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História Rebel Heart - I Want To Be Yours


Escrita por: MillyFerreira

Notas do Autor


√ Desculpem-me qualquer erro. Boa leitura!

Capítulo 4 - I Want To Be Yours


Fanfic / Fanfiction Rebel Heart - I Want To Be Yours

Despertei com um braço em volta do meu corpo, pesando mais do que eu podia suportar. Fechei os olhos um instante até que pudesse me acostumar com a claridade do quarto desconhecido. Encarei o teto branco; não fazia ideia de onde estava ou como vir parar aqui. Tentei buscar alguma lembrança da noite passada, mas tudo que encontrei foi pó. Mas o homem pelado, coberto com um fino lençol dos quadris para baixo, indicava que a noite tinha sido boa para ambos. Ele parecia alto: pele morena, cabelo negro e tatuado. Bonito. Muito bonito. Apesar do rosto amassado no travesseiro enquanto um sono profundo tomava seu corpo, ainda era atraente e sexy. Só queria me lembrar se o que aconteceu ontem me agradava tanto quanto o que eu via ao meu lado.

Tirei o seu braço em volta do meu corpo com cuidado, não querendo acordá-lo. Não gostava de dar de cara com os ficantes logo de manhã depois de uma noite de bebedeira e sexo. Não queria o seu telefone, não queria mais beijos ou mais sexo. Eu só agradecia pela boa foda e ia embora com a intenção de provar outra boca na festa seguinte. Não queria me prender a ninguém, só queria usar corpos e ser usada do mesmo jeito. E que se foda o amor! Quem precisa dele, afinal? Eu não fazia questão de amar e nem receber o mesmo sentimento em troca. Sentei-me na cama e senti minha cabeça pesar de ressaca. Não importava o quanto eu bebesse, transasse ou decepcionasse os meus pais: eu sempre continuaria me sentindo vazia por dentro. Qual era o meu problema? O que eu estava tentando fazer comigo mesma? Eu buscava aliviar a minha dor e solidão de alguma maneira, mas nada parecia funcionar. 

Quando a água gelada caiu sobre a minha cabeça, senti como se toda a sujeira da noite passada tivesse descido pelo ralo junto com a água e só restasse ali o meu corpo limpo e uma insana enxaqueca. Já vestida, olhei meu reflexo no espelho: a falta de maquiagem me fazia parecer outra pessoa. Há um ano atrás, eu mal sabia usar um delineador, mas com alguns vídeos em blogs e YouTube, aprendi a parecer quem eu quisesse com uma sombra mais pesada e um batom marcante. O rosto lavado e um pouco pálido parecia me puxar para o passado, e eu não gostava disso.

O homem com quem eu me deitei ainda estava dormindo quando voltei para o quarto. Se eu ao menos lembrasse o seu nome, talvez pudesse repetir a dose em qualquer outro dia. Mas simplesmente peguei minha bolsa e saí do quarto fechando a porta  com cuidado para não fazer barulho. Toda a casa cheirava a bebida e sexo. Ainda havia corpos espalhados pelos cantos da casa, bêbados e suados, e copos por todos os lados, igualmente às garrafas vazias de uísque e vodca. Aos poucos — e dolorosamente — lembranças da noite passada vieram à minha cabeça. Meus pais tinham viajado a trabalho, então aproveitei para escapar durante à noite enquanto meus irmãos estavam dormindo. Papai tinha pedido para Isaac ficar de olho em mim, e eu sabia que ele não me deduraria, mas ia falar até meus ouvidos explodirem. A festa tinha sido na casa de um dos alunos da universidade, integrante do time de futebol, Thomas Benson. E o nome do cara que eu acabara de deixar para trás era Tony Vlad. Era tudo que eu lembrava das palavras sussurradas no ouvido e as mãos bobas. Era loucura ir á uma festa em plena terça-feira, mas pouco me importava o dia da semana.

Peguei um táxi. Estava cansada, pensava seriamente em ficar em casa e dormir pelas próximas quatorzes horas, mas meu lado racional me obrigava a fazer ao contrário. Quando estacionamos em frente á minha casa, paguei a corrida. O táxi arrastou e tentei me equilibrar em cima do salto: ainda estava um pouco grogue. Respirei fundo e comecei a caminhar para a porta principal. Morávamos em uma casa grande e confortável. Eu e meus irmãos tínhamos um quarto próprio, cada um com um banheiro moderno e espaçoso. Tínhamos dois carros na garagem, mas eu não podia ao menos pensar em tocar a mão. No começo da minha adolescência, não tínhamos muito. Morávamos em uma casa pequena com dois quartos e um banheiro, na Califórnia. Estudávamos em colégio público e ter um carro parecia ser um sonho distante. Mas papai acabou abrindo o seu negócio próprio e melhoramos de vida. Bastante.

Tudo estava muito silencioso quando fechei a porta atrás do meu corpo. Minha intenção era ir diretamente para o meu quarto, mas a voz de Isaac surgindo da cozinha me interrompeu.

— Isso é mesmo uma saia?

Olhei para ele que estava encostado no batente da porta com os braços cruzados. Então acrescentou: — Dá para ver sua calcinha à quilômetros de distância. 

— Não enche, Zac — murmurei. — Não estou com cabeça, muito menos com paciência. 

Ele estava sério demais.

— Devo perguntar aonde estava? 

— Acho que você já sabe a resposta — dei de ombros.

— Você nunca vai aprender, não é? — Seu tom de decepção era visível.

Respirei fundo.

— Não se pode consertar um vaso quebrado — disse eu.

— Mas se pode colar os cacos — fez uma pausa. — Não vai ficar perfeito como antes, mas vai cicatrizar as feridas. 

Olhei para ele sem expressão. Palavras não ajudavam em nada. Pelo contrário: só pareciam promessas vazias.

— Não posso me atrasar para a universidade.

Virei-me para as escadas e apenas fui em direção ao quarto sem olhar para trás. Encarei o dia nublado pela janela, e tudo indicava que iria chover. Estava frio. Escolhi uma roupa no meu pequeno closet e me troquei. Escovei o cabelo e o deixei solto sobre os ombros. Passei maquiagem e calcei meu par de salto alto bege aveludado com solado vermelho. Dispensei a carona de Isaac desta vez. Eu sabia que ele iria tocar no assunto alguma hora, e não estava a fim de escutar nada contra mim. Cheguei a conclusão de que precisava do meu próprio carro, mas não ia conseguir convencer o meu pai a me dar um agindo desta maneira. Por fim, consegui pegar um táxi no horário. Mais uma vez paguei a corrida; estava ficando sem dinheiro. Eu não poderia pensar em mesada nos próximos meses, precisava de um emprego.

Andando no estacionamento com meus saltos ecoando no chão de concreto, fui puxada repentinamente para entre dois carros. Soltei um gritinho pela surpresa quando caí nos braços fortes e tatuados e me choquei contra o tanquinho definido de Ryan Park. Ele me encarou divertido, com um sorriso de dentes perfeitamente brancos rasgando seu rosto. 

— Você me assustou — empurrei o seu peitoral lentamente, risonha.

— Não foi minha intenção, baby — ele puxou minha cintura, colando nossos corpos. — Estava com saudade.

— Nos vimos ontem, Ryan — coloquei meus braços ao redor do seu pescoço.

— A propósito, você estava uma delícia — disse ele perto do meu rosto. — Pensei em chamá-la para dançar e, sei lá, fazer nossa própria festa — soltou um risinho. — Mas você sumiu de repente e não te achei em lugar nenhum.

Ryan sabia que eram poucos os que tinham exceção para uma segunda vez comigo, e por ironia do destino, tínhamos transado três vezes; eu estava completamente bêbada na terceira vez. 

— Eu estava ocupada.

— Não importa com quem você estava — ele beijou o meu pescoço lentamente, molhando minha pele com seus lábios úmidos. Meus músculos mais íntimos se contraíram deliciosamente e suspirei, desfrutando a sensação. — Que tal passar hoje lá em casa, hein? Podemos assistir um filme, dar uns amassos no sofá...

Ryan se afastou um pouco para poder olhar nos meus olhos, mas não tirou seus braços em volta do meu corpo. Seus olhos eram pura promessa e um desejo ardente que contagiava todas as minhas células. Quando eu estava prestes a ceder, uma voz rouca e repreensiva invadiu meus ouvidos:

— América?

Olhei para o lado e lá estava Justin, me olhando como se eu estivesse cometendo um ato irresponsável. Estava me olhando do mesmo jeito que papai me olhou quando teve de ir me buscar na delegacia depois da festa desastrosa de Finch. 

— Sim? — Afastei-me de Ryan e seus braços escorregaram para longe do meu corpo.

— Está tudo bem aí? — perguntou, encarando Ryan com desprezo.

— Sim. — Respondi, firme. Olhei para Ryan e disse: — Nos falamos depois.

Ele não parecia feliz, mas me deu uma piscadela e saiu esbarrando no ombro de Justin que abriu um sorriso irônico e debochado. 

— O que vocês estavam fazendo aí? — perguntou ele, voltando-se para mim.

— Dando uns amassos, eu acho — respondi como se fosse óbvio. — Enquanto você está aí se fazendo de difícil, tem gente que me venera.

Ele revirou os olhos e balançou a cabeça em reprovação enquanto eu me aproximava. Levantou uma câmera instantânea instax até o rosto e disse:

— Sorria!

Abri um sorriso largo e exagerado e o flash da câmera iluminou o meu rosto. A mesma imprimiu imediatamente a fotografia e me aproximei com um sorriso curioso. 

— Primeira do dia — disse ele, observando a foto. — Essa com certeza vai para o meu mural.

— Eu nunca estive no mural de alguém — comentei enquanto observava o sorriso congelado que tocava os meus olhos.

— Mas deveria.

Sorri para ele um pouco surpresa e seu sorriso tímido logo se desviou para a câmera. 

— O que significa isso? — perguntei referindo-me à câmera.

— É para as aulas de edição — respondeu ele. — O curso começa hoje.

— Fotografia?

— É. Eu risquei o meu nome dos outros cursos e vou fazer o que realmente quero agora.

— Então você quer ser fotógrafo.

Com um sorriso tímido, ele concordou:

— Sim.

— Que legal. Não imaginava esse tipo de coisa vindo de você.

Deu de ombros.

— As pessoas dizem o tempo todo que fotografia não dá dinheiro, que eu deveria procurar alguma coisa que esteja em alta no mercado como contabilidade ou administração — segurei em seu braço enquanto caminhávamos pelo estacionamento. Ele continuou: — Mas não me imagino de terno e gravata.

— Ficaria uma gracinha — brinquei e ele riu baixo. — Se é disso que gosta, vá em frente. Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem.

Ele apenas sorriu.

— E você, ruivinha? O que pensa em fazer da vida?

Choraminguei.

— Eu não sei.

— Como assim? — suas sobrancelhas se juntaram em confusão. — Você está cursando biologia, certo?

— Sim — revirei os olhos.

— Pensei que você quisesse ser professora ou algo assim.

Soltei um risinho sem muito humor.

— Não.

— Este é o seu segundo ano aqui, certo?

— Sim.

— E você ainda não encontrou nada que lhe agrade?

Suspirei.

— Eu me inscrevi em metade dos cursos dessa universidade, mas nada parece bom o suficiente para mim — desabafei. — Gosto de jornalismo — deixei escapar.

Ele sorriu.

— E o que você está fazendo na aula de biologia?

— Eu não sei — deixei os ombros caírem, frustrada. — Eu só gosto de jornalismo, não sei se sou boa nisso, entende? Sei lá, talvez eu monte minha própria revista algum dia. — E, com um sorriso, acrescentei: — Um fotógrafo eu já tenho.

Justin riu.

— Você deveria participar da aula de edição e publicidade — sugeriu ele. — Você não vai descobrir se tem ou não vocação para jornalismo se não tentar.

— Faz sentido — afundei em pensamentos. — Prometo que vou pensar.

Paramos em frente á sua sala.

— Espero te ver logo participando das aulas comigo — disse ele.

Apenas sorri. 

— Não posso me atrasar para a aula de biologia — suspirei. — Nos vemos depois, Bieber.

Virei-me sobre os calcanhares e segui pelo corredor, mas parei e voltei para o mesmo lugar quando o ouvi chamar pelo meu nome.

— Sim?

Ele suspirou e, com um sorriso tímido, pediu:

— Não vai ficar de amassos com qualquer um por aí, tá?

Sorri sem mostrar os dentes.

— Até logo, Justin.

E segui o meu caminho. 

Cheguei na minha sala alguns segundos antes da professora. Easton estava sentado na cadeira de sempre e com um meio sorriso, confirmei o nosso compromisso de hoje á tarde. Sentei-me ao lado de Rosie e fiquei mexendo no notebook enquanto deveria estar anotando o que a professora dizia, mas minha mente estava nas palavras de Justin há poucos minutos atrás. 

Na hora do almoço, não fui ao refeitório: preferi ficar sozinha. Sentei-me na arquibancada da quadra de futebol e fiquei observando o balançar das folhas da árvore enquanto os pensamentos tomavam conta de mim. Ninguém me procurou e não fiz questão da companhia de ninguém. Eu me tornei minha própria ilha, cada vez mais desaparecendo no meio do oceano; uma terra  destruída e devastada onde nada cresce e os horizontes são sombrios. Só torço para quando me olhar no espelho, ainda me reconhecer. Quem eu iria encontrar? Eu teria mudado o mundo, ou o mundo a mim? 

Encontrei Eggsy e Rosie na entrada da quadra de basquete enquanto trocavam carícias. Insinuei uma ânsia de vômito e ambos riram, enquanto recebi um empurrão de leve no ombro da própria Rosie.

— Por onde andou? — perguntou Eggsy.

— Pelo chão — murmurei.

Ele revirou os olhos e Rosie soltou um risinho.

— Eu fiquei um pouco sozinha — foi tudo o que eu disse. — E o Justin? 

— Está no vestiário — apontou com a cabeça para dentro da quadra. — Jogamos um pouco e ele foi tomar um banho.

Abri um sorriso de canto de boca, malicioso, enquanto uma ideia surgiu na minha mente como se uma lâmpada tivesse piscando em cima da minha cabeça.

— Nem pense nisso — Rosie me advertiu.

— Você não sabe o que estou pensando — retruquei. 

O sinal tocou de repente, indicando que as últimas duas aulas estavam prestes a começar. 

— Vamos — Rosie começou a nos puxar, mas travei no lugar. — O que foi?

— Vão indo na frente, já alcanço vocês.

— Meri... — disse Eggsy como um aviso.

— Parem de ser caretas — empurrei ambos em direção ao corredor. 

— Meri, sério — insistiu ele.

— Não vou fazer nada, tá bom? — garanti.

O casal trocou um olhar. 

— Nos vemos depois então — murmurou Rosie, e puxou o namorado pelo corredor segurando sua mão. 

Abri um sorriso sapeca e olhei para os lados para garantir que ninguém me interromperia. Entrei na quadra e atravessei a mesma em direção ao vestiário masculino. Tudo estava muito silencioso, vazio. Essa seria minha chance para pelo menos atiçá-lo. Eu sabia que não ia ser fácil, então teria que deixá-lo louco e provocá-lo a ponto de que implorasse por mim. Passei pelo corredor estreito que dava acesso aos armários que os jogadores guardavam suas coisas.

Lá estava Justin, de costas, usando apenas uma cueca preta justa que apertava sua bunda. Suas tatuagens estavam mais visíveis do que nunca e suas costas cheias de músculos me fazia imaginar minhas unhas passeando por aquele lugar. Encostei-me na parede e fiquei observando-o daquele ângulo, mordendo o lábio inferior e tentando controlar a excitação entre minhas pernas. E de repente ele virou, distraído, e quando me viu, deu um pulo para trás por causa do susto.

— Mas que merda! — deixou escapar.

Soltei um risinho baixo.

— Você deveria ficar assim mais vezes — olhei descaradamente para seu pênis coberto pela cueca. — Ou completamente sem roupa, de preferência — acrescentei subindo meus olhos pelo seu abdômen definido.

— América, você não pode entrar aqui — ele estava nervoso. — Por favor, preciso me vestir — apontou para a saída.

Sorri sapeca e me aproximei dele rebolando os quadris sensualmente. Justin deu alguns passos para trás até estar encurralado pelos armários. Estávamos cara a cara, e eu sentia sua respiração pesada no meu rosto. Subi a ponta do dedo por seu abdômen, sentindo sua carne se retrair com o meu toque.

— Não... — sua voz já não era tão firme.

— Vai continuar resistindo, Justin? — inclinei-me para frente e ele engoliu em seco quando fiquei a centímetros de beijar o seu pescoço.

E o fiz. Todo seu corpo ficou tenso quando comecei a passar a ponta da língua por sua pele quente, que rapidamente se encheu de pequenos caroços causados pelo arrepio. 

— A-América — ele tentou mais uma vez.

Afastei-me dando um chupão no seu pescoço, deixando minha marca avermelhada na sua pele branquinha. Quando olhei para sua expressão, ele estava furioso, mas quem se importa? Por trás da sua íris, eu via a excitação camuflada. Pensei que estava com tudo, e quando me aproximei para beijá-lo, ele virou o rosto, fazendo meus lábios tocarem sua bochecha. Afastei-me, frustrada.

— Mas que porra! — irritei-me. — O que tenho que fazer para ter um momento com você?

— Nada, América! — explodiu. — Você não tem que fazer porra nenhuma. Esquece isso, tá legal?

— Eu não quero esquecer! 

Ele me encarou. O silêncio se instalou por um tempo; cara a cara, olho no olho. Eu parecia uma vadia desesperada por sexo, mas, porra, não era minha culpa se ele era quente e gostoso. Deveria ser proibido uma pessoa ser tão sexy e sensual assim. Ele não poderia me culpar por desejá-lo, sendo que toda aquela beleza fluía naturalmente dele. Era só sexo. Não precisávamos de nada além dos nossos corpos e o prazer. Apenas um momento. Não era tão difícil sair da linha, certo? Ele poderia ser o certinho da história, mas eu o faria perder a cabeça, nem que eu tivesse que ser a pior vadia que a história já conheceu.

— O que você quer de mim? — perguntou ele, olhando nos meus olhos.

— Quero ser sua.


Notas Finais




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