1. Spirit Fanfics >
  2. Realidades Ocultas >
  3. O dia depois de uma surra nunca é um bom dia.

História Realidades Ocultas - O dia depois de uma surra nunca é um bom dia.


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 11 - O dia depois de uma surra nunca é um bom dia.


  Já era de manhã. Clécio, Kurai, Maria Eduarda e Wander estavam sentados na recepção de um hospital em silêncio.

– Incrível como você saiu inteiro dessa – Eduarda tentou puxar assunto, apesar do Wander não ter esboçado qualquer reação.

– Disseram que a polícia vai nos interrogar, que tal confirmarmos essa história?

Clécio, que folheava um jornal local, mostrou uma reportagem que dizia “Tornado atinge uma pequena localidade em Petro City, provocando um apagão, incêndio e muita destruição. Há informações sobre feridos, porém ainda não se sabe suas identidades”.

– As pessoas comuns têm sua forma de interpretar os fenômenos paranormais que acabam presenciando. Mas com certeza elas são mais felizes do que nós desse jeito – após horas de silêncio, Wander se pronunciou.

– De toda forma, temos que explicar a morte de um garoto. Vamos dizer que quando chegamos o tornado já tinha passado, encontramos todos feridos e os trouxemos pro hospital. O cara que morreu não teria resistido, o que vai se confirmar até porque ele não tem marca de tiro, facada ou nada do tipo – disse Kurai – eu vou convencer o pessoal do hospital a me deixar falar com a Ashumaru e o outro cara que eu não conheço pra não deixar nenhuma contradição quando os policiais vierem.

– Você é tão fria as vezes... – comentou Eduarda.

– Estou estudando direito, faz parte. Mais tarde eu fico bem quentinha pra você – ela piscou para a amiga, saiu e foi falar com o segurança do hospital.

– Se vocês não tivessem chegado a tempo estaríamos todos mortos... – disse Wander.

– Foi por pouco, estávamos indo lá procurar a Tatielly e acabamos encontrando vocês todos ferrados – falou Clécio, e logo ele e a Eduarda começaram a lembrar do dia anterior.

NO DIA ANTERIOR

Maria Eduarda havia ido para casa, enquanto Clécio e Kurai ficaram com a missão te tentar encontrar alguma pista sobre o paradeiro da Tatielly.

– Nessas anotações tá dizendo que o nome dela completo é Tatielly Mendonça da Silva, que tem vinte e sete anos e que atualmente trabalha no FBI – leu Clécio.

– Federal Bureal Investigation? – perguntou a garota.

– Não, Federação Brasileira de Iscolas. Sei disso porque eu já fui estagiário numa escola, lembra disso?

– Lembro sim. A Rute também anotou o endereço da sede que fica no centro, se corrermos dá pra chegar antes de fechar.

Eles foram para o carro, e pouco antes de partirem, o homem fez uma observação.

– Estanho, a dona Rute tem muitas informações sobre essa tal de Tatielly, porque será que ela mesma não foi procurá-la?

– Ela deve estar evitando confrontar a própria neta – supôs a moça.

Enfim, eles foram até a FBI. Com ajuda dos poderes manipulativos da Kurai, ela conseguiu a informação de que naquele dia ela estaria inspecionando uma escola infantil em Petro City e conseguiu até o endereço do lugar.

– Já sabemos onde ela está, mas será que a Eduarda vai nos encontrar? – perguntou Clécio.

– Ela falou que de noite ia virar morcego. Eu sei mais ou menos onde ela mora, ficamos por lá até que ela nos encontre. Simples.

Assim, o casal partiu para as redondezas da casa da garota, chegando lá no fim da tarde. Esperaram no carro até que, pouco antes das oito, um morcego entrou pela janela e assim que estava lá dentro, se transformou novamente na Maria Eduarda.

– Não entendi uma coisa, como suas roupas somem quando você vira animal e aparecem de novo quando você volta a ser garota? – perguntou Cleciobaldo.

–Mistérios do Universo. Vamos? – chamou Madu.

Depois de uma hora e meia de viagem, o trio chegou ao endereço. Obviamente, a escola estava fechada.

– Aqui é muito mais frequinho do que lá no Rio, bem que meus pais podiam ter vindo morar aqui. Qual é o nome dessa cidade mesmo? – perguntou Eduarda.

– Petro City – respondeu Clécio.

– É aqui que meus colegas vieram fazer um serviço, encontrar o amuleto que tinham roubado de um guri – ela comentou.

– Muito suspeito, será que foi a Tatielly quem roubou o amuleto? – supôs Kurai.

– É provável. Dá pra encontrar o amuleto e a mulé de uma vez só – disse Clécio – só que uma escola fechada não serve de muita coisa.

– Vou tentar uma coisa, espero que funcione.

Maria Eduarda pegou a roupa da Tatielly e abriu a embalagem. Em seguida se transformou em um poodle, farejou a roupa e começou a correr e latir. Clécio e Kurai a seguiram com o carro em baixa velocidade.

Depois de correr cinco quilômetros, Eduarda parou e voltou à sua forma humana.

– Isso cansa – disse ela, ofegante.

– Será que estamos perto? – perguntou Clécio.

– Certamente, eu estava sentindo o cheiro bem mais forte. Pena que eu não consegui manter a minha forma animal mais um pouco...

– Quanto tempo você consegue ficar em forma animal? – perguntou Kurai.

– Depende. Cachorro e gato eu consigo ficar bastante tempo, meia, até uma hora dependendo do dia. Outros animais duram menos, poucos segundos dependendo de qual for.

– Temos que fazer um plano, não dá só pra agarrar essa Tatielly e levar pra avó – falou Kurai.

– Eu tenho uma ideia, eu paraliso o tempo, aí jogo no porta malas do carro e levamos direto pra velha. Pode dar certo, mas se pararem a gente numa blitz na descida vamos presos por sequestro – disse Clécio.

Nesse momento, os amigos ouviram barulho de pancadas e de algo que parecia ser uma grande ventania.

– Que barulho foi esse bah? – perguntou Madu.

– Deve se alguma coisa extremamente perigosa. Vamos lá? – chamou Kurai.

Eles foram atrás do barulho, e no caminho, encontraram uma garota deitada no meio da estrada.

– Atropelo? – perguntou Kurai.

– Pára pára agora! É a Maru! – gritou Eduarda.

Eles pararam, e ao ver o estado lastimável da menina, a colocaram no bando de trás do carro, no colo da Madu.

– Devemos levá-la pro hospital – disse Maria Eduarda.

– Ainda não. Se ela veio do lugar de onde está vindo esse barulho e está desse jeito, os outros devem estar correndo muito perigo – falou Kurai.

Depois de seguir mais um pouco, eles chegaram bem em frente à pousada que se transformou em uma praça de guerra. Viram o Gabriel desmaiado no chão e Tatielly quebrando uma estátua, que se transformou em um garoto e caiu no chão. Wander parecia bem, apesar de não conseguir fazer nada contra a terrível mulher.

“Essa é a tal da Tatielly, devo levá-la para a dona Rute... Não, se eu deixar esse pessoal aí eles vão morrer, outras chances irão surgir. Tenho apenas trinta segundos, não posso falhar”

– Kurai, na próxima vez que você me vir vão ter mais três pessoas no carro, quando se der conta disso, acelere como se não houvesse amanhã.

Clécio paralisou o tempo e resgatou os amigos. Assim que o efeito passou, Kurai acelerou conforme ele havia dito antes e foram para longe dali. Logo procuraram por um hospital para tratar dos feridos e infelizmente, ao chegar, constataram que o Mark realmente estava morto.

AGORA

Kurai conseguiu autorização para falar com os colegas feridos e foi falar primeiro com o Gabriel.

– Gabriel Marinho, é isso? Eu sou amiga do Wander, da Eduarda e da Ashumaru, não nos conhecemos mas salvamos vocês ontem. Só pra evitar problemas, quando perguntarem, diga que se feriu por causa de um furacão ontem à noite.

– Onde está o meu punhal? – ele perguntou, nervoso.

– Tudo o que estava carregando está guardado no hospital, assim que tiver alta tudo volta pra você.

– Se o meu punhal sumir eu te mato!

– Você não está em condição de matar ninguém, agora vou ver a Maru.

Ela foi até a enfermaria feminina, mas antes de entrar um médico a chamou.

– Você conhece a paciente? – o médico perguntou.

– Não muito, ela é amiga de uns amigos meus. Está tudo bem com ela?

– Aparentemente sim, está consciente e já comeu, só que o problema não é esse. Ela está constantemente com uma febre de quarenta e dois graus, mas ainda assim parece estar ótima, qualquer pessoa já estaria convulsionando com essa temperatura. Tentamos fazer um exame de sangue, mas as enfermeiras não conseguiram fazer a coleta em nenhuma veia do seu corpo, se não contrariasse toda a lógica eu diria que ela não tem sangue. De toda forma, ela terá que ficar mais tempo internada, quer falar com ela?

– Claro.

Kurai entrou e viu a pequena garota sentada no seu leito e lambendo um potinho de geleia de morango.

– Que surra tomamos né? – Maru deu uma risadinha sem graça – pelo menos aqui tem geleia de graça, quase dá vontade de ficar mais tempo aqui.

– Parece que você está bem. Quando perguntarem, diga que você e os outros foram surpreendidos por uma espécie de furacão e por isso ficaram desse jeito, ok?

– Sem problema. Como tá o Gabriel? E a Madu?

– O Gabriel também está internado e passa bem. A Madu tá ótima, mas como sabia que ela veio comigo?

– Garota estranha, remédio! – uma enfermeira entrou anunciando.

– Não quero esse troço amargo – Ashumaru reclamou.

– Se não beber vai ter que tomar por via intravenosa ou retal, você escolhe.

A menina pegou o remédio e tomou, contrariada.

As horas foram passando. Um policial veio e pegou o depoimento de todos e como a história bateu e outras testemunhas, em geral os hóspedes e funcionários daquela pousada, também relataram o estranho fenômeno meteorológico, não houve problemas maiores para o grupo.

A pior parte foi o Mark. Sua tia teve alta e no mesmo dia, teve que lidar com a morte do sobrinho. O sepultamento foi no fim da tarde, e depois de conversarem a respeito, os amigos acharam melhor não comparecer.

Ainda naquele dia, Gabriel teve alta. A Ashumaru ainda teria que ficar internada, porém a garota aproveitou um momento de descuido da equipe do hospital e fugiu.

Gabe, assim que saiu do hospital com seus pertences, foi para um local reservado e liberou a Natália da sua arma.

– Como você está? – ele perguntou para a mulher.

– Claro que estou bem, esqueceu que já tô morta? Se preocupe com você mesmo, quase que tu bate as botas dessa vez.

– Pelo que ouvi o pessoal falando o Mark morreu e a Tatielly levou o amuleto da terra. Eu já tinha um dos amuletos e por culpa daquele bando de moleques eu o perdi, daqui em diante vou seguir sem eles e porro quem tentar me impedir.

– Você está dizendo que perdeu o amuleto por causa deles? Acha mesmo que teria conseguido enfrentar aquela mulher monstruosa sozinho? Se não fosse por aqueles amigos deles que chegaram depois, você teria morrido e agora seríamos dois fantasmas fazendo boo por aí sem rumo.

– Você tá certa, a culpa não é deles, a culpa é sua!

– Minha? Explique-se, Gabriel de Souza Marinho.

– Se você não tivesse colocado aquela restrição da Soul Blade só ter poderes de defesa e de cura, eu poderia ter feito um ataque poderoso e acabaria com aquela mulher de uma vez.

– Cê cheirou loló é? Coloquei essa restrição porque eu te conheço bem, era bem capaz você ficar atacando que nem um doido e morrer com o primeiro peteleco do inimigo. Quer saber? Tô saindo?

– Ei, onde você pensa que vai?

– Eu VOU dar uma volta por aí. Eu queria mesmo era beber vinho e dar a noite toda, mas sem corpo fica difícil.

Natália saiu, deixando o Gabe resmungando. Sem ter muito o que fazer, ele foi procurar pelos outros e os encontrou comendo pão com mortadela em uma padaria que ficava na rua do hospital.

– Olha quem chegou! – falou Kurai – Eu sou a Kurai, esse é o Clécio e aquela é a Maria Eduarda, nós encontramos você e os outros morrendo e trouxemos pro hospital.

– Não vou agradecer, sei que tiveram algum interesse quando fizeram isso – resmungou Gabriel.

– Seja bem vindo mister simpatia... – disse Eduarda.

– Humph – o homem resmungou.

– Temos que voltar a procurar a Tatielly, se demorarmos demais talvez seja tarde – falou Clécio.

– Eu vou junto. Se pensam que vão ficar com os amuletos para vocês estão muito enganados – declarou Gabriel. Ele não admitiria nem morto, mas sua irmã estava certa, ele precisava da ajuda dos outros.

– Boa busca pra vocês, vou pegar o próximo ônibus pro Rio – informou Wander.

– Como assim, vai nos abandonar? – reclamou Eduarda.

– Isso não é pra mim, viu como se meter com essas paradas sobrenaturais é perigoso? O Mark morreu e por pouco nós não vamos junto, vou voltar pra casa, terminar a escola e arrumar um emprego normal, nunca mais vou usar meu poder – o garoto levantou e saiu da padaria.

– Wander, volte aqui! – Eduarda tentou ir atrás ele, porém Kurai a impediu.

– Deixa. Ele está confuso e precisa de um tempo pra refrescar as ideias, se ele quiser continuar com a gente será sempre bem vindo, se ele preferir se afastar temos que respeitar – a moça falou com seriedade.

Todos saíram da padaria e foram andar pela rua. Já era quase noite e nenhum deles tinha noção de onde ir, a busca havia retornado à estaca zero.

– Oi gente! – Ashumaru surgiu repentinamente na frente de todos.

– Você não estava no hospital? – Kurai estranhou.

– Tava, mas fugi.

– Se já está pronta para lutar é um desperdício continuar internada – disse Gabriel.

– Admita, você sentiu minha falta!

O homem não respondeu. Todos ficaram andando e conversando, tentando melhorar aquele clima pesado que pairava no ar desde a noite anterior. Foram até uma praça e sentaram, quando ouviram uma voz feminina falando com ele.

– Nossa, que bom que vocês estão bem! Eu pensei que não ia sobreviver ao ataque da Tatielly, mas fiquei legal também – disse... Maria Eduarda?

– Ah? Peraí, vocês são gêmeas? – perguntou Clécio.

– Não, eu sou filha única – afirmou Eduarda.

– Vo... você é uma impostora! – acusou Angel, que não percebeu a tempo que a verdadeira Maria Eduarda estava com eles.

– Bah, eu impostora? Não sei quem é você e de onde veio, mas eu que sou a verdadeira!

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, até que um grito fez todos se calarem.

– Chega! – gritou Ashumaru – Eu sei de um jeito de saber quem é a Madu verdadeira.

– E qual seria? – Gabriel estava incrédulo.

– Vou fazer uma pergunta pras duas. O que mais se vende em uma padaria? – ela perguntou.

– Ué, pão – disse Angel.

– Cacetinho – respondeu Maria Eduarda.

– Madu, que saudade! – Ashumaru abraçou a amiga, tendo a certeza de que era a verdadeira.

– Espera, então quem é você? – perguntou Gabe, intimidadoramente.

– Eu... – Angel sabia que o seu disfarce havia acabado e tentava dar alguma justificativa, então resolveu simplesmente contar a verdade – Não interessa quem eu sou, me disfarcei pra poder proteger o Mark. E por falar nisso, onde ele está? Fui na casa dele mas estava vazia.

Nesse momento todos se calaram. Alguém tinha que falar sobre a morte do mago, então Kurai começou.

– Não sei quem é você e nem qual era sua relação com o Mark, mas consigo sentir que você gostava muito dele...

– Gostava? Como assim gostava? – Angel estava apreensiva.

– Infelizmente ele não sobreviveu ao ataque – Kurai terminou de contar.

– Impossível, não pode ser... – o corpo materializado da garota começou a se modificar, se transformando em uma espécie de neblina – Isso é culpa sua, se tivesse devolvido o amuleto quando o recuperou isso não teria acontecido!

Antes de se desmaterializar totalmente, Angel deu um tapa na cara do Gabriel. Ele poderia ter evitado o golpe, mas de alguma forma ele sabia que merecia aquilo.

Angel retornou à sua forma verdadeira e saiu voando. Subiu até ficar acima das nuvens, o que não era muito longe pelo fato de estarem em uma montanha.

– Não pode ser... tudo que eu amo acaba morrendo – ela começou a chorar, enquanto várias lembranças começaram a passar pela sua cabeça.

Angel tinha apenas cinco anos de idade quando seus pais morreram em um acidente de carro. Como não tinha parentes, foi mandada para um orfanato.

Ao chegar ao local a menina foi bem tratada, porém essa situação não durou. Em pouco tempo ela descobriu que aquilo não passava de fachada, as crianças da instituição sofriam agressão física, além de sofrerem com escassez de água e comida.

Ela passou alguns meses nessa situação, tendo presenciado até a morte de algumas crianças. Finalmente ela foi adotada e pensou que o seu sofrimento chegaria ao fim, porém a família que a adotou era adepta de magia proibida e a usavam em rituais macabros. Angel passou anos sendo vítima de todo tipo de tortura até que, quando havia acabado de completar dezoito anos, aproveitou de um descuido que as pessoas tiveram durante a madrugada e fugiu.

Angel estava correndo pelas ruas sem rumo, feliz por finalmente ter conseguido escapar, quando repentinamente ela foi atropelada por um caminhão e morreu. Geralmente vítimas de acidentes demoram para perceber que morreram, porém a garota logo se deu conta do que aconteceu e de certa forma ficou feliz afinal, a morte para ela significava o fim do sofrimento.

A jovem fantasma ficou vagando pelo mundo físico e, devido às coisas sobrenaturais que presenciou durante a vida, logo aprendeu a usar seus poderes como se materializar por alguns instantes e a tocar em objetos físicos, por exemplo. Também soube que seus pais adotivos morreram pouco depois da sua fuga e até ficou feliz com isso, porém o tempo foi passando e o vazio tomou conta dela. Ela via tudo, estava em todo lugar, todavia ninguém podia vê-la ou interagir com ela.

Depois de alguns anos, quando estava perambulando em uma escola, Angel viu o Mark e se apaixonou pelo jeito lerdo e sem noção dele. Começou a segui-lo e descobriu que ele também tinha perdido os pais e que era um praticante de magia. A fantasminha até poderia se materializar para interagir com ele, porém preferiu apenas ficar por perto, falando com ele apenas em sonho de vez em quando. Passou dois anos “vivendo” com ele e aprendeu tudo sobre o tipo de magia que ele praticava e também sobre o amuleto da terra, até que soubepor outros espíritos que havia pessoas tentando reunir os quatro amuletos e que fatalmente chegariam até o Mark, então ela resolveu agir para tentar impedir que isso acontecesse.

Quando abriu os olhos, a garota espírito viu Natália olhando para ela.

– Quem é você? – perguntou Angel.

– Meu nome é Natália, sou irmã do Gabriel.

– Irmã daquele desgraçado? Dispenso a sua companhia.

– Eu sei que ele o Gabe tem muitos defeitos, mas ele não é culpado da morte do Mark. Imagina se ele tivesse entregado o amuleto a ele, todos iriam embora e advinha o que aconteceria? A Tatielly iria atrás dele e o mataria pra pegar o amuleto do mesmo jeito.

Angel não disse nada, mas silenciosamente concordou com o que a outra disse.

– Espera, se você conseguiu chegar aqui é porque também é um espírito. Como sabe de tudo o que aconteceu, por acaso foi o Gabriel quem te contou?

– Não, eu estava o tempo todo com vocês.

– Mentira, eu teria te visto.

– Eu estava dentro do punhal do Gabriel, depois eu te conto como funciona. Como eu estava dentro da arma seria muito difícil sentir a minha presença e impossível me ver.

– E por que veio atrás de mim?

– Tenho uma proposta. Quer se vingar daquela mulher que matou o Mark?

– É claro que quero!

– Posso te ajudar. Apenas venha comigo e te direi como.

*****

Já era noite. Wander estava na rodoviária daquela cidade pedindo dinheiro para pagar a passagem de volta para casa, quando viu o Gabriel se aproximando.

– A menos que tenha... – Wander contou algumas notas e moedas que tinha nas mãos e calculou quanto dinheiro ainda precisava – doze reais e vinte e cinto centavos pra me emprestar, não quero conversar.

– Vai mesmo sair correndo com o rabo entre as pernas? Eu sabia que você era fraco, mas não imaginava que tinha tanto medo de morrer.

– Você acha que a questão é medo de morrer? – Wander falou mais alto e firme – Eu preferia era estar morto no lugar do Mark.

Gabriel se assustou, de forma alguma ele esperava ouvir uma coisa assim vinda daquela adolescente suburbano.

– O Mark morava num lugar maneiro, tava estudando pra entrar na faculdade e era o último de uma família de magos ou coisa assim e que agora vai se acabar já que ele morreu. E eu sou o que? Pobre, feio, burro, sou tão ruim de bola que nem pra gandula sirvo, não sei cantar nem tocar nada e principalmente, sou totalmente fraco. Não foi falta de coragem minha, eu tentei atacar a Tatielly com minha telecinese mas os meus ataques não fizeram nem cosquinha nela. Vocês todos levaram uma surra e quase morreram, mas eu sou tão insignificante que ela nem se deu ao trabalho de me atacar.

– Então você não se acha forte o suficiente... E se eu te disser que posso te deixar mais forte?

– Vai me receitar uns bagulho preu ficar bombado?

– Estou querendo dizer que quero te treinar, seu burro!

Wander ficou pensando na proposta do companheiro.

– Decide logo que eu não tenho a noite toda! Se quiser ficar mais forte para enfrentar a Tatielly e ser bom em alguma coisa eu te ajudo, mas se quiser fugir, passar o resto da vida em um subemprego qualquer e morrer na fila do SUS, eu pago sua passagem de volta pro Rio só pra nunca mais ter que olhar pra sua cara outra vez.

O garoto levantou a cabeça com determinação.

– Quando começamos?


Notas Finais


Então o Gabriel vai começar a treinar o Wander, será que agora ele vai deixar de ser saco de pancadas? E o que a Natália pretende com a Angel?
Bom fim de carnaval e não se esqueçam de beber muita água.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...