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História Rebel Heart - His First Man


Escrita por: MillyFerreira

Notas do Autor


√ OLHA QUEM VOLTOU!!! Demorei um pouco para aparecer, eu sei. Acabei tendo alguns problemas, e só consegui finalizar este capítulo ontem. Para recompensar, ele está bem extenso.

√ Desculpem-me qualquer erro. Boa leitura!

Capítulo 23 - His First Man


Fanfic / Fanfiction Rebel Heart - His First Man

No último ano, busquei conforto em festas e bebidas, em sexo fácil. Nunca usei drogas, mas essas noites me deixavam chapada, como se a dor não existisse. Mas era uma grande farsa: a dor sempre esteve aqui, machucando, corroendo… E mesmo assim, eu preferi ignorar, pois era mais fácil fugir do problema do que encará-lo de cabeça erguida. Eu fui fraca. Covarde. E não me orgulho disso. Mas quando menos esperei, quando tudo parecia confuso e perdido, uma luz surgiu para mim no fim do túnel, e ao invés de andar sobre espinhos, eu comecei a flutuar sobre pétalas de rosas. Encontrei a paz e o conforto que me foi tirado nos braços de um loiro de olhos caramelados, apaixonado por fotografia e que carregava o melhor sorriso. A verdade era que eu amei a tua alma antes mesmo de me apaixonar pelo seu corpo. Desde o início, desde o primeiro olhar, eu estava fadada a me apaixonar. Mas eu tive medo, quis ignorar um sentimento tão puro e intenso por medo de me machucar novamente. Eu ainda tinha medo. Mas estava aprendendo que seguir em frente era deixar para trás aquilo que não te pertence mais, e era isso que eu estava tentando fazer, dando um passo de cada vez.

E agora, cá estava eu, deitada no calor dos braços de Justin, fazendo nada mais além de encarar um ponto vazio do quarto, os olhos desfocados, enquanto seus dedos esguios faziam carinho em meus cabelos, deixando-me sonolenta e presa em meus pensamentos mais profundos. Estava frio lá fora, estava quase escurecendo. Eu precisava voltar para casa, mas não estava disposta a sair da cama e deixar Justin para trás. Tudo o que eu queria era permanecer ali até o amanhecer, e até mesmo depois disso.

— Você está tão calada… — disse ele enquanto minha cabeça subia e descia lentamente, acompanhando o ritmo da sua respiração calma e seus batimentos suaves contra as costelas.

— Só estou pensando… — não movi um músculo, minha bochecha estava pressionada em seu peito, deixando minha voz abafada.

— E eu posso saber o que a deixa tão quieta? — sua voz era suave.

— Você.

— Eu? — exclamou ele, risonho. — Pensei que eu atiçasse você — brincou ele.

Suspirei, e depois de uma longa pausa, respondi:

— É muito mais que isso.

Justin não respondeu, mas eu podia sentir seu olhar queimar meu couro cabeludo. Eu tinha medo do seu silêncio repentino sempre que eu decidi me abrir um pouco mais, e era isso que me fazia engolir as palavras e esconder esse sentimento. Temia ser rejeitada, e se ele me dissesse “não”, eu não aguentaria.

— Engraçado, não é? — indagou de repente.

— O quê?

— Estarmos aqui agora… Prometi a mim mesmo que não ia me envolver com você.

Ergui a cabeça para poder encará-lo, meus olhos ganhando foco finalmente enquanto observavam a sombra de um sorriso em seus lábios.

— E por que se envolveu? — ergui a sobrancelha, fazendo um sorriso de verdade surgir em seus lábios.

— Você consegue ser bem insistente, ruivinha. Mas a verdade é que, quando olhei para você, eu soube que tinha uma missão a cumprir.

— Ah, é? E o que seria essa missão?

— Não sei ainda — ele suspirou, linhas de frustração tomando o seu rosto. — Mas sei que estou perto de descobrir — olhou em meus olhos.

Puxei o canto da boca e tornei a descansar minha cabeça em seu peito.

— As coisas mais importantes são as mais difíceis de dizer — disse eu, distante, enquanto fazia linhas imaginárias sobre sua camisa azul, uma cor que eu adorava sobre sua pele.

— Por quê? Tem algo a me dizer? — perguntou ele, com uma pitada de curiosidade e ansiedade na voz.

— Tenho muito o que dizer, Justin. — Fiz uma pausa e, depois de um suspiro, murmurei: — Mas pouca coragem.

— Ei, o que há? — Ele se debruçou embaixo de mim, fazendo-me rolar para o lado e deitar sobre o seu braço esticado, enquanto a outra mão estava descansada em meu pescoço e seu polegar acariciava o espaço atrás da orelha. Eu sabia que ele queria ver o meu rosto.

Entretanto, balancei a cabeça negativamente.

— Você sabe que pode se abrir comigo — sussurrou ele, olhando fundo nos meus olhos.

— Eu já lhe falei o bastante por hoje — respondi no mesmo tom baixo. — Ainda temos tempo.

— Tempo é sorte.

— E você é muito enxerido — arqueei a sobrancelha e ele abriu um sorriso de canto de boca divertido.

— Eu me preocupo com você, ruivinha.

— E eu agradeço por isso — nossos rostos estavam tão perto que se eu inclinasse um pouco a cabeça, poderia beijá-lo. — Mas hoje não é o dia para falar sobre isso — acrescentei, sentindo-me despreparada para tocar em tal assunto… Ainda era muito recente.

Justin depositou um beijo na ponta do meu nariz e depois beijou a minha boca. Com aquilo, ele queria dizer que entendia e respeitava minha decisão.

— É melhor levantar esse traseiro da cama, preguiçoso. Temos um jantar para preparar — uma voz reverberou pelo quarto, abafada pela madeira que nos separava, interrompendo o contato dos nossos lábios e nos fazendo encarar a porta fechada.

— Pai, não fala desse jeito — reclamou Justin. — Temos visita em casa.

Depois de uma breve pausa, Peter perguntou, fazendo-me sorrir:

— É a ruivinha que está aí?

— Oi, como vai? — respondi por Justin.

— Oh, oi, América. Estou bem. E você?

— Estou bem, obrigada.

— Gosta de macarronada? É o que temos para o jantar hoje.

— Eu amo macarronada!

— Isso é ótimo. Espero vocês na cozinha. — Disse ele, e logo depois, seus passos se distanciaram pelo corredor.

— Ele gosta de você — a voz rouca de Justin fez cócegas no espaço atrás da minha orelha, um sorriso crescendo em meus lábios ao encarar o caramelo dos seus olhos. Depois de tanto tempo admirando cores como azul e verde, descobri que a felicidade tem olhos castanhos.

— Já conquistei o meu sogro, isso é bom — brinquei, fazendo-o rir e depositar um beijo na minha testa.

— Vem, vamos jantar — ele se levantou da cama, deixando um vazio ao meu lado, e logo depois, me ajudou a ficar de pé, mas a verdade é que eu não queria sair do conforto dos seus braços, do aconchego do seu leito.

Justin segurou minha mão e me guiou para fora do quarto, o corredor estreito nos levando para a sala e, logo em seguida, à cozinha. Peter já colocava os ingredientes sobre o balcão, procurando por panelas e facas.

— Ei, precisa de ajuda? — ofereci-me.

— Nada disso, mocinha — Justin segurou-me pelos ombros e me forçou a sentar na cadeira sobre a mesa. — Você é a visita aqui, deixa isso comigo.

— Visita? Para mim, a América já é de casa — alfinetou Peter, recebendo um olhar cortante do filho e me fazendo rir baixinho, recebendo uma piscadela do mais velho.

— Pai, não começa — murmurou ele.

— Que foi? Gosto dela — deu de ombros, fazendo-me sorrir.

— Também gosto de você — disse eu, sincera.

— É impressão minha ou vocês estão tramando um complô contra mim dentro da minha própria casa? — perguntou Justin de braços cruzados, fingindo indignação.

— Só estou abrindo o seu olho, amigão — Peter deu leves tapinhas no ombro do filho, voltando sua atenção para os temperos em cima do balcão. — Agora seja educado e ofereça uma bebida à ela.

Justin ergueu as mãos em rendimento, um sorriso divertido em meus lábios enquanto ele andava até a geladeira e tirava de lá uma jarra. Ele pegou um copo no armário e encheu de suco de laranja, e colocou sobre a mesa junto com alguns cookies com gotinhas de chocolate, deliciando-me antes do jantar.

— Como vai os estudos, América? — Peter se apoiou no balcão enquanto Justin se encarregava de cortar os temperos.

— Acho que melhorou bastante. Vou fazer a prova final do semestre depois de amanhã e finalmente trancar o curso e começar a fazer o que realmente quero.

— Legal. — Sorriu de um jeito jovial. — O Justin me disse que vai rolar uma baile de outono. Ele convidou você, não convidou?

— É, convidou.

Justin olhou por cima do ombro do pai, um sorriso largo cheio de divertimento, fazendo-me estreitar os olhos para ele e balançar a cabeça em reprovação… Maldito filho da puta!

— Ele vai cantar nessa festa, não sei o que as pessoas têm na cabeça — balançou a cabeça vagamente, e depois abriu um sorriso divertido —, o garoto canta mal pra caramba.

— Obrigada pela força, pai — Justin revirou os olhos, arrancando risinhos alheios.

— Estou brincando, moleque. Você sabe que estou.

— Ah, é? Quando eu sair de casa, aposto que vai sentir saudades de me ouvir cantar no chuveiro — disse Justin.

— Um descanso para os meus tímpanos, finalmente — cochichou para mim, fazendo-me rir.

— Eu estou ouvindo isso, ok? — retrucou Justin.

— Não sei do que você está falando — Peter se defendeu, e logo depois, sorriu.

Uma relação como a deles era difícil de se encontrar hoje em dia. Normalmente, os jovens eram mais fechados com seus pais, e eu era a prova viva disso. Mas nem sempre foi assim. Eu sempre fui muito comunicativa, e tudo desandou de repente. Sentia falta das conversas jogadas fora e risos sobre a mesa. Tudo continuava do mesmo jeito, e eu tinha noção de que a única coisa que tinha mudado era eu, assim como eu começava a acreditar que ainda tinha tempo para mim, para consertar os meus erros e curar certas feridas.

Vinho sempre foi o companheiro fiel do macarrão, e com um pouco de capricho, o jantar estava delicioso. Para uma casa de homens, os Biebers cozinhavam muito bem. Melhor do que eu, mesmo que fosse difícil admitir. Eu nunca fui muito boa em cozinhar, e isso era um dos motivos para me fazer repensar para sair de casa. Com certeza passaria fome, se não sobreviveria de pizza e sanduíches comprados na rua. Talvez não. Justin sabia cozinhar, e muito bem. Se caso dessemos certo, ele não nos deixaria passar fome… O que eu estava pensando? Não tínhamos sequer alguma coisa para chamar de relacionamento, e cá estava eu, pensando num futuro juntos, dividindo o mesmo teto.

— Obrigado pelo jantar — despedi-me de Peter com um abraço. — Estava uma delícia — acrescentei.

— Modéstia sua. Apareça mais vezes.

— Pode deixar.

— Já volto, pai — Justin caminhou até a sua moto, segurando a minha mão, depois de deixar um aperto no ombro do pai. Acomodei-me na garupa, meus braços ao redor da sua cintura, e partimos suavemente pelo asfalto vendo um último aceno do mais velho antes de sumir dentro de casa.

Soltei um suspiro contra as costas de Justin, a brisa gelada batendo contra o meu rosto, fazendo-me encolher no assento. Senti sua mão cobrir a minha sobre seu abdômen, seu toque e o leve roçar do polegar em meu dorso aquecendo o resto do meu corpo. Era tão bom estar com ele, sentir o calor do seu corpo tão próximo ao meu, o que me fazia querer enxergar o nosso futuro. Era algo do momento, ou duraremos para sempre? Um dia, ele me amaria como eu o amava? Ou ele iria embora, deixando para trás suas promessas vazias? Sem ele, o mundo ainda existiria, mas só. Quando ele não estava por perto, os dias ensolarados se tornaram cinzas. Festas eram apenas festas. Bebidas não tinham o gosto prazeroso que costumavam ter. Justin apareceu feito um furacão, levando tudo de mim, guardando cada pedaço meu no seu interior, obrigando-me a necessitar dele para sobreviver. E eu não gostaria que fosse diferente.

Um suspiro me escapou quando ele estacionou em frente à casa de Eggsy. Sempre quando eu estava com ele, montada em sua moto e seguindo por aí, eu desejava fazer esse momento durar mais um pouco, mas às vezes, a eternidade pode durar apenas um segundo.

Ao aproximarmos da porta, Eggsy surgiu usando uma calça xadrez como pijama e uma blusa cinza de manga curta, o rosto amassado e o cabelo bagunçado. Era óbvio que já estava dormindo, e se não estivesse, estava prestes a cochilar.

Ele bocejou antes de falar alguma coisa.

— Eu estava esperando vocês.

— Dormindo uma hora dessas, primo? — Justin socou o braço do primo por brincadeira, fazendo-o resmungar e massagear o lugar da pancada.

— A Rosie te deu canseira, foi? — debochei.

— Para a minha infelicidade, não. — Bufou. — Já não posso dizer o mesmo de vocês dois — acrescentou com um sorriso venenoso.

— Calma lá, amigo — Justin se defendeu, erguendo as mãos em rendimento. — Não è nada disso que está pensando.

— Não aconteceu nada, Eggsy — reforcei.

— Vocês dois são tão patéticos — ele revirou os olhos e jogou a chave do carro para mim. — Boa noite para vocês dois — virou-se sobre o próprio eixo, e caminhou, preguiçosamente, para a varanda de casa.

— Não vai nos convidar para entrar? — Justin o provocou.

Eggsy o ofereceu o dedo do meio por cima do ombro, sem olhar para trás, fazendo-nos rir. Ele bateu a porta em nossas cara, sem nenhuma cerimônia. Justin virou-se para mim, com o sorriso divertido de sempre estampado no rosto, tomando minha mão sobre a sua e acariciando meu dorso. Ele tinha noção do quanto era bom receber esse carinho partindo dele?

— É aqui que nos despedimos, então — disse ele, uma pitada de decepção camuflada por trás da serenidade da voz.

— Você sabe que não precisa ser assim — retruquei.

Ele retraiu o canto da boca suavemente.

— Desde que você chegou, não hà uma noite que eu não queira passar sem você. — Declarou ele, acalentando meu coração. — Mas você precisa ir para casa. Amanhã é um novo dia, ruivinha.

— Eu ainda tenho duas semanas, Justin. Isso significa que posso te obrigar a ficar — retruquei em um jogo sensual, fazendo-o abrir um sorriso desta vez. — Mas depois de tudo o que você fez e faz por mim, seria muito egoísmo pedir para você ficar.

— Não me incomodo que seja egoísta.

Sorri sem mostrar os dentes ao perceber que ele queria isso tanto quanto eu.

— Hoje não, bad boy — fiquei na ponta dos pés, segurando seu queixo na ponta dos dedos e depositando um beijo demorado no canto da sua boca.

Seus olhos acompanharam meus movimentos quando me afastei, mas tudo o que eu queria era estar mais perto, andar dois passos para frente ao invés de dois para trás.

— Boa noite, Justin — olhei uma última vez para o seu rosto e virei sobre o próprio eixo, caminhando a contragosto até o Mini Cooper estacionado na calçada.

Destravei o carro e, prestes a abrir a porta, sua voz rouca chamou pelo meu nome, fazendo-me virar tão rápido a ponto de ver estrelas, e tudo que senti foi seus lábios sobre os meus uma batida depois, seu corpo me pressionando contra o carro em um beijo cálido e intenso ao mesmo tempo. Sorrisos entre o beijo, coloquei meus braços ao redor do seu pescoço enquanto suas mãos fortes me traziam cada vez mais para perto do calor do seu corpo.

Ele finalizou o beijo com vários selinhos, fazendo-me rir entre seus lábios desenhados e macios.

— Agora sim, boa noite — ele sussurrou, e logo depois, beijou a ponta do meu nariz.

Segurei o seu queixo mais uma vez e provei dos seus lábios novamente, levando comigo uma última lembrança da noite antes de entrar no carro. Arranquei pela estrada lentamente, um vazio se estendendo no peito ao ver seu reflexo no retrovisor sendo deixado para trás na calçada.

Tracei um caminho escuro e vazio, e para não me sentir tão perdida no silêncio, liguei o rádio e logo Tell Me You Love Me da Demi Lovato começou a preencher o espaço oco. A letra da música era uma façanha, me fazendo lembrar de tudo o que vivi até aqui ao encontrar Justin. Desde que ele chegou, algumas letras de músicas que eu não dava a mínima começaram a fazer sentido e se tornar bastante significativas. Meu coração deu um solavanco contra a costela enquanto eu absorvia tudo o que precisava ser dito e tudo o que eu precisava ouvir. Todo o mundo parecia conspirar a nosso favor, e mesmo que o medo fosse esmagador, a esperança parecia mil vezes maior, vencendo a batalha de escuridão que se apoderava em meu peito sempre que eu pensava em me entregar.

Músicas mais animadas começaram a tocar, mas os pensamentos continuavam presos nas lembranças que me perseguiam pelos meus sonhos mais doces. Cada sorriso, cada abraço, cada toque, cada palavra… Eu os guardava, todos esses momentos, a sete chaves no meu coração.

Mas um sinal vermelho no painel chamou minha atenção, ao mesmo tempo que pisar no acelerador parecia não fazer mais efeito. O carro foi perdendo força aos poucos até parar por completo, sem forças para dar nem mais um passo. Ergui as mãos sobre o volante em forma de confusão, sem poder acreditar que o carro resolveu dar problema sem muito tempo de uso e no meio do nada. Mas, para minha frustração, ao observar o painel do carro, percebi que a culpa era única e exclusivamente minha.

Puta. Que. Pariu!

Quem, em seu estado normal, esquece de abastecer o carro? Aliás, quem inventou essa história de colocar gasolina? Maldito filho da puta!

— Porcaria! — grunhi de raiva, procurando o celular dentro da minha bolsa no banco carona.

Primeiro, tentei ligar para o meu irmão, mas o celular caiu direto na caixa postal. Minha segunda opção foi o meu pai, mas o celular estava desligado. Respirei fundo, tentando manter a calma e tentei pedir socorro à minha mãe, mas ela não atendia a ligação, assim como Amélia. Era impressão minha ou toda minha família resolveu me ignorar ao mesmo tempo?

Impaciente, desci do carro e comecei a andar feito um bêbado sem direção, pensando numa solução para resolver o meu problema. Mas me arrependi amargamente ao observar o cenário à minha volta, árvores altas de ambos os lados da estrada, semelhante a um cenário de filme de terror. Tudo bem, o que poderia acontecer a uma jovem de vinte anos anos, no meio do nada, com o precipício aos seus pés, com moitas enormes que daria para esconder um corpo? Com certeza era paranóia da minha cabeça.

Voltei para dentro do carro, com certeza era o melhor lugar para ficar. E não pude deixar de travar todas as portas, para depois, me encolher debaixo do volante. Tentei ligar para Rosie e Eggsy, mas como a minha família, ambos resolveram ter uma folga de mim. Tudo bem, respire fundo, não entre em desespero… Justin! É, ele poderia me ajudar. Eu acabei de sair da sua casa, ele tinha que atender o celular.

Disquei o seu número, torcendo para os quinze por cento de bateria suportar ao menos uma ligação, mas a preocupação foi pelo ralo, pelo menos alguns segundos, quando uma foto nossa apareceu no visor, fazendo caretas para a câmera, enquanto a chamada era completada. Um sorriso surgiu nos meus lábios, perdida em pensamentos, mas sua voz rouca me despertou dos devaneios. Ah, graças a Deus! Parecia que alguém ainda usava o celular, afinal.

— Eu sabia que era irresistível, mas não sabia que era tanto assim — brincou ele, fazendo-me revirar os olhos e abrir um sorriso logo em seguida.

— Não pense que estou com saudade e resolvi ligar para suprir a necessidade da sua presença — retruquei com uma sobrancelha arqueada.

Ele soltou um risinho do outro lado da linha.

— Por que ligou, então?

— É que… — engoli em seco — eu meio que estou um pouquinho, mas só um pouquinho, encrencada. Preciso da sua ajuda.

— Por Deus, o que você aprontou dessa vez? — seu tom de voz era sério agora.

— Por acaso, mas só por acaso — ressaltei —, eu esqueci de colocar gasolina no carro e estou parada no meio do nada.

Ele fez uma breve pausa, e depois gargalhou sem cerimônia alguma, me fazendo bufar irritada.

— Isso não tem graça, idiota! — disse eu na defensiva.

— Só podia ser você, não é? — debochou.

— O que você quer dizer com isso?

— Nada — defendeu-se, ainda risonho. — Vai, me diz onde você está que vou aí te socorrer.

Ditei para ele tudo o que ele precisava saber.

— Justin, não demora, tá? — pedi manhosa.

— Chego aí em dez minutos, fica calma. — Ele me confortou.

Fiquei contando os segundos, formando os minutos, tudo para não pensar nas várias possibilidades de ser assassinada naquele lugar. Aumentei um pouco o volume do rádio ao som de Week Without You da Miley Cyrus. Balancei a cabeça ao ritmo da música, cantarolando baixinho, mas minha mente estava longe. A playlist continuou com a Miley, desta vez, ao som de Malibu. Quando os últimos acordes de Be Alright, Ariana Grande, sumiu no ar, um reflexo no retrovisor me chamou atenção, seguido por um farol alto.

Desci do carro, aliviada por não estar mais sozinha e por ele ter chegado tão rápido quanto prometeu. Justin estacionou a moto ao meu lado, todo risonho, ainda se divertindo com a minha situação. Ele desceu da moto enquanto eu reclamava do seu deboche.

— É, faltou gasolina — disse ele depois de checar o painel do carro.

— Não me diga — fiz uma careta, irônica.

— Tem um posto de gasolina aqui perto — dizia ele enquanto eu sentia gotas geladas despencarem timidamente sobre os meus ombros, fazendo-me encarar o céu negro com os olhos estreitos — onde podemos conseguir gasolina.

— Vamos para dentro do carro — disse eu sob aviso.

— O quê? Por quê?

— Corre! Ah! — saí em disparada para dentro do carro enquanto uma chuva forte despencou de repente.

— Caralho! — Ele me acompanhou, rindo.

Abri a porta traseira e me acomodei no banco de couro, e ele entrou logo em seguida, batendo a porta. Trocamos um olhar e caímos na gargalhada enquanto a chuva se chocava com brutalidade no vidro das janelas.

— Não acredito nisso, minha moto — lamentou ele, olhando pela janela enquanto a moto estava sobre o ar livre, recebendo a potência da chuva.

— Quem é que está rindo agora? — provoquei-o.

— Se você não sabe, aquilo ali era a única saída para os seus problemas — retrucou ele.

— E o que vamos fazer agora?

— Vamos ter que esperar a chuva passar, ora.

— Que ótimo — murmurei, encolhendo-me no banco para tentar me proteger do frio.

— Frio? — perguntou ele, me encarando.

— Vai me dar seu casaco?

— Não — disse como se fosse óbvio, fazendo-me fechar a cara, o que o fez rir.

— Você é tão cavalheiro — revirei os olhos.

— Estou com frio, ruivinha. Não faz sentido te dar o meu casaco e ficar tremendo — explicou ele, apesar do sorriso brincalhão.

Revirei os olhos mais uma vez e pendi a cabeça para trás, descansando sobre o couro do banco.

— Estou brincando, marrentinha — Justin empurrou meu ombro por brincadeira. — Toma, veste isso — ele se contorceu sobre o banco, deslizou o casaco sobre os braços fortes e me entregou.

— Devo agradecer? — bufei enquanto deslizava o casaco sobre os braços e o ajeitava sobre os ombros, mesmo que fosse grande demais para o meu físico magro.

— Seria educado — debochou ele.

— Vai se ferrar, Bieber.

— Você é muito mal agradecida, sabia? — Virou o rosto para me encarar, sua boca a centímetros da minha, seus olhos alternando entre minha íris castanha esverdeada e meus lábios. — Saí do conforto da minha casa para te salvar, e é assim que retribui?

— Oh, peço que me desculpe, vossa majestade. O que o vosso majestoso príncipe deseja que eu faça para retribuir o seu grande favor em contribuição para humanidade? — perguntei sarcasticamente, fazendo-o rir fraco.

— Hum… — ergueu os olhos para o teto, fingindo estar pensando. — Acho que um beijo já basta.

Abri um sorrisinho, um revirar de olhos e uma batida depois, seus lábios nos meus, tomando tudo o que podia, acalentando-me. Seu hálito estava fresco, o gosto do vinho de mais cedo ainda ocupando as linhas entre os seus dentes, deixando tudo mais gostoso. Cheguei para mais perto, seus braços quentes me envolvendo em seu conforto, minhas mãos alternando, preguiçosamente, entre seus fios loiros e sua nuca, sentindo sua pele se arrepiar sobre meus dedos.

Tão quente. Ele era a própria chama. Seu corpo sempre carregava calor, o que, de certa forma, me aquecia de um jeito irreal. Eu me sentia um vulcão prestes a entrar em erupção. Seus braços era o melhor conforto que eu poderia querer, com ele eu me sentia viva, meus dias nunca foram tão coloridos.

— E se a chuva não passar? — perguntei enquanto me aconchegava em seus braços.

— Bem, acho que vamos ter que ficar aqui até amanhecer — respondeu ele, despreocupado.

— Isso é tão reconfortante — disse eu, sarcástica.

O silêncio pairou no ar enquanto o mundo desabava lá fora. Tudo o que eu podia ouvir dentro do carro era a sua respiração calma, seu peito subindo e descendo lentamente, seu coração batendo ritmado contra o peito. A chuva intensa formava um vapor gelado sobre os vidros, impossibilitando de ver o que acontecia lá fora. Estava frio. Tudo o que nos aquecia ali dentro era o calor do corpo um do outro. Passar a noite ali não seria nada confortável, mas se sacrificar uma noite bem-dormida significasse estar ali com Justin, eu não me importaria de acordar com dor nas costas e no pescoço.

— Tive um sonho assim uma vez — quebrei o silêncio, e ergui os olhos para espiar o seu rosto mergulhado na escuridão da noite.

— Que sonho? — Seus olhos me encararam com volúpia, fazendo espasmos de prazer se espalharem pela linha da coluna, estendendo-se por toda a espinha.

— Estávamos nós dois em um carro — sussurrei, meu dedo escorregando pelo seu peito coberto por uma camisa azul escura, traçando linhas imaginárias —, tão perto, tão envolvidos… sem roupas — acrescentei, fazendo a sombra de um sorriso brincar em seus lábios, seu olhar semelhante a um felino prestes a atacar sua presa no escuro.

— Parece um sonho e tanto — disse ele, um toque de charme e sensualidade em suas palavras lentas, causando-me arrepios intensos na nuca. — Alguns sonhos podem se tornar realidade, e vou realizar o seu.

Foi a minha deixa. Puxei sua nuca, seus lábios se chocando contra os meus, um beijo quente e intenso, nossas línguas dançando em sincronia com o desejo palpável, em busca de espaço, explorando cada pedacinho que ia surgindo com o esmagar dos lábios um no outro. Sua mão quente tocou a pele da minha barriga por baixo da blusa, me fazendo arquear sobre o couro do banco e arfar entre o beijo. Seus dedos escorregaram para dentro do sutiã negro, e sua palma apalpou meu seio direito, apertando, esmagando a carne logo em seguida, fazendo-me gemer alto. Seus lábios cobriram os meus no minuto seguinte, seu polegar acariciando meu mamilo sem pressa, uma tortura para a minha pele sensível.

Uma batida depois, e eu estava sentada em seu colo, possuindo a sua boca de forma possessiva, com força, com urgência. O espaço era pequeno, mas nada me faria desistir de viver aquela fantasia. Ergui os braços, apenas alguns segundos para que ele pudesse puxar minha blusa pela cabeça, quebrando o contato dos nos lábios, que logo estavam unidos novamente quando aquela peça estava no chão. Puxei sua camisa para cima, e atendendo ao meu desejo, aquela peça de roupa se juntou à minha sobre os seus pés.

Seus dedos gelados tocaram a pele quente das minhas costas, fazendo-me suspirar enquanto ele traçava um caminho reto pela minha espinha até encontrar o fecho do sutiã, sem desviar o olhar do meu, uma mistura de desejo e luxúria. Justin abriu o fecho sem nenhuma dificuldade, deixando as alças dançarem sobre os meus ombros, como se já tivéssemos vivido aquele momento milhares de vezes pela eternidade. O sutiã foi a segunda peça a ficar pelo chão, meus seios livres da sua prisão, expostos para ele tomar do jeito que quisesse. Seus olhos os avaliaram com volúpia, e eu já podia sentir algo queimar entre minhas pernas.

— São tão lindos — sussurrou ele, a voz carregada de desejo explícito.

— São todos seus — respondi com intensidade, atraindo seus olhos para os meus, a sombra de um sorriso brincando em seus lábios.

— Não me teste, América. Você pode se queimar — suas palavras me atingiram cheias de promessas, fazendo loucura com minha líbido, até então, mais ativa do que nunca.

— Eu não tenho medo do fogo — respondi à altura, arrancando-lhe um olhar de adoração. — Contando que seja com você, queime tudo o que precisar. — Segurei ambos os lados do seu rosto, curvei-me para baixo e provei dos seus lábios mais uma vez. Era um vício. Uma droga sem tratamento, uma necessidade excessiva de possessão, de prazer.

Suas mãos tocaram meus seios novamente, uma onda de calor sendo transmitida para o resto do meu corpo, suspiros me escapando naturalmente à medida que seus beijos desciam para o meu busto para depois chegar ao seio direito, onde ele tocou o mamilo com a ponta da língua, fazendo-me estremecer. Ele o puxou entre os lábios, a umidade começando a preencher minha calcinha, e seus olhos se ergueram para me espiar quando ele começou a chupá-lo. Pendi a cabeça para trás, gemendo, explorando seus fios de cabelo com as pontas dos meus dedos. Remexi-me em seu colo, inquieta, sentindo sua ereção cada vez mais crescente contra minha coxa, demonstrando sua excitação. Ele largou um seio apenas para dar atenção ao outro, proporcionando-me o mesmo prazer.

— Isso é tão errado… — sussurrei enquanto sentia seus lábios deixarem leves beijos por toda a extensão do maxilar, um simples toque que aquecia todo o meu corpo. 

Justin chegou até o lóbulo da minha orelha e deixou uma mensagem pecaminosa, fazendo-me estremecer:

— Só abra a boca se for para me chupar.

Não tive tempo de raciocinar ou digerir suas palavras podres, pois ele me jogou em cima do banco, um espaço apertado para nossos corpos, mas nada nos impediria agora. Ele se enfiou entre minhas pernas, suas mãos segurando minhas coxas coberta por um jeans claro e justo, e olhando em meus olhos, sua língua começou a traçar um caminho molhado do meu ventre, subindo pela barriga até a base do seio, fazendo minha carne se contorcer ao seu toque. Justin refez o caminho, agora de cima para baixo, deixando alguns chupões pelo caminho, fazendo-me arquear ao seu toque, meus quadris inquietos e sedentos.

Seus dedos desabotoaram lentamente o jeans, a umidade crescente entre minhas pernas. Justin ficou de joelhos no banco, agarrou com força a minha calça e me livrou daquela peça torturante, e agora, apenas o tecido fino da calcinha branca nos separava do paraíso. Seus olhos desceram pelo meu corpo lentamente, queimando cada célula, acendendo os pavis da luxúria dentro de mim. Ele me observava como se eu fosse um pedaço de carne suculenta prestes a cair em seu prato, faminto para sentir e apreciar o meu gosto, a sensação era foda pra caralho!

— Por favor — supliquei, necessitada demais para qualquer jogo de tortura. Tudo o que eu queria era tê-lo para mim, tê-lo dentro de mim preenchendo todo o meu interior, ali e agora.

Ele mordeu o lábio inferior e ergueu o olhar coberto de uma manta de luxúria para mim. Seu rosto mergulhado na escuridão, suas tatuagens brilhando na luz do luar, seus músculos trincados sobre os braços, seu físico, seu olhar, sua boca, tudo nele o transformava em um doce pecado. Chovia lá fora, mas aqui dentro nunca estivera tão quente.

— Preciso de você — soprei ao vento, vendo um sorriso surgir no canto da sua boca, e aquele olhar não poderia significar boa coisa. — Por favor…

— Adoro quando implora — disse ele, a voz rouca e sedutora.

Filho da puta!

Mais uma vez, ele estava entre minhas pernas, acariciando-me por cima da calcinha, levando-me à loucura total. Sua boca fazia movimentos leves, o tecido esfregando junto com seus lábios no meu ponto de prazer, fazendo-me gemer e contorcer embaixo dele. Ergui o quadril contra sua boca, sedenta por mais, incapaz de expressar a explosão de prazer que eu estava sentindo em gemidos.

— N-não faz isso — gemi, tentando controlar os nervos para não gozar tão rápido.

Com o meu pedido, ele puxou meu clítoris por cima da calcinha, espanhando espasmos por todo o meu corpo. Debruçando-se entre minhas pernas, ele puxou a calcinha sobre minhas coxas, libertando-me do peso das roupas por completo, deixando-me a mercê dos seus caprichos, numa posição favorecida á ele. Justin umedeceu os lábios, encarando a minha intimidade com volúpia. Aproximou-se, a respiração quente batendo contra o meu ponto de prazer, retesando-o, assim como o resto do meu corpo. Ergueu o olhar para mim, a ponta da sua língua escorregando entre os lábios para tocar novamente o meu clítoris, desta vez, descoberto de qualquer tecido que pudesse impedi-lo de ir tão fundo.

— Ah! — Contorci-me quando ele começou a me acariciar, pressionando a língua, explorando o meu ponto sensível sem cerimônia, acendendo todo o meu corpo.

Segurei seus fios de cabelo entre os dedos, empurrando-o para o meu centro, sedenta por mais. Justin agarrou minhas coxas, sua boca agora passando a me chupar, meu corpo reagindo trêmulo a sensação que se instalava em meu ventre. A libertação estava próxima, mas eu queria mais, muito mais. Sua língua me penetrou lentamente, quente e macia, mais alguns movimentos para eu me quebrar em milhões de pedacinhos em sua boca, um orgasmo delicioso e violento, relaxando todo o meu corpo, os músculos acolhendo a libertação como uma velha amiga.

Meu peito subia e descia tão rápido que eu não conseguia acompanhar o seu ritmo. O mesmo queimava, a respiração presa nos pulmões, pesada. Ainda tonta, observei Justin surgir entre minhas pernas, seu polegar limpando o canto da sua boca suja de gozo, levando-o a boca logo em seguida, provando do meu sabor mais uma vez, um sorriso de satisfação tomando a sua face.

Ele subiu em cima do meu corpo coberto por uma camada de suor, os olhos mais ardentes que antes, mais determinados. Se a intenção dele era me enlouquecer, ele exercia o papel melhor que ninguém. Eu estava fadada, desde o princípio, a pertencer á ele.

— Deveria ser crime alguém ter um sabor tão incrível — sussurrou ele com os lábios roçando nos meus, meus lábios entreabertos apenas esperando para recebê-lo.

— Existe um sabor melhor — respondi no mesmo tom, minhas unhas arranhando toda a extensão dos músculos do seu abdômen definido, brincando com a barra da sua calça.

— Ah, é? — perguntou ele, sem fôlego. — Qual é, então?

Deslizei a mão para dentro da sua calça, logo em seguida para dentro da cueca boxer, meus dedos entrando em contanto com sua pele nua, seu pau ereto contra minha palma. Ele gemeu baixo quando o apertei, seu rugido semelhante a um felino selvagem enquanto eu o acariciava.

— O seu. — Respondi sensualmente, querendo levá-lo ao limite da insanidade.

Ele mordeu o lábio inferior com força, deixando-o branco. Seus olhos permaneceram nos meus enquanto eu desabotoava sua calça, torturando-o da mesma maneira que ele fizera comigo.

— Eu vou te foder com a minha boca — mordi seu maxilar, o barulho que escapou do fundo do seu peito mais parecia um rugido, uma prece, uma súplica.

Com a ajuda dos meus pés, suas peças de roupas ficaram pelo chão, nossos corpos nus se tocando, nossos quadris se encontrando de maneira possessiva, seu sexo se encontrando com o meu em um jogo torturante, fazendo-me desejá-lo sem qualquer limite para frear meus pensamentos impuros.

— Sente-se. — Ordenei com autoridade, antes que ele entrasse dentro de mim e me fizesse perder a razão.

Justin me encarou por alguns segundos com um olhar de adoração, e obedeceu ao meu comando sem questionar uma palavra. O carro balançava a medida que tentávamos achar espaço em um lugar tão pequeno. Deitei de bruços sobre o banco macio, minha cabeça na altura do seu colo, a ponta da minha língua brincando com sua glande, meu olhar de satisfação ao vê-lo com a cabeça apoiada no banco, os olhos fechados e os lábios entreabertos em uma expressão de prazer. Segurei a base do seu pênis, sua pele quente sobre minha palma. Lentamente, engoli o seu pau por inteiro até senti-lo no fundo da garganta.

— Puta que pariu! — xingou ele, ofegante, satisfeito.

Comecei com movimentos lentos, minha cabeça subindo e descendo, tirando-o da boca — não totalmente — e depois engolindo tudo de novo, meus dentes arranhando sua pele quente. Suas mãos estavam em meu cabelo, incentivando-me a ir cada vez mais fundo, seu pau tocando as extremidades da minha garganta. Tirei-o da boca um tempo depois, impossibilitando-o de se libertar da sua prisão de prazer, e pela dureza do seu sexo, ele estava prestes a explodir em um violento orgasmo.

— Venha, baby, quero sentir você — ele deu um sorriso voraz enquanto eu sentava sorrateiramente em seu colo, pega de surpresa quando ele me levantou e me fez girar, para ficar de frente para o para-brisa, entre os bancos da frente.

— Levante essa bunda maravilhosa — ele sussurrou rouco em meu ouvido.

Que excitante!

— Ah! — gritei, encaixando-me nele, ouvindo-o soltar um ruído abafado entre os dentes.

Ergui um pouco o corpo, apoiando-me nos pés, e ele ia enfiando em mim, metendo e tirando. Soltei um gemido alto. Suas mãos apalpava meus seios, sua respiração quente batendo contra meu pescoço exposto enquanto ele beijava a pele sensível. Ele chegava bem fundo nessa posição. Não parava de meter, uma estocada atrás da outra. Eu subia e descia, estávamos no mesmo ritmo, e uma de suas mãos desceu pela lateral do meu corpo — enquanto a outra continuava envolvendo meu seio com volúpia —, escorregando entre minhas pernas e seus dedos começaram a brincar suavemente com meu clítoris.

— Ah!

Ele aumentou a pressão dos dedos sobre o meu sexo.

— Ah!

Senti aquela onda de prazer tão familiar, reverberando forte dentro de mim, profundamente.

— Vamos lá, baby. — Sua voz soou áspera no meu ouvido. — Quero ouvir você.

Mais gemidos me atingiram, as sensações à flor da pele, os olhos bem fechados. A voz dele no meu ouvido, sua respiração quente no meu pescoço, seu toque pecaminoso pelo meu corpo, provocando-me, o prazer irradiando das minhas células, seus movimentos dentro de mim tomando todas as minhas energias, e então eu me entreguei. Meu corpo assumiu o controle, ansiando pelo desfecho.

— Assim — sussurrou ele em meu ouvido, fazendo-me abrir os olhos brevemente, e voltei a fechá-los quando gozei com ele dentro de mim.

— Ah, Meri — murmurou ele, fascinado.

Justin me abraçou e meteu com força uma última vez, para finalmente chegar ao seu tão desejado clímax dentro de mim, bem fundo.

Caí para trás, descansando a cabeça em seu ombro, enquanto ele beijava carinhosamente o meu pescoço, nossas respirações sem controle algum.

— Foi assim que você sonhou, Srta. Greene?

Justin cerrou os dentes no lóbulo da minha orelha e puxou. Meu corpo estava esgotado, totalmente exausto, e eu choraminguei. Senti o sorriso dele encostado em mim.

— Foi melhor do que sonhei — murmurei, cansada, e ele mordeu a carne do meu ombro, tirando-me de cima dele logo em seguida.

— Sexo no carro! — Ele exclamou.

Dei risada enquanto separava suas roupas das minhas, uma missão complicada para se vestir num espaço tão pequeno e calorento depois do que acabamos de fazer. Ele também se vestiu.

Justin se deitou sobre o banco e me puxou para mais perto, de modo que minha cabeça descansasse em seu peito e o meu corpo ficasse inclinado sobre o seu. Era um espaço pequeno, desconfortável para passar a noite, mas eu não poderia me imaginar em lugar melhor, nos braços de outra pessoa.

Ficamos em silêncio por um tempo, meus olhos observando, sonolentos, enquanto ele brincava com os dedos da minha mão, como se tivesse descoberto algo interessante nele. Uma música calma soava baixinho por todo o carro, a letra de Concentrate misturada com a potente voz de Demi Lovato. Com a chuva desabando lá fora, era um momento perfeito.

— Sabe, ruiva — ele começou — eu queria ter sido o seu primeiro homem.

Suas palavras me pegaram de surpresa, ofuscando o sono que ameaçava acorrentar meus olhos, e então ergui a cabeça para poder encará-lo, meu coração batendo forte contra o peito. Ele virou o rosto para me encarar, seus dedos ainda entrelaçados nos meus. Encarei seus olhos mergulhados na escuridão, o brilho das estrelas em suas íris, queimando cada vestígio da minha alma, costurando cada ferida aberta.

— Mas pode ser o último — disse eu sem pestanejar, pegando-o de surpresa, assim como ele fez comigo.

Justin engoliu em seco. Abriu a boca, fascinado, mas nada conseguiu dizer. Eu não podia imaginar momento melhor para contar á ele tudo o que eu estava sentindo, que eu o amava. Chega de ser covarde. Meu passado ficou para trás, junto com as feridas. Todas elas estavam cicatrizadas, Justin era a minha cura.

— Justin, eu te… — tentei dizer, mas o barulho irritante do meu celular me fez engolir as palavras, meus olhos se fechando com força ao sentir as palavras escorregando para meu interior. — Droga — murmurei, esticando o braço para pegar o aparelho jogado pelo chão com cinco por cento de bateria. — Alô? — Respondi á contragosto ao atender a ligação.

— Tinha uma ligação perdida aqui sua. — Era Rosie.

— Oh, Rosie, graças á Deus! — sentei-me, os pés em cima do banco.

Comecei a contar toda a situação para ela — sem entrar em muitos detalhes sobre a presença de Justin aqui — e depois de gargalhar muito, ela estava a caminho para me ajudar, trazendo consigo alguns litros de gasolina no carro do seu pai.

Olhei para a janela por breves segundos; a chuva forte havia evaporado, restando apenas alguns chuviscos que pinicam as janelas do carro.

— Conseguimos ajuda?

— É o que parece — respondi com um sorriso amarelo, olhando-o por cima do ombro, o clima intenso de minutos atrás ainda pairando no ar, criando uma tensão.

Sentados um ao lado do outro, ambos olhando fixamente para frente, não trocamos uma palavra até Rosie chegar. Era estranho estar perdida no silêncio quando tudo o que eu queria era falar. A paz de minutos atrás havia sumido, restando apenas o extenso e sufocante vazio. Seria um sinal do destino? Não era o momento certo para falar? Eu teria outra chance, certo?

— Problema resolvido — disse Rosie, puxando o capuz sobre a cabeça e se encolhendo dentro do moletom, carregando as garrafas vazias em que trouxera a gasolina.

— Obrigada, amiga — abracei-a.

— Eu sou um amor, eu sei — ela se gabou. — Mas está me devendo uma, você sabe — ressaltou.

— Até duas — respondi, arrancando-lhe um sorriso. 

— Bem, eu vou indo. Precisa de carona para casa, campeão? — Voltou-se para Justin.

Ele apontou para a sua Harley e sorriu logo depois em agradecimento.

— Boa noite para vocês — despediu-se.

Rosie entrou na caminhonete do seu pai e, com um último aceno refletido no para-brisa, fez a manobra e acelerou pela estrada escura e vazia, deixando-nos para trás.

Virei-me para Justin, um sorriso meio morto brincando em meus lábios. Ele estava escorado no meu carro, braços e pernas cruzadas, o cabelo pós-foda caindo sobre a testa e a expressão de sono o deixava adorável, sexy e irresistível.

— Então é aqui que nos despedimos — dei alguns passos em sua direção, os braços ao redor do meu corpo, protegendo-me do frio e da umidade que escurecia meus cabelos.

— Uma pena, eu estava adorando a ideia de passar a noite em um carro com você — disse ele com um leve sorriso, fazendo-me sorrir sem mostrar os dentes.

— Outras oportunidades virão.

— Vou contar os segundos até lá — ele me puxou pela cintura, meus braços se entrelaçando ao redor do seu pescoço automaticamente, seu nariz tocando o meu. — Temos mesmo que ir embora?

Abri um sorriso.

— Sim, temos.

Ele segurou um lado do meu rosto, e com a outra mão na minha cintura, me trouxe para mais perto, envolvendo-me num beijo perfeitamente encaixado; sua boca parecia ter sido feita apenas para mim, e meus lábios era a única peça que se encaixava em seu beijo. Era uma droga viciante, sem cura, sem freios, sem barreiras ou limites.

— É melhor eu ir indo agora.

Ele suspirou, sua mão tocando a minha e levando à boca, beijando o nó dos meus dedos.

— Até amanhã, ruivinha.

Justin me beijou mais uma vez, um beijo rápido, deixando-me sedenta por mais. Ele caminhou até a Harley, sua mão escorregando entre meus dedos, deixando-me um vazio no peito. Virei-me para o carro e abri a porta, meu subconsciente gritando para que eu desse meia volta e corresse para os seus braços, que não o deixasse escapar mais uma vez. Nunca.

— Ruiva, espera.

Virei-me sobre o meu próprio eixo, tão rápido que senti tudo a minha volta girar e uma breve tontura me atingir. Meus olhos acesos por uma esperança palpável, o coração acelerando de repente.

Justin observou o meu rosto por breves segundos, afundado em pensamentos, e soltou o ar que eu nem percebi que prendia. Ele abriu um sorriso leve, amarelado, deixando-me aflita.

— Eu… — ele se impossibilitou de falar, e balançou a cabeça como se quisesse afastar algum tipo de pensamento. — Não é nada.

Meu sorriso esperançoso foi murchando aos poucos, sobrando apenas uma expressão vazia e livre de qualquer emoção em meu rosto. Decepção. Era tudo o que eu sentia. Pois no fundo, eu esperava que ele tomasse a iniciativa.

— Eu vou indo então — abri um sorriso, sem emoção, tentando não falhar miseravelmente no ato.

Caminhei com os ombros encolhidos para dentro do carro, tentando não parecer desesperada demais para fugir daquela situação embaraçosa. Uma vez dentro do carro, arranquei suavemente pela estrada escura, vendo o seu reflexo sumir pelo retrovisor, sua expressão de enterro me partindo ao meio. Eu estive tão perto de admitir em alto e bom som, de colocar para fora tudo o que transbordava o meu interior, e mais uma vez eu fui barrada pelo destino. Tudo bem, essa foi a primeira das tentativas.

Eu teria outra chance, certo? 


Notas Finais


√ Ih, não foi dessa vez que a Meri conseguiu! Não me matem por isso, ok? (Mas xingar está liberado, eu mereço). Talvez algumas de vocês achem que a fanfic está perto de acabar, mas ainda temos coisas para presenciar mais adiante, muito mais emoção, que vai testar esses dois ao màximo. Não se enganem, eles estão nadando no mar de rosas para chegar ao caminho de espinhos. Então, vamos poupar a raiva e viver o doce desses próximos capítulos antes que tudo desande.

→ No Promises: https://spiritfanfics.com/historia/no-promises-10076182

→ Mistakes of Love: https://spiritfanfics.com/historia/mistakes-of-love-6329863

→ Secrets Truths: https://spiritfanfics.com/historia/secrets-truths-10076556


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