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História Reciprocal - Treze


Escrita por: Exospirit

Notas do Autor


Oi pessoal! Mais um capítulo =) estavam ansiosos?
Algo muito surpreendente acontecerá. É um capítulo muito importante!
Enfim, chega de papo. Tá aí!
Enjoy

Capítulo 14 - Treze


ChanYeol não esperava que as coisas fossem tão fáceis quanto foram. De fato as coisas foram difíceis nas primeiras semanas, BaekHyun costumava fechar-se para o outro. Mas com o tempo, ChanYeol conseguia quebrar um pouco do gelo do menor a cada vez que se encontravam.  Ele era teimoso, mas tinha que admitir... Quando o maior não estava o ofendendo ou o machucando, ele não era uma má companhia.

Toda quarta, sábado e domingo ChanYeolo buscava. Nos sábados o pegava depois que almoçava com seus novos amigos da aula de canto. Isso também era uma novidade na vida de BaekHyun. Amigos.

Ele nunca se permitiu ter amigos. Por uma questão de proteção. Protegia a si mesmo e a os outros. Da decepção, do abandono, de lágrimas e de explicações desnecessárias. Ele decidiu seguir sua vida sem se submeter a grandes relacionamentos, decidiu que os poucos que tinha já eram suficientes e se convenceu de que não precisaria de mais ninguém. Nunca teve problemas em manter sua decisão, pois ninguém do colégio nunca fizera questão de se aproximar dele. Mas nunca parou para pensar em como agir se alguém realmente fizesse questão de sua amizade, como aqueles seus antigos colegas da aula de canto faziam. Sempre conheceu KyungSoo e LuHan, e sempre viu JongIn pela academia, sorridente e bonito, irritando o KyungSoo. Mas não teve a oportunidade de se aproximar deles. E nunca fizera questão disso. Porém, quando descobriu que os garotos sempre quiseram se aproximar sentiu uma sensação desconhecida. Algum tipo de felicidade, talvez entusiasmo.

Independente do que sentira, não conseguiu dizer não à aproximação. E quando percebeu, já se encontrava amigo daqueles três garotos sorridentes e simpáticos, e reconciliara sua antiga amizade com JongDae. Porque apesar de tudo, costumavam ser grandes amigos. BaekHyun sabia muito bem que se arrependeria de baixar a guarda e se aproximar de tantas pessoas. Mas algo dentro de si o aconselhava a tentar. Tentar aproximar-se das pessoas e viver, sem se preocupar com o futuro. Sabia que iria se arrepender, sentia-se como uma criança que deixava de estudar para uma prova porque a brincadeira estava muito boa, mesmo sabendo que se prejudicaria depois. Mas não queria parar a brincadeira.

BaekHyun não queria mais se afastar.

Independente do que viria a acontecer no futuro. Não saberia dizer se era egoísta ao se aproximar das pessoas ou se era egoísta na época em que cortava relações sem ao menos dar explicações. Mas seu lado irresponsável tomava conta de sua mente e o convencia a não se esquentar com isso agora.

Passou a quebrar muitas das regras que impôs a si. A primeira foi sobre nunca mais se aproximar de JongDae. Quando soube que ele se mudaria para o Japão pensou que não fosse difícil de respeitar essa regra. Não imaginava que ele pudesse voltar tão cedo. E muito menos que passariam a se ver todos os sábados e teriam o mesmo grupo de amigos, o que levava à próxima regra quebrada. Jurara a si mesmo que nunca mais se aproximaria de ninguém. Viveria a sua vida apenas com a companhia de seus três fiéis melhores amigos e não precisava de muito mais que isso. Mas desde o dia em que fora apresentado devidamente aos colegas, a simpatia foi tão grande em ambos os lados que a aproximação fora inevitável. E por fim, a última e mais antiga regra.

Prometera a si mesmo, na primeira vez que fora perseguido pelos corredores do colégio, que jamais, em toda sua vida, olharia para ChanYeol com algo mais do que ódio e desprezo no olhar. Prometera que sempre guardaria amargura e raiva por todas as palavras duras que ouvira do maior. Vinha nutrindo essa promessa por todos os anos seguintes, enfatizando-a cada vez mais a cada dia. Mas quando se deu por si, a promessa que mais tinha certeza de que nunca quebraria foi quebrada quando olhou nos olhos molhados do garoto que segurava uma mão sangrenta, parado no meio do banheiro da escola, após socar o espelho.

Desde aquele dia, toda a imagem de um ChanYeol como alguém mau, preconceituoso, desprezível e asqueroso deu lugar a um ChanYeol triste, perdido e confuso, que precisava mais do que nunca de ajuda. Um garotinho indefeso que só precisava de um abraço e uma carícia nos cabelos. Ao invés de desprezá-lo, BaekHyun sentia uma grande necessidade de ajudar o maior. Mesmo sabendo que não podia fazer nada. Mas quando ChanYeol apareceu do nada pedindo ajuda com a escola, viu uma oportunidade. Claro que sabia que o estudo era só uma desculpa que o maior arrumou para se aproximar, era óbvio. Mas finalmente arrumou uma forma de poder ajudar ChanYeol. Não era bem naquilo que ele queria ajudar, mas de qualquer forma o faria sentir-se melhor. Apenas poder ajudar, independente de como. Mas não deixaria ele saber o verdadeiro motivo pelo qual ele havia aceitado. Sabia dos sentimentos de ChanYeol em relação a si, mas não se preocupava com isso.  Pensou que teria o controle da situação na sua mão.

Porém, estava completamente enganado.

 

Três semanas se passaram desde que aceitou a proposta de ChanYeol. Encontravam-se no quarto do maior pela décima segunda vez para estudarem as três matérias nas quais o maior precisava melhorar. Muita coisa havia mudado entre os dois e a mudança na forma de agirem um com o outro era visível. BaekHyun não o tratava mais com tanta frieza e ChanYeol conseguia arrancar um sorriso do menor com mais facilidade.

Terminavam mais um dia de estudos, no qual BaekHyun lutou para conseguir colocar alguma noção do assunto de física na cabecinha avoada de ChanYeol.

– Okay, podemos parar por hoje. – disse BaekHyun cansado, fechando o livro.

– Ah, graças a Deus! Não aguentava mais essa droga! – resmungou, se espreguiçando.

– Você devia se esforçar mais. – reclamou BaekHyun.

– Mais? Estudamos uma hora a mais do que o normal e eu não reclamei nem uma vez. Quer mais esforço que isso? – exclamou dramático, fazendo BaekHyun revirar os olhos.

– Se você fosse esforçado, não teríamos precisado passar uma hora a mais estudando. – falou, jogando uma borracha em ChanYeol.

– Ai! Pára com isso! Você só sabe me colocar para baixo! – ChanYeol reclamou, massageando o local onde fora atingido com um bico infantil no rosto, em seguida dando um empurrão em BaekHyun.

– Não estou lhe colocando para baixo. Apenas estou tentando discipliná-lo. – disse ameaçando jogar a borracha novamente, fazendo o maior encolher o corpo.

– Você poderia ser mais gentil. – disse ChanYeol, o bico voltando a ocupar os seu lábios.

– Eu não sou uma pessoa gentil. – disse grosseiramente. ChanYeol o fuzilou com o olhar semicerrado.

– Eu percebi. – revidou.

A discussão se seguiu por um bom tempo, e logo os dois garotos se encontravam em conversas aleatórias, sem se darem conta do tempo que passaram ali.

– Aquele KyungSoo e aquele JongIn... Eles por acaso... Estão se pegando? – perguntou ChanYeol quando estavam falando dos amigos da aula de canto de BaekHyun.

– Você só os viu uma vez e bem rapidinho, como percebeu isso? – perguntou BaekHyun surpreso.

– Por favor, Baekhyun. Aquele JongIn só faltava comer o baixinho com os olhos antes de eu ir falar com você. Eu vi de longe ele secando a bunda do olhudo. – riu ChanYeol. BaekHyun revirou os olhos.

– Não fale assim, seu idiota. JongIn e KyungSoo não estão se pegando. Eles namoram sério.

– Tanto faz. – riu, dando de ombros. – Você gosta muito deles, não é?

ChanYeol escondeu a tristeza em sua voz. Não pôde deixar de notar o quanto BaekHyun ficava feliz ao se referir aos garotos como seus amigos. Sabia que ele nunca tivera muitos amigos, mas independente de ficar feliz por ele finalmente arrumar mais alguns, também não podia deixar de sentir ciúmes.

– Sim. – BaekHyun disse com um sorriso. – Queria ter me aproximado antes. – ChanYeol assentiu com um pequeno sorriso, novamente engolindo o ciúme.

– Caramba, olha as horas! – exclamou BaekHyun ao olhar o celular. Já eram quase nove horas da noite. – Preciso ir para casa!

BaekHyun se levantou em um pulo, guardando seu caderno na mochila. ChanYeol ficou triste pelo fato do menor precisar ir embora, pois para ser sincero, ele nem notara o tempo passar ao longo da conversa.

– Eu te levo de carro. – disse ChanYeol se levantando também.

– Não precisa, eu vou de metrô. – recusou, ajeitando o casaco no corpo.

– Não, está tarde. É perigoso.

– ChanYeol, eu não sou uma donzela em perigo.

– Não é muito diferente de uma. – ironizou ChanYeol, fazendo BaekHyun mandá-lo ir se foder baixinho.

– Não preciso de sua proteção.  – disse saindo do quarto e descendo as escadas. ChanYeol o acompanhou com um sorriso divertido no rosto.

– Tem certeza? E se algum tarado te atacar no caminho?

– Eu corro.

– E se o tarado for um bom corredor?

– Eu o chuto no saco.

– E se o tarado souber lutar kung fu?

– Eu grito.

– Mas é óbvio que o tarado iria tapar a sua boca, idiota.

– ChanYeol, nenhum tarado vai me atacar, pelo amor de Deus. – disse BaekHyun impaciente, abrindo a porta da frente e saindo da casa.

– Desculpa. Eu apenas fico preocupado com você andando por aí sozinho no meio da noite. Você é muito indefeso. – disse ChanYeol com um sorriso tímido. BaekHyun parou e se virou, encarando o mais alto.

– Você tem que parar de me tratar como um animalzinho frágil. Eu não sou uma garotinha. – BaekHyun revirou os olhos.

– Prometa que vai me mandar uma mensagem avisando que chegou bem. – ordenou.

– Não é necessário, ChanYeol. – revirou os olhos novamente.

– Se você não me prometer eu te puxo para dentro agorinha e você não vai a lugar nenhum. – disse segurando o braço de BaekHyun.

– Pára de me tratar como um bebê! – reclamou.

– Seu idiota! O que custa me avisar que chegou bem apenas para me tranquilizar? Senão eu vou ficar preocupado a noite toda. – ChanYeol disse irritado. BaekHyun o encarou nos olhos. Por algum motivo sentiu seu coração dar um pulo com as palavras do maior. BaekHyun passeou os olhos por todo o rosto de ChanYeol, analisando cada traço do garoto. Mesmo que fosse demasiado orgulhoso para ser sincero consigo mesmo na maioria das situações, tinha que admitir que entendia porque existiam tantas garotas correndo atrás dele.

ChanYeol era descomunalmente bonito.

BaekHyun engoliu a seco, fazendo ChanYeol arquear uma sobrancelha.

– Baek, está tudo bem? – perguntou, sentindo-se sem jeito com o olhar de BaekHyun percorrendo a sua face daquela maneira. Então de repente sentiu seu coração parar de repente e um arrepio correr sua espinha devido à surpresa.

BaekHyun o beijara.

De início pensou que estava ficando louco. Sentiu seu corpo congelar e não conseguiu reagir de nenhuma forma. Sentiu a mão direita de BaekHyun em sua bochecha, o puxando mais para aprofundar o beijo. O menor simplesmente agia instintivamente, sugando o lábio inferior de ChanYeol com os seus. Sua mão esquerda alcançou a nuca do mais alto e acariciou os fios de cabelo da região devagar, trazendo-o para si. ChanYeol recuperava a noção da realidade aos poucos, e levou as mãos até a cintura delineada. Seu coração acelerou quando sentiu BaekHyun pedir passagem com a língua e invadir a sua boca devagar, explorando cada canto e provando de seu sabor.

ChanYeol invadiu a boca do menor também, e agora as duas línguas brigavam por espaço. Embora fosse uma noite fria, ambos sentiam o ar em volta abafado e começavam a arfar entre o beijo, em busca de ar. ChanYeol apertou a mão esquerda na cintura de BaekHyun e levou a mão direita até os seus cabelos, puxando-os de leve. Sugava a língua pequena e mordiscava seu lábio inferior com urgência, acariciando seus cabelos devagar. Então BaekHyun deixou escapar um pequeno gemido ao se afastar minimamente do beijo.

Aquilo estava realmente acontecendo? Estava mesmo beijando BaekHyun na frente de sua casa, e a iniciativa partira do menor, sem nenhum motivo aparente? ChanYeol ainda não tinha uma noção total do que estava acontecendo e apenas agia de acordo com seus desejos. Ainda não havia caído a ficha de que BaekHyun estava finalmente cedendo e simplesmente de repente. Aquilo tudo era tão surreal que ChanYeol pensou que talvez estivesse apenas sonhando.

Ao ouvir o gemido vindo do menor, ChanYeol sentiu um calafrio percorrer seu corpo e terminar na região baixo-ventre. Mas imediatamente BaekHyun se afastou de seu corpo antes que o outro pudesse apoderar-se de seus lábios novamente.

BaekHyun enxugou os cantos da boca com o polegar, sentindo o nervosismo tomar conta de seu corpo. ChanYeol respirava sem fôlego, tentando normalizar a respiração. O menor manteve o olhar no chão enquanto também tentava recuperar o fôlego, sem ter coragem de olhar na direção do garoto alto à sua frente, que lambia os lábios com a ponta da língua. BaekHyun levou as mãos até o cabelo, os puxando de leve.

Era mesmo um idiota.

– M-me desculpe, eu... Eu não devia ter feito isso eu... Eu sou um idiota. – ele sussurrou, ainda sem conseguir olhar para cima.

– Baekkie... – ChanYeol se aproximou e levantou a mão para tocar no menor, que se afastou imediatamente.

– Eu não devia ter feito isso. F-foi um erro. – BaekHyun disse, virando-se e indo embora.

– BaekHyun! – ChanYeol chamou pelo menor, tentando inutilmente segurá-lo.

BaekHyun ignorou o chamado do maior, andando o mais rápido possível. Deixando ChanYeol parado em frente a sua casa.

O que havia acabado de acontecer? ChanYeol observou as costas de BaekHyun se afastarem cava vez mais. Seu coração ainda estava acelerado depois do que acontecera e ainda não acreditava cem por cento no que acabara de acontecer. O garoto mordeu o lábio, enquanto olhava para os pés, sentindo os vestígios de BaekHyun como uma prova de que aquilo realmente aconteceu e de que ele não estava sonhando. Deu as costas para a rua deserta do seu bairro elegante. Entrou em casa e subiu as escadas seguindo o caminho de seu quarto, desejando boa noite para todas empregadas que encontrava no caminho. Ficou deitando na cama encara o teto, tentando absorver o que acabara de acontecer.

Nunca imaginou que BaekHyun pudesse sentir algo por ele algum dia. Aproximou-se do menor com o intuito de apenas arriscar uma guerra a qual já considerava perdida. Ao obter a aproximação desejada resolveu apenas contentar-se com o que tinha, pois não queria pressionar BaekHyun e acabar o afastando de vez. Mas depois do que aconteceu, significava que finalmente poderia tentar? Estava ciente da reação de Baekhyun ao se afastar do beijo, e de que provavelmente passaria dificuldade para conseguir falar com o outro. Mas aquilo fora a prova de que BaekHyun, mesmo que talvez nem admitisse para si mesmo ainda, sentia algo por ChanYeol, e este, agora que finalmente tinha certeza disso, não deixaria essa oportunidade passar.

Ficou deitado na cama por mais ou menos 30 minutos. Fora despertado de seus devaneios com o toque do seu celular indicando que recebera uma mensagem. Suspirou e sentou-se na cama com preguiça, imaginando ser o SeHun o chamando para sair. Já estava demorando para isso acontecer, ChanYeol pegou seu celular do bolso e se surpreendeu ao ver que não era SeHun. Nem o Tao, nem YiXing, ou nenhum outro amigo. Surpreendeu ao ver que quem o mandara uma mensagem fora BaekHyun.

 

“Eu cheguei bem.”

 

ChanYeol não pôde conter um pequeno sorriso ao ler a pequena mensagem de BaekHyun. Então seu celular tocou de novo, estragando o seu momento de felicidade. Olhou irritado e dessa vez era SeHun.

 

“Vamos sair? Não aceito um não como resposta!”


Notas Finais


E aí, gente? Quem esperava por isso??
Depois dessa, será que BaekHyun vai conseguir continuar fugindo do ChanYeol e tentando convencê-lo de que não sente nada por ele?? Hm... As coisas estão começando a ficar interessantes não é? Hihi!
Bjs e até o próximo capítulo! ^^


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