei que morreria naquela noite. Bom, eu morri em seus braços, me derreti por seus beijos e me entreguei a você. E ao nos unirmos, ao nos completarmos eu renasci, para que vivêssemos o mesmo momento milhões de vezes.

 

Ao acordar de um sonho e colocar os dois pés em um pesadelo, tive medo. Inconscientemente prevendo que ganhar e perder você em vinte quatro horas alterou o equilíbrio das forças que nos unia.

 

E realmente alterou.

 

Elas se voltaram contra o destino, mudando-o e reestabelecendo o que elas consideravam ser o certo. Eu e você juntos, independente de quanto sangue seria derramado para nossas almas se unirem novamente. O que o destino não previa era a força contrária a tudo isso, a mente humana, frágil perto do que é incompreensível. A vida foi tirada de você, a loucura o acolheu assim que seus olhos perderam o brilho e se tornaram duas esferas opacas. Continuando nesse jogo de “Quem é mais forte?” a própria loucura perdeu para o sentimento camuflado em tudo que passamos até então: O amor. Ele foi capaz de novamente mudar nossos caminhos, ele me levou até você em sua imaginação, o prendendo por três anos naquele hospital e me prendendo por três anos em sua mente.

 

Foi a primeira vez que novos sentimentos tomaram conta de mim, antes apenas meu amor por você consolidava quem eu era. Mas veio a culpa, o gosto amargo do remorso, que não saia de minha boca mesmo que escovasse os dentes até que as gengivas sangrassem. Dia após dia era vencido pelo cansaço, cheguei a ficar doente devido à falta de uma boa alimentação e noites tranquilas de sono. Eu não dormia pelos pesadelos que me atormentavam toda noite, de olhos fechados eu os vivia e de olhos abertos era você quem os tinha. Perdi a conta de quantas vezes encontrava algum enfermeiro me acordando, avisando que eu tinha cochilado enquanto vigiava você dormindo.

 

Só conseguia deitar em minha cama com a garantia de que você estava bem, livre dos pesadelos e da dor. Porque você gritava, só eu sabia que eram as ferroadas que a culpa lhe dava todos os dias, marcando sua pele já que sua alma se fora há muito tempo. Mas aos poucos seu corpo foi vencido, ele mesmo não aguentava mais carregar o peso de uma mente doente, era você se acostumando com a ilusão, transformando-a na essência que corria por suas veias e sendo apenas um fragmento do homem determinado de antes. E que eu lutava para trazer de volta.

 

Mesmo com medo.

 

Medo que a verdade te puxasse de vez para a escuridão da loucura, ou fizesse você me odiar com cada célula do seu corpo. Preferia aguentar tudo sozinho, via você definhar de mãos atadas, sem poder contar para ninguém sobre nós. Kris era o único que sabia, naquela época ele não gostou que eu acompanhasse seu caso, mas quando viu que um dependia do outro para viver acabou concordando. Porque se acha que era dependente de mim, eu era muito mais de você, como se estar perto garantisse a minha própria sanidade, garantisse que meu coração continuaria batendo até nos tornarmos um só corpo outra vez.

 

Ter você por perto me fez forte.

 

Como ainda faz.

 

Minha maior vitória foi te ver sorrindo de novo, preso ao mundo que criou para sermos felizes. Não se limitando a mim, mas espalhando a onda alegria até outros pacientes. Sei que Kai e LuHan te agradeceram por sua amizade. Sei que SuHo, SeHun e KyungSoo também são eternamente gratos por você mudar a vida de todos ao seu redor. Mas eu lhe agradeço por me dar uma razão de viver e por encher o hospital de alegria. Hoje quando volto lá para algumas consultas me lembro dos três anos que passei ao seu lado, dos três anos que as paredes brancas e mórbidas foram pintadas pelos bons sentimentos que inconscientemente você trouxe para nós.

 

Obrigado e me desculpe.

 

Obrigado por estar comigo apesar de tudo que aconteceu.

 

E me desculpe por ser covarde e ter fugido de você, me desculpe por não contar a verdade e me desculpe por te amar tanto. Esse amor doentio que destrói tudo que toca, que nos quebra e em segundos nos deixa intactos. Que levou você à loucura e que acabou com o seu casamento. Que o deixou preso em um hospital por três anos, o afastou de sua família, amigos e profissão. Mas como você disse um ano atrás, um é a cura da doença do outro e também as causas dela. Esse eterno ciclo que nunca se desfaz.

 

Quando me perguntou se um louco é capaz de amar, eu já sabia a resposta antes mesmo dela se soltar de seus lábios. Por muito tempo me perguntei a mesma coisa, porque só sendo louco para te amar como eu te amo.

 

Só sendo ainda mais louco para ser correspondido.

 

Não comecei o texto com o tradicional “meu querido diário”, achei que o certo seria “meu querido ChanYeol”, porque minhas palavras não são para o pedaço de papel de um caderninho da capa azul, mas sim para você. Sei que já sabe de tudo isso, mas gostaria de devolver o diário com alguma coisa minha, mesmo que sejam as minhas memórias. Se um dia eu esquecê-las existirá um lugar em que eu possa encontrá-las novamente. Quero que fique com você, deixo tudo que é precioso em suas mãos, como meu coração que é seu desde o primeiro batimento.

 

E será até o último”

 

Byun BaekHyun.

 

-

 

ChanYeol fechou o diário, limpando as lágrimas que nasciam em seus olhos e morriam ao percorrer sua face. Não iria chorar, mesmo que as palavras o machucassem tinha prometido que nunca mais iria chorar pelo passado. Nenhuma lembrança o atormentava mais, os pesadelos se foram como espuma do mar e sua alma estava limpa, depois de tanto sofrimento ele se sentia livre. Para amar e ser amado, sem culpa. O único sentimento em seu peito era a saudade que sentia do sorriso doce de YunHa, do cabelo negro e da pele branca igual ao inverno. Ela sempre seria especial e merecia descansar em paz, guardava apenas as recordações boas do amor que viveram.

 

Ele vivia apenas o presente, dando um passo de cada vez ao lado de sua outra metade, aos poucos construindo uma nova vida. Não era preciso muito para estar feliz ao lado de BaekHyun, apenas precisavam ficar juntos e tudo terminaria bem, um completava o outro.

 

Uma sintonia perfeita, única e indestrutível.

 

Guardaria o diário com todo o cuidado do mundo, o pequeno caderno azul repousava em seu colo depois da leitura de algumas páginas escritas por aquele que mais amava. Tudo que viesse de BaekHyun ele guardaria com a própria vida.

 

- ChanYeol? – ouviu duas batidas na porta e uma voz serena o chamando. Murmurou um “entre” baixo e colocou o diário na mesinha ao lado da cama. – Os garotos estão lá embaixo quase se matando, não vai descer para me ajudar? – reclamou.

 

- Aish, já estou indo! – fingiu estar bravo, mas nunca seria capaz de se aborrecer com o menor. – O que eles aprontaram dessa vez?

 

BaekHyun bufou impaciente e o mais alto rapidamente se levantou e foi até ele, o envolvendo em um meio abraço cheio de carinho.

 

- LuHan está tentando cozinhar, mas sabe como o XiuMin é encantado por ele, não quer deixá-lo em paz! – explicou. – O SeHun está com ciúmes e o Chen aparentemente também. – comentou, não sabia se o amigo de profissão tinha algo com XiuMin.

 

ChanYeol riu, mas sabia que as reclamações não tinham acabado.

 

- Tao e Kai não param de reclamar que estão com fome, KyungSoo fica procurando defeito na arrumação da casa! – um pequeno bico se formou em seus lábios. – Poxa, ele esquece que nós somos homens! Desde quando homens são tão viciados em arrumação?

 

- Homens que moram sozinhos, devo ressaltar. – concordou com o namorado, depositando um suave beijo em sua testa enquanto caminhavam até a escada da casa de dois andares. Era espaçosa o suficiente para os dois.

 

E para um almoço especial ao lado dos amigos.

 

– Mais alguma coisa para o boletim de ocorrência? – brincou. – Aliás, o que o LuHan faz na cozinha? Achei que já estava tudo pronto...

 

- E está. – BaekHyun gesticulou exasperado. – Lay trouxe uma sobremesa e quem disse que o LuHan deixou isso barato? Ele quis fazer uma sobremesa também! Sobrou até para a coitada da TaeYeon ajudá-lo!

 

- Sério? E o Suho não fez nada pela mulher grávida? – ela estava chegando aos nove meses de gestação, parecia ter engolido uma melancia.

 

- Ele e o Kris não param de conversar. – choramingou. – Vá até a cozinha e coloque ordem. – pediu.

 

ChanYeol se inclinou o suficiente para seus lábios tocarem levemente na bochecha do namorado, ignorando tudo que foi falado. BaekHyun ficava adorável quando estava zangado. Ele era adorável em qualquer momento.

 

- Claro que eu vou... – sorriu. – Mas antes eu mereço um beijo, não acha?

 

O menor pensou em não atender ao pedido, mas com seu corpo tão próximo de ChanYeol foi impossível negar. Seus braços foram até o destino certo, envolvendo o pescoço do maior e o puxando para que suas bocas se encaixassem perfeitamente.

 

O que não aconteceu.

 

- Gente, venham ver! – Kai gritou do primeiro andar. – Os hyungs estão se comendo e não chamaram a gente para participar! – instantaneamente eles se separaram. – E eu achando que o almoço não estava pronto...

 

BaekHyun soltou o namorado, completamente envergonhado pela exposição dos dois.

 

- Kai? – ChanYeol chamou, descendo as escadas.

 

- Sim, eu mesmo. – o mais novo sorriu sem graça.

 

- Acho melhor você correr... – pausou. – Porque eu vou te matar!

 

Kai ficou branco feito papel, mas se manteve firme em seu lugar.

 

- Ah, hyung sua vida sexual não é segredo para ninguém. – disse risonho, vendo ChanYeol ficar cada vez mais vermelho de raiva. – Quer que eu diga sobre a noite tórrida de sexo primitivo que você e o hyung tiveram quando se viram e...

 

Não conseguiu terminar a frase.

 

-

 

Do outro lado da rua um casal de velhinhos passeava tranquilamente, até ouvirem os gritos desesperados e os pedidos por ajuda vindo de uma das casas da vizinhança. Aterrorizados chamaram a polícia e em menos de quinze minutos a casa estava cercada por policiais armados até os dentes.

 

Ao mesmo tempo em que Kai saiu correndo pelo jardim e se deparou com as viaturas e os homens de fardas.

 

Ele mal podia acreditar no que estava vendo.

 

- Ual... – olhou em volta, encantado.

 

Logo ChanYeol o alcançou, sendo acompanhado por todos que estavam na casa. Ninguém estava entendendo o motivo da rua estar cercada por viaturas, a não ser por Kai. Ele sabia bem o motivo e fez questão de dizer em volta alta.

 

- Hyung! – sorriu abertamente para ChanYeol. – Não acredito que contratou go-go-boys para animarem o nosso almoço! – disse alegremente, quase saltitando. – Nossa, sou louco por homem de farda!

 

E então todos foram finalmente almoçar.

 

Na delegacia mais próxima.

 


Notas Finais


Agradeço imensamente por chegar até aqui, caso comente, saiba que eu leio seu comentário com muito amor e ele muda muita coisa em mim, não respondo porque fui desorganizada a ponto de acumulá-los, mas os guardo no meu coração.
Espero te ver em outras histórias! ♥


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