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História Rebel Heart - Mark My Words


Escrita por: MillyFerreira

Notas do Autor


√ Desculpem-me qualquer erro. Boa leitura!

Capítulo 3 - Mark My Words


Fanfic / Fanfiction Rebel Heart - Mark My Words

O professor Charles, um velho de quase sessenta anos, parou ao meu lado com um olhar de desgosto. Puxou minha prova de biologia e colocou em cima da mesa, e seguiu caminho depois de me lançar um olhar de reprovação. Olhei para o papel marcado de caneta vermelha, e fiz uma careta azeda ao verificar minha nota.

— Droga — murmurei baixo. 

— Qual foi a sua nota? — Rosie se inclinou para frente na cadeira de trás.

Levantei a prova por cima do ombro e a ouvi exclamar, lamentando pela minha nota.

— E a sua? — olhei por cima do ombro. 

— B — respondeu ela. 

— Como você conseguiu um b em biologia? — cochichei, frustrada.

— Eu estudei, eu acho — disse ela, irônica. 

Bufei de raiva.

— Você tem que dar um jeito nisso se não quiser passar sufoco no final do ano — ela completou, e ouvi seu corpo cair para trás contra a cadeira. 

Comecei a rabiscar o caderno enquanto pensava em uma solução para sair dos problemas das notas baixas. Eu andava tão distraída que sequer lembrava que precisava de boas notas para passar e entrar em uma boa faculdade. Mas eu ainda não tinha ideia de que carreira seguir na vida. Isaac era médico, Amélia, estilista, e eu não sabia em qual profissão me encaixava melhor. Não sabia se tinha vocação para alguma coisa. Eu sempre gostei de ser bem-informada, de fotos e escrever. Talvez eu fosse jornalista algum dia, mas não tinha certeza.

Foi então que me lembrei de uma pessoa. Easton Hyde. Ele sempre se senta na última fileira, na cadeira da frente. Era alto, forte, tinha cabelo escuro e olhos azuis. A pele um pouco pálida, mas isso não o impedia de ser tão bonito. Tinha as melhores notas em todas as matérias, mas era sempre muito sozinho. Eu não o via com amigos, nem mesmo com uma garota. Ele sempre ficava lá, quieto, com exceção das respostas geniais e construtivas nas aulas gerais. Nunca nos falamos, acho. Mas eu poderia transar com ele qualquer dia desses. Se o caminho para o pecado tivesse físico e rosto, ele estaria estampado na porta principal. Ao seu lado, Justin Bieber. 

Coloquei o caderno dentro da mochila e pedi para Rosie seguir sem mim que eu a encontrava na cantina. Desviei dos alunos que viam em minha direção e joguei a mochila na cadeira ao lado de Easton e me sentei na mesma. Ele me olhou um pouco confuso e abri um sorriso enquanto encarava o azul dos teus olhos. 

— Oi, eu sou a...

— América Greene — disse ele, cortando minha frase. — Sei quem você é.

— Claro que sabe — resmunguei. Ergui meu olhar para Easton e perguntei: — Qual foi a sua nota na prova de biologia?

— A, e a sua?

— D — bufei de raiva. 

— Não é tão ruim quanto parece — ele abriu um sorriso de lado, apreensivo.

Olhei para Easton com uma expressão tediosa. 

— Tudo bem, é bem ruim — admitiu ele.

— Por favor, Easton — supliquei. — Você precisa me ajudar.

— Eu? — apontou para si mesmo, incerto do que ouviu.

— Sim, você — afirmei. — Eu tirei essa nota péssima em biologia, e sem ajuda, só vou piorar. Você é a pessoa mais inteligente deste lugar.

— Não é bem assim — sorriu um pouco sem jeito.

— Por favor, me ajuda — ignorei sua modéstia. — Eu sei que o seu coração é bom e que você não vai me deixar ficar abaixo das médias no final do ano — tentei tocar sua mão, mas Easton se afastou.

Olhei para a minha mão, confusa, esperando encontrar algo de errado, mas a mesma estava limpa e até um pouco pálida pelo dia frio. Olhei para Easton e ele parecia envergonhado, pois suas bochechas coraram e ele não conseguiu me olhar nos olhos depois disso.

— Eu te ajudo então — disse ele. — Na quarta depois da aula, pode ser?

— Hum, tá bom — respondi, ainda entorpecida pelo que acabara de acontecer. — Até mais, Easton.

Coloquei a mochila no ombro e me levantei sem olhar para trás. Andando pelo corredor, eu olhava para minha mão como se tivesse em busca de algo sobrenatural nela. Eu estava intrigada pelo fato de Easton ter se afastado como se eu tivesse uma doença contagiosa. Mas eu não via problema nenhum. Eu era saudável até onde sabia. Resolvi deixar esses pensamentos de lado e atravessei a porta para a cantina que estava normalmente cheia. Como sempre, os jogadores do time de futebol estavam com as mesas juntas para caber todo mundo do seu grupo. Em outro canto, uma mesa rodeada de garotos particularmente populares, e no colo de cada um uma garota loira com blusas coladas que dava para ver a marca do sutiã e o seio saltando para fora do mesmo. Tínhamos alunos de todos os tipos aqui: dos mais tímidos aos mais extrovertidos. Talvez, mais extrovertidos do que deveriam. 

Rosie e Eggsy estavam sentados na mesa de sempre, mas desta vez, Justin ocupava uma cadeira de frente para o primo. Só me restava sentar ao seu lado, o que não era nada ruim. Fiquei imaginando como seria fácil alcançar o zíper da sua calça daquela distância. Ele poderia resistir o quanto pudesse, isso só me deixaria mais atraída por ele. Eu via em Justin um desafio, e estava disposta a jogar todas as minhas cartas. O xeque-mate seria meu.

Joguei a mochila na cadeira ao lado, chamando a atenção de todos. 

— Oi — cumprimentei-os. 

— Oi — responderam em uníssono.

— O que temos para comer hoje? — virei-me para Justin.

— Hum... hambúrguer e panquecas — respondeu ele, olhando para a própria bandeja. — O que quer comer, ruivinha?

— Você. — Respondi simplesmente. 

Ele riu baixo, divertido.

— Pesado — disse Eggsy, e depois caiu na gargalhada. 

— Meu Deus, esse tipo de conversa na refeição, não — reclamou Rosie. 

Sentei-me na cadeira e me inclinei para a mesa onde o time de futebol estavam sentados, rindo e falando alto como de costume.

— Oi, Hank — cumprimentei um dos membros do time que sorriu. — Poderia pegar um pouco de comida para mim?

— Claro, minha deusa. 

Hank se levantou e se dirigiu à cantina arregaçando a manga da camisa. Voltei minha atenção para a mesa e Eggsy e Rosie comiam normalmente, mas Justin me encarava um pouco intrigado. Encarei-o de volta com a sobrancelha um pouco arqueada.

— Podemos procurar um lugar mais reservado ao invés de ficar aí me secando — provoquei.

— Os homens daqui sempre fazem tudo o que você quer? — perguntou ele, ignorando minha provocação.

— Só os que eu transei ou os que sentem vontade de transar comigo — respondi sem timidez. — Na maioria das vezes, os que já transei, querem ter uma segunda oportunidade. 

— Você não tem medo de pegar uma doença? 

— Existe uma coisa chamada camisinha, conhece? — debochei e ele revirou os olhos. — Relaxa, gato. Eu sou cem por cento saudável.

Hank trouxe uma bandeja com um hambúrguer, panquecas e suco de laranja. Agradeci com um beijinho em seu rosto e ele, feliz, se sentou no mesmo lugar ao lado de Chris Brian, e retomou a conversa com os amigos.

— Está sendo muito difícil acompanhar os assuntos, Justin? — perguntou Rosie.

— Nem tanto — respondeu ele. — A universidade no Canadá dava os mesmos assuntos. O que me preocupa é o fato de ter perdido algumas avaliações. Vou ter que me recuperar.

— Você consegue — ela abriu um sorriso encorajador.

— Ele consegue, sim — disse Eggsy, distraído, enquanto mastigava lentamente um pedaço de panqueca. Com a boca cheia, completou: — Parece que estou mastigando um pedaço de borracha.

A comida da universidade não era grande coisa. Na maioria das vezes, tinha gosto de nada ou de gordura. Os calouros sempre passava mal nas primeiras semanas, mas acabavam se acostumando em algum momento. 

— E você, Meri? — Eggsy se voltou para mim. — Rosie disse que você está tendo problemas em biologia.

Bufei de raiva.

— Aquele velho estúpido me odeia — disse eu me referindo ao professor Charles.

— Sou bom em biologia — anunciou Justin.

— O filho da puta é um gênio — disse Eggsy.

— Está se oferecendo para me ajudar, Justin? — abri um sorriso malicioso. — Praticar é ainda melhor — lambi os lábios.

Justin sorriu divertido e balançou a cabeça em reprovação.

— Não estou — disse ele. — Não gosto da forma como você me trata pelo simples fato de eu ter um pênis. 

Gargalhei, enquanto o casal a nossa frente tentava controlar o riso que acabava escapando pelo canto da boca.

— Você é hilário, Justin — limpei o excesso de lágrimas por causa do riso exagerado. — Eu pedi ajuda ao Easton Hyde — acrescentei.

— Ele é muito gato — Rosie deixou escapar, e recebeu um olhar estreito do namorado. — O quê? — fez-se de desentendida.

Eggsy revirou os olhos.

— Ele anda sempre sozinho — continuou Rosie. — Estranho, não? 

— Talvez as pessoas não se interessem por ele — dei de ombros, pouco interessada.

— Não acho que seja isso — contestou. — As garotas daqui comentam o quanto seria legal ficar com ele, mas Easton Hyde não se aproxima de ninguém. 

— Talvez ele tenha motivos próprios ou só gosta de ficar sozinho — disse Justin.

— Você poderia conversar com ele, Meri — sugeriu Eggsy. — Agora que ele vai lhe ajudar em biologia, vão ter um pouco mais de proximidade.

— Só não transe com o garoto — debochou Rosie.

— Não garanto nada — sorri cínica. 

O sinal tocou um tempo depois, indicando que a próxima aula estava prestes a começar. Justin tinha aula de religião comigo, então ambos fizemos companhia ao outro até a sala. Por todos os lados as pessoas comentavam sobre o calouro, e as garotas já despertavam interesse por ele. Apesar do jeito divertido de lidar com as coisas, Justin parecia um pouco tímido ou preservado demais. Eu não sabia responder, já que o conhecia há dois dias.

— Então — comecei —, o seu problema é com as garotas em geral ou é só comigo?

— Não tenho nenhum problema com você, ruivinha — disse ele, sincero. — Só não sou o tipo de cara com quem você está acostumada. 

— O tipo de cara que transa?

Justin deu risada.

— O tipo de cara que transa com a primeira garota que encontra pela frente — acrescentou. — Eu gosto de estar em um relacionamento para esse tipo de contato.

— Que monte de baboseira — revirei os olhos. — Você tem namorada, é isso? 

— Estou sozinho a algum tempo.

— Isso é triste — disse eu.

— Você também não está com ninguém, certo? — retrucou.

— Quanta besteira — sorri. — Estou com alguém a todo tempo.

— Isso parece solitário.

— O fato de não ter um namorado não me faz solitária — indaguei. — Não preciso de outra pessoa para ser feliz. 

— É muito cedo para perguntar quem a magoou? — sorriu apreensivo.

— Ninguém me magoou — respondi depressa, seca.

— Talvez você me conte um dia — insistiu, e logo depois deu de ombros. — Me desculpe por ontem — acrescentou. — Não quis ser grosseiro com você. Eu só...

— Tudo bem — cortei sua frase. — Adoro o seu jeito difícil, para depois comer na minha mão e acabar buscando minha comida como o Hank.

— Isso não vai acontecer, ruivinha — disse ele cheio de certeza. — Sem chance. 

Paramos em frente á sala vinte e dois e, antes de entrar, disse á ele: 

— Você vai implorar para dividir o mesmo ar que eu respiro. Guarde minhas palavras — dei uma piscadela sedutora e segui até a minha cadeira sem deixá-lo argumentar.


Notas Finais




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