1. Spirit Fanfics >
  2. Reciprocal >
  3. Dezesseis

História Reciprocal - Dezesseis


Escrita por: Exospirit

Notas do Autor


Ayo galera!
Para a felicidade daqueles que estavam doidos para saber o que DIABOS realmente o Baek tem, finalmente é dia de atualização de Reciprocal! \o/
Esse capítulo está bem esclarecedor, mas não deixa de ser triste =c
Mas enfim, aí está. Nas notas finais tem um aviso bem importante por isso não deixem de ler!
Enjoy

Capítulo 17 - Dezesseis


E de repente ChanYeol viu tudo desmoronar. De repente sentiu como se tivesse levado um tiro bem no coração. Um tiro anestésico que o paralisou e o deixou petrificando. Ou simplesmente o mundo todo havia paralisado consigo. A única coisa que era capaz de ouvir era o som distante dos soluços de BaekHyun, que se tornavam cada vez mais distantes quando o menor saiu correndo do quarto e o deixou.ChanYeol simplesmente não conseguiu impedir que o menor fosse embora. Nem ao menos conseguiu mover um músculo sequer. Apenas ficou parado ali, sozinho.

Paralisado no tempo.

Não saberia dizer quanto tempo ficou ali, olhando para onde BaekHyun se encontrava antes. Estava em estado de choque e sequer conseguia pensar. Ou até mesmo chorar. Tudo parecia tão surreal que ChanYeol imaginou que pudesse ter morrido e ido ao inferno. Mas talvez de fato tivesse.

Talvez de fato sua vida fosse um.

Quando recuperou um pouco de sua noção da realidade e finalmente conseguiu se mover, sentou na cama e apenas continuou a encarar o nada. Agora as únicas coisas que ocupavam sua mente eram as palavras de BaekHyun. Estas se repetiam como um disco arranhado. Palavras que vinham acompanhadas do olhar desesperado em um rosto banhado de lágrimas. Mas de qualquer forma, ChanYeol não sentia nenhuma dor em seu peito. Não sentia nenhuma angústia e nenhuma vontade de chorar, como se sua alma tivesse morrido e tivesse sobrado apenas o seu corpo. Respirando e realizando suas devidas funções apenas como um robô, uma máquina sem nenhum sinal vital. Uma máquina cujo sistema operacional só conseguia processar uma única frase em seu banco de dados:

“Eu estou morrendo.”

“Eu estou morrendo.”

“Eu estou morrendo.”

 

 

ChanYeol permaneceu sentado em sua cama enquanto o sol terminava de se por. O único som que saía do garoto era a sua respiração fraca e lenta. Seu peito subia e descia vagarosamente e fora isso, não se movia. Exatamente igual a uma máquina.

–ChanYeol? – ele ouviu seu nome ser chamado. Continuou sem se mexer e ao menos respondeu. – Por que a luz está apagada se você não está dormindo? Por que deixou a porta aberta?

Sentiu os olhos doerem quando a luz do quarto foi acesa. Estava tão desligado do mundo que só percebeu que quem entrara ali fora seu pai quando este parou em sua frente com um semblante preocupado. ChanYeol voltou a encarar o nada, sem dar importância à presença de seu pai.

–Já é tarde e amanhã você tem aula, filho. Você devia estar dormindo... Está tudo bem? – o Sr. Park se aproximou do filho, se surpreendendo por não ter sido afastado. –Er, bem... As empregadas me disseram que ouviram barulhos vindos daqui hoje mais cedo e seu amigo saiu correndo da casa... Aconteceu alguma coisa?

– Que horas são? – perguntou em um sussurro. Sua voz saiu rouca por ter ficado tantas horas inutilizada.

–Er, é quase meia noite, meu filho. – o Sr, Park se surpreendeu pela calma incomum com que seu filho o tratou. Imaginou que seria expulso do quarto sem cerimônias, como todas as vezes que tentou se aproximar depois da última conversa que tiveram.

ChanYeol apenas levantou-se, vestindo um casaco que estava jogado na poltrona ao lado da cama, pegando as chaves do carro e saindo do quarto.

– Aonde você vai uma hora dessas? – seu pai perguntou, seguindo o filho que descia as escadas sem olhar para trás. – ChanYeol, volte aqui!

–E-eu preciso resolver um assunto. – sussurrou, fazendo seu pai se assustar. Este não entendia porque o filho estava tão calmo consigo.

–Q-que assunto é esse, filho? – perguntou quando ChanYeol abriu a porta da casa.

– Coisa minha. Não espere por mim para dormir. – o garoto disse fechando a porta e deixando para trás o seu pai, que estava completamente chocado com a maneira que fora tratado.

ChanYeol ainda não tinha total noção de realidade. Agia simplesmente por puro instinto. Mas precisou colocar o cérebro para funcionar, tentando pensar em alguém que pudesse lhe dar o endereço de uma certa pessoa...

 

 

Parou o carro em frente à casa de bairro de classe média. Encarou a construção por alguns minutos pensando em como se explicaria por estar parado em frente à casa do outro em plena madrugada, quando ambos se odiavam profundamente. Mas sabia que não era hora de sentir vergonha ou arrependimento. Custou muito para encontrar aquele endereço, não poderia desistir e esperar pelo dia seguinte. E de qualquer forma não conseguiria esperar.

Saiu do carro e olhou as horas no relógio de pulso. Era quase uma da manhã. Olhou para a casa novamente ao se aproximar e todas as luzes pareciam apagadas. Não tinha a mínima ideia de como faria aquilo. Levou a mão até a campainha hesitante, apertando rapidamente. Esperou um tempo e apertou de novo. Ao apertar pela terceira vez, afastou-se da casa pensando que realmente fora uma ideia muito idiota ir à procura de alguém em plena madrugada. Mas antes que pudesse chegar até o carro,viualgumas luzes se acenderem e logo correu de volta até a porta.

– Quem está aí? – ouviu o garoto perguntar sonolento. E quando este abriu a porta, surpreendeu-se ao dar de cara com o maior. – Ch-ChanYeol? – Suho exclamou assustado, encarando o mais alto vestindo um adorável pijama do Pororo.

– Boa noite. – cumprimentou sem jeito.

–O-o que... O que você está fazendo aqui? – JunMyeon perguntou sentindo-se completamente perdido.

–E-eu sei que você está pensando que eu sou pirado, mas eu realmente, realmente preciso falar com você. – disse com um semblante sério.

– E o que você quer uma hora dessas? Meus pais estão dormindo e há algum tempo eu também estava, sabe? – JunMyeon disse confuso e irritado.

– Eu sei, desculpa! – disse. – Eu sei que não deveria vir aqui a essa hora da noite, mas... E-eu realmente não pude esperar.

– E o que aconteceu de tão urgente? E por que você precisa da minha ajuda? – perguntou Suho desconfiado.

– É... É sobre o BaekHyun. – disse ChanYeol fazendo a face do menor ficar séria.

– E o que tem o BaekHyun? – Suho arqueou uma sobrancelha.

– É... É verdade que ele vai... Morrer? – sussurrou. O semblante de JunMyeon ficou ainda mais sério e o menor não parecia mais sonolento.

– Quem te disse isso?

– Ele próprio. – respondeu. – E depois foi embora.

Suho ficou calado por um instante, como se pensasse.

–ChanYeol... Venha cá, entre. –chamou dando passagem para o maior adentrar seu jardim.

 

– Agora diga, o que BaekHyun disse exatamente? – perguntou Suho cauteloso. Ambos estavam conversando na cozinha, sentados em frente à mesa com uma xícara de café para cada um.

– Estávamos discutindo porque ele... Hm, bem... Estávamos discutindo e de repente ele disse isso. – disse ChanYeol.

– E sobre o quê estavam discutindo? – perguntou Suho confuso.

– O que você sabe sobre nós?

– Que vocês estudam juntos e nada mais. – JunMyeon respondeu desconfiado. ChanYeol engoliu a seco, desviando o olhar. – Vocês... São apenas amigos... Não são?

– Não. – respondeu ChanYeol encolhendo os ombros com medo de qual seria a reação de JunMyeon.

– O QUÊ? – Suho se lembrou de que não podia fazer barulho. – Então vocês estão...

–N-não exatamente. – explicou-se ChanYeol. – Foi justamente por isso que nós brigamos. Ele insistia em fugir de mim.

– O filho da puta não me disse nada. – murmurou JunMyeon socando a mesa de leve. – Mas de qualquer forma, por que você me procurou?

– E-eu precisava tirar essa história a limpo. Isso é verdade? Ele vai mesmo... – ChanYeol não terminou a frase e ouviu JunMyeon suspirar.

– Estou muito surpreso pelo BaekHyun ter te contado isso. Ele devia estar completamente desesperado e perdido.Ele nunca conta a ninguém.

– Eu preciso que você me ajude, JunMyeon. Preciso de alguém que me explique direito essa história e você é praticamente o pai dele. – JunMyeon respirou fundo com as palavras do menor e ajeitou-se na cadeira.

– Eu não devia te contar isso sem a permissão do BaekHyun, mas eu sei muito bem como ele pode ser um babaca egoísta às vezes... Não se conta uma coisa dessas para alguém sem dar uma explicação. – disse Suho. ChanYeol sentiu o coração dar um pulo devido ao nervosismo.

– Você irá me contar tudo? – perguntou.

JunMyeon pensou por um momento antes de confirmar com a cabeça.

– Sim. – ele disse. – Vou te contar tudo o que aconteceu com o BaekHyun nesses últimos três anos.

 

 

–BaekHyun nem sempre foi tão introvertido assim. Ele era um garoto engraçado e agitado.  Ele e o MinSeok eram tipo, as minhas duas maiores dores de cabeça, entende?– disse JunMyeon fazendo ChanYeol dar um pequeno sorriso.

–E-eu não me lembro disso.

– Eu já imaginava. Independente de tudo, ele sempre ficava mais calado quando estávamos perto de outras pessoas. Ele sempre foi bastante reservado. Ele ficava mais tímido principalmente na escola. E por causa disso sempre se limitou aos poucos relacionamentos que tinha. Praticamente resumido a mim e MinSeok. E depois MinSeok nos apresentou ao seu amigo chinês que viera morar aqui em Seul, o WuFan. Com exceção de nós três, ele não falava muito com outras pessoas. Até que chegou o JongDae.

–JongDae. – sussurrou ChanYeol com ciúmes ao ouvir o nome do outro, fazendo JunMyeon arquear um sobrancelha.

– Oh, você já conhece o JongDae? – ele perguntou divertido.

– Infelizmente tive o infortúnio de cruzar seu caminho mais vezes do que gostaria. – respondeu ChanYeol com amargura, fazendo JunMyeon rir baixinho.

– Parece que você já sabe qual foi a antiga relação dos dois. Isso poupa bastante explicação. – disse JunMyeon. – Mas continuando...JongDae entrou na outra turma do primeiro ano, não sei se você se lembra dele nessa época. Ele está bem diferente.

–JongDae estudava com a gente? – perguntou ChanYeol surpreso.

– Sim. O conheci através do representante da turma do 1º B. O procurei para resolvermos um assunto sobre as turmas e quando o encontrei ele estava conversando com o JongDae. Ele nos apresentou e descobri que JongDae estava tendo problemas com adaptação. O apresentei aos outros garotos e logo fizeram amizade. Ele pediu para trocar de turma e vir para a nossa sala, mas não conseguiu porque estava quase lotada. Todos nós ficamos tristes, especialmente BaekHyun.

JunMyeon ignorou a cara feia que ChanYeol fez e continuou.

 – Passávamos todo o intervalo com JongDae e ele saía conosco sempre. Logo Já fazia parte do grupo. Mas nós sempre fomos muito perceptivos. Digo, devo retirar o MinSeok dessa afirmação. Eu e o WuFan sempre fomos muito perceptivos, e logo percebemos que BaekHyun ficava diferente quando JongDae estava por perto. Não que ele ficasse tímido e introvertido com ficava na frente das outras pessoas. Até porque JongDae já era parte de nosso grupo. Mas ele parecia sempre ficar nervoso, principalmente quando JongDae falava com ele.

– Você poderia me poupar desses detalhes e ir logo para o que interessa. – ChanYeol disse irritado, fazendo JunMyeon sorrir.

– Enfim. Apenas observamos por um tempo, até que nós resolvemos colocá-lo contra a parede e perguntar o que estava acontecendo, mesmo que já soubéssemos a resposta. Devo enfatizar o fato de que MinSeok estava mais confuso do que tudo. Aquele lerdo. O levamos até o banheiro quando JongDae não estava e perguntamos por que ele ficava tão nervoso quando ele estava por perto, e por que ficava tão vermelho quando este se aproximava mais. E acredite, não foi fácil fazê-lo admitir que estava sim gostando do JongDae. Nós já sabíamos que ele era gay, é claro. Mas ele nunca gostou de falar com a gente sobre essas coisas e nunca havia gostado de alguém de verdade. – disse JunMyeon com um pequeno sorriso no rosto.

ChanYeol suspirou baixinho, lembrando-se exatamente do dia em que Tao o procurou eufórico dizendo que acabara de ouvir um carinha da classe dizendo que era viadinho no banheiro. Nessa época ele nunca imaginaria que um dia estaria apaixonado por BaekHyun.

– E JongDae também gostava de BaekHyun? – perguntou ChanYeol reprimindo o ciúme que sentia.

– Bem, não perdemos tempo e logo fomos atrás de informações. Procurar saber se JongDae estava interessado em alguma garota foi a primeira coisa que fizemos. Aos poucos fomos descobrindo que JongDae estava livre, leve e solto e só precisávamos da operação cupido. Foi engraçado até, mesmo com o WuFan dizendo que parecíamos garotinhas retardadas de filme americano de colegial e com o BaekHyun ameaçando nunca mais olhar na nossa cara se disséssemos alguma coisa a ele. Nem precisamos, na verdade. Apenas demos um empurrãozinho, e logo conseguimos fazer JongDae notar tudo. Depois disso, ficamos escondidos atrás da pilastra e vimos eles se beijando. Aí tivemos que ouvir o WuFan reclamando o resto do dia que parecíamos tiazinhas velhas e fofoqueiras.

Riu, mas continuou.

 – Não demorou muito tempo para que os dois começassem um relacionamento sério. E como ambos eram muito reservados, ninguém além de nós sabia. Estava simplesmente tudo dando certo na vida de BaekHyun. Ele era um ótimo aluno e suas notas eram sempre altas, acabara de descobrir a paixão da sua vida, que era a música, e encontrou o primeiro amor da vida dele. Mas bastou apenas uma notícia repentina para destruir toda sua felicidade. BaekHyun estava cada vez mais fraco. Ele pensou que não era nada demais até começar a vomitar e desmaiar com frequência. Foi ficando cada vez mais magro até o convencermos de ir ao médico. Então ele nos deu a notícia. – JunMyeon bebericou seu café com um olhar triste. – Disse que tinha um tumor no cérebro.

ChanYeol sentiu uma dor forte no peito. Era como se finalmente estivesse se dando conta da gravidade da situação. Como se o estado de dormência finalmente estivesse acabando.

– BaekHyun entrou em uma depressão profunda. Apenas eu, WuFan e MinSeok sabíamos sobre isso. E seu pai, é claro. Ele não teve coragem de contar a mais ninguém. Principalmente ao JongDae. – ChanYeol fechou a cara ao ouvir o nome do outro. JunMyeon o ignorou e continuou.

– Ele... Ele não queria falar sobre isso com a gente, entende? Mas eu sabia o que estava se passando pela cabeça dele. Eu o conheço melhor do que ninguém. Ele tinha medo. Medo que JongDae sentisse pena dele. Que o olhasse como se ele fosse um “coitadinho”. E acho que o mais importante, medo de ser abandonado. Ele não aguentaria que JongDae desistisse dele e se afastasse por conta disso. Tinha medo de que fosse deixado sozinho. E para não ser abandonado, ele o abandonou. Não o culpo, apesar de tudo. BaekHyun sempre fora muito orgulhoso. Iria se sentir um lixo se isso acontecesse. Até de nós ele tentou se afastar, mas fomos atrás dele e demos uma bronca. Ficamos ao seu lado sempre e, independente de tudo, nunca o abandonamos. Acho que a pior coisa que aconteceu na minha vida foi vê-lo naquela situação. BaekHyun estava muito abalado físico e mentalmente. E não ajudava o fato de que o pai dele ter descoberto sobre o JongDae. Ele só faltou dizer que queria que o Baek morresse de vez. – Suho deu uma pausa, suspirando ao lembrar-se.

– E o que aconteceu? – ChanYeol perguntou. – Ele está doente até hoje?

– Bem... BaekHyun não queria se curar. Para isso ele precisava passar por uma cirurgia muito delicada. O tumor estava localizado em um local muito perigoso. Qualquer errinho poderia resultar em uma tragédia. Existiam duas possibilidades. Ou fazer a cirurgia e correr o risco de morrer, ficar com alguma sequela ou até mesmo em estado vegetativo para sempre. Ou simplesmente não fazer, e deixar tudo nas mãos do destino. – ChanYeol sentiu seu coração doer novamente. Só de imaginar BaekHyun morrendo ou em estado vegetativo para o resto da vida o angustiava de tal maneira que ele mal conseguia suportar.

– E-ele não fez a cirurgia? – perguntou com a voz fraca.

– Errado. Ele fez sim a cirurgia.

–E-ele fez? C-como assim? – perguntou ChanYeol completamente confuso.

– Ele fez a cirurgia e foi um sucesso.

– Como assim? Então qual é o problema? – ChanYeol exclamou. JunMyeon respirou fundo com um olhar triste para o outro.

– O tumor voltou. Há poucos meses. Maior e mais perigoso. E BaekHyun disse que não vai fazer a cirurgia outra vez.  – novamente ChanYeol sentiu como se tivesse levado um tiro. Olhava para JunMyeon com a boca levemente aberta e os olhos arregalados. Sua visão estava embaçada devido às lágrimas que não demoraram a caírem.

– Então quer dizer que... – ChanYeol murmurou com a voz trêmula. –Quer dizer que ele vai...

–Sim. – JunMyeon murmurou a resposta, sentindo a tristeza invadir lhe o coração.

–N-não é um pesadelo... É mesmo real... Não é? – ChanYeol começou  a soluçar quando JunMyeon encarou a mesa e não respondeu. – Meu Baekkie... Meu pequeno Baekkie...

JunMyeon discretamente enxugou os olhos com as mãos tremulas. De certa forma, sentia-se surpreso. Nunca acreditou cem por cento nos sentimentos de ChanYeol em relação à BaekHyun. Dizia para este tomar cuidado com as verdadeiras intenções do maior, pois motivos para desconfiança não faltavam. Mas ver ChanYeol abalado daquela forma o impressionou de verdade. Para ser sincero, nunca imaginou que ele fosse capaz de amar alguém.

Mas viu o quanto estava enganado.

–ChanYeol... Por quê? Por que se importa tanto com isso? Digo, há um tempo você o batia e o menosprezava... E agora simplesmente mudou totalmente... – perguntou Suho. ChanYeol enxugou os olhos com as costas da mão e encarou o menor com o olhar decidido.

– Eu sei que você não confia em mim. Mas... Eu amo o BaekHyun. Ele é o único motivo para eu sorrir... Ele é a coisa mais importante para mim agora. Talvez... Talvez eu não o mereça jamais devido a tudo que fiz, mas... E-eu simplesmente não posso perdê-lo, não posso. – ChanYeol voltou a soluçar, escondendo o rosto com as mãos. JunMyeon sentiu o coração apertar ao ver o maior.

–ChanYeol eu... Eu queria pedir para você tentar entender as razões do BaekHyun. Por favor, não fique com raiva dele. Pode parecer egoísta, ou talvez seja mesmo uma atitude egoísta, mas... Será que não faríamos o mesmo no lugar dele? BaekHyun já... Sofreu demais, entende? Ele apenas está... Cansado. Cansado de sofrer, cansado de ter medo. Cansado de ter que acordar todos os dias sem saber por quantos dias mais irá sobreviver. Simplesmente cansado. E de certa forma, eu também não aguento mais vê-lo sofrer assim. – JunMyeon enxugou os olhos. – Desistir é uma atitude muito egoísta, mas o amo como um filho e não posso julgá-lo. Ele precisa de mim, precisa saber que independente de tudo nunca irei abandoná-lo. Nunca iremos abandoná-lo. Por favor, ChanYeol. Não o abandone. Não agora.

JunMyeon enxugava os olhos controlando os soluços. ChanYeol apenas encarava mais velho com os olhos molhados. As suas palavras tocaram seu coração e sentiu vontade de agradecer ao menor, e até mesmo abraçá-lo.

– Eu gostaria de não ter dificultado a vida dele mais ainda. – sussurrou ChanYeol se sentindo triste.

– Não é hora para se condenar, ChanYeol. O que precisamos fazer agora é mostrar a BaekHyun que ele não está sozinho.

– Irei atrás dele. Amanhã mesmo. – disse ChanYeol, se levantando decidido.

– Não, não faça isso. – JunMyeon se levantou também. – Ele provavelmente está se sentindo muito mal agora. Procurá-lo só vai deixar as coisas mais complicadas nesse momento. Vá para casa, descanse, dê um tempo para ele e também para si próprio. Sei que é difícil esperar, mas acredite, em pouco tempo ele que vai te procurar.

– Duvido que ele venha.

– Acredite em mim, ChanYeol. Ele irá.

– Como tem certeza?

– Conheço aquele moleque desde a primeira série. Não é à toa que digo que o conheço mais do que ele mesmo. – afirmou confiante. ChanYeol pensou por um momento antes de sussurrar um “okay” cabisbaixo. E foi acompanhado até a porta da frente.

– Obrigado, JunMyeon. Muito obrigado mesmo. –disse triste. JunMyeon deu um pequeno sorriso.

–BaekHyun pode tentar, mas nunca vai conseguir esconder nada de mim. Eu vejo nos olhos dele o quanto você mexe com ele. – ChanYeol ficou boquiaberto com as palavras do menor. Este deu um pequeno sorriso. – No começo admito que fiquei preocupado. Não entendia quais eram as suas intenções. Mas acho que posso afirmar com toda certeza o quanto você será importante para BaekHyun agora. Ele precisa de você, ChanYeol. Mais do que nunca.

ChanYeol enxugou os olhos novamente. Sentia-se extremamente emocionado com o que acabara de ouvir. BaekHyun precisava dele. Da mesma forma que BaekHyun era essencial na sua vida. Suspirou antes de aproximar-se de seu carro.

– Agora vá para casa e descanse. Você precisa. – disse o menor.

– Sim, afinal há outra coisa que preciso fazer. Acho que está na hora de... Esclarecer tudo para algumas pessoas. – disse ChanYeol ao despedir-se silenciosamente de JunMyeon, entrando carro e seguindo o caminho de volta para casa.

 

 

 

ChanYeol não foi para o colégio no dia seguinte. Não estava com cabeça para isso e sequer conseguiu pregar o olho de noite, mas também ao menos conseguiu levantar da cama. Na verdade não sentia vontade nem de abrir o olho, mesmo que seus pensamentos frustrados não permitissem que ele dormisse.  Levantou-se da cama e trocou de roupa de má vontade. Mexia-se devagar, maquinalmente. Antes de sair, olhou para a cama e sentiu vontade de voltar a se deitar, mas apenas suspirou e saiu do quarto. Havia algo que precisava fazer.

Adiou aquele momento o máximo que pôde, e até chegou a pensar que esse dia nunca chegaria. Mas sabia que chegara a hora de esclarecer as coisas de uma vez por todas. Mandou uma mensagem para SeHun, YiXing e Tao pedindo para que se reunirem na casa do mais novo.

Ao chegar em frente à casa de SeHun, a observou por alguns instantes antes de respirar fundo e sair do carro. Hesitantemente levou a mão até a campainha e tocou. Sentiu o coração gelar de nervosismo.

– Olá, ChanYeol. Entre,SeHun e os garotos já estão lá em cima. – a empregada da família Oh abriu a porta com um sorriso simpático. ChanYeol a reverenciou e subiu as escadas, sentindo suas mãos molhadas de suor.

–Ayo ChanYeol! – exclamou Tao quando ChanYeol adentrou o quarto. Os três garotos jogavam vídeo game no chão, enquanto comiam salgadinhos.

–Ayo. – ChanYeol respondeu com um sorriso forçado, que logo foi percebido por SeHun.

– Hm... Que cara de mal comido é essa? O que houve? – SeHun perguntou enquanto ChanYeol sentava-se na cama, com um semblante preocupado.

–E-eu preciso falar com vocês. Preciso... Preciso confessar algumas coisas. – ele disse olhando para as mãos que descansavam no colo.

–Q-que tipo de coisas? – SeHun perguntou olhando para o mais velho confuso.

–E-eu não venho sendo... Bem... Honesto com vocês. – ChanYeol suava frio e seu coração batia forte. YiXing, Tao e SeHun o encaravam assustados e confusos.

–O-o que aconteceu, ChanYeol? – YiXing perguntou cauteloso.

–E-eu estou pronto para dizer tudo a vocês. – ChanYeol disse, respirando fundo e tomando coragem para olhar diretamente para seus três amigos. – Estou pronto para dizer que... Eu amo o BaekHyun.


Notas Finais


Bem, vamos aos aviso.
Reciprocal será atualizado novamente no dia 29 apenas. O motivo? Terça é um dia muito cansativo para mim e resolvi mudar os dias de atualização para sexta. E não dá para postar nessa próxima sexta porque ficaria muito em cima. Por isso, fica para a próxima. Não me odeiem e compensarei o tempo em "hiatus" talvez ~TALVEZ, provavelmente~ com uma OS ou 2shot BaekYeol. Espero que entendam okay? As vezes é preciso fazer esse tipo de coisa. Mas enfim. Beijos e até lá! ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...