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História Rebel Heart - Stay


Escrita por: MillyFerreira

Notas do Autor


• Meninas, como eu já tinha este capítulo pronto, resolvi postá-lo para vocês, pois a semana de prova está chegando e meu tempo está ficando cada vez mais curto.

√ Desculpem-me qualquer erro. Boa leitura!

Capítulo 17 - Stay


Fanfic / Fanfiction Rebel Heart - Stay

Maldito seja quem inventou biologia! Puta que pariu! Eu contava os segundos para que aquele longo semestre — que parecia tomar décadas do tempo que eu não tinha — acabasse logo. Entretanto, depois de duas horas, terminei todos os exercícios que o professor Charles havia passado. Eu não podia contar com Easton àquela tarde, pois ele estava em consulta médica. Tentei não ficar aflita, como ele mesmo me pediu, mas era praticamente impossível não pensar que ele podia voltar de lá com uma notícia pior do que já era sua situação — se é que era possível. Eu sabia que não podia me apegar à Easton, pois na hora da sua partida, eu não ia suportar a dor da sua ausência. Parecia um pensamento hipócrita, mas era a verdade. Em tão pouco tempo, ele se tornou uma pessoa importante na minha vida, um tipo de reflexo, um exemplo a se seguir. E me machucava saber que, a qualquer momento, quando eu estivesse dormindo ou piscasse, ele se fosse sem me dar um único adeus. Sou um tipo de pessoa que não suporta a dor da perda, principalmente de pessoas que importam para mim. Por isso escolhi me afastar do sentimento, porque, talvez, se eu não sentir, seja menos doloroso lidar com a solidão.

Ouvi três batidas suaves na porta e ergui a cabeça no momento que a mesma se abriu, encarando a figura do meu irmão por trás das lentes do óculos. Ele carregava um sorriso apreensivo, e não me recordava de ter feito nenhuma burrada nesta semana para receber sermão. Então deduzi que ele estava precisando conversar com alguém.

— Oi, posso entrar? — perguntou ele, com metade do corpo para dentro do quarto.

— Hum-hum — balancei a cabeça.

— Ei, o que é isso tudo? — ele apontou com a cabeça para os livros espalhados pela cama.

— Biologia — bufei.

— Precisa de ajuda?

— Hum, não. Eu já terminei aqui — respondi, fechando os livros e recolhendo o suficiente para deixar espaço na ponta da cama. — Senta aí.

Isaac se sentou na ponta da cama.

— Pensei que não usasse mais esses óculos — disse ele.

— As lentes estavam irritando — dei de ombros. — Sobre o que quer falar?

— Hã?

Revirei os olhos.

— Não se faça de bobo, Zac. Você veio aqui para me falar alguma coisa, não veio?

Ele suspirou.

— Eu sei que talvez você não se importe, mas eu só senti saudade de conversar como nos...

— Velhos tempos? — a sombra de um sorriso tomou os meus lábios.

— É — sorriu fraco. — Será que posso ter a minha irmã de volta, pelo menos por um segundo?

— Estou ouvindo — apoiei o cotovelo na perna e o rosto na mão.

Isaac olhou para baixo e esfregou a nuca; ele sempre fazia isso quando estava envergonhado. Logo soube que o assunto se tratava de garotas. Reprimi a vontade de dar risada. Eu não conhecia homem mais inseguro em relação às mulheres quanto Isaac Greene.

— Tem uma garota... — ele começou.

— Claro que tem — sorri de canto. — Você está apaixonado por ela?

— Não. Sim. Talvez. — Grunhiu. — Ela me deixa louco!

— Marica — murmurei.

— Meri! — repreendeu-me.

— O quê?! Você devia contar para ela então.

— E você acha que já não tentei? Eu faço de tudo para ela perceber, basta eu colocar um letreiro na minha testa indicando que estou perdidamente apaixonado por ela, e ela sempre está alheia à tudo que eu faço; sempre perdida dentro da bolha que ela criou ao redor de si mesma — deixou os ombros caírem com um suspiro, frustrado.

— Vocês, homens, são todos iguais, não é mesmo? — balancei a cabeça em reprovação. — Nós, mulheres, não precisamos de indicações ou pistas. Precisamos de certezas, de palavras claras e verdadeiras...

Meu irmão mais velho arqueou a sobrancelha.

— Que é? Minha vida amorosa pode ser uma porcaria, mas sou boa conselheira — me defendi do seu olhar. — Olha, Zac, não perde tempo, ok? É melhor ser rejeitado sabendo que tentou, do que não tentar e conviver com a dúvida pelo resto da vida — suspirei.

— Você tem razão — ele piscou sob os cílios, com as sobrancelhas juntas e o maxilar tenso. — Eu... Obrigada. Eu vou fazer a coisa certa.

Sorri sem mostrar os dentes.

— Mas e você?

— O que tem eu?

— Não tem nada para me contar? Sério, América, você pode confiar em mim. Eu sou o seu irmão e só quero o seu bem.

Coloquei o lápis na boca, pensativa.

— Tem um garoto — cedi.

Os olhos de Isaac se ascendeu em esperança.

— Um garoto? Quem?

— Hum... Justin. Primo do Eggsy.

— Foi com ele que você jantou àquela noite?

— Sim, foi.

— E ele é o mesmo cara que você está trabalhando? O fotógrafo?

— Ele mesmo.

— E você está apaixonada por ele?

Dei risada.

— Não. — Balancei a cabeça negativamente. — Mas eu gosto muito dele.

— E isso te incomoda?

— Não. Na verdade, sim. — Suspirei. — É que... Acabamos brigando. Não exatamente. Ele acabou brigando com um garoto do time de futebol da universidade por minha causa, e ele disse que, quando está comigo, só vive se metendo em problema, o que, de certa forma, é verdade. Eu fui atrás dele, ele estava irritado, e não sei se foi no calor do momento, mas ele meio que me pediu para ficar longe dele — desabafei. — Tà, transamos uma vez, mas isso não significa que não possamos ser amigos. Não quero que ele se afaste de mim, porque, quando estou com ele, eu sou apenas a América que gosta de Star Wars, Harry Potter e têm estrelas que brilham no escuro guardadas na gaveta.

Isaac se afundou em pensamentos por um instante, com as sobrancelhas juntas.

— Tenta conversar com ele então — sugeriu o meu irmão.

— Faz dois dias que não o vejo — bufei. — Acho que ele está me evitando.

— Mas vocês estão trabalhando juntos, certo?

— Não mais. As duas semanas acabaram, e o próximo trabalho é no mês que vem — comecei a rabiscar a ponta da folha do caderno.

— Tem alguma chance de...?

— Não — ergui o olhar para ele. — Não posso e nem devo criar sentimentos pelo Justin. Eu sou... — gesticulei com as mãos, buscando as palavras certas. — Ele merece algo melhor que eu, Isaac. Não quero criar esperanças. Não quero me machucar mais uma vez. Preciso apenas mantê-lo por perto.

— Qual é o mal de tentar alguma coisa com ele?

— Eu não quero namorar com ele, eu só quero estar perto dele. Ele é... diferente. Ele não liga para as minhas besteiras, é reconfortante. Eu não sou o tipo dele. Apenas... não é assim com a gente.

— Meri, será que você não percebe? Você não está se permitindo viver por causa desse medo bobo — disse ele, apreensivo. — Eu sei que ainda dói aí dentro, e que às vezes o medo parece maior que a esperança, mas não é. Você só vai ser feliz novamente quando se permitir ser amada.

Prendi a respiração. Suas palavras me incomodaram tanto, como se uma lasca de pau tivesse entrado debaixo da minha unha do pé.

— Por favor, não deixe que o passado estrague o seu futuro — ele suplicou. — Por favor.

Uma bola de neve se formou no meio da minha garganta. Seu celular tocou, desviando toda a tensão. Ele se debruçou sobre a cama para alcançar o aparelho no bolso traseiro do jeans e, ao olhar o visor, um sorriso embasbacado surgiu nos seus lábios.

— É ela — ele me olhou um pouco nervoso.

— Vai em frente — sorri fraco, melancólica.

— Lena — disse ele ao atender, me lançando olhares em cada intervalo, como se buscasse apoio. — Não, eu não estou ocupado agora... Sim! Quer dizer, sim — ele me lançou um olhar de ódio quando ri do seu embaraço. — Eu posso, sim. Claro. Eu passo na sua casa então?... Combinado. Chego aí em trinta minutos.

Ele desligou.

— Você tem um encontro?

— Sim — ele exalava nervosismo.

— Faz a coisa certa, tá bom?

Isaac assentiu.

— Agora vai lá. Não se atrase.

Recebi um beijo no rosto e ele se apressou para, creio eu, chegar até o seu quarto. Mas, antes de fechar a porta do meu, virou-se e usou as mesmas palavras que eu lhe disse:

— Faz a coisa certa também. É melhor ser rejeitada sabendo que tentou, do que não tentar e conviver com a dúvida pelo resto da vida.

E ele me deixou, restando apenas o efeito que minhas próprias palavras causaram sobre mim. Eu não sabia o que ele quis dizer com aquilo. Porra, eu sabia, sim. Por que era tão mais fácil ignorar, se fazer indiferente? Por que era mais fácil negar e sufocar tudo que se passava aqui dentro? Uma chuva de questões desabaram sobre minha cabeça, até que o toque universal irritante do meu celular me despertou da confusão que eram meus pensamentos. Cerrei os dentes, irritada; eu precisava mudar urgentemente o toque de chamada.

— Easton! — berrei quando atendei.

Seu riso ecoou do outro lado da linha.

— Parece que alguém sentiu a minha falta.

— Está tudo bem?

— Hum-hum.

— Você ainda está no hospital?

— Acabei de chegar em casa — respondeu ele. — Eu disse para não ficar preocupada comigo.

— E eu disse que não prometia nada — retruquei.

— Não foi nada demais, América. São exames rotineiros, é comum no meu estilo de vida — suspirou.

— Mas... qual foi o resultado nos exames?

— Hã, na verdade, os exames vão ficar prontos amanhã. Mas pelo diagnóstico do Dylan, parece que está tudo na mesma: nenhuma melhora, nenhuma piora. Eu me sinto bem, não se preocupe.

— Posso ir com você amanhã? Quero dizer, pegar os exames?

— Por quê?

— Hã... não sei. Só quero ir.

Ele ficou em silêncio por breves segundos.

— Tá bom.

Easton era relativamente calmo em relação à tudo, mas quando se tratava da sua doença, ele parecia mais apreensivo do que calmo. Só não deixava transparecer.

— O que faz nesta bela tarde? — perguntou ele, interessado em mudar de assunto.

— Tirando o fato de que acabei de resolver cinco páginas de exercício de biologia, não estou fazendo nada — dei de ombros, tentando parecer indiferente. — O que vai fazer agora?

— Estou pensando em pedir comida. Uma pizza, talvez. E também vou assistir alguns episódios de Grey's Anatomy.

— Você assiste essa série insuportável?

— Não é insuportável — murmurou, ofendido.

— É, sim. Já assisti alguns episódios, e acho que dormi na metade deles. Mas eu entendi a referência, Dr. Hyde.

Ele soltou um risinho.

— O que você assiste então? Game of Thrones?

— Não mesmo! The Walking Dead.

— Isso é sério? Não é meio nojento?

— The Walking Dead é para os fortes — debochei.

— Ah, tá. — Ele revirou os olhos, eu pude sentir. — Então, sem chances de você aparecer por aqui?

— Não mesmo — soltei um risinho. — Deixa para a próxima, East.

— Acho que por hoje isso é só. Até amanhã?

— Nos vemos depois, East. — Desliguei.

Senti fome. Lutei contra a imensa preguiça acumulada no corpo e me arrastei até a cozinha. A porta do quarto de Amélia estava fechada, mas eu podia ouvir seus risinhos do outro lado da porta enquanto ela falava ao telefone quando passei pelo corredor.

— América.

Travei os passos antes de entrar na cozinha e andei de costas até encontrar o meu pai sentado no sofá, assistindo algum filme antigo do Van Damme.

— Que foi? — perguntei.

— Recebi um comunicado do diretor da sua universidade hoje.

Gelei. Ah, merda!, Ryan. Eu havia me esquecido completamente do assunto. Mas, caramba, tinham se passado algumas semanas desde o ocorrido, e agora meu pai ficou sabendo disso? Não podíamos apenas esquecer?

— Ah. — Tentei parecer indiferente. — O que eles queriam?

— Por que não me contou que estava tendo problemas com um dos seus colegas? — Apesar da expressão séria, papai estava calmo, o que me surpreendeu.

— Não achei que fosse importante — murmurei, baixinho.

— América, ele espalhou para todos os seus colegas que você é garota de programa — disse ele, tentando me fazer entender a tamanha gravidade da calúnia. — Tem noção do quanto isso é grave?

Encolhi os ombros.

— Sente-se aqui, quero conversar com você — ele apontou o controle remoto para a tevê e a desligou.

Aproximei-me, cautelosa. Sentei-me no sofá de frente para ele, e fiquei balançando as pernas em sinal de nervosismo. Eu pensei que ele estaria gritando comigo, mas ao invés disso, papai me olhou com aquele imenso amor que ele olhava para meus irmãos. Isso me acalmou de uma forma que eu não conseguia explicar.

— O diretor Reese me explicou tudo que se passou — acrescentou ele. — Mas do mesmo jeito, preciso sentar com você e conversar. Eu sei que você tem dezenove anos, e em menos de um mês terá vinte, mas eu continuo me sentindo responsável por você e pelo seus irmãos. Não estou aqui para brigar, só quero ouvir sua versão da história.

Senti-me envergonhada de contar aquilo ao meu pai. Quer dizer, eu poderia sentar e falar para ele como ia os estudos ou os planos para o futuro, mas nunca sobre um suposto boato que envolvia minha imagem pública diante dos meus colegas. Mas optei por lhe contar tudo, tentando o máximo desviar do envolvimento de Justin na história. Ele tinha levado uma advertência e tanto por ter causado tanto danos ao rosto bonito de Ryan.

Por fim, papai se mostrou irritado com a falta de caráter de Ryan. A conversa se tornou mais tensa e ele citou, alguma hora, processá-lo por desacato moral. Eu, claro, tratei de tirar aquela ideia da cabeça dele. Ryan podia ser um filho da puta, mas ele já tinha aprendido a lição. E eu também não estava com cabeça para levar um caso tão banal à justiça. Papai não estava satisfeito, mas prometeu me proteger e se deu por vencido.

Depois de um tímido abraço em agradecimento, fui preparar um lanche na cozinha e levei meu prato com um sanduíche de queijo e um copo cheio de suco de laranja para o meu quarto.

No dia seguinte, acordei indisposta para levantar da cama. Cólica. Uma dor forte e aguda que fazia eu me contorcer toda feito um caracol para achar uma posição confortável. Tentei fazer um esforço para ir à universidade, mas não era um bom dia. Literalmente. Então fiquei debaixo das cobertas pelas seis horas seguintes, apenas me arrastando para a cozinha para preparar o almoço. Depois de tomar o quinto comprimido para melhorar a cólica, finalmente ela tinha passado, à tempo de ir ao hospital com Easton.

— Está melhor? — perguntou ele quando bati a porta do carro.

— Estou, obrigada — sorri fraco.

Ele funcionou o carro e arrancou cuidadosamente pelo asfalto, respeitando todas as leis de trânsito e andando no limite da velocidade. Easton escutou atentamente durante toda a viagem eu reclamar sobre como ser mulher é difícil, me lançando sorrisos apreensivos sempre que podia.

Easton estacionou numa vaga do estacionamento exclusivo do hospital e se apressou para abrir a porta para mim. Dei risada do seu cavalheirismo, dizendo o quanto ele era fofo fazendo isso, mas seu largo sorriso foi desaparecendo à medida que uma mulher vestida com um uniforme de enfermeira corria em nossa direção, ofegante e com os olhos arregalados.

— Sunny, aconteceu alguma coisa? — perguntou ele, cauteloso, enquanto a mulher ofegava em sua frente.

— O seu pai está aqui e a sua mãe... ela... — Sunny balançou a cabeça, sem saber o que falar.

— Droga — Easton murmurou, e saiu em disparada para dentro do hospital.

— Easton, espera! — apressei-me para alcançá-lo, sem saber exatamente o que fazer.

Meu coração batia forte no peito. O par de olhos azuis do meu amigo, antes cheios de brilho e divertimento, exalavam pânico. Seu rosto estava branco enquanto ele procurava pela sua mãe às cegas no meio de tantos uniformes brancos. Eu apenas o seguia, tão apavorada quanto ele, para uma sala um pouco estreita com prateleiras de medicamentos. Quando consegui ver a situação atrás do corpo forte de Easton, fiquei paralisada. Chloe estava nos braços de um homem forte, tatuado e, provavelmente, bêbado, enquanto se debatia tentando se livrar dele e ele a empurrava em cima das prateleiras. Por conta dos empurrões, Chloe estava com os braços arranhados por cair em cima de seringas e tesouras.

— Solta ela!

Easton se intrometeu no meio dos dois, sendo obrigado a empurrar o pai para longe para impedir que ele a machucasse ainda mais. Dois médicos apareceram para ajudar, empurrando os corpos femininos que se acumulavam, assustados, para observar a cena com espanto. Empurrões, socos e gritaria foram necessários para retirar aquele homem descontrolado daquela sala estreita. Eu mal conseguia respirar diante de tanta tensão. Estava paralisada, estática, extasiada o suficiente para não conseguir me mover. Olhando para Chloe, desolada, arrasada, enquanto Easton — com uma dor infinita no olhar — e seus colegas de trabalho tentavam consolá-la, era como se todo o meu pior pesadelo tivesse voltado do passado e me atingido com uma pancada certeira na cabeça. Sua dor era a minha dor.

Em uma fração de segundos, eu estava correndo para fora daquela sala, ignorando a voz de Easton chamar o meu nome. Eu precisava colocar para fora o que eu estava sentindo, e sabia exatamente em quem descontar essa raiva. Passei pela porta principal como um furacão, e como o previsto, o homem ainda fazia o maior escândalo em frente ao hospital, chamando a atenção de todos ao seu redor. Andei em sua direção, como se fosse acertar sua cara com um soco certeiro, mas parei em sua frente, com um olhar ameaçador e a adrenalina borbulhando na corrente sanguínea junto com a raiva.

— Você é um monstro! — empurrei seu peito, com a raiva queimando a pele da minha garganta.

Ele cambaleou para trás, como se estivesse vendo duas de mim.

— Quem é você, mocinha? — Ele me olhou dos pés a cabeça e, por fim, abriu um sorriso bêbado.

— Será que você não percebe o grande imbecil que é? — exclamei, ignorando seu olhar pervertido. — Você foi casado com uma mulher maravilhosa, tem um filho que todo pai desejaria ter, e você sequer dar valor. Você é um nojento, repugnante e miserável, que não merece um pingo do amor que o Easton te dar. Você é tão desprezível que merece ser esquecido, merece passar o resto dos seus dias miseráveis sozinho, tendo que conviver com a solidão e o vazio. Você é um filho da puta sortudo por ainda ter o amor do seu filho.

Ele deu risada, debochado.

— Deixa eu ver se entendi — ergueu o dedo indicador. — Você é a puta que o Easton está comendo, certo? Olha, pelo que parece, o garoto não é tão idiota assim... — inclinou a cabeça para o lado para olhar melhor para o meu corpo.

Um estalo enorme emanou da sua bochecha quando meus cincos dedos ficaram marcados em sua cara. Ele levou a mão ao rosto, esfregando a pele avermelhada, e os olhos idênticos aos de Easton — sem o mesmo brilho — arregalados.

— Sua vagabunda... — ele ergueu a mão para me bater, e me encolhi com o susto, mas sua mão parou no meio do caminho quando dedos longos cobriram seu pulso, impedindo-o de fazer tal ato.

— Ah, mas não vai mesmo! — uma voz rouca soou atrás do ombro largo do homem bêbado.

Ele puxou o braço com brutalidade e cambaleou alguns passos para o lado. O homem de calça jeans, camisa polo e jaleco branco lançou um olhar assassino para o pai do meu amigo.

— O que você está fazendo aqui, Dereck?

Dereck. Até então, eu não sabia o nome do homem que carregava um histórico de decepção na vida de duas pessoas tão doces. Dereck riu de gargalhar e olhou para o doutor com cinismo.

— Vejam só se não é o doutorzinho de merda — suas palavras saíram arrastadas. — Veio defender a vadia da Chloe novamente?

Dereck caiu no chão com o soco que atingiu o meio do seu nariz, explodindo-o em sangue. Os seguranças se aproximaram às pressas para separá-los antes mesmo que uma briga começasse.

— Só tirem esse desgraçado daqui!

Os seguranças arrastaram Dereck para fora da garagem, quase inconsciente. O homem de jaleco respirou fundo e balançou a cabeça, olhando de relance para as pessoas que observavam a cena lamentável de longe, com espanto nas expressões.

— Tudo bem com você? Ele te machucou? — perguntou ele, me analisando.

— Não, eu estou bem, graças à você. Obrigada.

Ele acenou com a cabeça.

— Você conhece aquele cara?

Engoli em seco.

— Ele é pai de um amigo meu.

— Conhece o Easton?

— Sim, somos amigos.

— Eu sou Dylan, médico dele — disse ele, fazendo um arrepio subir pela minha espinha. — Ele está aqui?

— Ele està là dentro com a Chloe.

— Ah, merda!, Chloe — ele resmungou antes de correr para dentro do hospital, me deixando ali sozinha.

Easton devia estar arrasado. Na hora da raiva, sequer me disponibilizei para saber como ele estava se sentindo. Eu era uma granada prestes a explodir com qualquer movimento brusco. Estava com tanta raiva que podia socar alguém até o nó dos meus dedos estarem ensanguentados, mas antes de qualquer coisa, o meu amigo precisava de mim.

Chloe estava desolada quando finalmente os achei em uma sala mais reservada do hospital. Easton sussurrava alguma coisa em seu ouvido enquanto Dyan estava agachado aos seus pés, cuidando do ferimento em seu braço. O tumulto tinha se dissipado. Aproximei-me cautelosamente, com os ombros encolhidos. Ela havia sido machucada como eu fui, e não foi só fisicamente. Easton me lançou um olhar melancólico quando me sentei ao lado da sua mãe, em silêncio. O que eu podia lhe dizer agora? Eu era tão vítima quanto ela.

— Está tudo bem, Chloe. Não chore. Você vai ficar bem. — Dylan tentava capturar os olhos da mulher para, creio eu, lhe passar algum tipo de conforto, mas não obteve sucesso.

Ele se levantou com um suspiro, carregando o kit de primeiro socorros, com uma expressão claramente chateada. A situação o afetava mais do que ele gostaria de demonstrar. O jeito como Dereck falou com ele mostrava que ambos já tinham se estranhado em outras ocasiões.

Permaneci de cabeça baixa até então. Queria ter as palavras certas para dizer, mas como consolar outra pessoa sendo que minhas feridas ainda continuavam abertas? Ainda assim, eu tinha que tentar. Olhei para Chloe que mantinha a cabeça baixa; a pele do rosto avermelhada e as lágrimas pingando como gotas pela ponta do seu nariz. Segurei o seu ombro em forma de conforto.

— Chloe... Sinto muito. Muito mesmo. — não consegui disfarçar a dor em minha expressão. — Eu sei que, qualquer coisa que eu fale ou faça não vai diminuir a dor que você sente aí dentro. Eu sei como é se sentir um poço transbordando de dor, mas quero que lembre que há pessoas aqui que te amam e te apoiam. Eu entendo a sua dor mais que ninguém, sei como é difícil arrancá-la do peito... Leva tempo, mas você consegue.

Ela ergueu o olhar e fungou. Um sorriso se espalhou pelos seus lábios sem mostrar seus belos dentes brancos e alinhados. Era mais uma tentativa de esquecer aquele assunto que conversar sobre ele.

— Obrigada, querida. Me desculpe por isso — sua voz saiu baixa e aguda.

— Não precisa se desculpar. Ele não merece uma lágrima derramada. Se quiser alguém para conversar, não hesite em me chamar — olhei em seus olhos.

Ela balançou a cabeça positivamente, incapaz de falar.

— Tome isto, Chloe. — Dylan se aproximou com um copo d'água e um comprimido.

— Obrigada — ela sussurrou completamente agradecida.

— East, posso falar com você um segundo? — inclinei-me para olhar para ele.

Seus olhos eram uma mistura de dor e decepção.

— Pode ir, Easton — disse Dylan. — Eu cuido da Chloe.

Easton acenou com a cabeça a deixou a sala – comigo em seu encalço — depois de sussurrar mais alguma coisa no ouvido da mãe e beijar o seu rosto com carinho. Uma vez que a porta foi fechada atrás do meu corpo, fiquei na ponta dos pés e coloquei meus braços ao redor do seu pescoço, na tentativa de acolher o seu corpo másculo. Ele me abraçou com força, escondendo o rosto na curva do meu pescoço.

— Eu sinto tanto... — sussurrei, afagando suas costas. — Nem sei o que te dizer.

— Não sei mais o que fazer, América — sua voz cheia de dor saiu abafada pela pele do meu pescoço. — Estou entre a cruz e a espada.

— Easton — afastei-me e segurei-o pelos ombros, e olhando fundo nos seus olhos, falei da maneira mais séria que pude: — este cara pode ter ajudado a te trazer ao mundo, e, caralho, talvez isso possa ser a única coisa boa que ele vai fazer pelo resto da vida miserável dele. Mas este cara que esteve aqui agora a pouco não é o seu pai, pois machucar está muito longe de um papel de pai na vida de um filho. Ele deveria estar te dando carinho, amor e atenção, não causando mais tumulto em sua vida...

Ele abaixou a cabeça.

— Não quero te magoar, East. Também não sou nenhum exemplo para falar isso quando sou uma completa covarde se tratando dos meus sentimentos, mas você precisa fazer a coisa certa.

Os olhos azuis de Easton transmitiam uma dor infinita. Mas a melhor forma de enfrentar o sofrimento era erguendo a cabeça e fazendo a coisa certa, mesmo que isso significasse arrancar um pedaço de você.

— Eu sei o que fazer — sussurrou com a voz cheia de dor. — Eu vou fazer a coisa certa.

Mordi o lábio inferior com mais força. Eu não sabia o quanto estava sendo difícil para ele.

— Você tem à mim, não se esqueça disso — acrescentei. — Isso vai passar...

Ele concordou com a cabeça, os olhos pesados. Queria poder sugar toda a dor que ele sentia, fazer um sorriso aparecer nos seus lábios, daquele que fazia o dia de qualquer um melhorar. Seu rosto parecia estar marcado por mil ressacas e mil tragédias.

— Sua mãe precisa de você agora — continuei. — Você é o único que pode ajudá-la neste momento de dor. Então leve-a para casa e fique um pouco com ela.

— Sabe, Meri... Você continua perdoando aqueles que ama, até que um dia o erro deles te machuca tanto e você passa a odiá-los. — Seus olhos brilharam de lágrimas. — Eu tentei.

— Eu sei disso — afaguei seu rosto avermelhado. — E mesmo assim, você coloca um sorriso no rosto todo dia e vai à luta. Admiro isso. Só queria ter um coração tão bom quanto o seu.

Sua mão cobriu a minha em seu rosto.

— E você tem. Só você que não percebeu ainda — ele sorriu de um jeito melancólico, um jeito que não lhe era comum. — Me desculpe por tudo isso.

— Você não precisa se desculpar. Amigos são para todas as horas.

Easton respirou fundo.

— Eu vou te levar para casa, acho que já chega por hoje — disse ele.

— Não precisa me levar para casa. Fique aqui e cuide da Chloe, ela precisa mais que eu — respondi.

— Sério, Meri, eu te levo.

— Não se preocupe comigo — toquei o seu rosto. — Aliás, preciso passar em um lugar antes de ir para casa — encolhi um pouco os ombros. — Vai ser bom ficar um pouco sozinha para pensar no que dizer.

— É o Justin? Vocês ainda estão brigados?

Deixei os ombros caírem com um suspiro.

— É. É o Justin.

— Vocês vão se acertar, não precisa se desesperar. O Justin parece ser meio explosivo, mas é uma boa pessoa. E ele gosta de você.

Sorri amarela e o abracei uma última vez.

— Fica bem, tá?

— Obrigada — beijou minha testa. — Você é a melhor amiga que já tive em toda minha vida.

— Você também significa muito para mim — disse eu, sincera. — Se precisar de mim, você sabe o meu número.

Ele agradeceu mais uma vez, e, com um último abraço, nos despedimos. Eu sentia uma sensação ruim sempre que o deixava para trás, como se eu estivesse o abandonando. Mas eu nunca o abandonaria. Eu preferia acreditar que, deixá-lo para trás, significava um atè logo, e não um adeus. Jamais. Easton fazia parte da minha vida agora, e por mais bondoso que fosse, havia sempre alguém para estragar o dia da gente, senão a vida. Eu não podia mudar isso, até porque, todos estamos destinados a encontrar obstáculos pelo caminho; um maiores que os outros.

Dentro de um táxi à caminho da casa de Justin, deixei de lado — pelo menos por um tempo — os problemas de Easton para me concentrar nos meus. Eu nunca fui de correr atrás de um garoto por ele ter parado de falar comigo, mas com Justin era diferente, e isso me deixava nervosa. Sentia que, de alguma forma, eu era a culpada de algo que não fiz. Só não queria afastá-lo, por isso estava prestes a deixar o meu orgulho de lado e ir falar com ele. Não queria admitir que talvez as coisas estivessem mudando aqui dentro, mas a estranha sensação de vazio permanecia aqui dentro sempre que ele se afastava. Eu gostava da maneira como meu coração se aquecia quando ele me tocava, me acolhia em seus braços ou me beijava. Gostava das suas palavras de fé e das suas fotos roubadas. E, principalmente: gostava de estar com ele. Sempre. Eu não fazia a mínima ideia do que tínhamos, ou talvez fosse a única que ainda não tinha percebido — ou não queria.

Observei o táxi sumir na esquina quando ele me deixou em frente à porta. Virei-me para a casa de fachada marrom, com a respiração presa nos pulmões. Talvez não tivesse sido uma boa ideia ter vindo até aqui, mas não ia desistir agora. Se tinha uma coisa que eu não sabia era ser covarde. Andei pelo caminho estreito de concreto que dividia ao meio o gramado verde e aparado, e que levava até a varanda da casa. Observei que sua moto estava estacionada em frente ao portão branco da garagem, o que significava que ele estava em casa. Subi os três degraus e dei dois passos para chegar até a porta. Toquei a campainha logo de uma vez, tentando não perder a coragem, e esperei pacientemente enquanto olhava para os meus pés como se tivesse descoberto algo interessante neles. Ouvi um barulho intrigante na fechadura da porta e ergui minha cabeça para encarar a figura dez centímetros mais alta que eu.

Peter Bieber estava parado em minha frente, com roupas sociais e cabelo arrumado. A manga da camisa dobrada até os cotovelos me permitiu ver que seus braços eram cobertos de tatuagens — não tanto quanto os de Justin. Ele abriu um sorriso amigável quando me viu.

— América Greene, que surpresa!

— Oi, Sr. Bieber — abri um sorriso simpático. — Como o senhor está?

— Só Peter, por favor. E eu estou bem. E você?

— Estou bem também. Na verdade, queria falar um pouco com o Justin. Será que ele me receberia? — abri um sorriso tenso.

— Claro. Ele estava mesmo querendo falar com você — ele abriu espaço. — Entre.

— Obrigada.

— Fique à vontade, vou avisá-lo que você está aqui — dizia ele enquanto me conduzia pelo corredor estreito até a sala.

— Obrigada — agradeci mais uma vez, mas preferi ficar de pé enquanto seus passos sumiu pelo corredor que levava aos quartos.

Tentei controlar os meus nervos enquanto esperava. Por que diabos eu estava tão elétrica? A ideia de que ele não quisesse mais falar comigo me apavorava. Suas palavras ainda me atormentavam. Eu queria que, de alguma forma, aquilo tivesse sido da boca para fora. Queria que ele me abraçasse forte e me dissesse, como todas as outras vezes, que tudo ia ficar bem. E, principalmente, que ele estaria aqui quando eu precisasse e quando não precisasse também. Que estaria sempre ao meu lado, não importa a grande Regina George que eu era.

Ouvi passos se aproximarem novamente e virei sobre meu próprio eixo, mas, para minha decepção — ou alívio — era Peter que voltava do corredor. Ele me lançou um sorriso acolhedor e disse:

— Pode ir até o quarto dele, ele está te esperando.

— Ok, obrigada — hesitei um pouco, mas prossegui, um pouco incerta, o caminho até o quarto de Justin.

Depois de alguns segundos parada no corredor, reconheci a porta do seu quarto depois de buscar vagas lembranças na minha mente. Um arrepio subiu pela minha espinha ao lembrar dos nossos corpos se chocando contra essas paredes numa desesperada tentativa de chegar à sua cama. A sensação do seu toque na minha pele ainda estava acesa. Ardia feito chamas acesas. Mas não era para isso que eu estava aqui. Por mais que eu desejasse Justin, teria de deixar o desejo sexual para depois — até porque ainda tinha uma aposta para ganhar, acho — e fazer o que realmente importava.

Hesitei antes de bater na porta, mas depois de contar até três, bati na madeira escura com três toques suaves, causando um barulho oco. Mais uma vez eu estava olhando para os meus pés enquanto esperava ser atendida. Meu coração ficava cada vez mais pequeno. Puta que pariu!, que sensação estranha! Um clique na porta me fez despertar. Observei pés descalços — e feios — pararem à minha frente e subi meu olhar cautelosamente pelas pernas cobertas por uma calça moletom, camisa branca lisa, tatuagens nos braços e, enfim, olhos castanhos claros.

Um segundo se passou até nos darmos conta de que estávamos perto um do outro novamente, e o ar pareceu se carregar de uma espécie de eletricidade mágica, o que me deu a dimensão exata da saudade que sentia dele.

— Oi — ele disse, como se não conseguisse pensar em mais nada para dizer.

Decidi ser eu mesma: um comentário sarcástico sempre ajudava.

— Nunca tinha reparado que seus pés eram tão bizarros — abri um sorriso de canto quando ele riu.

Trocamos um olhar.

— Vem, entra — ele me puxou pela mão e fechou a porta.

Dei alguns passos, dando uma olhada no quarto como se ele tivesse mudado desde a última vez que estive aqui. Só estava um pouco bagunçado pela quantidade de papel que estavam espalhados pela mesa, junto com algumas fotografias. Ele estava trabalhando, era óbvio.

— Ei, elas ficaram prontas! — aproximei-me das montanhas de fotos reveladas das duas últimas semanas de trabalho duro e muita dedicação.

— Ficaram boas, não ficaram? — Ele se aproximou, tímido, talvez um pouco envergonhado.

Eu estava tentando aliviar a tensão entre nós dois desde que olhamos nos olhos um do outro.

— Claro que ficaram! — Olhei para ele com um sorriso um tanto apreensivo. Meu tom foi ficando cada vez mais baixo enquanto ele se aproximava com aquele olhar que era capaz de perfurar a minha alma — Afinal, foram tiradas por você.

Justin segurou minha mão, o que me deixou ainda mais apreensiva e desesperada para fazer as pazes.

— Eu sinto muito, Ruivinha. Eu fui um idiota com você aquele dia.

Meus ombros caíram.

— Eu não sabia que você estava com raiva de mim.

— Eu não estava com raiva de você — ele se apressou em dizer. — Eu só tenho o mau hábito de afastar as pessoas quando estou com raiva. Me desculpe.

Mordi o lábio inferior com força.

— Olha, Justin, eu... Eu sinto muito por estar sempre te metendo em encrenca. Às vezes é mais forte que eu, não consigo controlar — respirei fundo, tomando coragem para dizer o que estava entalado na garganta e não queria sair. — Eu sei que não sou boa influência para ninguém, e juro que estou tentando melhorar nisso, mas esse processo leva algum tempo... Exige um pouco de compreensão e paciência. Mas se isso estiver te prejudicando de alguma forma, eu entendo que devemos ficar longe um do outro. — Encarei seus olhos indecifráveis e prossegui antes que ele pudesse me dizer o que eu mais temia ouvir. — Mas antes de qualquer coisa, você precisa saber que estar do seu lado tem sido a coisa mais maravilhosa que aconteceu comigo no último ano. Você está trazendo cor para o meu mundo cinza e sombrio, e quero dizer que, se você for, vou sentir muita a sua falta.

Justin abriu a boca uma vez, mas não falou nada. Piscou sob os cílios, me deixando privada dos seus olhos cheios de emoções por um segundo, então olhou nos meus olhos, me deixando ainda mais ansiosa por sua resposta.

— América... — fez uma breve pausa. — Eu realmente não sei o que você está fazendo comigo. — Deixou os braços caírem ao lado do corpo. — Você é a garota mais maluca que conheço, sério — ele soltou um risinho de nervosismo — e mesmo assim eu sinto vontade, necessidade, de estar com você o tempo todo. Não importa se seja brigando ou apenas tirando algumas fotos, mas eu só quero ter certeza de que você está sentada ao meu lado, nos meus braços, e não nos braços de outro homem qualquer que sequer sabe enxergar essa garota maravilhosa que você é. Quando estou com você, perco a cabeça fácil, fácil, mas è uma adrenalina tão boa que não quero parar... Sei là. Você me deixa confuso. Não sei o que te dizer nem o que fazer.

— O que isso significa? — perguntei baixinho, ainda tonta pelas palavras que ele acabara de despejar em cima de mim.

— Não sei — confessou, e depois suspirou. — Realmente não sei...

— Posso ir embora se você quiser — engoli em seco.

— Eu as vezes acho que o melhor a se fazer é ficar longe de você. Porém, não consigo aguentar o fato de ver você saindo pela porta. Então fique aqui comigo. — Fez uma pausa e olhou nos meus olhos como se suplicasse ocultamente. — Você vai ficar?

Meu coração parecia ter subido pela garganta e ter ido parar na minha mão. Era insano a sensação de aquecimento que se apoderava dentro de mim. Justin estava ali, parado em minha frente, esperando por uma única palavra minha para tudo voltar a ser o que era antes. E não havia nada que eu quisesse mais do que estar de bem com ele novamente. E, olhando em seus olhos, respondi com o mais sincero desejo do meu coração:

— Pelo tempo que você quiser.


Notas Finais




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