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História Realidades Ocultas - Uma mestra muito louca


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Acho que vi seção da tarde demais na infância...
Boa leitura!

Capítulo 2 - Uma mestra muito louca


Fanfic / Fanfiction Realidades Ocultas - Uma mestra muito louca

 

Após passar metade do dia dentro de um ônibus, finalmente Wander chegou ao local onde a Tatielly o mandou ir.

– Condomínio Di Gent Snob, casa 98, é aqui mesmo – o garoto lia o endereço, confirmando se estava onde deveria estar.

Ele então caminhou até a portaria.

– O que deseja? – perguntou o porteiro, mal olhando para o rapaz.

– Eu preciso ver a Rute Mendonça, casa 98.

– Cada vez mais novos… vou falar com ela.

O porteiro começou a falar pelo interfone.

– Dona Rute? Uma rapaz… qual é o seu nome moleque?

– Wanderwal.

– O nome dele é Wanderwal, quer falar com a senhora. – depois de um breve silêncio ele continuou – Ah, deve ter uns dezoito, dezenove no máximo – mais um pequeno intervalo e prosseguiu – desculpe senhora, eu não sei avaliar beleza de homem…

Depois de terminar a conversa, o porteiro foi falar com Wander.

– Pode entrar.

Um portão automático se abriu e o estudante entrou. O condomínio era enorme e as casas também eram bem grandes e luxuosas, assim como os carros. Além disso, o local parecia auto-suficiente, tendo até mesmo um pequeno comércio dentro dele. Depois de muito caminhar, finalmente ele chegou à casa noventa e oito.

Ele olhou para a casa que parecia um palácio se comparada com a casa de quatro cômodos onde vivia com a mãe a avó. Suspirou e tocou o interfone. Ninguém atendeu, e quando ele ia tocar novamente, o portão se abriu e uma mulher loira aparentando ter uns setenta anos de idade apareceu. Ela usava um vestido roxo extremamente decotados, fazendo os olhos do paranormal praticamente sangrarem diante de tal visão.

– Você é o Wanderwal?– ela perguntou e o garoto balançou a cabeça concordando – pode entrar meu lindo.

Ele entrou e a mulher continuou falando.

– Pode ficar a vontade, eu não tinha pedido nenhum novinho hoje mas não vou reclamar, não é?

– Dona Rute Mendonça, a senhora não tá entendendo…

– E ainda me chama pelo sobrenome, vou ligar pra agência e elogiar você! Só vou ali tomar um banho, pode ir pro quarto e tirar a roupa que já chego lá.

– Não é isso – ele gritou, finalmente fazendo a mulher ouvi-lo – eu não sou gogo boy de agência nenhuma, só vim aqui porque quero que a senhora me ensine a sentir paranormalidade!

Rute ficou em silêncio e olhou analiticamente para o Wander,

– Entendo. Faz tempo que eu não tenho um discípulo, vou te ensinar a sentir paranormalidade, mas não vai ser de graça.

– Tudo bem, eu tinha cem reais mas fiquei com fome e comprei uma coxinha na lanchonete do condomínio que custava trinta contos, setenta dá pra pagar pelo serviço? – ele perguntou.

– Não é dinheiro que eu quero como pagamento. Que tal começar com você massageando meus seios? – Rute abaixou as alças do vestido e como ela estava sem sutiã, acabou proporcionando a visão mais bizarra que o Wander havia tido na sua vida inteira.

– Esquece – Wanderwal começou a andar em direção a saída – prefiro levar um tiro da Tatielly do que ter que passar por isso.

– Você disse Tatielly? – a idosa se vestiu novamente e sua expressão ficou mais séria – já que foi ela quem te mandou aqui vou te ensinar a sentir paranormalidade e o que mais você precisar e de graça, a menos que você prefira…

– Quero de graça! – Wander se adiantou.

– Está bem. Vamos começar!

 

Meu nome é Rute Mendonça, sobrenome que herdei do meu falecido marido e que na verdade foi a única coisa que aquele velho broxa me deixou. Talvez estejam se perguntando se a casa e o dinheiro não foram herança dele, e a resposta é não, tudo fui eu quem conquistei, ele era aquele típico sujeito de família importante mas que não tinha um tostão no bolso.

Sou uma paranormal, a maior que já viveu abaixo da linha do equador. Não vou ficar listando as minhas façanhas, então vou apenas dizer que se não fosse por mim e alguns dos meus antigos companheiros, talvez nem existissem mais seres humanos neste mundo.

Infelizmente, uma coisa que ninguém consegue vencer é o tempo. Não tenho mais o vigor necessário para continuar lutando, mas fico orgulhosa por ter treinado alguns bons paranormais, então é isso que eu faço hoje em dia, ensino paranormais a utilizarem corretamente os seus poderes, principalmente se for um rapaz jovem e boa pinta.

 

– Sentir paranormalidade é muito simples, você deve sentir a energia mística de outra pessoa da mesma maneira que sente a sua.

– Energia mística? O que é isso? – Wander não estava entendendo.

– Pelos deuses, você nem sabe o que é energia mística. Que tipo de poder você tem?

– Eu movo coisas pequenas, tipo pedras e moedas, com o poder da minha mente.

– Telecinese. É um poder relativamente comum, porém bastante útil quando bem utilizado.

– Tá, por acaso essa tal energia mística é tipo chakra, ki, ou coisa assim?– perguntou Wander, lembrando dos animes que já viu.

– Esses são nomes orientais para essa mesma energia. Agora deixa de papo e vamos ao treinamento, venha comigo.

O estudante seguiu a senhora até um cômodo que fica nos fundos da enorme casa. Era uma espécie de quarto que apesar de grande, não possuía nenhum móvel e não havia piso, o chão era de terra.

– Agora tire seus sapatos – a mulher ordenou, sendo obedecida pelo Wander – agora, tire a camisa.

– Por que isso? – o rapaz contestou.

– Percebeu que o chão deste lugar é direto na terra? Sua energia mística irá fluir mais naturalmente se você estiver em contato com a mãe terra, e sem camisa o seu corpo irá receber mais energia do ar.

Wander acatou e tirou a camisa.

– Agora tire suas calças, o motivo é o mesmo pra você tirar a camisa.

Apesar de envergonhado, o garoto fez o que a Rute ordenou.

– Hum, eu estava certa, você tem uma bundinha bem gostosa. Agora pode colocar as calças novamente, o essencial é que seus pés estejam no chão.

Wanderwal se vestiu imediatamente.

– Feche os olhos, fique em pé, joelhos flexionados em quarenta e dois graus, coluna reta e pés bem apoiados no chão.

Depois de cair várias vezes, finalmente Wander conseguiu ficar na posição que Rute disse.

– Perfeito. Agora se concentre da mesma forma que faz quando vai mover as coisas com o poder da mente.

Wander fez isso e tirando dor nas costas, não sentia nada de diferente.

– Dona Rute, como eu vou saber se estou sentindo a minha energia mística?

– Você sentirá um choque subindo pelos seus pés e chegando até a cabeça. Se concentre, nada de papo nem saia desta posição. Agora eu vou sair, daqui a umas horas eu volto.

– Quê, eu vou ficar horas nessa posição? – ele protestou.

– Nada de papo! – a velha deu um cascudo nele – quanto mais concentrado você estiver, mais rápido sentirá a energia mística. E tente pensar em coisas calmas enquanto medida.

A Rute deixou o recinto e, apesar de desconfortável, Wander tentava seguir as recomendações da mestra.

“Que ótimo, eu vivia em paz e tranquilo mas tinham que matar a Sara com poderes do demo? E aquela doida da Tatielly tinha logo que vir atrás de mim, será que ela não podia resolver o caso sozinha? Ah tá, pensar em coisas calmas, me deixa ver, cachorrinhos correndo, ondas do mar quebrando...”

Wander tentava se concentrar e pensar em coisas calmas, porém cada vez ele ficava mais incomodado e dolorido.

“Droga, não vou aguentar muito tempo assim. O que me deixaria calmo? Um show do Sepultura com a formação original. Mais calmo? Colado no palco… Ainda não tô calmo suficiente, então tá, show do Sepultura com a formação original, colado no palco e grudado com uma roqueirinha gostosa...”

O rapaz começou a imaginar a situação e sem perceber, sentiu algo que parecia uma descarga elétrica subindo rapidamente dos seus pés até chegar à cabeça, conforme descrito pela Rute. Depois disso, ele se sentiu fraco e caiu no chão e pouco depois, a dona da casa retornou ao local.

– Parabéns, você sentiu sua energia mística mais rápido do que eu imaginava.

– Valeu – Wander agradeceu, ofegante.

– A maioria leva dias para sentir a energia, você precisou só de algumas horas.

– Horas? Que horas são?

– Oito da noite.

– QUÊ? – Wander gritou – minha avó vai me dar uma surra de vergalhão, tenho que ir embora.

– Mas você ainda não sabe sentir paranormalidade…

– Eu volto amanhã – Wander colocou sua camisa e seus tênis apressadamente e saiu correndo, tentando desesperadamente chegar em casa ainda no mesmo dia.

Depois de percorrer o gigantesco condomínio, o rapaz conseguiu sair e chegar ao ponto de ônibus, que estava deserto naquele momento. Olhou para o seu celular e viu que já era quase nove horas da noite e que havia três ligações não atendidas da sua avó, então ele retornou imediatamente.

– Vó – Wander disse assim que ela atendeu.

– Onde tu se meteu, tá fora desde manhã!

– Eu fui fazer um trabalho na casa do Orelha e nem percebi que ficou tão tarde.

– Volta pra casa agora senão te dou uma sova menino rebelde!

– Tá bom vó, daqui a pouco tô aí.

Ele desligou, ainda tentando elaborar uma futura desculpa para justificar levar três horas para chegar em casa, já que o seu amigo Orelha morava no mesmo bairro que ele. E o pior de tudo, o tempo estava passando e nada do ônibus chegar.

Repentinamente, uma garota descalça aparentando ter uns doze anos de idade, baixa, magra e com longos cabelos azulados pulou da copa de uma árvore na frente do Wanderwal.

– Oi garoto estranho, tá esperando qual ônibus?

– 748 – Wander respondeu, sem dar muita atenção.

– O último passou oito e meia – ela informou com um irritante sorriso.

– Não acredito, agora que eu tô totalmente fodido…

– Por que não chama um táxi ou uber?

– Boa ideia, vou ver quanto eu tenho… – ele abriu a carteira para checar o dinheiro.

– Setenta reais? É só isso que você ganha pra encarar a velha? – comentou a garota.

– Eu não sou gogo boy, vim aqui porque… – o garoto desistiu do que ia falar – espera, como você sabe que eu vim da casa da Dona Rute Mendonça?

– Não sabia, mas agora você se entregou! Se você não é prostituto, só pode ser paranormal.

– Quê? – Wander não conseguiu esconder o susto que levou – nada a ver, isso non ecziste.

– Que nada vê é cego – ela chegou mais perto do rapaz e deu uma “cafungada” nele – cheiro de paranormal, não tem como esconder!

– Tá, que seja, mas não tá muito tarde pra você estar na rua? Vai pra casa, seus pais vão ficar preocupados!

– Eu não tenho pais e o mundo é a minha casa. E nem adianta chamar o conselho tutelar, pode não parecer mas eu já sou maior de idade.

– Tanto faz.

Wanderwal a ignorou e começou a tentar baixar um aplicativo pra chamar qualquer coisa que o deixasse em casa antes da meia noite. Finalmente ele conseguiu e chamou um motorista que chegou após quinze minutos.

Quando o motorista abriu a porta, a menina foi a primeira a entrar.

– Ei, eu que chamei o carro – reclamou Wander.

– Se não fosse por mim você ia passar a madrugada esperando o ônibus, o mínimo que deveria me dar em troca é uma carona. Eu vou pro mesmo lugar que você, não custa nada.

– Custa sim, sessenta reais e adiantado – o motorista interrompeu.

Wander pagou a quantia e aceitou que a garota ia com ele.

– Você tem nome? – perguntou o paranormal.

– Ashumaru, mas pode me chamar de Maru, e o seu?

– Wanderwal, mas pode me chamar de Wander.

– Que nome feio!

Wander preferiu não responder, estava cansado e queria apenas ir pra casa em silêncio.

 

Oi, eu sou Ashumaru, esse é um nome estranho aqui pro Brasil, mas é que eu fui criada por um casal de japoneses e foram eles quem me deram esse nome. Apesar desse meu corpinho de pré-adolescente, eu acabei de completar dezoito anos. É chato ter exatamente a mesma aparência desde que tinha doze anos, mas já me disseram que daqui a vinte anos eu vou agradecer por isso.

Eu vivo por aí, qualquer árvore pode virar minha casa por uns dias, embora eu também goste muito da cidade de coisas boas. Além disso, conheço muito bem o mundo oculto, mais do que vocês imaginam…

 

Assim que o carro partiu, o ônibus que o Wander estava esperando passou.

– Espera, você não disse que o último ônibus já tinha passado?

– Duvido que você pagaria um Uber pra mim se eu pedisse, então tive que dar o meu jeito.

– Arf, é cada assombração que me aparece… – resmungou Wanderwal.

Uma hora depois eles chegaram. Wander pediu para o motorista deixá-lo na esquina da sua casa e a Maru desceu junto.

– Obrigada pela carona – a garota agradeceu.

– Eu tô indo pra casa. Você vai dormir aonde?

– Isso é um convite pra dormir com você? Você até que é bonitinho, mas eu gosto de homens mais altos, mais fortes, com mais barba, sacomé…

– Eu só perguntei, não tô querendo nada contigo não sua salva vida de aquário.

Nesse momento, Ashumaru pulou e deu um chute giratório ao estilo tchatchac que acertou bem na face do seu novo colega.

– Nunca mais faça piadas com a minha altura! – ela advertiu com muita seriedade.

– Tá, que seja – Wander levantou, massageando o rosto golpeado – provavelmente nunca mais vamos nos ver então adeus!

Wander caminhou até sua casa, suspirou e enfim entrou, já preparado para a surra de vara de goiaba que certamente levaria. De longe, um misterioso homem alto, branco e com cabelos escuros, vestindo um terno preto observava o estudante.

– Não estou sentindo nenhuma energia mística nesse moleque, será que as informações que aquele fantasma imprestável me passou estavam erradas?

 

DOIS DIAS ATRÁS

Um homem gordo estava amarrado em uma cadeira, em uma pequena sala escura. Seu rosto estava repleto de hematomas e logo, o sujeito misterioso de agora pouco se aproximou dele.

– Pode me tentar me matar Gabriel, você sabe muito bem que eu já sou morto e só peguei esse corpo emprestado – disse o prisioneiro.

– Mas tudo que acontece com esse corpo que você possuiu o seu espírito sente, estou certo? Não posso te matar, mas posso te fazer ter momentos beeeem desagradáveis. Pela última vez, onde está o amuleto do fogo?

– Ele foi visto pela última vez no CIEP 333, anteontem uma aluna de lá pegou fogo sozinha, pode ler nos jornais pra confirmar! E é claro que isso tem alguma coisa a ver com o amuleto.

– Se apenas uma aluna sofreu combustão espontânea, quer dizer que o amuleto foi recolocado no receptáculo ou então foi pego por um paranormal…

– Não sei se vai ajudar, mas tem um paranormal que estuda nessa escola, chamam ele de Wander e ocasionalmente ele faz umas apresentações em praça pública como se fossem truques de mágica.

– Paranormal exibicionista, o pior tipo que existe. Obrigado pela ajuda – Gabriel deu um rápido e mortal golpe na garganta da vítima – da próxima vez escolha um corpo mais magro, vai ser mais fácil fugir quando alguém tentar te pegar.

 

AGORA

 

– De toda forma, vou continuar observando esse suposto paranormal por mais algum tempo – Gabriel, vendo que de nada adiantaria continuar ficar de plantão ali, se certificou de que a rua estava totalmente deserta e então saiu voando dali.

 

Meu nome é Gabriel Marinho, vinte e cinco anos e paranormal nato. Vivo dia após dia em busca de vingança e um dia alcançarei o meu objetivo, não importa o preço que tenha que pagar.


Notas Finais


Ufa, consegui introduzir os dois personagens de leitores que recebi até agora.
Obrigado por lerem, até o próximo capítulo.


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