1. Spirit Fanfics >
  2. Reciprocal >
  3. Oito

História Reciprocal - Oito


Escrita por: Exospirit

Notas do Autor


Bem, fizeram uma revolta contra mim no twitter e só sossegaram quando eu me rendi e decidi postar esse capítulo agora.
É sério gente. vocês estão muito. Mal. Acostumados.
Mas enfim, fazer o quê se eu não consigo dizer não para os meus leitores fofolindos ;~;
Anyway, tá aí. Me amem.
Enjoy

Capítulo 9 - Oito


ChanYeol sempre fora um garoto difícil. Sua personalidade nunca fora a melhor de todas e lidar com ele não era uma tarefa fácil.

Mas, mesmo com tantas falhas na sua personalidade, encontrava-se uma qualidade a qual não se podia negar.

ChanYeol era determinado. Sempre enfrentava os problemas de cabeça erguida, por mais difícil que eles fossem, sem perder as esperanças. Era corajoso, não tinha medo de enfrentas as coisas, mantendo-se sempre otimista, e nunca voltava atrás com sua palavra. Por mais que algo parecesse difícil ou assustador, nunca desistia.

E mesmo que estivesse tremendo nas bases naquele momento, não seria agora que faria diferente.

Ao estacionar seu carro no grande estacionamento do colégio, ChanYeol respirou fundo. Seu coração batia forte e suas mãos estavam molhadas de suor. Saiu do carro e assim que tocou com os pés no chão sentiu as pernas tremerem. Olhou para a suas mão e elas também tremiam.

– Se acalma, ChanYeol. Se acalma. – as levou até o rosto, esfregando-o. – Hoje você vai dar um fim nisso tudo, okay? Tudo vai ficar bem.

O dia estava lindo. O céu estava claro e limpo, o clima estava agradável e os estudantes se cumprimentavam e conversavam tranquilamente, prontos para mais um dia de estudos.

– Pois é... Vamos lá. – ChanYeol sussurrou, finalmente começando a andar.

O dia estava realmente tão bom que conseguira chegar na hora certa na sala de aula pela primeira vez em muito tempo. Naquele dia, a primeira aula era de história e ele descobriu que havia tirado nota máxima em seu trabalho, fato que o salvaria da sua última nota baixa.

ChanYeol sentou-se em sua cadeira sentindo-se um pouco melhor, evitando ao máximo olhar para BaekHyun. Mas ainda assim, ChanYeol permitiu-se dar um pequeno sorriso. Afinal, essa onda de sorte poderia ser um bom sinal.

Ele precisava manter a positividade.

O intervalo acabou chegando mais cedo do que ChanYeol queria. Mas não havia nada que ele pudesse fazer.

A hora era agora.

ChanYeol observou os alunos deixarem a sala e manteve-se em seu lugar, desviando o olhar para BaekHyun.

– Vocês podem ir na frente, eu vou no banheiro antes. – BaekHyun falou aos seus amigos, que assentiram e saíram da sala, indo em direção ao refeitório. BaekHyun foi logo atrás, porém seguindo o caminho contrário. ChanYeol levantou-se de seu lugar e seguiu BaekHyun, mantendo uma distância segura e fazendo o menor barulho possível, para não ser notado.

BaekHyun chegou ao banheiro e entrou, ChanYeol pôde vê-lo entrar em uma das cabines, mas resolveu esperar do lado de fora do banheiro. Em menos de um minuto pôde ouvir o barulho da água da pia e logo BaekHyun saiu.

O garoto se assustou ao dar de cara com ChanYeol, que engoliu seco.

– Bem... Hm... – ChanYeol tossiu. – B-BaekHyun... Eu preciso falar com você.

ChanYeol falou hesitante. Ele estava começando a achar que talvez aquilo tudo não tivesse sido uma boa ideia. BaekHyun o olhou espantado.

– A-acho que não temos mais nada a falar um para o outro. – o menor sussurrou desconcertado, coçando a nuca.

– Não, e-eu realmente preciso falar com você. É-é caso de vida ou morte. – ChanYeol falou sério, olhando para os pés. BaekHyun franziu o cenho, começando a ficar preocupado. O que ChanYeol teria a dizer de tão importante?

– P-pode falar, ChanYeol. – BaekHyun indicou com as mãos que o maior poderia começar.

– Eu prefiro falar com você em um lugar mais reservado. – ChanYeol sussurrou, enquanto algumas pessoas passavam pelo corredor. BaekHyun hesitou por um momento antes de sussurrar um “okay” tímido. ChanYeol começou a andar e BaekHyun o seguiu. ChanYeol seguiu o caminho da quadra externa, parando ao chegarem no  pequeno jardim, onde jurou há mais de uma semana que nunca mais falaria com o menor.

– O que você tem para falar de tão importante? – BaekHyun perguntou direto. ChanYeol respirou fundo, virando-se para encarar o menor nos olhos.

Era agora ou nunca.

– E então? Vai ficar aí parado me encarando com essa cara de peixe morto? – BaekHyun revirou os olhos, impaciente. ChanYeol respirou fundo e se aproximou mais do outro.

– E-eu não sei realmente como te falar isso, e-eu... – ChanYeol começou, encarando os pés. Todas as coisas que ele ensaiou para falar na frente do espelho pareciam subitamente fugir-lhe da memória. Ele olhou para cima e viu BaekHyun o olhando estranho. A vontade de fugir o dominou. Quis desculpar-se e dizer que tudo não se passava de um engano e simplesmente ir embora dali, mas isso só faria BaekHyun pensar que ele era doido.

– Se for mais uma de suas gracinhas, Park ChanYeol... – BaekHyun cruzou os braços.

– Não, não. E-eu apenas estou tentando encontrar uma forma de te dizer isso... – ChanYeol sentiu as bochechas queimarem como nunca sentira em sua vida. BaekHyun o encarou confuso.

– ChanYeol, pode por favor falar de uma vez? Estou perdendo o meu tempo aqui. – ele falou impaciente. – Se você continuar enrolando eu vou te deixar aqui falando sozinho e...

– Eu estou apaixonado, BaekHyun. – ChanYeol falou de repente, sentindo o coração parar por um segundo. – Por... Você.

BaekHyun não respondeu. Apenas piscou algumas vezes como se estivesse processando as palavras ditas pelo maior.

– É... É isso. Sem declarações bonitinhas, ou cheias de amor. É apenas isso. Estou apaixonado por você. – ChanYeol concluiu, sentindo raiva de si mesmo por não ser capaz de dizer algo mais decente.

BaekHyun continuou sem responder, aumentando ainda mais a aflição do outro.

– BaekHyun, p-por favor, diga alguma coisa. – ChanYeol pediu, suando frio, com medo do que o menor poderia estar pensando.

– B-bem... Você inferniza a minha vida por todos esses anos e do nada simplesmente vem com essa história de que está apaixonado por mim? – ele finalmente disse. Mesmo que suas palavras tenham soado duras, foi possível notar o constrangimento nelas, e suas bochechas ficaram quase tão vermelhas quanto as de ChanYeol.

– E-eu sei que isso tudo pode parecer loucura, mas... Eu realmente não aguento mais lutar contra a verdade. Eu... E-eu não consigo tirar você da cabeça. – ChanYeol sentia o rosto queimar mais a cada palavra dita, mas precisava colocar tudo aquilo para fora.

 – Hm... Você não espera que eu simplesmente diga que também morro de amores por você, não é? – BaekHyun sussurrou olhando para o  chão, com o rosto inexpressivo.

– Bem... Não. – ChanYeol deu um sorriso triste. BaekHyun encarou o outro. Por um momento pensou que era mais uma de suas brincadeiras de mau gosto, mas ele parecia sincero até demais, e não achava que ChanYeol brincaria com uma coisa dessas. Mas de qualquer forma, isso não mudaria nada.

– Bem, eu tenho que ir agora. – BaekHyun disse frio, virando-se para sair. ChanYeol arregalou os olhos em alerta. Algo o dizia que não deveria deixar o menor ir embora assim, e foi isso que ele fez.

Antes que BaekHyun pudesse se afastar mais, ChanYeol apressou-se e segurou seu braço. BaekHyun o encarou surpreso. Imaginou que ChanYeol tivesse algo a mais a dizer, então apenas esperou.

ChanYeol respirou fundo. Não sabia se era a melhor hora para se fazer aquilo, mas não tinha tempo para pensar demais.

Apenas precisava sentir o outro mais uma vez.

Respirou fundo novamente e aproximou o rosto. BaekHyun o olhou confuso antes de ChanYeol selar seu lábios lentamente. Sentiu BaekHyun congelar e aproveitou para aprofundar o beijo, puxando o lábio inferior de BaekHyun com os seus. Sentiu BaekHyun tentar se afastar, então segurou seus braços com as duas mãos, trazendo o corpo do menor para mais perto do seu à força. O beijo ainda se mantinha leve e calmo, mas quando ChanYeol forçou a língua para dentro da boca de BaekHyun as coisas tomaram um rumo mais urgente. ChanYeol sentiu o outro tentar se afastar novamente. Ele levou uma mão até sua nuca, o impedindo de se afastar, enquanto envolvia o menor pela cintura com a outra. ChanYeol invadia a boca de BaekHyun de forma urgente, como se quisesse gravar cada pedacinho de BaekHyun, como se sentisse seu gosto pela última vez.

E talvez fosse.

BaekHyun finalmente conseguiu se soltar de ChanYeol quando este ficou sem fôlego. BaekHyun enxugava os lábios avermelhados e inchados devido ao beijo enquanto o outro recuperava o fôlego.

– Sabe, eu posso te dizer com absoluta certeza que não sinto nada por você além de desprezo. – disse BaekHyun. E mesmo que a raiva fosse notável em sua voz, seus olhos mantinham-se inexpressíveis. As palavras e a frieza de BaekHyun atingiram o peito de ChanYeol de uma forma dolorosa. Não esperava exatamente que BaekHyun correspondesse seus sentimentos e caísse em seus braços, mas não imaginou que ser rejeitado doeria tanto.

Pois ele nunca tinha levado um fora antes.

ChanYeol apenas olhou para baixo. Não conseguia dizer nada. Apenas se concentrava em não se permitir chorar.

Seu coração estava em pedaços.

– Devo lhe pedir de novo que nunca mais fale comigo. – BaekHyun disse por fim, virando-se e indo embora, dessa vez sem ser impedido por ChanYeol. Este apenas encostou as costas na árvore mais próxima e deslizou as costas até sentar-se no chão. Ele sentiu uma lágrima escapar de seus olhos e a enxugou rapidamente, rindo.

– Agora vai chorar que nem uma garotinha? – riu novamente com as próprias palavras. Em seguida suspirou. Tivera sido pior do que imaginara. Lambeu os lábios sentindo os vestígios de BaekHyun que ainda se encontravam ali, como se estivesse se despedindo do outro. Sentia uma dor aguda em seu peito. Nunca imaginara o quão ruim era a dor de uma rejeição e a única coisa que sentia era uma imensa vontade de morrer, sumir, desaparecer, nunca mais ver ninguém. A dor se misturava à vergonha de ter exposto seus sentimentos de uma forma que nunca se permitira antes. Talvez isso tudo fosse um castigo. Um castigo por tudo que fizera esses anos todos com BaekHyun. Não podia culpar o menor por ter sido tão frio. Na verdade achou que BaekHyun fora até bom demais para si. Não merecia o seu amor, nem sequer sua gentileza. Levantou-se do chão respirando fundo e soltando o ar pela boca. Não aguentaria mais ficar no colégio. Entrar na sala de aula e passar o resto da manhã com BaekHyun ou conversar com seus amigos fingindo que tudo estava bem. Iria matar o resto das aulas. Tudo o que ele precisava agora era ir para casa dormir. Até ficar inconsciente de sentimentos.

 

 

BaekHyun se apressou para chegar  ao refeitório, onde seus amigos esperavam por ele. Ele pegou sua comida e foi em direção aos amigos, tentando fingir que nada tinha acontecido, mas sua cabeça estava a mil, e ele realmente não sabia como agir depois do que acabara de acontecer.

– Que demora, Baek. – JunMyeon reclamou assim que BaekHyun sentou-se na mesa com seus amigos.

– Tava cagando? – perguntou MinSeok, rindo de sua da piada com os outros dois garotos.

– Muito engraçado. – BaekHyun sussurrou desanimado. Seus amigos se entreolharam, perdendo o ar de risos.

– Nossa, que clima de enterro. O que houve? – MinSeok perguntou preocupado.

– Nada, só me deixa em paz. – BaekHyun disse grosso, fazendo JunMyeon cruzar os braços.

– Quer parar de fazer cu doce e falar o que aconteceu? – ele disse com o rosto sério. BaekHyun suspirou.

– O ChanYeol, de novo. – ele disse.

– O que esse trasgo fez dessa vez? – WuFan perguntou como se estivesse pronto para levantar assim que BaekHyun falasse para procurar por ChanYeol e lhe dar uma surra.

– Ele realmente sabe como deixar minha cabeça uma bagunça.

– O que ele fez? – foi a vez de JunMyeon perguntar.

– Ele simplesmente chegou com uma história de que está apaixonado por mim. – BaekHyun deu uma risada confusa.

– O quê? – os três garotos perguntaram em uníssono.

– Pois é. – BaekHyun deu outra risada.

– Ele é mesmo um babaca, não é? Provavelmente é mais uma de suas brincadeirinhas idiotas. – disse JunMyeon com raiva.

– Não, ChanYeol não brincaria com isso de forma alguma. Não depois do que fizemos. – BaekHyun balançou a cabeça em sinal de reprovação ao lembrar daquela maldita noite. – E de qualquer forma, ChanYeol transbordava sinceridade. Para falar a verdade, nunca o vi ser tão sincero em relação a si mesmo.

Os três garotos o encararam.

– E... Você pensou sobre isso? – MinSeok perguntou sério.

– Nisso o quê? Não há nada para se pensar.

– Você ao menos pensou na possibilidade de dar uma chance ao ChanYeol? – BaekHyun, JunMyeon e WuFan olharam espantados para MinSeok.

– Cara, você ta drogado? – BaekHyun perguntou. – Meus sentimentos pelo ChanYeol se resumem à nojo.

– Bem, só dei uma sugestão. – MinSeok encolheu os ombros. – Também nunca imaginei que o ChanYeol pudesse gostar de você. Mas ele gosta. Você poderia estar gostando dele também.

– Pelo amor de Deus, Kim MinSeok. Você só abre a boca para falar besteiras. – WuFan revirou os olhos.

– E de qualquer forma, ele me beijou. – BaekHyun começou, ignorando os semblantes raivosos de WuFan e Suho. – E eu não senti nada. Apenas vontade de empurrá-lo para longe.

– E o que você disse? – JunMyeon perguntou.

– Disse que tudo que sentia por ele era desprezo. E saí. – BaekHyun disse, rindo ao lembrar de sua frieza.

– É bom que depois dessa, aquele punk fique bem longe de você. – WuFan disse cerrando os olhos. Ele sentia sua mão coçar, tamanha era a vontade de socar o rosto do outro.

– Não se preocupe, WuFan. – disse BaekHyun olhando em direção à mesa de SeHun, YiXing e Tao, notando que ChanYeol não aparecera. – Acho que dessa vez é definitivo. Ele não vai voltar a me incomodar.

O intervalo terminou e ao voltar à sala de aula, BaekHyun notou a cadeira de ChanYeol vazia.

– Cadê o ChanYeol? Vocês o viram? – ele ouviu SeHun sussurrar para Tao e YiXing.

– Não. – os dois responderam.

– Na verdade não o vejo desde a última aula antes do intervalo. – disse Tao.

– Será que ele matou aula de novo? Aquele filho da puta, nem nos chamou. – SeHun reclamou, voltando a atenção para sua frente quando a professora de química adentrou a sala.

BaekHyun deu uma risada fraca. Se seus amigos não sabiam de nada, então obviamente não era mais uma brincadeira de mau gosto dos quatro. ChanYeol realmente gostava dele. Isso era tão... Surreal.

Sentia-se estranho. Como era possível ChanYeol, a pessoa que mais o odiava no mundo, apaixonar-se por ele tão repentinamente?

Pensou na possibilidade de ChanYeol estar confundindo as coisas.

Talvez ChanYeol estivesse descobrindo sua verdadeira opção sexual. Riu internamente pelo fato de que uma das pessoas mais homofóbicas que conhecia na verdade também ser gay. Mas não era uma possibilidade descartável que talvez por BaekHyun ser o primeiro cara com que se relacionara, ChanYeol pudesse estar confundindo as coisas na sua cabeça.

Mas de qualquer forma, BaekHyun pôde ver em seus olhos que ele fora sincero demais para alguém que estava se precipitando. Ele pôde sentir em cada palavra de ChanYeol que ele estava sim falando a verdade.

BaekHyun estava confuso.

Ele não conseguiu mais prestar atenção em nenhuma das aulas. Aquilo estava martelando em sua cabeça e ele se sentia desconfortável. A última coisa que precisava no momento era o seu maior inimigo caindo de amores por ele.

De fato, ChanYeol era o carma da vida de BaekHyun.


Notas Finais


Teve beijinho *u*
pfvr, não fiquem com raiva de mim ou do Baek, eu amo vocês.
Mas enfim. Pronto, postei. Sou um amor de pessoa, eu sei.
Beijos e até the next capítulo *3*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...