1. Spirit Fanfics >
  2. Rebel Heart >
  3. Good Luck

História Rebel Heart - Good Luck


Escrita por: MillyFerreira

Notas do Autor


√ Desculpem-me qualquer erro. Boa leitura!

Capítulo 5 - Good Luck


Fanfic / Fanfiction Rebel Heart - Good Luck

Assustei-me quando senti algo quente subir pela minha perna e apertou forte minha coxa. Dei um pulinho na cadeira pelo susto e olhei para ele, repreensiva. Seu sorriso por cima da taça de vinho era o mais cafajeste possível. Tentei puxar minha perna, mas sua mão continuava firme lá. Merda! Ele não estava mesmo pensando em fazer isso, não é? Por Deus, em um lugar público, não. Seus dedos deslizaram ainda mais para cima, levando o tecido do vestido junto, até que sua mão grande e firme desceu entre minhas pernas e tocou minha virilha. Prendi a respiração. 

— Não — neguei firme, olhando em seus olhos.

Com um sorriso de canto de boca, divertido, colocou a taça de vinho sobre a mesa e me encarou de volta. Seus olhos brilhavam com uma luxúria insana e palpável. 

— Não o quê? — fez-se de cínico, tocando o pano fino da calcinha suavemente. 

Respirei fundo.

— Aqui não, por favor — pedi mais uma vez.

— Quando então? — arqueou a sobrancelha.

— Quando chegarmos em casa — respondi.

— Não vou aguentar tanto tempo — pressionou o dedo no clítoris por cima da calcinha, e tive de morder o lábio inferior para não gemer e acabar chamando a atenção de algumas pessoas mais próximas.

— Em qualquer lugar que você quiser — disse eu, num timbre de voz. — Mas aqui, não — acrescentei. 

O sorriso de canto de boca se estendeu, malicioso. Retirou a mão da minha coxa e pude respirar aliviada. Fez um sinal para o garçom que se aproximou rapidamente. Pagou a conta com o cartão de débito e me puxou para fora do restaurante mais que depressa, me fazendo quase tropeçar nos próprios saltos muitas vezes. Eu estava fodida. Literalmente.

— Justin, espera, vou cair — disse eu enquanto tentava acompanhar o seu ritmo.

Sem aviso prévio, ele me imprensou contra o Audi A5 e colou nossos corpos como se quisesse nos fundir em um só. Estava entre minhas pernas, com os olhos escurecidos pelo desejo, pressionando cada vez mais nossas intimidades cobertas por tecidos. Só então percebi sua ereção por baixo da calça. Sem qualquer consentimento, Justin enfiou sua língua dentro da minha boca, me beijando com força e convicção. Puxei seu cabelo curto, fazendo-o arfar entre meus lábios. Suas mãos estavam na minha bunda, apertando e puxando para si, e meu coração palpitava mais e mais. Estávamos no meio da rua, mas quem se importa?

E de repente ele parou e se afastou. Fiquei confusa quando ele abriu um sorriso divertido e repetiu minhas palavras:

— Aqui não — e, olhando nos meus olhos, acrescentou: — Te espero no carro. 

Filho da puta!

Fiquei entorpecida enquanto o observava andar calmamente até a BMW estacionada do outro lado da garagem. Segurei-me no Audi e tentei me manter em pé enquanto tentava controlar a pulsação insana entre minhas pernas. Olhei para o nosso carro e lá estava Justin, sentado sobre o volante enquanto o para-brisa refletia seu olhar diabólico. Puta merda! O farol vinha em minha direção enquanto eu andava até o carro um pouco entorpecida, mal conseguindo me sustentar em cima do salto. Ele me encarava intensamente, sem desviar o olhar um só segundo. Abri a porta e me sentei no banco carona. Sem dizer uma palavra, ele acelerou o carro e saiu cantando pneu pelo estacionamento numa velocidade absurda.

Pressionei as pernas, inquieta, enquanto observava seu rosto iluminado pela luz da noite enquanto o carro veloz cortava o vento da estrada. Eu sabia que ele estava me provocando e, droga, como pulsava... Sentia a calcinha encharcada e a boca estranhamente seca. O que eu tinha a perder? Estávamos distante, não tinha ninguém por perto, então seria saudável entrar no seu jogo. Um pouco perigoso, talvez. 

Inclinei-me para o lado e alcancei o botão da sua calça. Ele não se moveu; apenas continuou focado na estrada. Sorri de canto e desci o zíper, revelando sua boxer preta. Justin prendeu a respiração. Oh, sim... Ele não era de ferro. Apertei seu membro por cima da cueca e um gemido rouco escapou dos seus lábios convidativos. Enfiei a mão dentro da cueca e libertei seu pênis completamente ereto. 

— Estou dirigindo — ele tentou avisar no mesmo momento em que o coloquei na boca. — Oh, porra!

O carro desviou um pouco para o lado, mas logo voltou a ficar em direção reta. Tirei-o da boca e o olhei com um sorriso sacana.

— O que você disse? — provoquei.

Ele apertou o volante com tanta força que as veias de suas mãos ficaram sob a pele. Vamos lá, então. Coloquei-o na boca novamente, engolindo até senti-lo na garganta. Seu corpo ficou tenso quando comecei com os movimentos de vaivém, lentamente, sugando as bochechas e apertando sua carne. Seu rosto estava avermelhado e não conseguiu segurar o gemido por muito tempo. Eu sabia que estava difícil para ele se concentrar em dirigir enquanto sua namorada lhe fazia um boquete torturante, mas quem se importa? Sabia que ele não ia nos matar, e, que eu me lembre, foi ele quem começou o jogo. Aumentei a velocidade, sentido-o estremecer e murmurar coisas sem sentido enquanto era tomado pelo prazer. Sentia seu pênis pulsar em minha boca, denunciando o orgasmo próximo. 

Repentinamente, senti uma freada brusca e meu corpo ser jogado para frente. Quase me engasguei com seu membro no fundo da garganta, então voltei a ficar sentada no banco carona, assustada com o ocorrido. Percebi que estávamos em um lugar deserto, com árvores altas dos dois lados da estrada. Olhei para Justin, e, porra, eu poderia gozar apenas encarando os seus olhos. Ele tinha feito isso de propósito e tinha a leve impressão de que seria difícil levantar para trabalhar amanhã. 

— Venha aqui agora mesmo — ordenou ele, sexy e sensual, com a voz rouca rompendo os lábios convidativos.

Eu sabia exatamente o que ele faria comigo, e para poupar esforços, tratei de tirar a calcinha antes de passar para o banco do motorista e sentar no seu colo. Senti seu pênis beliscar lá no fundo quando sentei com força em cima do mesmo. Gemi alto e joguei o corpo para trás, e uma buzina alta ecoou pelo espaço vazio. Ele segurou minha cintura com força e me puxou para baixo, me permitindo senti-lo cada vez mais fundo. Segurei em seus ombros e comecei a quicar em cima do seu pênis, fazendo o carro balançar com a intensidade dos movimentos. Justin gemia baixo e rouco, enquanto me incentivava a continuar.

— Hum, que delícia! — murmurou ele quando comecei a rebolar. 

Apertou meus seios por cima do vestido e um gemido rouco rasgou minha garganta. Foi então que, inesperadamente, puxou o vestido, rasgando-o em dois. 

— Caralho, meu vestido! — reclamei, vendo o tecido, agora trapo, jogado para o lado. — Justin — choraminguei.

— Eu te compro centenas iguais a esse, baby — disse ele enquanto puxava o sutiã para baixo, revelando meus seios. — Apenas seja a minha vadia má. — Ergueu o olhar e acrescentou: — Só minha.

Enlouqueci. Justin abocanhou o seio esquerdo com força, me fazendo gritar de satisfação. Comecei novamente a rebolar em cima dele enquanto sua boca apertava minha carne e a mão livre castigava o seio direito com apertões. Puxei seu cabelo: o cheiro que emanava dele me embriagava. Eu precisava tocá-lo, mas estava tão apertado que o que dava para fazer era apenas quicar em cima do seu membro como se estivesse cavalgando. Abri os botões da sua camisa, revelando as tatuagens marcando sua pele branca, e chupei o seu pescoço com força, deixando minha marca avermelhada. Ele gemeu, rouco, no meu ouvido. Puta merda! Debruçou-se no banco e tirou a camisa enquanto meus lábios deixavam marcas que ficariam roxas sem sombra de dúvidas. Mas quem se importa? Aproveitei a nudez das suas costas e arranhei a pele branca, fazendo-o gemer alto; uma mistura de dor e prazer.

— Caralho, Meri, você é tão gostosa — gemeu e mordeu meu ombro. — Porra, vou te comer aqui mesmo. 

Beijou-me com força. Rebolei lentamente em seu pênis, sentindo uma dor fina e deliciosa se instalar no meu ventre. Oh, sim, sim, por favor! Suas mãos fortes desceram para minha bunda e me ajudou a quicar com mais rapidez e força. Deixou-me movimentar por conta própria e apertou meus seios com as mãos. Seu rosto esboçava ansiedade, e sabia que seu orgasmo estava perto por vir, assim como o meu. Todo o meu corpo entrou em erupção e senti meus músculos se contraírem deliciosamente quando me derramei ao redor dele. 

— Oh, Meri, assim mesmo! — gemeu alto, mexendo seu quadril contra o meu.

— Não pare, não pare — supliquei, exausta e suada, enquanto sentia os movimentos mais lentos, intensos, apenas esperando pelo seu momento.

Jogou a cabeça para trás e gemeu o meu nome ao chegar ao seu orgasmo. Senti seu líquido jorrando dentro de mim, quente e rápido, me causando uma sensação de preenchimento mais intensa. Minha testa caiu sobre seu ombro suado e Justin me envolveu nos seus braços fortes; seu peito subindo e descendo rápido, ao ritmo da minha respiração acelerada. 

— Vadia má — disse, baixo e rouco no meu ouvido, e mordeu o lóbulo da minha orelha. 

Afastei-me, rindo baixo, então segurei o seu rosto entre as mãos e o beijei a todo vapor. Suas mãos apertaram minha bunda e nossas línguas travaram uma batalha incerta por busca de espaço. Oh! Afastei-me, puxando seu lábio inferior, e estremeci com sua promessa baixa e rouca, olhando fundo nos meus olhos:

— Continuamos em casa.

Abri os olhos, ofegante, suada e com o sangue pulsando por baixo da pele. Sentei-me e alcancei os calcanhares enquanto tentava me controlar. Na tevê ainda passava Camp Rock e eu não tinha a mínima ideia de quando tinha cochilado. As lembranças do sonho perturbava minha mente. Caramba! Foi tão real que eu sentia que poderia ter um orgasmo apenas com a lembrança da sensação da sua pele na minha, do seu toque na minha parte mais escondida. Eu estava ficando louca? Justin me excitava de uma maneira indescritível, e sentia que iria explodir se não o tivesse para mim o quanto antes. Mas ele não me dava chance. Talvez me achasse uma vadia qualquer, mas quem se importa? É isso que sou, não é? Eu não me importaria de ser a vadia má que ele precisa.

Foi então que, de repente, olhei para o despertador em cima da mesa de cabeceira. Algo veio na minha mente, mas não ficou claro o bastante... Easton! Ah, droga! Tínhamos marcado de estudar e eu estava extremamente atrasada. Pulei da cama e corri para o banheiro. Se não fosse por aquele sonho maldito, não precisaria tomar banho. Vesti uma calça jeans, uma blusa folgada de mangas longas e busquei o all star branco no fundo do baú. Não daria para correr de salto e muito menos passar um delineador. Dane-se! Saí de casa o mais depressa que pude, carregando uma maçã na mão e a mochila no ombro direito. Estava faminta. Eu planejava pegar um táxi, mas não tinha tempo de ficar esperando, então saí correndo como se alguém estivesse me perseguindo, desviando das pessoas que surgiam na minha frente. Sentia-me num jogo de GTA. 

A lanchonete que combinamos de nos encontrar não era longe da minha casa, mas á pé, parecia uma eternidade. Passei em frente ao janelão de vidro, e vi Easton do outro lado, sentado em uma mesa no canto do espaço, com um milkshake pela metade. Olhou para o relógio, encarou a porta de entrada e começou a brincar com o canudo dentro do copo. Apressei-me e atravessei a porta de entrada como um furacão, atraindo a atenção de algumas pessoas, principalmente de Easton. Ele me encarou com um sorriso de canto de boca, apreensivo, enquanto eu me aproximava. Joguei a mochila no sofá macio ao redor da mesa e me sentei ao seu lado, ofegante.

— Desculpe pelo atraso — respirei fundo. — Tive um probleminha, obrigado por esperar.

Que belo problema, pensei. Transar com o cara que te deixa excitada dentro de um carro parecia extremamente erótico se não fosse um sonho. Era frustrante. Controlei a vontade louca de revirar os olhos e olhei para Easton quando ele disse:

— Não tem problema. 

— Estou com fome — comentei de repente, e me virei para o balcão onde Rick, o garçom e filho do dono do estabelecimento captou meu olhar. — Um milkshake de chocolate, por favor.

— Agora mesmo — lançou-me uma piscadela.

Sorri. Eu tinha transado com ele também, e tinha uma vantagem nisso tudo: tudo que eu comia aqui era por conta da casa. Não foi interesse da minha parte. Estávamos de bobeira em uma festa, ele estava super gostoso naquela calça apertada e camisa jeans, que não resisti. E, porra, ele sabe o que faz com as mãos e com a língua. 

Voltei-me para Easton novamente.

— Então, por onde começamos? — perguntei.

— Onde você tem dificuldade? — devolveu a pergunta.

— Em tudo? — respondi como se fosse óbvio.

— Sério? — Ele achou que eu estivesse brincando.

Não, não estou.

— Sério. 

Rick se aproximou com o meu milkshake e se afastou depois de colocá-lo sobre a mesa e me lançar mais uma piscadela. Sorri discretamente em sua direção e observei sua silhueta musculosa. Foco, América... foco.

— Posso ver seu boletim de notas? Está com ele aí? — perguntou ele.

— Acho que eu trouxe — disse eu, incerta, enquanto vasculhava a mochila. — Aqui está — entreguei a ele, que mais uma vez dispensou o contato das nossas mãos. — Qual é o seu problema com mãos? — acrescentei com uma pergunta.

Easton ergueu o olhar para mim, confuso.

— Perdão?

— Suas mãos — disse eu à guisa de explicação. — Você não as toca nas minhas quando está próximo. Você tem problemas com mãos ou é só com a minha?

Ele ficou vermelho. Eu apenas estava tentando descontrair; talvez não tivesse sido uma boa ideia. 

— Não tenho problemas com mãos — murmurou, com os olhos focados na ficha de notas. — Isso está bem ruim — comentou, desviando do assunto.

— Eu sei — bufei. 

— Parece que seu forte não é biologia — sorriu de lado, apreensivo.

— Não, não é — concordei.

— Você não gosta? — franziu as sobrancelhas. 

— Não — respondi simplesmente, sincera.

— Por que está cursando, então? 

— Achei que poderia dar certo — dei de ombros.

— Bom, parece que certo é a única coisa que não está dando — brincou ele, um pouco tímido. — Por que não procura alguma coisa que realmente goste de fazer? Há cursos interessantes para garotas como você.

— Garotas como eu? — arqueei a sobrancelha.

Easton se debruçou na cadeira.

— Sim — concordou ele. — Extrovertida, sabe? Que sabe se comunicar com as pessoas — fez uma pausa. — Jornalismo, fotografia, essas coisas...

As palavras de Justin vieram á minha mente.

— Acha que poderia dar certo para mim? — perguntei com um timbre de esperança camuflado por trás da voz.

— Claro. Por que não? — sorriu.

Easton tinha dentes perfeitamente brancos e um sorriso caloroso. Os olhos eram de um tom azul-celeste maravilhoso e o cabelo negro era o contraste perfeito para sua pele pálida. Os braços eram livres de tatuagens, mas eram fortes e os músculos incrivelmente definidos. 

— Vamos começar logo com isso — disse ele.

Ouvi atentamente enquanto ele explicava células e bactérias, ou talvez estivesse hipnotizada pelo movimento que seus lábios faziam quando ele falava. Em uma tarde, entendi o que não consegui aprender em algumas semanas de aula. Eu estava chocada com a habilidade e facilidade de Easton para explicar as coisas. Mas, mesmo tudo parecendo um pouco mais fácil agora, não mudava meu conceito para biologia. Sabia que não ia demorar muito para eu mudar de curso, mas queria pelo menos finalizar o primeiro semestre e sair de lá com boas notas.

— Não é tão difícil quanto parece — disse ele enquanto guardava os materiais na mochila. — Com um pouco mais de prática, vai ser a melhor da turma — brincou.

— Vai sonhando — debochei.

— Sério — sorriu um pouco mais relaxado agora. — Você é inteligente, América.

— Obrigada — sorri fraco. — Mas e você?

— O que tem eu? 

— Por que está fazendo aulas gerais? Não decidiu o que quer fazer?

— Quero fazer contabilidade — respondeu ele.

— Por que não cursa então? 

— Mas eu curso. Mas eu também gosto de praticar um pouco de tudo, por isso estou nas aulas gerais.

— Você é mais estranho do que eu imaginava — brinquei com um meio sorriso.

Easton soltou uma risada gostosa. 

— Você não gosta de companhia? — perguntei direta. 

— Quem não gosta de companhia? — retraiu o canto da boca.

— Então por que anda sempre sozinho? 

Ele mordeu o lábio inferior, e percebi que a pergunta lhe causou algum desconforto. 

— Eu meio que... — começou, e percebi que estava difícil para ele.

— Não precisa falar — sorri apreensiva.

— Afasto as pessoas — completou, e logo em seguida, suspirou.

— Como assim? — apoiei os cotovelos na mesa, interessada no assunto. 

Ele sorriu melancólico e deu de ombros. Tudo bem, ele não queria falar sobre o assunto. A dor por trás dos seus olhos era tão palpável que contagiava todo o meu ser. Por um momento, me senti frágil como antigamente, e a América que não se importa com o que os outros pensam simplesmente desapareceu. Sua solidão era parecida com a minha: eu tinha pessoas ao meu redor, mas ainda me sentia vazia, excluída. Já ele, não tinha ninguém.

— Sinto muito — lamentei baixinho. 

— Não é culpa sua — sorriu amarelo. 

— Bem, mas que bom que isso é passado, pois você acaba de ganhar uma amiga — disse eu, animada, tentando desviar da dor.

Easton me olhou, surpreso, e então disse:

— Você não precisa fazer isso, América.

— Ninguém me diz o que fazer — lhe dei uma piscadela. — Relaxa, não vou transar com você. Bem, ao menos que você queira.

Seu sorriso se encheu de diversão quando ele riu e, ao ver o seu sorriso, sorri também. Mas ele não comentou nada a respeito. Conversamos mais um pouco, basicamente sobre nosso futuro na faculdade, mas na hora de pagar a conta, Easton insistiu em pagar por ambos.

— Não posso deixar você pagar — insistiu ele.

— Mas eu não vou pagar, seu bobo — disse eu, risonha.

Ele não entendeu o que eu quis dizer até Rick aparecer dizendo que tudo era por conta da casa.

— Então você nunca paga quando vem aqui? — perguntou ele enquanto saímos da lanchonete.

— Não — respondi e abri um sorriso. — Não me pergunte o porquê.

Easton entendeu o recado e tudo o que fez foi uma careta. Fiquei em sua frente para me despedir, mas antes de o fazê-lo, decidi lhe fazer um convite.

— Ei, amanhã tem uma festa na casa do Hank, o jogador de futebol da universidade — informei quando vi sua expressão pensativa. — Aparece por lá. 

— Não acho que seja uma boa — hesitou. — Essas festas parecem meio... problemáticas.

— E você parece o meu irmão falando — debochei. — Enfim. Seria legal te ver por lá. 

Ele sorriu sem mostrar os dentes, mas não confirmou nem negou nada. 

— Quando podemos continuar com os estudos? — perguntei.

— Na sexta? 

— Pode ser — concordei. — Até mais, Easton.

— Até mais, América.

E seguimos em direções diferentes. 

Justin apareceu na universidade montado em uma Harley Night Rod no dia seguinte. O motor potente da moto e o jeito como ele chegou vestido, estilo bad boy, com jaqueta de couro jeans e óculos escuro, chamou atenção de todos, principalmente das garotas. Aproximei-me enquanto ele estacionava ao lado do Porsche 911 GT3 que pertencia ao capitão do time de futebol. 

— Acho que você entende mesmo desse lance de entrada em grande estilo — brinquei enquanto ele tirava o capacete.

Olhou para mim e sorriu.

— Bom dia, ruivinha.

— Bom dia, badboy — disse eu. — Essa moto é sua?

— É, sim. Gostou?

— Hum-hum. É uma bela máquina.

Ele sorriu.

— Comprei ainda no Canadá — informou. — Mas a coitada precisou dar um tempo na mecânica. Estava com medo de perder o amor da minha vida.

Revirei os olhos. Não entendia como os garotos davam tanta importância á motos e carros a ponto de chamá-los de "amor da minha vida".

— Parece que vai chover garotas aos seus pés agora — olhei com desdém para um grupo de garotas encostadas em uma camionete enquanto sorriam em direção ao Justin, enrolando o cabelo no dedo.

— Nenhuma que eu pudesse querer — disse ele.

— Isso inclui a mim? 

— Bem — fez uma pausa. — Se você não tentar me atacar no meio da estrada como tentou fazer no vestiário, posso te dar uma carona qualquer dia desses.

Abri um sorrisinho.

— Você ficou excitado — acusei. 

— Não fiquei, não — balançou a cabeça.

— Você estava louco para que eu lhe fizesse um boquete — falei, rindo. 

Ele revirou os olhos.

— Eu vou para a aula, tá? — anunciou. — Nos vemos no refeitório.

— Até mais, badboy — disse eu enquanto o observava andar pelo estacionamento com suas botas pretas. — Só não pense muito em mim entre suas pernas. Não quero que se desconcentre da aula.

Justin olhou para trás, rindo, mas não parou. Sumiu pela porta principal da universidade, sendo engolido pela multidão que entrava e saía ao mesmo tempo. 

Tudo ocorreu bem na aula de biologia. Conseguia entender algumas coisas e, por surpresa minha e do professor, consegui responder três das cinco perguntas que o professor Charles lançou para a turma. Sorri para Easton por cima do ombro e ele fez um ok com os dedos. Pela primeira vez desde quando começou o semestre, senti o tempo passar rápido demais. Três aulas seguidas de biologia e uma de ciência política não foi tão cansativo quanto eu esperava.

— Oi — disse depois de alcançar Easton na saída da sala.

— Ah, oi — sorriu fraco.

— Como me saí hoje? — perguntei enquanto andávamos lado a lado pelo corredor.

— Foi bom, apesar de apenas um reforço. Continue se esforçando que você consegue responder às cinco questões.

Sorri. 

Ele me avaliou um segundo, discretamente, mas percebi. 

— O que foi? — perguntei.

— Você está diferente de ontem — disse ele.

— Como assim? — franzi as sobrancelhas.

— Ah, você sabe... sem tênis, calça jeans e maquiagem — sorriu de canto.

— Foi mal ter aparecido vestida como um zumbi ambulante. 

— Não, não estava. Você fica bonita sem maquiagem e de calça jeans.

— Não sou bonita desse jeito também?

— Você é bonita dos dois jeito — suspirou. — Só que parece que estou conversando com uma pessoa diferente agora. 

— Isso é ruim? 

— Não. É só... confuso. — Fez uma pausa. — Mas não te conheço direito para dar alguma opinião. 

— Àquela América que você viu ontem não existe — minha voz saiu mais seca do que eu gostaria. — Foi apenas um deslize. Uma América que dormiu demais e acabou se atrasando, na verdade.

— Então foi esse o seu probleminha. — Disse ele, acusador, mas com um tom divertido.

— Ah, droga, você me pegou! — Levei a mão á testa e depois ri junto com ele. — Prometo não me atrasar amanhã.

Easton me lançou um olhar desconfiado mas sorriu logo em seguida.

— Estou indo para o refeitório — parei em sua frente. — Vem sentar com a gente. 

— Deixa para a próxima — puxou o canto da boca. — Mas obrigada pelo convite.

— Sério mesmo? — insisti. — Eu sei que meus amigos podem parecer idiotas e intimidadores, mas são bem legais, sério.

Ele riu fraco.

— Sei disso.

Balancei a cabeça.

— Se mudar de ideia, sabe onde me encontrar.

— Até mais, América.

Seguimos caminhos diferentes. Antes de ir para a mesa do refeitório, passei na cantina e peguei minha comida. Caminhei até meu assento ao lado de Justin, dispensando a ajuda de um ou dois caras pelo caminho. Eu conseguia carregar minha própria bandeja. 

— Não achou ninguém para pegar sua comida hoje, ruivinha? — debochou Justin.

Revirei os olhos e respondi:

— Consigo carregar sozinha.

Dei algumas mordidas no sanduíche entre uma careta e outra. Eu achava que era praticamente impossível um sanduíche ser ruim, até provar o da universidade. Não sabia como meu estômago e o das demais pessoas aguentavam essa tortura. Precisava lembrar de trazer comida de casa.

— Vocês vão à festa hoje? — ergui o olhar para o casal à minha frente, olhando de relance para Justin.

— Vamos, sim — respondeu Rosie. — Foi difícil convencer o Justin, mas ele acabou aceitando. 

— Você vai, ruivinha? — perguntou Justin.

— Com certeza ela vai — Eggsy respondeu por mim. — Mas desta vez vamos estar lá para impedir que ela seja presa novamente.

Mostrei o dedo do meio para ele que riu.

— Você foi presa, ruivinha? — Justin se voltou para mim, surpreso.

— Foi um engano — tentei me defender.

— Claro que foi — murmurou Eggsy.

— Vá á merda, Eg — bufei, irritada.

— Depois vou querer saber dessa história direitinho — disse Justin ao meu lado.

— Vai ficar para o jogo de hoje, Meri? — perguntou Rosie. 

O nosso time ia enfrentar a universidade da cidade vizinha em um jogo de basquete. Não era um jogo interessante para mim, mas a camisa suada e grudada no tanquinho dos jogadores me fazia repensar muito.

— Acho que vou. Não tenho certeza.

— O Justin vai jogar — disse ela, orgulhosa.

Olhei para ele, depois para ela.

— Sério? Achei que o time já estivesse completo.

— Um dos jogadores quebrou o pé de última hora — disse Justin. — Isso foi ideia do Eggsy — acrescentou.

— Você joga muito bem, vai se sair bem — se defendeu.

— Não vou perder isso de jeito nenhum — falei com uma malícia camuflada por trás do tom divertido.

Minha mente já projetava a imagem da camisa colada no abdômen de Justin. Eu estava ficando louca sem sombra de dúvida. Ele despertava algo em mim que eu não conseguia controlar. 

Depois das aulas, o ginásio lotou, dando espaço para os alunos da universidade visitante. Estava muito barulhento; risadas e conversas paralela para todos os lados. Passamos meio de lado pela arquibancada até achar lugares vagos. Eggsy comentava o tempo todo sobre a expectativa do jogo, e como uma romântica apaixonada, Rosie lhe escutava com atenção e sorria feito boba. Os garotos do time de futebol também estavam presentes para ver o jogo. Encontrei o olhar de Ryan que me lançou uma piscadela e, sorrindo, desviei o olhar para a quadra. Uma onda de vaias ecoou pelo ginásio quando os jogadores reservas do time adversário entrou para aquecer, e logo em seguida, gritaria ao ver nosso time reserva entrar. E eu só me perguntava: por que as malditas camisas tinham de ser tão apertadinhas? 

Levantei-me.

— Já volto — disse eu para o casal ao meu lado, e saí antes que pudessem questionar.

Atravessei a quadra do ginásio, ignorando os olhares dos garotos do time reserva na minha bunda, e segui em direção ao vestiário. Não poderiam me culpar, eu só queria desejá-lo boa sorte. Aproveitei a distração do técnico e entrei de fininho sem ser percebida. Dei de cara com um grupo de garotos sem camisa, preparando-se para o jogo. Por um momento, pensei ter entrado na porta do paraíso. Mas nenhum deles me notaram, pois estavam formando uma roda e discutindo sobre o jogo. Nenhum deles era o Justin.

Aproveitei o momento de distração e entrei de fininho em direção aos armários e chuveiros. Estava tudo vazio quando passei pelo corredor. Ouvi o barulho da água ao longe e segui andando até os chuveiros. Tudo ficou em silêncio novamente, e de repente, Justin apareceu na minha frente com uma toalha enrolada na cintura. Ele levou um susto tão grande quando me viu ali, que deu um pulo para trás, meio desajeitado, e sua toalha acabou desfazendo o nó e caiu sobre os seus pés. Eu estava sonhando ou Justin Bieber estava pelado na minha frente?

— Mas que porra! — exclamou.

Foi inevitável não olhar para o seu pênis completamente exposto na minha frente. Eu tinha noção de que estava babando por aquele físico e, merda, ele estava excitado ou tudo aquilo era seu tamanho mesmo?

— Uau — foi tudo o que consegui dizer enquanto ele recolhia a toalha às pressas, envergonhado.


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...