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História Recados - Primeiro Bilhete


Escrita por: Point-less

Notas do Autor


Oilar e aqui estou eu com outra história!
Talvez seja a falta de vergonha na cara, mas resolvi postar essa Yoonkook que eu considero bem fofinha pros meus níveis, e espero que possam gostar dela sz

Capítulo 1 - Primeiro Bilhete


Talvez, se Yoongi fosse menos bocó, tivesse reparado no bilhete cor de rosa logo quando chegou à escola e abriu seu armário. Apenas talvez.

Mas, claro, ele era Min Yoongi, e a vida nunca o dera nenhum dom decente quando nasceu ou durante seu tempo na Terra – parecia, na verdade, que era desprovido dos dons básicos da humanidade, como a atenção. Então, nem que o bilhete estivesse pregado em seus olhos ele o perceberia. A não ser, é claro, que alguém contasse a ele que havia um bilhete ali. E graças aos deuses que Park Bom existe.

- Min Yoongi! – a garota gritou do outro lado do corredor, se aproximando rapidamente.

O menino se encolheu ao ouvir o nome ser chamado, e ajoelhou-se quando Bom postou a sua frente. Ela havia soado nervosa, mas não era novidade alguma, já que sempre estava nervosa. 

- Desculpa!

- Yoongi-ah, o que está fazendo? Levante-se – ela puxou-o pela gola da blusa para que se levantasse. O Min estava com os olhos fechados com força e esperava o tapa que viria em seus braços logo em seguida.

Uma das coisas que havia aprendido em seus dezessete anos de vida era que, apesar de Park Bom parecer uma boneca pequena e frágil, ela tinha tapas que doíam até a alma.

- Abra os olhos, seu ridículo – ela sussurrava enquanto ainda segurava a gola da blusa dele. – As pessoas estão olhando! Para de fazer essa cara, não vim aqui te bater.

- Não? – abriu um dos olhos e sua expressão suavizou, soltando o ar que nem sabia haver prendido nos pulmões.

- Não. É retardado por acaso?

- Então por que gritou comigo como se estivesse puta da vida?

- Porque estou puta da vida, mas não é com você.

- Ah sim. Estava tentando descobrir o que tinha feito de errado, mas não havia nada por agora. – abriu os olhos e soltou a mão dela de sua roupa.

- Agora as pessoas vão pensar que eu espanco meus donsaengs. – continuou sussurrando, olhando para os lados e depois para o garoto de forma raivosa.

- E não é a verdade?

- Só bato em vocês quando merecem uns tapas. – respondeu parando de sussurrar, cruzando os braços em frente ao corpo querendo parecer ameaçadora.

- Mas você está sempre batendo na gente.

- Porque vocês e seus amiguinhos estão sempre merecendo minhas bofetadas, ridículo.

- Você que sempre vê coisas erradas em tudo que fazemos. Mas por que está aqui? - perguntou, tentando desviar do assunto.

- Sua memória é mesmo igual a lixo, hein. Você me falou que emprestaria o livro. - E não importava o assunto, ela sempre achava maneiras de o insultar.

- Livro?

- A Náusea*, não me diga que não trouxe – até mesmo a mão levantou para bater em Yoongi, mas algumas pessoas ainda os observavam então preferiu abaixar e fazer ameaças no privado, sabe como é.

-Eita, ei, espera. ‘Tô brincando sua louca, eu trouxe sim.

-Cadê?

- A educação? Também não sei onde você deve ter deixado ela não. Talvez tenha enfiado no... – a Park tapou a boca dele como se sua vida dependesse disso, seus olhos arregalados seguiam algo atrás do Min. Uma risada pode ser ouvida logo depois, e Yoongi sabia bem quem era.

Ela só o soltou após ter sido lambida, exclamando o quanto aquilo era nojento e quanto o garoto não prestava. Ele levou uns tapas, é claro. Não seria Park Bom se ele não tivesse levado tapas.

- Você deveria investir. Ambos sabemos que nada vai acontecer com sua paixão platônica se você continuar se esquivando. - falou sobre a pessoa que acabara de passar, porém, não era um assunto que agradava à noona.

- Vá se foder, não tem moral alguma pra ficar falando isso.

- Sei que não tenho, mas não é zoação. É conselho de amigo mesmo, tá, sua ingrata – fingiu-se de ofendido, empurrando-a para o lado como se não quisesse mais falar com ela. 

Colocou a mão no peito, como se a ofensa tivesse o magoado de tal forma, fazendo tudo delicadamente.

- Você não sabe o quão gay fica fazendo isso – desmanchou a pose a encarou incrédulo.

- Com licença, mas eu sou super hétero. Sou a pessoa mais heterossexual que você conhece.

- Aham, tão hétero quanto o Jin.

- Não precisa humilhar, tá bom.

- Não é humilhação, é exposição de fatos.

- Ao menos não sou que nem você, mais rodada que roda de carro, e ainda assim nunca pegou ninguém que possa realmente gostar – Bom fechou o rosto, olhando com raiva. Verdades não são bem seu forte. Não são bem o forte de ninguém.

- Me dá logo a porra do livro pra poder ir embora.

- Não fique chateada, é só a verdade. Somos todos cagados aqui.

- Nossa, que reconfortante você, hein – ironia é uma língua linda, não?

- Sou uma pessoa muito positiva mesmo.

Procurou dentro do armário quase se enfiando dentro do lugar, mas não conseguia achar. Talvez fosse a desorganização, mas só talvez. Fazia três anos que usava o mesmo armário e, nesses três anos, não houve um único dia que ele fora organizado.

- Garoto, acho que até seu cérebro deve estar perdido no meio disso aí.

- Vá tomar no cu.

- Isso é jeito de falar com sua noona?

- Por favor, vá enfiar um órgão sexual masculino dentro do seu orifício anal noona.

- Ser formal não te faz educado, querido.

- Então, vá tomar no cu.

- O que é aquilo? – Park perguntou, empurrando Yoongi para fora do armário e olhando dentro dele ela mesma.

Em cima de um livro estava o bilhete. Possuía um tom adorável, e as letras escritas cuidadosamente. Era engraçado, porém um recado muito fofo. Honestamente, só era engraçado por ser uma declaração a Min Yoongi. Quem poderia ser louco o suficiente para gostar de Min Yoongi?

- Cacete, tu tem um admirador! – ria a ponto de gargalhar, tentando seu máximo para impedir que ele tomasse o bilhete de si.

Infelizmente, pular não era algo que adiantaria, e correr não seria possível pois, mesmo que o garoto fosse sedentário, ela era tão sedentária quanto.

Pense em dois porcos roncando, brigando por um pedaço de papel rosinha. A cena era mais ou menos assim.

De qualquer jeito, em algum momento, Yoongi conseguiu pegar o bilhete e leu-o rapidamente antes que fosse tomado de volta.

- Que porra...

Mas não custou muito raciocínio. Sabia quem era o dono do papel e o que pretendia com tal. Mas não se importava. Estava pouco se fodendo, ou ao menos queria pouco se foder.

Amassou-o. Com força para que virasse apenas uma bolinha pequena e jogou no lixo mais próximo.

- O que está fazendo? - perguntou a Park, até mesmo assustada com a forma que ele tratara algo tão carinhoso.

- Nada.

- Por que amassou o papel?

- Por nada.

- Nada o caramba, me fala seu pivete – novamente tentou parecer ameaçadora, mas era algo que raramente funcionava. Costumava se sair melhor quando a pessoa que ameaçava estava prestando atenção, o que certamente não era o caso de Yoongi.

- Já disse que nada. Tenho que ir pra aula.

- E o meu livro?

- Procura aí – deu de ombros seguindo com o caderno em mãos para a sala.

- Algo de errado estava escrito no bilhete? – perguntou preocupada. Se bem que era o humor mais comum no garoto, mas ao menos ele costumava a responder decentemente. Bem que ela sabia da história, sabia quem era, mas queria poder ouvir do amigo.

- Não, imagina - foi irônico, o que irritou a mais velha. - Pode procurar dentro do armário. Só faça o favor de fecha-lo depois.

- Tá bom - disse baixo, e nem mesmo foi ouvida. 

Por mais que soubesse que a história pudesse ser dolorida para o garoto, queria que ele desse uma segunda chance. Gostaria que tudo fosse ao menos esclarecido, para que ele pudesse superar o passado.

Mas não era problema seu, muito menos seu direito interferir nas escolhas de Yoongi. O que não significava que não iria apoia-lo, independente de sua escolha.

Mas esta era clara quando os passos raivosos ecoaram no corredor.

Havia um garotinho que teria que se esforçar muito para conquistar o coração de seu hyung.

 

 “Não importa o quanto eu olhe, seu sorriso sempre me parece cada vez mais lindo.” 


Notas Finais


*A Náusea é um livro de Jean-Paul Sartre, sendo uma das obras mais conhecidas dele, trata-se de um romance existencialista.
Okay que não teve muita coisa no capítulo, mas ele é a introdução a história e etc.
Meu coração em palavras pra vocês.
Espero que tenham gostado sz.


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