História Reaprendendo a andar - Alta

- NATSU DRAGNEEL! – Juvia o empurrou contra a parede, enfiando a prancheta na cara dele – Como não fez nenhum pedido ainda? – ela bufou.

- O que? – Ele pareceu surpreso – Ah, Juvia... É que, eu não quero pedir ela em namoro aqui, no hospital, sabe? Aqui tem mais lembranças ruins do que boas... Quero que ela saia daqui primeiro...

- Hm... – Juvia parecia estar analisando-o, e prensou a prancheta no abdômen dele – Acho bom isso não ser uma desculpa – Ela o encarou psicoticamente – Se não cuidar direitinho dela, pode saber que vai levar muito mais que uma pranchetada – Ela apertou os olhos.

Natsu engoliu um seco.

- Sim senhora – Bateu continência e saiu rápido.

Juvia riu. Sentiu dois braços a envolverem. Gray lhe deu um selinho leve nos lábios.

- Assustando a maça do amor, é?

- Só queria que ele não esquecesse, por que isso parece ser algo importante pra ela – Suspirou – E quero que eles tenham um amor tão bom quanto o nosso é! – Ela falou fofamente, se virando o abraçando, enterrando seu rosto no abdômen do namorado. Ele a abraçou e enterrou seu rosto nos cabelos de Juvia, e ficaram assim até o dever chamar.

*

**

Lucy POV ON

Os dias no hospital passaram a ser mais leves, agradáveis e alegres, até mesmo meu quarto pareceu mais iluminado e quente.

Ele aparece aqui sempre que pode. Ás vezes, ele só acena pelo vidro do quarto durante o dia, quando passa com algum paciente, ou são nossos beijos silenciosos na calada da noite naqueles plantões tranquilos.

Minhas pernas ainda estava um pouco desengonçadas, mas ele sempre estava ali, me dando força. Cadeira de roda eu não usava mais, nem muletas, por que ele fazia questão de me carregar nos braços.

Segundo Juvia, os boatos sobre nosso romance corre pelas bocas durante os cafezinhos nos intervalos, com comentários a favor e comentários invejosos. Ela também, sempre que pode, se senta na minha cama e conversamos sobre ela e Gray, eu e Natsu.

Descobri que tenho MUITA afinidade com amigas de cabelo azul.

Quanto a minha recuperação, já tem data prevista da minha alta...

- Ele disse que você vai para a casa dele – Juvia falou, sorrindo sapeca, nos pés da minha cama.

- Éah... Eu... – Gaguejei – Será que vai dar certo?

- Por que não daria?

- Eu sou tipo, PÉSSIMA em me relacionar com homens! E se eu o decepcionar? E se eu acabar me esquecendo dele enquanto trabalho? E se eu fizer algum mal pra ele?

- HAHAHAHA – Levy entrou no meu quarto – QUE-RI-DA! Só de olhar pra cara dele e ver aquele sorriso bobo de colegial apaixonado pela namoradinha do clube dá pra ver que você está fazendo, hm, muito bem a ele – Ela colocou um certo tom de malícia nas últimas palavras.

- Kyah, Levy! – Juvia pulou no pescoço dela – Que bom que está aqui!

- Claro querida, e eu ia perder a despedida da Lucy pra sair dessa toca aqui? – Ela falou ajeitando os óculos escuros – Nós, o esquadrão das Azuladas precisávamos estar aqui para ver a operação NaLu em ascensão!

- O esquadrão o que...? – Levantei uma sobrancelha – Você são apenas duas taradas completamente malucas.

- Ain, não magoa – Juvia fez beicinho.

- Pra mim é E-LO-GI-O amor, desfaz esse bico da cara – Levy deu uma bundada nela.

- Tem razão! – Juvia se reergueu – E somos um esquadrão de duas sim, que está fazendo um trabalho maravilhoso – Ela sorriu, e eu sorri também.

- Obrigada meninas – Suspirei – Mas continuo com minhas duvidas.

Levy estalou a língua, tirando os óculos escuros.

- Esse é seu problema, você pensa DEMAIS! – Ela me olhou de lado – Se você não tomar as decisões mais facilmente, daqui a um tempo você vai estar na sua mesa, tomando a décima sétima xícara de café, pensando em todas as noites de amor que você perdeu com o cara que amava por que você ficou pensando em um monte de bobageiras!

É mesmo. Eu preciso fazer uma nota mental disso.

- Eu vou... Tentar... – Sorri – Nunca morei com alguém que não fosse meus pais... Como será que é compartilhar a vida com alguém?

- Vai descobrir a partir de hoje – Juvia falou – Agora tome um banho enquanto nós duas arrumamos suas coisas, ele vai vim te pegar daqui uma hora...

- Você pode ficar aqui Juvia? Mas e o seu expediente? – perguntei, preocupada.

- Hoje é minha folga, que queria estar aqui pra te ver saindo por aquela porta, talvez ainda não casada, mas praticamente já.

Enchi os olhos de lágrimas.

- Nem sei como... Agradecer – Abri os braços.

As duas correram e me abraçaram ao mesmo tempo.

Eu tinha muita sorte!

*

**

Já faz um ano e dois meses que eu estou aqui. Mas esse tempo passou voando, por que realmente foi maravilhoso estar aqui, mesmo com todas as minhas limitações e sem poder trabalhar.

E vou sair daqui diferente de como entrei. Eu vou sair... Acompanhada!

- Já posso levar suas malas? – Natsu falou entrando no quarto, sem o uniforme, de jeans, camiseta e casaco moletom.

- Sim, já terminei – Respondi, andando até ele e o abracei – Obrigada

- Não me agradeça, eu gosto de cuidar de você – Ele beijou minha testa – Agora vamos, para a nossa casa!

Na saída, avistei Juvia e Levy nos observando de longe. Aquilo na mão dela é uma... Câmera?

Dei uma risadinha.

- O que foi?

- Ah, nada, vamos?