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História Realidades Ocultas - Eu vejo gente fofoqueira... o tempo todo!


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Nem eu achei que ia conseguir atualizar em uma semana, então, vivas as férias!
Eu atualizei a imagem da Angel Moon, como devem ter percebido.
Boa leitura!

Capítulo 6 - Eu vejo gente fofoqueira... o tempo todo!


Fanfic / Fanfiction Realidades Ocultas - Eu vejo gente fofoqueira... o tempo todo!

  Era início da tarde. Mark chegou em casa vindo do pré-vestibular, alegre como costuma ser.

– Cheguei tia, tô com fome, quero lasanha!

Como ninguém respondeu, ele começou a procurar pela mulher.

– Tô entrando no quarto, se tiver pelada grita!

Assim que o rapaz entrou, viu a tia caída no chão no meio de uma poça de sangue.

– Tia, tia Gaussiana!

Mark a chamava, porém ela não respondia. Ele foi até o telefone e chamou uma ambulância, que chegou em meia hora e ambos partiram para o hospital.

Horas depois, o jovem Lavesque estava na recepção do hospital esperando aflito por notícias da tia. Uma técnica em enfermagem o chamou a comparecer ao consultório, onde um médico e um policial esperavam por ele.

– Seu doutor, como a minha tia está? – ele perguntou, muito nervoso.

– Ela levou uma pancada muito forte na cabeça. Está no CTI e sedada, mas ainda faremos alguns exames para saber a dimensão da lesão. Antes de sair, passe na Assistência Social para se informar sobre visitas e outros procedimentos – disse o médico.

– Agora precisamos conversar – falou o policial – você é sobrinho da senhora Gaussiana Lavesque? Ela tem marido ou filhos?

– Sou o sobrinho, e ela não tem mais nenhum parente além de mim – ele respondeu.

– Venha comigo para a delegacia, ela parece ter sido vítima de um crime e precisamos do seu depoimento.

Ele foi com o policial e ao chegar, foi levado até a companhia do delegado.

– Você é Mark da Silva Lavesque? – o delegado perguntou.

– Isso. O que aconteceu com a minha tia?

– Ela levou um golpe na cabeça por um objeto não cortante. A casa está revirada, talvez o vagabundo estivesse procurando por alguma coisa, dinheiro, objetos de valor, coisas assim.

– Minha tia não guarda muito dinheiro em casa, mas tem algumas jóias.

– A perícia está na casa no momento, um agente vai te levar até lá e você poder ver se dá falta de alguma coisa.

Mark voltou para a casa, onde encontrou os peritos. Olhou, procurou, verificou mas não deu falta de nada. Depois de coletarem mais informações, a equipe foi embora e o jovem mago ficou em casa sozinho, deitado e rolando de um lado para o outro da cama, tentando processar tudo o que estava acontecendo

Dois dias depois, Gaussiana já estava consciente e saiu do CTI, embora ainda não tivesse precisão de alta. Na visita naquela tarde, pela primeira vez ela e seu sobrinho puderam conversar depois do ocorrido.

– Tia, como você está? – ele segurou na mão dela e perguntou, ainda preocupado.

– Ainda dói, mas vou sobreviver.

– O que aconteceu, quem fez isso com você?

– Uma pessoa de rosa, não lembro de muita coisa, nem mesmo voz dele…

– Mas o que ele queria, porque te agrediu?

– Eu ofereci dinheiro, mas ela falou que queria… – a mulher hesitou, então continuou contando – o seu amuleto. Quando eu disse que não sabia do que estava falando, fui golpeada.

– Por que não disse logo que estava comigo?

– Não podia te colocar em risco, não entende? Você é o filho que eu não tive...

– Pode deixar, assim que essa pessoa aparecer eu vou entregar o amuleto, uma pedra não vale mais do que uma vida! – Mark começou a chorar.

– Não! – ela foi enfática – esse amuleto não é apenas uma joia, ele possui poderes que você não compreende. Eu também não, mas não é a toa que seus pais o deixaram com você, se ele cair em mãos erradas várias vidas podem ser perdidas.

– Está bem! – o garoto se levantou fazendo uma pose heroica – vou proteger essa relíquia e chutar a bunda de quem tá tentando tirar ele de mim!

– Não Mark, nada de chutar bunda, isso pode ser perigoso….

O rapaz não escutou e saiu do quarto sem lembrar de se despedir. Ao chegar em casa ele começou a pensar sobre tudo o que sua tia havia dito.

– Tem alguém querendo pegar esse amuleto… – ele segurou o objeto, pensativo – eu poderia guardá-lo em um banco, mas tenho uma ideia melhor: vou perguntar à internet o que fazer.

Ele tirou uma foto do seu amuleto e fez uma pesquisa por imagens, não encontrando resultado algum. Procurou por magia, porém encontrou apenas coisas fictícias sobre o tema ou no máximo algumas páginas de esoterismo sem muito fundamento. Enfim, encontrou o anúncio da WAME.

– Investigadores paranormais, e que anúncio doido, eles devem ser gênios da investigação. Vou ligar pra eles, quem sabe eles descobrem quem quer me roubar e pegam o cara.

*****

Na manhã do domingo, o celular da Maria Eduarda tocou.

– Alô – ela atendeu.

– Alô, aí da WAME?

– Usando métodos sobrenaturais para resolver os seus problemas.

– É realmente disso que eu preciso. Eu tenho um amuleto mágico que tentaram me roubar. Quero que vocês descubram quem foi, tem como?

– É claro! Me manda a foto desse tal amuleto pro meu whatsapp e me diz onde nós podemos nos encontrar.

– Já vou mandar. Eu moro em Petro City, sabe onde fica?

– Não, mas os meus sócios devem saber. Em breve eu entrarei em contato.

Assim que o futuro cliente desligou, a garota ligou para o Wander.

– Fala Madu – ele atendeu.

– Oi Wander. Me ligaram hoje, temos mais trabalho.

– Show. Prometo que dessa vez só vou aceitar pagamento em dinheiro.

– Tá bom, tô saindo de casa, nos encontramos em frente a escola. A Ashumaru deve aparecer do nada como ela sempre faz.

Ela desligou, se arrumou rapidamente e quando estava prestes a sair de casa, foi interceptada pela sua mãe.

– Aonde você pensa que vai, mocinha? – a mulher perguntou com uma das mãos na cintura e cara de brava.

– Ah… eu vou… – Eduarda estava em uma sinuca de bico, não queria mentir para a mãe mas por outro lado, não podia contar o que ia fazer.

– E que história é essa – a mãe pegou um celular e mostrou o anúncio da WAME no facebook.

– É só uma brincadeira minha e de uns colegas da escola.

– Não quero saber de você bancando detetive por aí! Tá de castigo, nada de rua por hoje!

– Mas mãe...

– Nem mais nem menos mãe, vai passar o dia todo em casa e se reclamar eu confisco o seu celular.

Maria Eduarda não teve alternativa a não ser obedecer. Simultaneamente, Wander já a esperava na porta da escola em que estudam.

– A Madu tá demorando e nada da Ashumaru aparecer… – ele resmunou enquanto esperava.

– Falou em mim? – a pequena garota apareceu.

– Que susto assombração! Você viu a Maria Eduarda?

– Não, quer que eu vá na casa dela?

Nesse momento, chegou uma mensagem no celular do garoto e ele foi conferir.

Oi Wander, minha mãe me botou de castigo e não vou poder ir com vocês. Tô mandando o telefone do sujeito que falou comigo hoje e também uma foto do amuleto supostamente mágico que querem roubar. Bjs, até amanhã na escola.

– Ih, a mãe dela embarreirou ela de sair, somos só nós dois hoje.

– Nós três – uma voz masculina falou e quando eles foram olhar, viram Gabriel bem na frente deles.

– Não fiz nada, não vi nada, não sei de nada – Wander ficou na defensiva.

– Fica calmo, eu vim em paz. Decidi me unir a essa agência de detetives de vocês – o homem falou tranquilamente.

– É claro, quer se unir a mim também? – disse Maru, olhando fixamente nos olhos do sujeito.

– Você está bem, menina? Seus olhos estão com um formato estanho, parecem… corações? – observou Gabriel.

– É o amor – declarou Ashumaru.

– Sem chance, a agência é WAME, Wanderwal Ashumaru e Maria Eduarda, não cabe mais ninguém – disse Wander.

– É claro que ele pode entrar, entrar com tudo – disse Maru.

– Fiquei sabendo que vocês ganharam um carro, por acaso algum de vocês sabe dirigir? – nenhum dos adolescentes respondeu – então pronto, eu dirijo pra onde o caso a ser resolvido estiver. Em todo caso, se você disser que eu não posso trabalhar com vocês eu quebro todos os seus ossos!

– Me convenceu – disse o garoto – eu tenho um número e um cliente, vou ligar pra ele e é bem provável que tenhamos que ir em Petro City ainda hoje.

– Tá, vai falar com o cliente enquanto eu falo com ele. Qual é o seu nome? Idade? É solteiro? – Ashumaru começou a fazer perguntas ao seu novo amigo.

– Me chamo Gabriel. É só isso que você precisa saber!

– Eu sou Ashumaru. Eu tenho esse corpinho mas já sou maior de idade. MAIOR DE IDADE, entendeu? Não precisa ter medo do 214…

Gabriel não entendeu sobre o que ela estava falando então resolveu ignorar. Wander, que se afastou um pouco para fazer uma ligação, voltou animado.

– Ele quer nos ver hoje e já vai pagar parte do serviço adiantado. A parada é a seguinte, ele disse que tem um amuleto mágico que tentaram roubar dele, até machucaram a tia dele por isso. Eu tenho uma foto do tal amuleto, olha só – ele mostrou uma foto do objeto no celular.

“É o amuleto da terra, realmente a coisa é séria”, pensou Gabriel.

– Ih, é o amuleto da terra, olha! – Ashumaru tirou daquele monte de pano que forma sua saia um livro e abriu em uma página na qual havia um desenho idêntico ao da foto.

– Mas pra que servem esses amuletos? Teve aquele do fogo que matou a Sara e que depois a Tatielly levou, tem esse da terra… – comentou Wander.

– Isso não importa! – Gabriel interrompeu – temos que partir logo, cadê o carro de vocês?

– Como você sabe que ganhamos um carro? – Wander perguntou.

– Assim! – Gabriel deu um soco no abdome do rapaz – pronto, vamos pegar o carro e subir a serra de uma vez.

O trio foi andando para pegar o veículo, enquanto dois fantasmas os observavam de longe, do alto para ser mais exato.

– Se ferrou hein Angel Moon, tomou um sacode do Gabriel Marinho e agora ele tá indo encontrar o seu namoradinho, certamente vai roubar o cordãozinho dele – um espírito homem disse a um espírito garota.

– Não é cordãozinho, é amuleto da terra e… Ei, pera aí, o Mark não é meu namorado! Se a relíquia que ele carrega cair em mãos erradas as consequências para o mundo serão catastróficas.

– Sei.

– E você, por que me procurou e me disse que esse Gabriel está reunindo os amuletos? Qual é o seu interesse nisso?

– É simples, esse cara não presta e precisa ser detido.

– E como você não teve peito pra bater de frente com ele veio me procurar. Obrigada pela informação, mas agora não preciso de você pra nada, vai assombrar uma casa por aí que eu tenho mais o que fazer – Angel saiu, deixando o outro espírito sozinho.

*****

Ashumaru, Gabriel e Wander foram até o carro, que estava estacionado bem em frente a casa do Wander.

– Está aí o carro. Vou lá dentro pegar a chave e avisar pra minha avó que tô saindo, já volto!

O garoto entrou. Foi até o a cômoda onde guardava suas coisas e pegou a chave, sendo observado pela sua mãe que estava sentada na cama mexendo no seu celular.

– Vó – ele gritou para a senhora, que estava na cozinha naquele momento – vou sair, só chego a noite.

– E onde você vai? – ela perguntou segurando uma colher de pau de forma intimidadora.

– É que eu… eu...

– Ele arranjou um trabalho – disse Gabriel, que entrou na casa sem ser convidado.

– E que trabalho é esse? – a avó perguntou, desconfiada.

– Vender perfumes. Ganhe até três mil por mês vendendo dois perfumes por dia, a senhora já ouviu falar? – o homem explicou.

– Já, mas é que...

– Deixa ele ir – a mãe do Wander, que até então estava calada, resolveu se pronunciar – eu trabalho como condenada pra não deixar vocês passarem fome, só venho em casa duas vezes por mês, ele já tem dezessete anos e pode ajudar.

– Tá bom – a senhora cedeu – mas não esquece que amanhã tem aula.

– Eu mesmo vou trazê-lo de volta ainda hoje, educação é o mais importante – disse Gabriel, com um sorriso no rosto.

Wanderwal e Gabriel se despediram e saíram.

– Vamos logo, essa investigação pode levar dias – apressou Gabriel, com a cara fechada de sempre.

Então os dois rapazes se uniram à Ashumaru, que estava esperando do lado de fora. Assim, todos entraram no carro e seguiram viagem.

*****

Mark estava esperando impacientemente os detetives que contratou e para passar o tempo, começou a fazer miojo, digitar no celular e ler um livro. Minutos depois o miojo queimou, o livro caiu no fogão e pegou fogo e por pouco o celular não vai junto. Quando ele começou a arrumar a bagunça, ouviu um barulho.

– Devem ser os detetives sobrenaturais… JÁ VOU!

Ele foi para a sala, quando viu uma pessoa com um longo sobretudo e capuz rosas, de forma que era impossível ver o seu rosto.

– Você é da WAME? – perguntou Mark.

– Entregue o amuleto – ordenou a pessoa, com uma voz robotizada.

– Ah, você quer me roubar né? Vem, vem pra mão! – o rapaz ficou quicando e com os punhos fechados.

O estranho misterioso rapidamente segurou o pescoço do Mark, o apertou e suspendeu no ar. O pobre mago se debatia, tentando inutilmente se livrar do agressor.

– Não precisa me entregar, eu te mato e depois pego, que tal?

Mark já estava ficando sem ar e vendo a morte se aproximando.

“Droga, nem falar eu consigo… Só tenho uma chance de sair vivo dessa”

O garoto começou a piscar os olhos. O estranho via a cena sem entender, mas continuava apertando o pescoço dele. Depois de mais algumas piscadas, o corpo do Mark virou uma estátua de pedra.

– Por essa eu não esperava. Tanto faz, quando peguei a mulher o amuleto não estava em lugar nenhum dessa casa, logo, deve estar com esse cara.

O estranho largou a vítima e não foi difícil encontrar o amuleto pendurado no seu pescoço. O retirou, botou no bolso e saiu.

Dez minutos depois, Mark voltou a ser de carne e osso, caiu no chão e ficou tossindo, ainda sentindo os efeitos do quase estrangulamento.

– Arff… se eu não tivesse lembrado rápido desse feitiço a essa hora eu já tinha cantado pra subir – ele passou a mão no pescoço e peito, não encontrando o amuleto – filho da puta, me roubou! Agora tenho que contar mesmo com aqueles detetives.

Já no início da noite, o interfone da sua casa tocou e ele foi atender.

– Ó, se for vendedor saiba que eu acabei de ser roubado.

– Detetives da WAME, você é Mark Lavesque?

– Já estou indo.

Mark abriu o portão e os mandou entrar.

– Cadê o amuleto? – Gabriel, assim que entrou, segurou Mark pela gola da camisa e o ergueu.

– Acabaram de roubar, agora me solta!

Gabriel o largou e pediu desculpa.

– Então quer dizer que roubaram o seu amuleto enquanto estávamos vindo pra cá? – perguntou Wander.

– Também, vocês demoraram o dia inteiro, do Rio pra cá de ônibus leva no máximo três horas – reclamou o mago.

– Mas de Fiat 147 levam oito – completou Ashumaru.

– Isso não importa, conta logo tudo o que aconteceu – disse Gabriel.

Mark contou tudo, a invasão da casa e ataque à Gaussiana, que amuleto é mágico mas que ele mesmo não sabe ao certo como ele funciona e por último, sobre como a pessoa misteriosa que roubou o artefato dele.

– Deve ter sido a Tatielly, pelo que eu entendi ela estava querendo reunir os tais amuletos – falou Wander.

– Mas quem me roubou era homem, pelo menos era alto, forte e tinha uma voz esquisita – informou Mark.

– Será que tem mais alguém atrás dos amuletos além dela? – supôs Ashumaru.

– Ou a Tatielly não está agindo sozinha – sugeriu Gabriel.

– De qualquer forma, vocês têm que seguir alguma linha de investigação. Precisam se reunir e traçar metas – disse Mark.

– Você está certo. Vamos passar a noite aqui para acertar tudo isso – disse Ashumaru, que andou até a cozinha e abriu a geladeira – Olha, tem cerveja aqui!

– Não sei se é uma boa ideia… – o dono da casa estava confuso.

– Não é uma boa ideia você ficar aqui sozinho, o ladrão pode voltar e te matar – argumentou Gabriel.

– Tá bom então! Mas quero ver vocês trabalhando hein! - falou o Lavesque.

– É claro que vamos trabalhar – Maru voltou para a sala, bebendo uma latinha de cerveja – quantos quartos tem nessa casa?

– Dois, por quê? – disse Mark.

– Então tá decidido, você e o Wander dormem em um e eu e o Gabriel ficamos no outro – respondeu a garota.

– Qual é a senha do wifi? – perguntou Wander, enquanto mexia no seu celular.

Logo, o interfone tocou novamente.

– Quem será? – Mark perguntou.

– Eu vou checar, se for o bandido eu mato ele! – Gabriel saiu para atender.

Um minuto depois, Gabriel voltou junto com a Maria Eduarda.

– Madu? – Wander e Ashumaru estranharam.

– Oi galera, acharam que eu ia ficar fora da diversão? – ela brincou.

– Estranho – Ashumaru colocou o nariz no pescoço dela e começou a fungar – seu cheiro tá bom.

– E cadê o seu sotaque? – pergutou Wander.

– Sotaque? Tá aqui bah tchê – ela falou estranhamente.

– Pelo que eu tô entendendo ela é da mesma agência que vocês não é? – supôs Mark – tanto faz, vou pedir uma pizza, considerem como sinal pelo serviço.

A noite passou tranquilamente. Os detetives sobrenaturais comeram, ouviram música, viram TV e até fizeram planos para a investigação. Quando já estava tarde foram dormir e mesmo sob protestos por parte da Ashumaru, os três homens dormiram em um quarto e as garotas no outro.

Já era madrugada. Todos estavam dormindo, exceto Eduarda, que estava sentada na cama e refletindo.

– Que bom que o meu plano de me materializar com a aparência da Maria Eduarda deu certo, os amigos dela desconfiaram no começo mas logo se convenceram de que era mesmo ela. Meus poderes reduzem em oitenta por cento quando eu estou materializada, mas assim eu posso ficar por perto, ajudar a recuperar o amuleto e impedir que o Gabriel o leve. Meu plano é perfeito – pensou Eduarda, ou melhor, Angel Moon materializada caso alguém não tenha percebido.

*****

Aquele espírito que contou a Angel Moon sobre Gabriel e sua busca pelo amuleto da terra entrou em um casarão abandonado. Aquele lugar um dia foi o lar de ricos aristocratas, porém agora não passava de ruínas prestes a cair.

O fantasma percorreu os corredores da construção, até finalmente encontrar um ser sentado em uma cadeira e envolto em uma névoa negra, sendo quase impossível ver o seu rosto.

– O que desejas? – o ser perguntou.

– Eu vim trazer uma informação que pode ser muito útil ao senhor.

– Uma informação que me pode ser útil? Isso é muito incomum, geralmente espíritos inquietos vem até mim procurando por informações e não o contrário. Mas fiquei curioso, que informação seria essa e o que vai querer em troca?

– Não estou pedindo nada, só quero te dizer que há um paranormal chamado Gabriel Marinho que está comandando um grupo de pivetes e está reunindo os amuletos mágicos, seria a chance do senhor reunir todos eles, pode ajudar na sua busca por vingança.

– E quem disse que eu quero os amuletos? Mas já que está aqui, me responda como sabe sobre essas pessoas, por que veio me contar sobre isso e principalmente, como sabe sobre mim?

– Não vou tentar enganá-lo, ó grande Spyrit, então vou contar toda a verdade. Os antigos budistas classificaram os espíritos desencarnados em espíritos inquietos e espíritos famintos, mas eles não identificaram uma terceira classe: a dos espíritos fofoqueiros. É por isso que eu sei disso tudo. E por que eu vim até o senhor? Raiva, eu tinha possuído o corpo de um cara rico e comedor tanto de comida quanto de mulheres, e sabe o que aquele filho da puta do Gabriel fez? Matou ele, me fazendo voltar a vagar por aí como um simples espírito fofoqueiro.

– Perdeu o seu tempo, não vou atrás de um paranormal tão inexpressivo que eu sequer ouvi falar e muito menos de um grupo de pivetes, como você mesmo falou.

– Ontem eu vi esses pivetes em um carro junto com a Kurai Moonlight.

– Moonlight? – o tom da voz do sujeito misterioso mudou – talvez seja uma esposa dele, nada que mereça minha atenção.

– Ou filha – o fofoqueiro supôs.

– E aonde todas essas pessoas vivem?

– O Gabriel Marinho é nômade. Kurai Moonlight eu não sei, mas os jovens que eu mencionei moram na periferia da cidade do Rio de Janeiro, mas hoje, antes de vir para cá, ouvi eles dizendo que fariam uma viagem para Petro City.

– Muito obrigado. Eu sei que você não pediu, mas eu insisto em te dar uma recompensa, abra aquela gaveta – Spyrit apontou para uma velha penteadeira – fique tranquilo, é algo que alguém sem corpo consegue tocar.

O fofoqueiro fez o que o ser misterioso disse, e assim que abriu a gaveta, foi sugado para dentro dela e despareceu.

– Desculpe, mas alguém que sabe tanto não pode ficar livre por aí. Mas de qualquer forma vou procurar saber mais sobre essas pessoas às quais você se referiu, quem sabe eu acabe descobrindo algo de interessante.

Eu sou Nathaniel Spiritual Evans, atualmente conhecido como Spirit por alguns ou Alma Negra por outros. Antes que me perguntem, não tenho nada a ver com o pirata Alma Negra e muito menos com a Monique Evans.

Sou um espírito, estou morto desde o século XVIII. Quando vivo, fui um mago muito influente tanto entre os leigos quanto no mundo oculto, porém um dia fui emboscado e aqui estou.

Agora eu vago em busca de vingança contra aquele que me matou, e também tenho o desejo de voltar à vida, tenho razões para crer que seja possível. Para tal, percorri o mundo e décadas atrás, recebi informações que me trouxeram até este lugar.

Como sou bastante antigo e poderoso, sou muito famoso entre os mortos e costumo ser requisitado por espíritos e paranormais e eu os ajudo, desde que paguem o meu preço.

 


Notas Finais


Obrigado por lerem e até o próximo capítulo.


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