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História REC: 182 Minutes - REC 4: The Dinner


Escrita por: Day_McKagan

Notas do Autor


Chegay! =D
Finalmente capítulo novo! Mais uma vez quero agradecer quem está acompanhando, favoritando e comentando! <3 Amo vocês!

Boa Leitura! ;)


Obs.: O Tom ta lindão nessa foto... =3 <3

Capítulo 4 - REC 4: The Dinner


Fanfic / Fanfiction REC: 182 Minutes - REC 4: The Dinner

Quem vos relata é Tom DeLonge.

Aquela sexta-feira contava meu quinto dia sem jantar. O pensamento que todos têm é óbvio: “Ah, Ellie está cortando o jantar do Tom por uma semana, mas é só ele compensar e comer no café da manhã, certo?” Errado! O café da manhã era regulado perfeitamente por ela. Não só pelo meu castigo, mas por causa do pouco orçamento que tínhamos até aquele momento.

A garota era um verdadeiro carrasco! Gostosa, mas um carrasco.

Não, eu não a odeio. E nem a odiava na época. Na verdade eu já disse, não é? Vê-la furiosa só me deixava excitado. Apesar de tudo, um pouco de raiva eu sentia...

Como todas as manhãs, fui trabalhar ainda com fome. Por sorte, sábado e domingo não éramos nós os responsáveis pela faxina, algo que nos deixava aliviados. Como sempre, limpei primeiro todo o pátio, para só então seguir para o parque. Fui surpreendido quando encontrei um garotinho sentado no balanço e chorando. Não me lembrava da última vez que havia conversado com uma criança, só sabia que não podia seguir meu trabalho enquanto não o ajudasse.

Me ajoelhei diante dele e puxei conversa.

– Ei, garoto, por que está chorando?

Ele me olhou, ainda soluçando.

– Minha mãe sempre diz para eu não falar com estranhos.

– Okay, sua mãe tem razão. Não se deve conversar com estranhos, então, vamos nos conhecer. Meu nome é Thomas. Pode me chamar de Tom. Eu trabalho aqui no prédio como zelador. E você? Qual seu nome?

– Sniff... Meu nome é Larry.

– Larry, huh? Quantos anos você tem?

– Tenho oito.

– Você mora aqui?

– Sim. Moro no segundo andar.

– E o que faz aqui sozinho chorando? Não deveria estar na escola?

– Uns garotos que moram aqui me empurraram e eu perdi o ônibus pra escola.

– Bom, se é assim, vou passar a manhã aqui com você, okay? – abri um pequeno sorriso. – E quando aqueles valentões chegarem eu vou dar uma lição neles!

– Jura?! – o rosto dele se iluminou.

– Claro! – falei, ao me levantar. – Só me deixe limpar tudo primeiro. Depois nós brincamos. Okay?

– Okay! Ah, tio Tom! Posso te ajudar? Assim terminamos mais rápido!

– Ora, por que não?

***

Aquele garotinho era animado. Estava lá, chorando sozinho, mas foi só eu chegar para que ele se animasse de novo. Tem muita criança chata nesse mundo. Eu mesmo me lembro de ser insuportável, mas aquele moleque superou minhas expectativas. Naquela manhã, graças a ele, terminei todo o meu serviço em metade do tempo. Depois, como prometido, fui brincar com ele.

– Ei Larry, aquela bola é sua? – perguntei.

– Não, pertence ao parque. Mas os garotos sempre chegam antes e não me deixam jogar com eles.

– Então pega ela. Hoje vamos jogar.

O moleque abriu um largo sorriso e correu até a bola. A energia dele era contagiante. Eu sou idiota, todo mundo deve saber disso. Basta assistirem as entrevistas do Blink, ou nossos clipes, shows, para perceberem isso. Mark também é outro idiota. Travis é o único aparentemente sensato. Na verdade ele é o Silencioso. Então bastou aquele moleque começar a correr e pular como a criança que é para que eu começasse a agir que nem ele.

– Ei tio Tom! Quantos anos você tem? – Larry perguntou assim que chutou a bola para mim.

– Tenho 27, garoto. – devolvi a bola para ele.

– Já deve ter namorada, não é?! – chutou a bola pra mim.

– Há, há, há... Já fui casado, mas me separei. – devolvi.

– Mas agora não tem namorada? – passou de novo.

– Ainda não. – pousei a bola embaixo dos meus pés. – Mas tenho uma em mente.

– Verdade?! E é bonita?! – Larry abriu outro dos seus sorrisos enormes.

– Vem cá que vou te contar um segredo.

E ele veio correndo, cara! Aquele garotinho parecia estar ligado no 220. O pior é que mais tarde descobri que ele é sempre assim, exceto quando os outros garotos judiavam dele. Larry era filho único, e ele acabou vendo em mim uma figura de irmão mais velho, eu acho. E eu estava gostando daquilo.

– Você conhece a moça que mora no quinto andar no apartamento 182?

– A tia Elisa? Claro! Ela já me levou para a escola algumas vezes quando perdia o ônibus como hoje!

– Então saca só. Eu to morando com ela junto de uns amigos.

– E você está a fim de namorar com ela?

– Quem sabe. Ela é muito durona e carrancuda, mas é muito bonita, não?

– É verdade. Ela é linda.

– Mas deixando isso de lado, vamos voltar a jogar, não?

– Sim!

Na primavera de 2003 eu voltei a ser criança.

Lembro que naquela manhã eu perdi totalmente a noção do tempo. Só fui me dar conta do horário quando minha barriga começou a roncar como louca, ditando que era hora do almoço. Me despedi do Larry naquela hora, mas prometemos brincar a tarde também. Até porque, eu tinha que me certificar de que os outros moleques não iriam judiar dele. Como naquela sexta-feira a Ellie estava de folga, não iríamos almoçar marmita, mas sim comida fresca. Assim que cheguei ao apartamento, ela terminava de pôr a mesa.

– Até que enfim chegou. Já íamos deixar você sem almoço também. – Mark debochou, sorridente.

– Maravilha. Quando eu desmaiar em algum canto eu quero que se sintam bastante culpados. – me fiz de vítima.

Quem vos relata é Mark Hoppus.

Depois de quatro dias comendo marmita no almoço, naquela ocasião tivemos bife de carne, arroz temperado e macarrão. Lisa não era nenhuma chefe de cozinha, mas a comida dela era muito boa. Mesmo que não fosse, íamos comer felizes de qualquer jeito, já que estávamos morando ali praticamente de favor.

Se não me engano, foi nesse dia que Tom conheceu o garoto Larry. Até hoje eles mantém contato, e o moleque virou um grande fã da nossa música. Inclusive começou a fazer aulas de guitarra, dizendo se tornar músico algum dia. Ele é um bom garoto, e ajudou o Tom tempos depois. Ajudou até a mim (guarde bem essas minhas palavras), mas isso é papo pra outro REC.

Apesar do que houve naquele dia, as coisas demoraram a ficarem boas pro nosso lado. Principalmente para o lado do Tom (risos). Ele foi o que mais sofreu, coitado.

Quem vos relata é Travis Barker.

Eu não tenho nada a dizer sobre esse dia, gravem vocês essa merda.

Tom – “Não seja mal, Travisinho!”.

Mark – “Fale qualquer coisa, man!”.

Aff, okay! Naquele final de semana as coisas continuaram iguais como sempre, mas acho que Beth estava começando a gostar da gente. Ou simplesmente nos ver como seres humanos e não animais. *barulho de cadeira* Agora continuem vocês. Preciso mijar.

***

REC OFF – Elisabeth Stewart

Já era por volta das quatro horas da tarde. Travis, Mark e eu tomamos café da tarde sem o Tom. Não que eu o tenha punido de novo, ele simplesmente não apareceu. Os outros dois voltaram ao trabalho enquanto eu me preparava para retirar a mesa. Olhei com o canto de olho o bolo que havia sobrado. Sem jantar é tolerável, mas sem café da tarde, ele vai ficar faminto demais.

Sei que não deveria. Ele mereceu a punição. Mas resolvi procurá-lo. Desci o elevador e fui até o pátio. Vasculhei todos os lugares, mas não o encontrei. Quando eu estava quase desistindo (não sou uma pessoa muito paciente), eu ouvi vozes vindas do parque infantil. Resolvi espreitar por uma parede, e o que vi, me deixou bastante surpresa.

Acabei vendo Larry sentado no balanço, de costas para onde eu estava, e havia alguém o embalando. Era o Tom. O garotinho dava animadas risadas, enquanto o rapaz brincava com ele.

– Mais alto, tio Tom!

– Se for mais alto que isso, vai sair voando, moleque!

– Eu quero voar até a lua!

– Então vamos tentar!

Ele o empurrou forte e Larry soltou mais risadas. Inesperadamente, Tom também estava rindo, acompanhando as risadas do pequeno. Senti um pequeno sorriso brotar em meus lábios. Tentei contê-los, mas não consegui. Foi um sorriso automático ao ver aquela cena deliciosa.

– Ei Larry! Sai do parque! Agora ele é nosso!

A voz de outro garoto invadiu o local. Junto dele estavam mais três moleques, todos com uns dez anos. Larry logo se acuou, com medo, mas desta vez ele não estava sozinho. Tom se virou para os garotos, ficando diante de Larry. Ele, com mais de 1,90, pareceu um monstro perto deles, que paralisaram na hora.

– Então são vocês os garotos que maltratam o Larry. – começou ele, autoritário, mas ao mesmo tempo bancando um herói de gibi. – A partir de hoje eu sou o guardião desse parque, e não quero ver nenhum tipo de briga ou judiaria! Se maltratarem alguém, eu vou logo dedurá-los para suas mães! Ouviram?!

– S-Sim, senhor! – falaram os moleques.

– Então peçam desculpas ao Larry!

Os garotos o fizeram sem reclamar. Larry ainda parecia inseguro, mas sabia que com a presença do Tom ele ficaria bem. Outro sorriso brotou em meus lábios, antes de eu sair dali.

***

Quem vos relata é Tom DeLonge.

Brincar com o Larry naquele dia me deixou esgotado e morto da fome. Perdi o café da tarde e meu jantar estava confiscado ainda. Assim que saí do banho dei de cara com os outros comendo os restos do almoço. Ou seja: A comida havia acabado. Tive que segurar meu estômago, que roncava sem parar. É sério. Eu estava a ponto de desmaiar de fome.

– Vou dormir mais cedo hoje. – falei, e fui para o quarto.

***

– Pssiu. Hey, acorda.

Com esse leve sussurro e um pequeno chacoalhar em meu braço, abri meus olhos. Mesmo no escuro eu consegui vê-la. Todo mundo já estava dormindo, pois acordar cedo ainda não havia se tornado rotina.

– Ellie?

– Shii. – ela pediu silêncio e continuou sussurrando. – Levanta e vem comigo.

Relutei um pouco, mas levantei. Eu estava apenas de samba canção preto, então peguei um bermudão e saí vestindo. Fiquei sem camisa. Quando saímos do quarto, notei que Ellie vestia seu pijama de sempre. Mas o que mais chamou minha atenção ali foi que sobre a mesa havia um prato e uma pizza pequena. Fiquei estático no meio da sala, sem entender o que estava acontecendo.

– Pode comer, Tom. – começou ela, ao se sentar em uma das cadeiras e se servir de café. Ela é viciada, sério. – Eu pedi essa pizza para você jantar.

– Ah, mas eu não estou dentro do castigo ainda?

– Está. – ela sorriu. – Sábado e domingo continuará sem jantar.

Suspirei.

– Mas hoje vou abrir uma exceção. Sei que está faminto. Come.

Ela nem precisou repetir mais uma vez. Me sentei a mesa e ataquei aquela pizza. Parecia que eu era um mendigo morto de fome. Mendigo não, mas morto de fome com certeza. Olhei para o relógio e passava da meia-noite. Ellie não disse nada enquanto eu comia. Seguia apenas tomando seu café e lendo uma revista de fotografia.

– Conheci um garotinho hoje. – comecei. – O nome dele é Larry. Conhece?

– Conheço. Ele é filho de uma amiga minha. É um bom garoto.

– É.

É nessas horas que se estende aquele silêncio constrangedor.

– Ellie. – eu a chamei. Ela me olhou. – Obrigado pelo jantar.

Ela sorriu e balançou a cabeça.

Até hoje não entendi aquela reação...


Notas Finais


Mereço comentários? *-*


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