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História Realidade Paralela - Talvez.


Escrita por: _Mag

Capítulo 4 - Talvez.


Na terça-feira acordei com a mesma melodia que sonhei na noite anterior. Tão suave que todos os meus músculos estavam relaxados, meu humor matinal nas alturas e mesmo com toda bagunça que era minha vida, vi razão para suportar mais um dia.

Suportar mais um dia com tantas dúvidas rondando a minha mente.

Lembrava aquela velha cena dos filmes, de um lado o anjo bom, dizendo para seguir com o meu casamento e apagar BaekHyun da minha memória. Do outro, o pequeno e sorrateiro demônio, instigando a ir até casa da minha noiva, mas não para vê-la e sim para foder o irmão dela até que ele perdesse os sentidos. É, a última opção não era muito aconselhável. Resolvi seguir meus próprios instintos - ignorando o anjo e o demônio – que diziam para me apressar já que estava atrasado.

Ainda existia uma série de deveres a cumprir até o casamento, um deles se tratava de terminar a compra dos móveis para o apartamento que eu e YunHa dividiríamos após trocar as alianças, o que tomaria parte da manhã, o almoço e algumas horas da tarde. Então levantei da cama, tomei banho, belisquei qualquer coisa e fui encontrar com YunHa que já me esperava em uma dessas lojas de departamento.

Ela estava radiante, feliz com os detalhes finais para nossa nova jornada. Como todo homem eu apenas concordava com tudo que ela dizia, não entendia absolutamente nada de decoração e utensílios domésticos, o que me fez pensar que deveria ter chamado o KyungSoo para fazer compras. Um viciado em organização e limpeza, também ex-namorado do irresponsável do Jongin e dono de uma personalidade incrível. Tanto que todos lamentaram quando o casal rompeu. Mas não dava semanas para eles voltarem, apesar do Kai estar amando essa fase “sexy, free and single” dele. Faziam um belo par.

Voltando a minha própria fase - que era de futuro marido interessado na cor das toalhas do banheiro - compramos muita coisa e logo já estava andando torto pelo shopping de tantas sacolas que nós carregávamos, era quase onze horas quando entramos na última loja, a dos móveis. Algumas coisas nós sabíamos que os padrinhos e convidados iriam dar, outras nós mesmos teríamos que comprar e pagar em suaves prestações no cartão de crédito.

- Você sabe o que seus pais vão comprar? – Ela perguntou com uma carinha fofa de dúvida.

Eu estava jogado em um dos sofás que estavam em exposição, sem me importar com a cara feia que o vendedor fazia.

- Eles não dizem, querem fazer surpresa. – Murmurei, estava morrendo de fome. – Nós podemos trocar os presentes, esqueceu?

- Hm, e o que você achou do sofá? – Apontou para o móvel em que eu estava sentado.

- Eu gostei. – Rebolei sentindo melhor o estofado.

Certo, isso foi muito gay.

Acabamos escolhendo aquele mesmo, o vendedor nos garantiu que chegaria em uma semana. O que era o tempo suficiente para o sofá chegar e minha mãe organizar melhor nosso apartamento, já que passaríamos uns dias longe por causa da lua de mel. Nossa missão era comprar tudo, para que minha mãe pudesse arrumar, e depois YunHa deixaria o apartamento com a nossa cara. Porque se fosse apenas seguindo os gostos dela, seria tudo rosa e florido. E eu era macho, gostava de preto e azul escuro.

Almoçamos no shopping, depois fomos até o apartamento que ficava mais ou menos próximo ao escritório onde eu trabalhava, e praticamente ao lado da escolinha de música em que YunHa dava aulas para crianças de até dez anos. Além de feminina, amorosa e dedicada, minha noiva também seria uma excelente mãe, pois lidava muito bem com crianças, uma das muitas qualidades que tanto admirava.

Era engraçado estar lá com ela, naquele que seria nosso lar por um bom tempo. Após a chegada dos filhos tinha planos para comprar uma casa, as crianças precisariam de espaço para brincar e eu queria fugir um pouco do centro em busca de paz quando estivesse mais velho.

Por que não pensei na minha noiva? Por que não pensei nos nossos futuros filhos? Por que BaekHyun insistia em perseguir os meus pensamentos?

Compartilhar daquele momento com YunHa parecia tão errado. Ela guardava nossas compras no guarda-roupa e eu apenas assentia enquanto falava comigo, como se estivesse em um lugar bem distante dali. Claro que meu comportamento fez ela perceber que algo estava errado.

- Você ficou quieto na maior parte do tempo, está tudo bem? – Indagou preocupada. Eu estava sentado na cama enquanto ela fazia tudo sozinha. – Preocupado com o casamento?

- É, quero que tudo dê certo. – Respondi assim que ela se sentou no meu colo, afagando meus cabelos. – Me desculpe, não queria te preocupar.

- Não, tudo bem. – Depositou um pequeno beijo em meus lábios. – É que ontem o Oppa estava muito estranho também, com os olhos vermelhos. – Revelou. – Ele deve ter chorado por alguma coisa... Sabe o que aconteceu?

Se eu dissesse que aquilo não me machucou, estaria mentindo. É claro que sabia o que tinha acontecido, mas jamais imaginei que ele pudesse se sentir assim. Notei seu olhar distante, suas palavras fracas e seu sorriso sem vida, mas a ponto de fazê-lo chorar? Eu o afetava tanto assim? Talvez precisasse conversar com ele novamente, esclarecer tudo de vez ou redimir o meu erro.

- Não, ele não demonstrou nada quando saímos. – Não sabia o que responder. – Acho até que nos tornamos amigos. – Menti descaradamente.

- Sério? – Vi seu rosto se iluminar. – É que estava aqui pensando... – YunHa começou, e eu sabia que ela iria pedir alguma coisa. – Vocês poderiam sair de novo, dessa forma você poderia descobrir o que está acontecendo com ele.

- Ah, claro. – Ri sem graça. – Faço tudo por você.

Ela pareceu se acalmar, porque deu outro daqueles sorrisos lindos e passou a me encher de beijos. Logo já estávamos deitados, comigo por cima dela observando os lábios vermelhos e o peito que subia e descia devido a intensidade da nossa atividade. Impossível não me lembrar do dia em que nos conhecemos, ela parecia ainda mais linda ali em meus braços, mais do que aquele dia coberto pela neve.

- Eu te amo. – Me disse de repente, mas pareceu tão errado ela me amar, como se não fosse digno daquele sentimento.

- Eu também. – Respondi, afundando meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro e tentando buscar ali uma razão para continuar vivendo.

Atchim!

Espirrei por causa do perfume que ela usava, o mesmo perfume que era meu preferido dias atrás. Afastei dela sem entender direito, ainda espirrando em uma crise de alergia inesperada.

- Não gosta mais do meu perfume? – Ela perguntou não entendendo a minha reação.

Porém nem eu entendia aquilo, quase respondi “não, prefiro o do seu irmão” só que era loucura então preferi ficar quieto. Claro que meus espirros acabaram com o clima, ela se levantou desapontada, pedindo para que eu a levasse até o cabeleireiro para os últimos acertos do grande dia. Foi o que fiz, levei YunHa até lá e um pouco brava ela disse que depois me ligava e que não precisava buscá-la, apenas acatei o seu desejo.

Mais de um ano juntos e justo agora eu tinha alergia do seu perfume? Por um momento me pareceu doce demais, até mesmo enjoativo, ela teria que trocar de perfume caso não quisesse um marido espirrando no altar.

Depois de um dia estranho como aquele só queria deitar e dormir, mas ainda era três horas da tarde, o máximo que poderia fazer era tirar um cochilo assim que chegasse em casa, mas minha alegria durou pouco, foi só entrar no carro que meu celular tocou anunciando uma nova mensagem de texto.

“Estamos com fome. – Kai.”

Era preciso apenas alguns anos de amizade para imaginar o que ele queria e onde estava, o que me fez mudar todos os planos de uma boa soneca para mudar de direção, indo até a faculdade em que passei bons anos da minha vida. Chegando lá Kai e SeHun já me esperavam em frente a portaria do enorme campus, entraram no carro sem ao menos dizer “oi”, já gritando “Mc Donalds!” empolgados como se fossem crianças de cinco anos de idade.

- Hyung, eu vou querer o maior lanche que eles vendem. – Kai anunciou o prejuízo que me daria.

- Para de ser folgado, Jongin. – SeHun o repreendeu. – Aprenda comigo, eu vou querer o segundo maior!

- Você está querendo ajudar a minha carteira ou não? – Perguntei para o mais novo que riu no banco de trás.

Por ironia do destino, acabei voltando para o mesmo shopping, só que dessa vez acompanhado de duas crianças tagarelas que apostavam quem tiraria a maior nota na próxima prova.

- E o que você aposta? – Ouvi Kai perguntar quando chegamos à praça de alimentação.

- Qualquer coisa. – SeHun o desafiou.

- Certo, então se eu tirar a maior nota, quero o seu namorado por uma semana. – Disse rindo da cara que o outro fez. – Sempre tive um tesão por chineses.

- Kim Jongin, eu vou te matar! – SeHun gritou, o que fez todo mundo olhar em nossa direção.

- Dá pra vocês dois ficarem quietos e fazerem logo o pedido! – Mandei, e pelo meu tom de voz eles viram que estava falando sério, porque ficaram quietinhos até a comida chegar.

Como tinha almoçado há pouco tempo, pedi apenas um refrigerante enquanto os dois pediram o lanche, o suco, a porção de batatas fritas... Apesar do trabalho que davam, era impossível não me divertir com aqueles dois, que ainda continuavam brigando por causa da aposta.

- Kai, esperava tudo de você, menos desejar o namorado do seu melhor amigo. – Comentei rindo da situação deles.

- Hyung, até você eu desejo. – Respondeu, dando uma piscada que me fez engasgar com a bebida.

SeHun riu da minha desgraça.

- É que estou carente. – Ele explicou deprimido. – Estou começando a sentir falta do KyungSoo.

- Eu avisei que você não deveria ter terminado com ele. – SeHun alfinetou enquanto terminava o seu lanche.

Eu teria que concordar, Jongin era menos “tarado” quando estava namorando, talvez porque antes ele tinha como descarregar toda a tensão sexual que o dominava, agora não. Os dois voltaram a discutir, dessa vez sobre a vida amorosa do moreno, o que agradeci porque não queria meu nome no meio dos assuntos dos dois. Claro que precisava conversar com alguém, mas a pessoa adequada era o SuHo, mais velho e mais sábio do que eles.

Estava distraído com o canudinho do meu refrigerante, quando meus olhos se fixaram em um ponto do outro lado da praça de alimentação.

Ou melhor, em duas pessoas que conversavam animadamente olhando as vitrines chamativas das lojas.

“Eu já volto, não quebrem nada”, disse autoritário para os meus acompanhantes. Simplesmente não queria acreditar no que estava vendo, uma raiva sem igual me dominava, o que me fazia pisar duro contra o chão, como se ele pudesse rachar a cada centímetro que andava.

Aqueles sorrisos, aquela troca de olhares e principalmente o carinho dos gestos que eles trocavam me deixaram louco. Quem era aquele idiota ao lado dele? Por que estavam tão próximos? Por que não sabia daquilo?

Porque no fundo eu não sabia nada dele.

O que não foi suficiente para me parar.

- Quem é este idiota? – Perguntei, apontando para o moreno que o acompanhava.

Vi a surpresa e depois a dúvida em seu olhar, ele abriu a boca várias vezes para me responder, mas não saiu uma palavra sequer. Parecia tão atordoado com a minha presença e meu ataque de fúria, que apenas olhou para os lados, verificando se aquilo estava mesmo acontecendo.

Verificando se minha cena patética de ciúmes era real.

- Anda, quem é ele? – Sim, era real.

- Sou JongDae, amigo dele. – O garoto respondeu em seu lugar, o que achei muito audacioso para alguém em desvantagem.

Eu era alto, oras.

- ChanYeol, o que pensa que está fazendo? – BaekHyun indagou, tendo maior noção do que estava acontecendo. – Enlouqueceu?

- Não, você enlouqueceu. – Rebati. – Acha que pode sair por aí em publico quase agarrando esse magrelo? – Sim, parecia uma garotinha ciumenta.

- Ei grandão, é melhor ficar calmo. – O tal JongDae opinou.

- Calmo? – Ri. – É melhor você se colocar em seu devido lugar, sabe com quem está falando? – Já disse que eu era um completo imbecil?

- Com o noivo da minha irmã, que deveria se comportar. – BaekHyun me cortou, pior que ele tinha razão.

Alguns curiosos começavam a observar o desenrolar da cena que armei, vi que me restava apenas uma opção. Puxei BaekHyun pelo braço sem dizer mais nada, o arrastando até onde Kai e SeHun ainda comiam, que ficaram surpresos ao me verem fazer um papel daqueles. Joguei o dinheiro da refeição e do táxi na mesa, antes mesmo de eles fazerem qualquer pergunta, cego de ciúmes continuei a puxar o menor que não resistia em me seguir.

“Entra”, disse seco assim que chegamos ao estacionamento, ele obedeceu e eu não me reconhecia. Aquele cara ciumento e até mesmo agressivo não condizia com a minha real personalidade, mas sentia muita vontade de voltar lá e arrebentar a cara do Jongdae, seja ele quem for.

Só depois de alguns minutos no nosso habitual silêncio ele falou alguma coisa.

- Posso saber o motivo daquele escândalo com o Chen? – Sua voz era firme, ele parecia estar com raiva.

- Chen? Vocês se tratam por apelidos? – Ironizei. – O conheceu em alguma boate?

- Não, em boates eu só conheço canalhas iguais a você. – É, essa doeu. – Para sua informação ele é meu amigo já faz muito tempo, antes mesmo de você ter sonhado conhecer a minha irmã.

- Sei lá, eu só não gostei da forma que você olhava para ele. – Revelei. Merda, era o mais puro ciúme.

Ele me olhou, tão profundamente que eu poderia causar um acidente no trânsito, pois minhas mãos ao volante tremiam devido a nossa aproximação. Precisava de um lugar tranquilo para conversar, quando percebi já estava tomando o caminho para minha casa, pois lá estaríamos sozinhos.

- Por que me trouxe aqui? – Perguntou assim que chegamos. – A sua sorte é que mandei uma mensagem para o Chen e ele aceitou as minhas desculpas.

- Aish, pare de se preocupar com esse cara! – Pedi, sem entender a real intenção daquele pedido.

Talvez fosse porque queria sua atenção toda voltada para o meu egoísmo.

Como imaginei meus pais não estavam em casa, até ofereci um suco para BaekHyun, mas ele foi firme e continuava a me olhar igual no carro. Acho que só concordou em me seguir porque esperava uma boa explicação por tudo aquilo, ou esperava alguma verdade que eu jamais diria. Foi quando percebi que ele criou uma expectativa após o espetáculo que dei no shopping.

- Me desculpe. – Suspirei. – Eu agi errado. – Confessei.

- Está desculpado, agora me leve para casa. – Respondeu olhando para baixo, estávamos parados no meio da sala. – Eu não consigo te entender. – Ele riu fraco, pegando um dos porta retratos que ficavam espalhados pela casa.

Vi aquela cena e desejei morrer. Ele passava a ponta dos dedos pelo vidro frio, admirando minha imagem de anos atrás, quando ainda era um garoto. Havia uma ternura evidente naquele gesto, a forma como seus olhinhos percorriam a minha imagem era linda. Desejei que ele olhasse da mesma maneira para o meu eu de agora, que sentia vontade de abraçá-lo com toda força e dizer que tudo terminaria bem.

Aproximei e segurei em suas mãos, o que quase o fez derrubar o porta retrato, mas eu fui mais rápido e não deixei que o vidro se espatifasse no tapete da sala.

- Eu tinha dez anos. – Respondi mesmo sem ele perguntar.

- Você era mais bonito antes. – Ele riu, ainda olhando a foto.

- Isso significa que eu ainda sou bonito? – Provoquei, mas aquilo apenas o afastou.

- Quero que me leve embora. – Mandou. – Não é bom nós ficarmos no mesmo ambiente. – Ele tinha razão.

Mais alguns minutos ao seu lado e eu teria coragem de jogar tudo para o alto. Porque não aguentava olhar para ele sem poder tocá-lo, queria que ele falasse, queria ouvir a sua voz. Estenderia nossos momentos juntos ao máximo, porque sabia que depois a convivência se tornaria impossível, iria lembrar de tudo, dos beijos, dos toques, dos pedidos para que continuasse indo cada vez mais fundo em seu corpo.

- Foi apenas sexo. – Ele voltou a falar. – Daqueles que a gente aproveita muito por uma noite, mas que no dia seguinte se torna “só mais um”.

- Então qual era o motivo do seu choro? – Vi que a pergunta o atingiu.

- O Chen. – Ele respondeu vacilante. – Nós na verdade éramos namorados.

Senti vontade de rir, pois ele mentia. Porque BaekHyun não conseguia me olhar diretamente em nenhum momento, sua voz tremia levemente e os lábios já estavam marcados devido a série de mordidas por causa do nervosismo. Foi com uma satisfação enorme que percebi isso, meu lado egoísta mais uma vez gritando.

Eu o queria só para mim.

Fosse pelo sexo, fosse para ficar horas olhando o seu sorriso ou os detalhes do seu rosto.

Cruzei a distância entre nós, na atitude mais impensada de toda minha vida, até mais do que quando dormimos juntos, porque pelo menos eu tinha a desculpa de estar bêbado. Ali eu não tinha nada, apenas meu lado irresponsável me fazendo agir por impulso, me fazendo agarrá-lo no meio da sala, obrigando-o a me olhar diretamente.

- Está mentindo. – Disse quase contra seus lábios. – Por que estava chorando? Ou melhor, por quem?

- Por você. – Sua voz saiu como um trovão, o som ecoando pelas paredes do meu peito, fazendo todas caírem em questão de segundos.

BaekHyun sabia o que eu queria, porque era o mesmo que ele tanto desejava. Vi seus olhos se fechando lentamente, ele já não tinha forças para mais nada, nem para negar e muito menos para lutar contra uma guerra perdida, uma guerra que nós perdemos juntos quando trocamos o primeiro beijo. Então indo contra tudo o que julgava certo, o beijei.

Era diferente beijá-lo sem o gosto da bebida, sem a empolgação do álcool em meus sentidos e sem pressa. Conseguia ser mais envolvente, mais cálido, os movimentos cadenciados de seus lábios sobre os meus pareciam ensaiados de tão perfeito. A boca dele era mesmo macia, puxava seu lábio inferior entre meus dentes para logo em seguida soltar e retomar o ritmo do beijo, envolvendo sua língua e dominando a ligação de nossas bocas.

Eu também gostava da forma que ele se rendia, como seus braços envolviam o meu pescoço em busca de apoio e de como aquilo parecia ser o meu lugar. Poderia ser até errado, poderia me lamentar a noite toda por ter caído em tentação novamente, mas nunca foi tão prazeroso ir contra eu mesmo.

Após segundos incontáveis nos afastamos em busca de ar, e ele percebeu o que nós tínhamos feito, pois me olhou com os olhos cheios de arrependimento e medo, implorando para que eu não o procurasse nunca mais.

Quando ele saiu correndo em direção à porta, não sabia se deveria segui-lo ou não. Talvez fosse melhor assim.

 Se o mesmo “talvez” não tivesse me custado um preço tão alto.

Dias depois descobri que nunca mais iria vê-lo.



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