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História Realidades Ocultas - Já escolheram todos os nomes maneiros


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Eu mesmo não imaginei que conseguiria ´publicar antes do natal, então aqui está um capítulo com um pouco de ação só pra animar as coisas.
Boa leitura!

Capítulo 4 - Já escolheram todos os nomes maneiros


 

Era noite, o jovem Mark estava sozinho em casa e depois de ter jogado video-game, jogado no computador, comido, tomado banho, visto o seu facebook, visto o seu x-videos tudo em meia hora, resolveu pegar um antigo livro que pertencia aos seus pais em uma pequena estante que ficava no seu quarto.

– Deixa eu ver… – ele pensava, enquanto folheava o livro – terremoto, faz tempo que não faço esse.

Ele saiu de dentro de casa, foi para o quintal e, usando a luz do seu celular para iluminar o livro, começou a fazer estranhos gestos com as mãos e recitar palavras em algum idioma desconhecido. Assim que terminou, a terra começou a tremer.

– Consegui! Ainda não sei pra que eu vou usar isso, mas consegui! – ele comemorou.

Logo depois, a tia do rapaz chegou com cara de poucos amigos.

– Entra que eu tenho que conversar com você!

– Mas tá cedo ainda, tá maneiro aqui fora…

– Entra agora!

Os dois entraram em casa, então a mulher começou a falar.

– O que você pensa que está fazendo conjurando um feitiço assim?

– Pô tia Gaussiana, eu podia tá roubando, podia tá matando, mas tô só fazendo um terremotozinho de nada.

– Já te disse, nada de magia, foi isso que matou seus pais lembra disso?

– Eu vou tomar cuidado, prometo.

– Me dá esse amuleto – ela esticou a mão na direção do sobrinho.

– Não! – ele foi bem enfático – eu te amo tia, mas você sabe o quanto isso é importante pra mim, as vezes você nem parece uma Lavesque…

– Estamos no século XXI, esse nome não quer dizer mais nada! Agora vai dormir porque amanhã você tem aula, ser professor de defesa contra as artes das trevas não dá futuro.

Mark entrou no quarto e se trancou, resmungando e extremamente puto com a tia.

Sou Mark Lavesque, tenho dezoito anos, estudante, bunitão e o último descendente de uma antiga família de magos.

Quando eu tinha doze anos meus pais morreram ao realizar um ritual mágico. Eu tenho a impressão de que eles sabiam que o ritual era arriscado, pois antes de tentarem eles me entregaram um amuleto e me disseram para cuidar bem dele. De toda forma, eu nunca soube o que eles estavam tentando fazer.

Desde então eu vivo com a minha tia, ela até que é legal mas fica louca quando me vê fazendo qualquer coisa relacionada a magia. Na verdade eu não sei quase nada sobre magia, eu aprendi pouca coisa com os meus pais quando eles eram vivos e o que descobri depois foi lendo em alguns livros antigos, embora eu não entenda a maioria das coisas que estão escritas ali.

Algum tempo depois ele dormiu e a garota encosto que fica ao seu lado tocou a falar no ouvido do rapaz.

– Mark, proteja bem o seu tesouro e principalmente proteja a si mesmo. Eu vou fazer uma pequena viagem, mas volto logo.

Ela saiu dali flutuando e atravessando paredes, enquanto o garoto continuou se mexendo e falando dormindo.

*****

Depois de passar vinte e quatro horas descansando em um pequeno apartamento, Gabriel recuperou sua energia mística e conseguiu curar totalmente o ferimento provocado pela bala que o atingiu duas noites atrás.

– Agora que estou curado vou atrás daquele moleque, se ele realmente for o paranormal vou arrancar o amuleto dele nem que eu tenha que virá-lo pelo avesso.

Ele saiu do apartamento e pegou o trem e, algum tempo depois, chegou ao bairro onde Wander mora. Enquanto se dirigia à casa do estudante, sentiu algo atingindo o seu corpo e quando olhou, constatou que era um latão de lixo.

– Lixeiras não costumam voar…

O homem estranhou, mas resolveu continuar seu caminho. Pouco depois, um punhado de pedras simplesmente voou na sua direção, porém desta vez ele estava atento e se esquivou do ataque.

– Wanderwal? – ele parou e olhou atentamente em volta, estava de dia e algumas pessoas passavam pelo local, mas ele não viu quem ele esperava ver – não, não é o moleque… apareça espírito, eu sei que você está aí!

Angel Moon se espantou, não achou que Gabriel sentiria sua presença tão rapidamente. Resolveu se aproximar dele, colocou a boca bem próxima ao seu ouvido e falou com uma voz baixa, porém firme:

– Desista de reunir os amuletos!

Gabriel tinha uma percepção espiritual alta mesmo para um paranormal, então ouviu claramente o que a fantasma disse.

– Eu desisto se você me ganhar no pega pega!

Algumas pessoas olhavam para ele e riam, ele parecia um maluco falando sozinho desse jeito. Apesar disso ele não se importou e saiu correndo dali, sendo seguido pela Angel. Ele correu por um bom tempo, se afastando da cidade e parou apenas quando chegou a um morro desabitado que ficava a cerca de três quilômetros do lugar onde começaram a corrida.

– É, acho que você me pegou… – disse Gabriel.

– Eu ganhei, agora você vai desistir de reunir os amuletos – falou Angel.

– Hadukopokô!

Gabriel apontou sua mão direita aberta na direção da garota e da palma dele saiu um brilhante feixe de energia, que a atingiu em cheio e a arremessou a alguns metros dali.

– Como… como fez isso? – ela parecia não acreditar.

– Eu não posso te ver, mas pela sua voz consigo saber onde está. Socos e pontapés não te ferem, porém espíritos são vulneráveis a ataques energéticos como o meu hadukopokô – o homem explicou.

– Hadukopokô, que diabo de nome é esse?

– Primeiro eu chamei de kamehameha, mas descobri que já tinham usado esse, depois tentei hadouken e aconteceu a mesma coisa, aí tentei meteoro de pégasus, leigan, dodompa, getsuga tenshou, rasengan, então finalmente encontrei um nome bem diferente para botar no meu golpe.

Angel ainda não entendia o que aconteceu. Ela estava realmente machucada e sentindo dor no local do impacto, nunca havia ouvido falar em alguém que tenha conseguido ferir um espírito até agora.

– Kaduko…

Ao perceber que o oponente ia disparar outra rajada contra ela, a fantasma se valeu da sua capacidade de atravessar matéria e entrou no chão.

– ...pokô!

Gabriel apenas viu o seu tiro sumindo no horizonte, claramente sem ter acertado o espírito.

– Isso mesmo, fuja por sua não-vida! – bradou o paranormal.

Nesse momento, Angel colocou suas duas mão para fora do chão e agarrou os pés do oponente, o imobilizando.

– Droga, o que você fez?

Por mais que fizesse força, o homem não conseguia se soltar. Ele tentou socar as mãos da garota, porém suas mãos a atravessavam e no fim, ele só conseguiu esmurrar suas próprias canelas, a deixando em frangalhos.

– “Isso, ele não vai fugir” – pensou Angel.

Gabriel parou de tentar escapar, então abriu sua mão, apontou para baixo e sua palma começou a brilhar.

– Hadukopokô!

Ele disparou o tiro, fazendo uma pequena cratera no chão, acertando Angel e a si mesmo com o poderoso ataque.

*****

Já era quase meia-noite. A avó do Wander estava muito nervosa, pois o neto ainda não havia chegado em casa, não atendia suas ligações e nenhum dos seus amigos tinha notícias dele, pelo menos os que ela conhecia.

Trepada em uma árvore que ficava na casa ao lado, Ashumaru também estava preocupada com o amigo, afinal, de manhã ele havia descoberto que o inspetor Joaquim era um paranormal e suspeito de ter matado uma aluna da escola, e no mesmo dia, Wander desapareceu.

A pequena garota pulou da árvore, caindo suavemente na calçada. Ela queria procurá-lo de alguma forma, mas não conhecia bem aquele bairro, então resolveu procurar pela Maria Eduarda. Foi até a casa da garota, entrou sorrateiramente e bateu na janela do seu quarto.

– Quem tá batendo? – perguntou Madu, ainda sonolenta por acabar de ter sido acordada.

– Sou eu, Ashumaru! Preciso falar com você.

– Tudo bem, mas fale baixo pra não acordar os meus pais – ela abriu a janela, deixando a outra entrar.

– O Wander não foi pra casa depois da escola e ninguém o viu depois disso, não acho que ele tenha ido na velha Rute, pode estar em apuros.

– Tudo bem, vou já estou indo.

Eduarda se vestiu rapidamente e saiu de casa junto com a amiga.

– Será que o tal inspetor fez alguma coisa com o Wander? Você sabe onde o cara mora? – perguntou Maru.

– Não… Talvez seja melhor darmos uma olhada perto da casa do Wander, quem sabe descobrimos alguma pista por lá – sugeriu Maria Eduarda.

Elas foram para a rua onde o Wanderwal mora, que não ficava longe dali. Ao chegar lá, as garotas viram uma mulher loira de cabelos curtos e olhos verdes, vestindo uma calça e camisa preta, encostada em uma moto e olhando para a casa do jovem paranormal.

– Isso é culpa sua, o Wander tá desaparecido e provavelmente foi morto fazendo o seu serviço Tatielly! – Ashumaru foi gritando para cima da mulher.

– Como você sabe o meu nome? – ela perguntou, sem se abalar muito.

– Eu não sabia, joguei verde e colhi maduro. O Wander já descobriu quem era o outro paranormal da escola dele, é o inspetor Joaquim. Pronto, era essa a informação que você queria, já que você é agente do F.B.I. vai descobrir onde o corpo dele está! – gritou Ashumaru.

– Então você é a supervisora do F.B.I. que foi na escola essa semana, os professores saíram correndo pra colocar os diários em dia – comentou Eduarda.

– Como assim? – Maru não estava entendendo.

– Federação Brasileira de Iscolas – disse a rosada.

– Pode deixar que vou ajudar o colega de vocês, agora vão para casa, crianças intrometidas – Tatielly subiu na sua moto e partiu em alta velocidade.

– Eu não confio nessa cara de mal comida, queria ir atrás dela mas não dá pra seguir uma moto a pé – disse Ashumaru.

– Quem disse que não?

Maria Eduarda ficou de quatro no chão e em pouco tempo, seu corpo começou a se modificar, se transformando em um guepardo.

– Ah, então é por isso que você tem esse cheiro. Vamos nessa?

Maru montou na colega (sem yuri – infelizmente) que saiu em disparada, seguindo a Tatielly. Após correr bastante, a dupla conseguiu avistar a agente do F.B.I. dando um tiro na fechadura do portão de uma casa e assim que ele se abriu, ela entrou.

Ashumaru saiu de cima da Eduarda, que voltou à forma humana.

– Será que essa é a casa do cara que provavelmente matou a garota e também o Wander? – perguntou Maru.

– Já que ela é do F.B.I., pode ser que tenha o registro dos funcionários da escola – supôs Madu.

– Então vamos atrás dela!

As garotas foram até lá e entraram pelo portão, que foi deixado aberto pela Tatielly.

*****

Wander acordou tonto e quando olhou em volta, viu que estava em um quarto pequeno, tendo apenas uma cama e nenhuma janela, sendo iluminado por uma fraca lâmpada incandescente de quarenta watts. Logo depois a porta se abriu e o inspetor Joaquim entrou.

Joaquim tinha cerca de quarenta anos de idade, moreno, baixo e barrigudo e com a barba mal feita. Não era a pessoa preferida dos alunos, o que é bem normal quando se trata de alguém com o seu trabalho, e além disso era solteiro e bem fechado.

– Como eu vim parar aqui? – perguntou Wander, ainda desnorteado.

– Você veio andando até aqui voluntariamente através de hipnose, ops, não foi tão voluntariamente assim.

– O que você quer de mim? Espero que não tenha se aproveitado de mim inconsciente – o estudante apalpou a própria bunda, tentando achar vestígios de uma eventual violação.

– Não quero nada de você, estou apenas salvando o meu couro.

– E matou a Sara pra salvar o seu couro também?

– Aquilo foi um acidente. Quando vi você e aquela garota juntos, senti uma pequena energia mística, mas como era muito fraca e eu não sou tão sensível acabei ficando na dúvida sobre qual dos dois era paranormal. Pra tirar a dúvida, deixei o amuleto para ela, e como ela acabou queimando, peguei o amuleto de volta e tive a certeza de que o paranormal era você, mas você ficou dias sem aparecer na escola e não pude te pegar até agora.

– Chama isso de acidente? Tanto faz, tô metendo o pé agora.

O garoto tentou sair, porém foi imobilizado pelo homem.

– Me solta, por que quer tanto pegar um aluno paranormal assim?

– Se eu não fizer isso, alguém muito mais poderoso me mata. Simples assim.

Wander queria jogar alguma coisa nele com sua telecine, entretanto a única coisa a vista que era leve o suficiente para que ele movesse com a mente era um travesseiro, o que não seria muito eficaz nesse momento.

– Largue o garoto!

Tatielly estava apontando uma pistola para o Joaquim, que soltou Wander e levantou as mãos, com um sorriso cínico no rosto.

– Uma mulher tão bonita não deveria andar armada, por que não larga essa coisa?

Inexplicavelmente, a loira começou a abaixar a pistola, quando todos ouviram mais pessoas entrando na casa.

– Deixe o Wander em paz, seu pervertido!

Maria Eduarda e Ashumaru chegaram gritando e fazendo muito barulho, fazendo Joaquim perder a concentração e assim que a Tatielly recobrou a consciência, atirou na perna do inspetor.

– Onde está o amuleto do fogo? – ela perguntou de forma intimidadora.

– Eu… eu não sei.

– Que pena, já que não sabe onde está não tenho motivo pra te deixar vivo – ela encostou a arma na cabeça do homem.

– Tá bom, eu falo! Está no bolso da minha calça.

A agente ficou segurando a arma com uma mão e com a outra, tirou o amuleto do bolso do sujeito. Ela se afastou, retirou uma caixa dourada de dentro da sua bolsa e guardou o amuleto.

– O amuleto do fogo já foi, faltam dois… – a loira falou quase sussurrando.

Wander e Maria Eduarda olhavam aquela cena chocados, já Ashumaru não parecia surpresa. Tatielly estava se dirigindo para a saída, quando o garoto chamou sua atenção.

– Você não estava nem aí pra morte da Sara, me meteu nessa confusão toda só pra pegar essa droga de amuleto.

– E o que você quer que eu faça, que diga pra polícia que ele matou a garota com poderes sobrenaturais? Eu estou indo e sugiro que vocês façam o mesmo, se ficarem aqui com um homem baleado vão ter mais problemas ainda.

Tatielly partiu, deixando os três jovens e o inspetor que estava no chão, sangrando e gemendo de dor.

– O que faremos agora? – perguntou Eduarda.

– O que a mal comida falou, sair daqui – disse Ashumaru.

O trio saiu logo, deixando o Joaquim ferido por lá mesmo.

No dia seguinte, as aulas foram novamente suspensas, só que desta vez o motivo foi a morte de um funcionário, o Joaquim. A notícia que todos receberam foi de que ele sofreu um infarto durante a noite, nada de ferimentos ou tiros, o que deixou perplexos os três adolescentes que sabiam o que realmente aconteceu.

Dois dias depois, Wander estava indo para a escola em uma tentativa de voltar à sua vida normal, embora algumas perguntas ainda não haviam sido respondidas, como Joaquim morreu, como o tiro que levou simplesmente sumiu e quem estava por trás disso tudo? Enquanto andava pensando nessas questões, ele foi surpreendido por um homem que o pegou pela gola da camisa, o suspendeu no ar e o apertou contra um muro.

– Onde está o amuleto do fogo? – Gabriel perguntava com cara de quem queria matar alguém.

– A Tatielly pegou ele – respondeu o pobre garoto.

– E onde essa Tatielly está?

– Eu não sei!

Gabriel começou a socar o rosto do garoto, quando Ashumaru surgiu.

– Ele não sabe onde ela está! – ela falou.

– Ah, desculpe – o homem soltou Wander – por que não me disse logo?

– Eu falei, você que não acreditou – o garoto massageava o rosto machucado.

– Talvez eu saiba onde o amuleto está, se você me der uns tapas eu vou acabar contando, sabia que os glúteos são a parte mais sensível do meu corpo? – ela disse ao homem, empinando a bunda e fazendo cara de pervertida.

Gabriel não disse nada, apenas saiu de perto dos jovens.

– Quanto mais eu rezo mais assombração aparece – comentou Wander.

– Eu combinei com a Madu na escola de manhã, nós três temos que conversar.

– Não sei, não quero saber, só quero esquecer essa história de paranormais, amuletos, energia mística e por aí vai.

– Tem certeza? Você sabia que sessenta por cento das pessoas mais ricas do mundo são paranormais? Eu tive uma ideia de como ganhar uma boa grana com os seus poderes.

– Tá bom, que ideia mirabolante é essa?

– A Madu já deve estar na escola, lá eu conto pra vocês dois. Vamos? – os se dirigiram à escola e embora não quisesse admitir, Wander estava bastante curioso com a ideia que a Ashumaru disse ter.

*****

Não muito distante, Angel Moon se encontrava em um prédio abandonado.

– Lutar com aquele cara foi duro, levou dois dias para o meu corpo espiritual se recompor. Eu nunca ia imaginar que fosse possível alguém ferir um espírito, será que dá pra morrer duas vezes? De toda forma eu ainda tenho muito o que aprender sobre o mundo oculto se quiser cumprir a minha missão.


Notas Finais


Aqui encerramos o primeiro arco da história. Acho que no fim desse capítulo acabei deixando mais dúvidas do que respostas, mas faz parte do mistério.
Me desculpem pelos personagens de leitores que ainda estou dando pouca atenção e mais ainda por aqueles que nem apareceram, mas aos poucos estou encaixando todo mundo. Obrigado por lerem, feliz natal e ano novo e até o próximo capítulo.


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