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História Reciprocal - Seis


Escrita por: Exospirit

Notas do Autor


YAAAY! Capítulo novo!
Primeiramente eu queria me desculpar por ter demorado mais do que deveria pra postar esse capítulo.
Sorry =/
Mas é porque essa semana eu acabei saindo mais do que havia planejado, e foi tudo muito corrido e etc e tal.
Mas, antes tarde do que nunca ^^
Está aí o capítulo 6 da fic. E aí? O que vocês acham que vai acontecer?
Chega de falatório e vamo lá
Enjoy

Capítulo 7 - Seis


BaekHyun acordou. Mas a dor em sua cabeça o impediu de abrir os olhos. Na verdade, eles estavam tão pesados que pareciam que estavam colados. O gosto ruim em sua boca denunciava que ele não tinha escovado os dentes. BaekHyun sentia como se tivessem sapateado por todo o seu corpo, deixando-o completamente quebrado. A brisa gelada abaixo de sua cintura o indicava que ele estava completamente despido e na sua cintura tinha... Um braço?

BaekHyun forçou-se a abrir os olhos e quando eles se acostumaram com a luz, ele estranhou aquele quarto. Não era o seu. Nem o do Suho. Mas é claro que não era. O que ele estaria fazendo dormindo pelado no quarto do Suho?

BaekHyun tentou se mexer, mas algo forte por cima de si o impedia de virar o corpo. Então ele percebeu que era uma pessoa.

Ele virou rapidamente, com muita dificuldade, ficando cara a cara com um ChanYeol completamente adormecido. Na mesma hora seu corpo gelou. Tudo o que aconteceu na noite anterior passou pela sua cabeça como um flashback. Desde quando chegou à casa de SeHun até quando se desfez na mão do garoto adormecido à sua frente. Instintivamente, BaekHyun o empurrou.

– AAAAAAAAAAAAAAAH – ele gritou, fazendo ChanYeol acordar em um pulo, olhando para os lados confusos. BaekHyun se afastava na cama, tentando cobrir seu membro com a mão, olhando para ChanYeol como se ele fosse algum tipo de monstro ou coisa do gênero. ChanYeol arregalou os olhos quando recuperou os sentidos. Como era bem mais acostumado a beber, ele se lembrava da noite anterior com bem mais riqueza de detalhes. ChanYeol sentiu seu coração quase pulando pela boca. Ele havia transado com um homem. Ele havia transado com o BaekHyun.

– Não faça barulho! – ChanYeol praticamente implorou. Não sabia se seu pai já tinha voltado da viagem de negócios ou se algum empregado já havia chegado. BaekHyun jogou um travesseiro no maior.

– O QUE VOCÊ FEZ COMIGO? – ele ignorou o outro, gritando o mais alto que sua ressaca permitia. – SEU TARADO! SEU PERVERTIDO! SEU... SEU... FILHO DA MÃE!

– Cala a boca! – ChanYeol tentou se aproximar do menor para tapar sua boca, mas BaekHyun pulou da cama, com a mão ainda escondendo suas partes íntimas.

– NÃO TOQUE EM MIM! – ele falou encostando-se na parede.

– ATÉ PARECE QUE FUI EU QUE FIQUEI ME OFERECENDO PARA VOCÊ ONTEM DE NOITE! – ChanYeol gritou desesperado, levando as mãos aos cabelos e os puxando. – Caralho, o que eu fiz... O que eu fiz?!

BaekHyun encarava o garoto desesperado a sua frente, sentindo uma grande vontade de chorar, perguntando-se internamente a mesma coisa que ChanYeol. Ele avistou sua boxer jogada ao lado da cama, no chão. BaekHyun correu até ela e a vestiu o mais rápido possível, depois indo em direção da porta. ChanYeol arregalou os olhos de novo.

– Aonde pensa que vai?! – ele perguntou nervoso. BaekHyun não respondeu e saiu do quarto. Sabia que suas roupas estavam na sala. ChanYeol levantou-se em um pulo, vestindo a primeira boxer que viu pela frente e indo atrás do outro. A última coisa que faltava acontecer era BaekHyun topar com seu pai ou algum empregado, usando apenas uma boxer branca, saindo do seu quarto. Desceu as escadas e foi para a sala, encontrando BaekHyun abotoando a calça.

– Não chegue perto! – BaekHyun falou assim que viu ChanYeol se aproximar usando apenas a roupa íntima. ChanYeol respirou fundo, tentando se acalmar. Ele também podia notar que BaekHyun estava quase tendo um ataque cardíaco. Ele viu algumas lágrimas de desespero brotando em seus olhos.

– E-escute... B-BaekHyun... – ChanYeol tentou manter a calma.

– Cale a boca! – BaekHyun lutava para segurar o choro. – Eu fiz merda, beleza? Eu tava bêbado! Se não fosse por isso nunca teria deixado você... Tocar em mim!

BaekHyun tinha o cada músculo do rosto tenso, encarando ChanYeol de uma forma que demonstrasse o quanto tinha raiva de si mesmo pelo que fizera.

– Eu te odeio, sempre odiei! Essa foi a maior besteira que eu já fiz em toda minha vida! – BaekHyun cuspiu as palavras com desprezo. ChanYeol riu nervoso.

– Pode, por favor, parar de agir como se eu tivesse te agarrado a força? – Ele falou franzindo o cenho em indignação. – Eu não queria aquilo, você que começou tudo! Eu estava bêbado!

– Faça o favor de ir se foder, Park ChanYeol! A culpa é toda sua! – BaekHyun exclamou, indo na direção do mais alto e o empurrando forte. BaekHyun estava com raiva. Não só de ChanYeol, mas de si mesmo também.

– VAI JOGAR A CULPA EM MIM, AGORA? – ChanYeol não se importava mais se tinha alguém em casa. A raiva tomou conta de suas atitudes e ele se viu gritando com BaekHyun.

– SIM! A CULPA É TOTALMENTE SUA! EU QUIS IR EMBORA, E VOCÊ ME FORÇOU A FICAR NESSA MALDITA CASA! – a cabeça de BaekHyun latejava a cada grito que dava, mas ele não se importava. Ele cambaleou até o sofá onde sua camisa estava jogada e a pegou. ChanYeol o puxou pelo braço, o impedindo de realizar qualquer ação.

– NOSSA! COMO VOCÊ DESCOBRIU MEU PLANO SECRETO DE TE TRAZER AQUI PARA CASA, TE EMBEBEDAR E TE FODER ATÉ VOCÊ PERDER OS SENTIDOS? – ChanYeol gritou contra o rosto de BaekHyun. – A VERDADE É QUE NADA DISSO TERIA ACONTECIDO SE VOCÊ NÃO FOSSE TÃO... TÃO...

– “TÃO” O QUE?

– TÃO PUTINHA! – ChanYeol empurrou BaekHyun, que caiu sentando no sofá. Ele se levantou rapidamente e deu outro empurrão em ChanYeol.

– SEU ENCUBADO FILHO DA PUTA! – BaekHyun gritou, vestindo sua blusa e garantindo que sua carteira ainda estava no bolso da calça. Antes que ChanYeol pudesse falar qualquer coisa, BaekHyun voou em direção da porta, saindo e fechando-a com um estrondo, deixando ChanYeol para trás, que tentava colocar sua cabeça em ordem.

– MALDITO FILHO DA PUTA! – ele gritou mesmo sabendo que BaekHyun não estava mais ali. ChanYeol se jogou no sofá e puxou seus cabelos, arrancando um tufo devido à força que colocou. Ele se assustou ao ouvir os próprios soluços. Ele começara a chorar e nem se dera conta disso. Como ninguém apareceu mesmo com todo o barulho que fizeram, ChanYeol pôde concluir que ainda estavam sozinhos. Ele olhou o relógio na parede e viu que era duas da tarde. ChanYeol lembrou-se de que como seu pai viajara os empregados não viriam hoje. Menos mal. O garoto levantou-se do sofá e subiu as escadas, voltando ao seu quarto. Ele trancou a porta mesmo sabendo que estava sozinho. ChanYeol jogou-se na cama e abraçou o travesseiro. Seus soluços foram abafados pelo mesmo, e suas lágrimas o molhavam por inteiro. ChanYeol estava com medo, assustado. Seu coração ainda batia forte. O que a noite anterior significava? Ele sempre fora hétero e sempre teve certeza de sua sexualidade. Mas, e agora? Ele se lembrava da noite anterior e da forma como BaekHyun mexera com ele com tanta facilidade. Era normal um hétero convicto perder a noção do juízo tão facilmente? ChanYeol respirou fundo, tentando afastar qualquer tipo de pensamento negativo. Ao fazer isso, notou que o cheiro de BaekHyun ainda estava no travesseiro. Ao inspirá-lo, seu coração deu um pulo e ele não pôde evitar pensar no outro, em como ele gemia a cada vez que ChanYeol o estocava, ou nas coisas provocativas que ele falara.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – ChanYeol gritou contra o travesseiro. Não podia pensar no BaekHyun. Teria que fingir que a noite anterior não existiu. Para o bem de sua própria sanidade. Sim, era isso que ele estava determinado a fazer.

Mas, por que ele não conseguia parar de pensar nos gemidos agudos do BaekHyun?

 

 

Ele não tinha realmente certeza do rumo que tomara. Apenas pegou o metrô e desceu em uma estação qualquer. Depois de andar algumas ruas, se deu conta de que seguira o caminho da casa de JunMyeon. BaekHyun deu um pequeno sorriso enquanto ainda tentava segurar o choro. Agora era instintivo seguir aquele caminho para ele, e BaekHyun se perguntou porque não reconhecera antes aquele caminho. Talvez estivesse com a cabeça cheia demais, juntando com a ressaca, fazendo-o se esforçar para não cair deitado na rua mesmo.

Ao chegar à frente da casa bastante familiar, BaekHyun tocou a campainha freneticamente, desesperado. Suho apareceu na porta, correndo assustado.

– BaekHyun! Calma! O que houve, por que você está com essa cara? – JunMyeon abriu a porta, deixando BaekHyun entrar na casa, apressado. Quando o amigo o virou de frente para encará-lo, BaekHyun sentiu um alívio ao olhar nos olhos do outro. Estar na presença de JunMyeon era reconfortante para BaekHyun. E tudo o que ele precisava no momento era de um pai para abraçá-lo e dizê-lo que tudo ficaria bem.

– S-Suho, eu... – Baek tentou falar, mas todas as lágrimas que ele vinha segurando desde que saíra da casa de ChanYeol não esperaram mais para caírem, e o garoto afundou o rosto no peito do amigo, soluçando.

– Baekkie... O que aconteceu? – Suho perguntou surpreso e preocupado, abraçando o amigo.

– Eu sou desprezível, JunMyeon! Eu tenho nojo de mim! – BaekHyun falou com a voz abafada devido à blusa de JunMyeon.

– Claro que não, Baek! Do que você está falando? – Suho arregalou os olhos, puxando o rosto de BaekHyun e o olhando nos olhos. Ele estava com uma aparência um tanto deplorável. Pálido, com olheiras fortes, olhos inchados, nariz vermelho escorrendo e cabelos bagunçados. JunMyeon levou o amigo até o sofá, sentando-o e enxugando suas lágrimas. – Agora, me conte com calma o que aconteceu.

– Eu fiz a maior besteira da minha vida. – BaekHyun respirou fundo e contou a JunMyeon tudo o que aconteceu na noite anterior. Este ficou calado, ouvindo sério tudo que o amigo falava.

– Nossa... – Suho esfregou o rosto quando BaekHyun parou de falar. – Me deixa recapitular: a mãe do SeHun o fez ir até a casa do ChanYeol, e lá ele e a trupe dele o encheram de bebida. E quando os outros foram embora, vocês... Dormiram juntos.

– Sim. – BaekHyun sussurrou, concordando com a cabeça.

– Isso não te torna desprezível. – Suho falou calmo.

Como não? JunMyeon, eu praticamente implorei para o ChanYeol me comer! – BaekHyun falou voltando a soluçar.

– Cale a boca! A culpa não foi sua! – Suho empurrou o ombro de BaekHyun de leve.

– O que eu fiz, JunMyeon? O que eu fiz? E-eu transei com o ChanYeol! – BaekHyun tinha um olhar desesperado. JunMyeon abriu e fechou a boca várias vezes, pensando no que poderia falar e desistindo logo em seguida.  Era algo delicado demais.

– Bem... Apenas... Esquece isso. ChanYeol provavelmente também fingirá que nada aconteceu e duvido muito que vá falar para alguém. – ele falou depois de escolher bem as palavras. BaekHyun concordou com a cabeça, tentando ser positivo.

– É... Talvez... Não, Suho! Não é só isso! É o que eu fiz! Eu nunca me senti tão sujo em toda a minha vida! – mais lágrimas caíram de seus olhos. Suho respirou fundo.

– BaekHyun, não foi culpa sua! – JunMyeon falou novamente – Aqueles garotos te embebedaram!

– Suho, não sou eu quem vivo dizendo que odeio o ChanYeol com todas as minhas forças? Não sou eu que sempre digo que sinto nojo, desprezo por ele? E essa mesma pessoa ficou de quatro e disse que sempre quis dar pra ele. – BaekHyun disse, mais lágrimas caíram ao se lembrar do que tinha feito. JunMyeon respirou fundo e alisou as costas do amigo, como forma de consolo.

– Baekkie... – ele começou, mas não soube o que falar.

– Eu não tive muitas experiências com relacionamentos. Você sabe disso. Eu não sou como ele que uma pessoa a mais ou a menos tanto faz ou tanto fez. Essas coisas... Se fazem com pessoas... Especiais. E eu fiz com ele... – lágrimas caíram novamente dos olhos de BaekHyun. Ele usou as costas de sua mão para enxugá-las. Suho pode notar que sua mão tremia enquanto chorava. Ele sabia o quanto aquilo tinha sido traumatizante para BaekHyun.

– Vem cá. – JunMyeon o puxou para um abraço, alisando seus cabelos enquanto o garoto afundava sua cabeça em seu peito. – Já passou, você está aqui agora. Esqueça isso, vai ficar tudo bem. Vamos superar essa juntos.

Ao ouvir as palavras do amigo, BaekHyun apertou mais o abraço. Queria ficar o mais próximo possível de JunMyeon, sentir toda a sua proteção ao máximo, o calor reconfortante que exalava do corpo do maior, a segurança que mais ninguém o passava.

Os soluços de BaekHyun foram ficando cada vez mais amenos, até que se transformaram em uma respiração calma. JunMyeon notou que o mais novo dormira.

– Você está exausto, não é, Baekkie? – ele sussurrou para o garoto que o ouvia. – Ultimamente está tudo muito exaustivo para você, não é?

JunMyeon encarou o garoto com fortes olheiras dormindo em seus braços. Ele sentia uma necessidade enorme de protegê-lo de qualquer mal que pudesse atingi-lo.

– Eu não vou mais deixar o ChanYeol nem ninguém te fazer mal. Eu prometo. – ele sussurrou, mesmo sabendo que BaekHyun não podia ouvi-lo.

Eles ficaram ali um tempo. JunMyeon resolveu que BaekHyun dormiria lá naquela noite.

 

 

ChanYeol adormeceu enquanto chorava em seu quarto. Acordou devido às batidas na porta. Ele abriu os olhos lentamente, dando um pequeno gemido desgostoso. Ele olhou para a janela e os fracos raios de luzes que escapavam pelas brechas da cortina denunciavam que já estava anoitecendo. As batidas voltaram e ChanYeol se levantou sonolento, sentindo seu olho ardendo de sono. O garoto alto caminhou até a porta e a destrancou, abrindo-a em seguida.

– Filho! Vim ver como está. Como foi ontem com seus amigos? – ChanYeol deu de cara com seu pai, que sorria.

– Foi bom. – ChanYeol falou com a voz tediosa, tentando fechar a porta, mas seu pai a segurou.

– Você está bem, filho? Está com uma cara péssima.

– Estou de ressaca. – ChanYeol tentou fechar a porta de novo, mas fora impedido pelo seu pai.

– A sala está uma bagunça, filho.

– Amanhã alguma empregada limpa. Me deixa dormir. – ChanYeol falou, finalmente conseguindo fechar a porta. Ele ouviu seu pai suspirar do outro lado, mas não se importou e trancou a porta novamente, caindo na cama. Ele ouviu os passos de seu pai indo em direção ao seu próprio quarto. Fora a vez de ChanYeol de suspirar, lembrando-se na situação em que se encontrava. Mesmo que agora estivesse mais calmo, lembrar-se do que fizera o deixava aflito e assustado.

De repente, ChanYeol ouve seu celular tocar, o tirando de seus devaneios. Era SeHun.

– Alô? – ele atendeu contra a sua vontade.

– E aí, chegado! – pela voz pastosa do mais novo, ChanYeol concluiu que a ressaca também o tinha pegado.

– Oi, Sehun. – ele respondeu, se esforçando ao máximo para parecer ao menos casual.

– Pela sua voz... Você tá mal, hein? – SeHun riu. – Pensei que você estivesse acostumado com isso.

– Passamos um pouco da conta ontem. – mesmo que ChanYeol tentasse parecer despreocupado, era evidente que ele estava diferente.

– O que houve? Você tá estranho. – SeHun perguntou.

– Nada não, apenas briguei com meu pai. – ChanYeol mentiu.

– Ah, entendo. Enfim, apenas liguei para saber como foi passar a noite com o BaekHyun. – o coração de ChanYeol deu um pulo enquanto SeHun ria do outro lado da linha.

– D-dormir com o BaekHyun?! D-do que você está falando? – ChanYeol gaguejou nervoso.

– Calma, Hyung! Ele não dormiu aí na sua casa?

– Ah. F-foi, mas ele dormiu no sofá da sala. – ChanYeol falou na defensiva.

– Nossa! Eu entendi, calma! – SeHun ria. – Até parece que você comeu ele e não quer contar!

ChanYeol derrubou o celular acidentalmente.

Hyung, o que deu em você? – SeHun perguntou desconfiado.

– N-nada, eu apenas... Estou ocupado. Depois a gente se fala. – ChanYeol desligou sem nem ao menos esperar SeHun responder. Ele colocou uma mão no coração e respirou fundo. Precisava se acalmar, senão deixaria muitas suspeitas.

 

 

O resto do dia passou mais rápido do que ChanYeol e BaekHyun queriam, e logo já era segunda feira. E do mesmo jeito que ChanYeol lutara contra seu pai para não ir à escola, BaekHyun lutara contra Suho.

– Eu já disse que não vou! – BaekHyun disse contra o travesseiro.

– Vai! Levanta! Até parece que estou lidando com uma criancinha de dez anos! – Suho puxava os pés de BaekHyun, que segurava no ferro da cama.

– Não vou! – BaekHyun lutou, mas Suho desprendeu suas mãos da cama, puxando-o e o fazendo se sentar. BaekHyun gemeu contrariado, fazendo uma careta e cobrindo os olhos com as costas da mão.

– Não quero ver ninguém. – “ninguém” significava ChanYeol.

– Deixe de bobagem! Vamos logo, se apresse e se arrume ou vamos nos atrasar. – Suho disse jogando o uniforme de BaekHyun em seu colo. Não bastava ter dormido em um colchão no chão para deixar BaekHyun dormir em sua cama, ele também passara em sua casa para pegar o uniforme que o mais novo usaria no dia seguinte. BaekHyun não sabia como agradecer ao seu amigo, então resolveu não dar mais trabalho e se levantou, sem reclamar.

 

Ao chegar no colégio, BaekHyun respirou fundo. Suho colocou a mão em seu ombro, apertando de leve, como se estivesse o encorajando.

– Está tudo bem? – ele perguntou.

– Sim. – BaekHyun falou depois de um tempo.

– Qualquer coisa já sabe. Pode contar comigo. – Suho disse paternal. Baek sorriu em resposta e ambos seguiram o caminho até a sala de aula.

Eles chegaram e se sentaram em seus respectivos lugares.

– Bacon! – MinSeok falou assim que BaekHyun e JunMyeon entraram na sala. BaekHyun tentou agir o mais normal possível para não deixar os amigos notarem que havia algo errado com ele. Mas ao perceber que os olhares apreensivos de WuFan e MinSeok o acompanharam até sentar-se em seu lugar, notou que havia algo de errado era com eles.

– O que foi? – BaekHyun perguntou grosso depois que os garotos mantiveram o olhar sobre ele por cinco minutos seguidos.

– Você e o ChanYeol... Como você pôde, Baek? – MinSeok disse baixinho levando soquinhos na cabeça de Suho e de WuFan. Baek abriu a boca em espanto e se levantou em um pulo.

– VOCÊ... VOCÊ CONTOU? – BaekHyun apontou para Suho, acusador.

– Achei que não teria problema deles saberem. – Suho tentou explicar, fuzilando MinSeok com o olhar.

– Você não confia na gente, Byun BaekHyun? – MinSeok perguntou em um tom ofendido.

– Talvez ele estivesse se poupando de comentários idiotas. Tipo esse seu. – WuFan falou, também olhando feio para MinSeok.

– Mas é por que... O ChanYeol, cara... Ele é nojento. – MinSeok tentou se explicar.

– MINSEOK! – Suho e WuFan gritaram em uníssono, fazendo MinSeok encolher os ombros e sussurrar um “desculpa” acanhado. BaekHyun voltou a se sentar com o rosto fervendo, enquanto os outros estudantes os olhavam confusos.

– Vocês são ótimos amigos, cara. Os melhores amigos do mundo. – BaekHyun sussurrou irônico.

– Desculpe-me, Bacon. Mas quando você dormiu ontem de tarde, o MinSeok me ligou. Quando ele perguntou das novidades eu... Eu pensei que não havia problema em dizer. Pensei até que você iria falar para eles. – Suho tentou se explicar.

– Você ia contar, não é, Bacon? Você confiaria nos seus amigos, não é? – MinSeok pegou as mãos de BaekHyun, como se implorasse para o mais novo dizer que sim. BaekHyun revirou os olhos.

– Sim, MinSeok. – BaekHyun respondeu grosso, fazendo o amigo sorrir. Enquanto os amigos continuaram sobre a discussão de “quem é confiável ou não”, o professor entrou na sala, fazendo todos os alunos se calarem. ChanYeol ainda não havia chegado, por isso BaekHyun suspirou aliviado, pois ninguém mais entrava na sala depois do professor. Mas quando este se aproximou da porta e começou a fechá-la, uma mão apressada o impediu. Nessa hora o coração de BaekHyun deu um pulo.

– Desculpe, professor. Posso entrar? – ChanYeol falou com um notável mau humor, segurando a porta. O professor o jogou um olhar reprovador, mas deu passagem para o garoto. Quando o seu olhar encontrou com o de Baekhyun, ChanYeol sentiu seu coração acelerar de uma forma que incomodava a sua costela. Ele respirou fundo tentando se acalmar, enquanto BaekHyun desviava o olhar, notavelmente nervoso. ChanYeol tratou de continuar a andar e apressou-se para sentar em seu lugar, rezando para que ninguém tivesse percebido. A aula começou e ChanYeol não conseguiu acalmar as batidas de seu coração. Ele batia tão rápido que ChanYeol temeu que ele rasgasse seu peito e pulasse para fora. Não pensou que BaekHyun daria as caras naquele dia e contava com isso para manter a própria sanidade, pois olhar para BaekHyun o fazia relembrar dos seus gemidos e das suas feições a cada estocada, e ChanYeol controlou sua vontade de arrancar os próprios cabelos e gritar o mais alto que podia.

ChanYeol permitiu-se olhar para BaekHyun uma única vez. Apenas por pura curiosidade, disse para si mesmo. Ele olhou de soslaio e viu que o garoto olhava fixamente para seu livro de biologia, com uma expressão de nervosismo no rosto. BaekHyun parecia respirar fundo constantemente, como se tentasse normalizar a respiração. ChanYeol se esqueceu que estava o observando escondido e passou a observá-lo fixamente, virando o rosto em sua direção. BaekHyun sentiu seu olhar pesando sobre si, e rapidamente olhou na direção do maior. Quando seus olhares se cruzaram ChanYeol arregalou os olhos, surpreso. Não se dera conta de que encarava o menor de forma tão óbvia e desviou o olhar bruscamente, encarando o quadro sem realmente prestar atenção no que o professor escrevia. BaekHyun sentiu o rosto pegar fogo, e imitou o maior, encarando o quadro. Ele também pensara que ChanYeol não iria mais aparecer e também contara com isso para ter um dia tranquilo. E pegar ChanYeol o encarando não contribuía para sua tranquilidade.

As aulas passaram e o clima tenso permaneceu, mesmo que só BaekHyun, ChanYeol, Suho, WuFan e MinSeok percebessem. Quando o intervalo chegou, BaekHyun saiu quase voando da sala, não esperando nem pelos amigos. Queria ficar sozinho, isolado.  Não estava no clima para conversar e rir tranquilamente e fingir que estava tudo bem.

BaekHyun seguiu o caminho da quadra externa do colégio, que no momento estava vazia, devido ao intervalo. Perto da quadra externa existia uma pequena área verde. Um tanto escondida, onde havia algumas árvores as quais eram boas para se sentar sob a sombra. BaekHyun sentou-se com as costas em uma dessas árvores, em posição fetal, e respirou fundo, aliviado. Relaxava melhor quando estava sozinho.

– BaekHyun-ah. – uma voz grossa o chamou, fazendo com que BaekHyun levasse um susto. Ele olhou para ChanYeol assustado, levantando-se.

– Por que me seguiu? – perguntou grosso, sentindo seu coração acelerar novamente.

– Agora que estamos mais calmos, quero conversar com você. – ChanYeol falou sério.

– Não temos nada a dizer um pro outro. – BaekHyun disse frio, querendo encerrar o assunto.

– Temos sim. – ChanYeol se aproximou mais, fazendo BaekHyun recuar e bater com as costas na árvore.

– Precisamos chegar a uma solução. – ChanYeol começou. – Não adianta de nada ficarmos... Jogando a culpa um para o outro. Ninguém... Ninguém teve culpa.

ChanYeol falou abaixando o tom de voz. BaekHyun apenas ouvia calado, sentindo o rosto queimar.

– Vamos... Vamos apenas fingir que... Que nada disso aconteceu, okay? Não conte a ninguém. Nem para seus amigos.

– Eles já sabem. – BaekHyun falou sério, fazendo a face de ChanYeol ficar vermelha como um tomate.

– Bem... Hm... Não conte isso para mais ninguém. – ChanYeol falou apreensivo, contendo a vontade de chacoalhar o menor e o amaldiçoar por ter contado sobre eles para quem quer que fosse.

– Entremos em um acordo. – BaekHyun começou, tendo uma ideia.

Aliás, precisava encontrar pelo menos um ponto positivo nessa história toda.

– Q-que acordo? – ChanYeol engoliu seco, perguntando-se o que BaekHyun queria dele.

– Nunca mais me infernize. – BaekHyun fora curto e grosso. – Nunca mais me infernize, ou toque em mim, ou fale comigo. E se puder evitar, ao menos olhe para mim. Se fizer isso, não conto a ninguém.

ChanYeol parou para pensar. Seria suspeito se largasse do pé de BaekHyun tão repentinamente. Mas poderia usar o episódio da briga anterior como desculpa.

– Okay. – ChanYeol disse olhando para baixo, pensativo.

– Promete? – BaekHyun perguntou surpreso, escondendo o espanto de sua voz. ChanYeol concordou com a cabeça. – Jure.

– Eu juro. – ChanYeol falou com convicção.

– Ótimo... – BaekHyun disse fitando o chão.

– Então... Era só isso. – ChanYeol disse por fim.

– Adeus, Park ChanYeol. – disse Baekhyun, risonho.

– Até nunca mais, Byun BaekHyun. – ChanYeol deu uma risada fraca, dando meia volta e deixando BaekHyun sozinho, como ele bem queria.


Notas Finais


O capítulo ficou grande, não ficou? *3*
Espero que vocês me perdoem mais fácil assim rsrs.
Mas é isso, gente. Polêmicas e mais polêmicas, amo/sou
É isso, galera. Não deixem de comentar dizendo o que acharam porque eu amo vocês T3T
Até o próximo capítulo. Beijo ~bu bu =*


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