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História Recíproco. - Capítulo Primeiro.


Escrita por: Takkano

Capítulo 1 - Capítulo Primeiro.


Os irmãos Sparda estavam muito cansados depois de uma terrível batalha contra uma das criaturas de Mundus. Ainda mais cansado, estava o psicológico de Dante, que não conseguia entender porque diabos seu irmão canalha havia ido ajudá-lo naquele momento a destruir o inimigo.

Em um andar da torre Temen-ni-gru, quase que totalmente devastado pela destruição, ambos caminhavam lado a lado à procura de um lugar seguro para se recuperarem. O que seria muito difícil de conseguir, pensou Dante, pois só a presença de seu “querido” irmão mais velho já oferecia a ele toda a insegurança possível.

Dante caminhava bem devagar para economizar forças caso o outro resolvesse começar um confronto ali mesmo. Porém, isso parecia ser impossível naquele momento, levando em conta que Vergil não andava; o máximo que o mais velho conseguia era se arrastar escorando-se nas paredes das ruínas.

Depois de pararem pela vigésima vez até que Vergil conseguisse novamente voltar a se mover Dante se irritou.

– Cara, assim já é demais. Não vamos chegar a lugar nenhum com você travando desse jeito, Vergil.

– Cala boca seu imbecil, não pedi a sua companhia – Vergil rangeu os dentes mais pela raiva do que pela dor antes de se sentar no chão.

Dante bufou irritado. Foi até o irmão e o pegou no colo voltando a caminhar, agora ainda mais devagar. Vergil cerrou os olhos de maneira ameaçadora.

– O que pensa que está fazendo, idiota? Não sou sua mulher, me coloque no chão. Está me envergonhando seu maldito.

– Relaxa ai Verg, não tem ninguém vendo a gente, ok?

Vergil desistiu por hora de discutir com Dante e relaxou o corpo nos braços do irmão, soltando todo o seu peso sobre o outro que acabou vacilando quase os derrubando.

– Ei, ei princesa! Calma ai Vergil, também não precisa ser tão passivo assim né, segura a franga ai, beleza? Eu estou ferido também, lembra?

– Hah, problema seu foi você quem bancou o salvador, agora aguenta, seu estúpido.

“Desgraçado”, pensou Dante. Realmente Vergil sabia ser cruel e insuportável. E pelo jeito era o alvo favorito aos xingamentos do irmão.

Vergil se sentiu meio desconfortável e por isso enlaçou o pescoço de Dante em um forte abraço. Dante estremeceu com aquilo. Seu coração falhou uma batida. Vergil percebeu.

– O que foi, Dante?

– Ah? O que foi o quê? – Dante tentou desconversar, sabia que Vergil notou sua fraqueza momentânea.

– Não sei, por um momento pareceu que você ia enfartar.

– Não, engano seu, eu estou muito bem, obrigado.

– Ah, entendo… que pena. Achei que seu coração fosse parar por ter me pego no colo.

– Sai dessa, Verg… acho que você anda vendo muito romance – Dante deu um risinho nervoso.

– Lendo. Eu leio, não assisto! Sou culto demais para ficar igual um idiota pregado na TV. Seu semianalfabeto.

Dante apenas riu da birra do irmão. Vergil acabou não se segurando e esboçou um pequeno sorriso em resposta. Os dois se olharam. Intensamente. Desviaram ambos, os olhares em outras direções. Estavam aflitos, nervosos, perturbados. Sim, perturbados perecia ser a palavra ideal naquele momento, pois somente coisas perturbadoras passavam em suas mentes agora. O fato é que algo novo estava ali tão próximo dos irmãos Sparda. Algo perigoso que mexia com seus demônios interiores; abalando com a sanidade dos dois.

Um raio cortou o céu lá fora trazendo o grito estrondoso do trovão, despertando os irmãos Sparda daquele perigoso conflito interno.

Dante avistou uma porta intacta no final do corredor. Continuou caminhando com Vergil nos braços em silêncio até alcançar a porta. Empurro-a com o pé.

Era um enorme quarto com uma grande cama com cortinas ao centro. Dante olhou intrigado. “Só pode ser brincadeira, certo?”; pensou o mais novo achando que realmente havia algo de errado naquele lugar. Quer dizer, só poderia ser uma brincadeira de muito mal gosto, não é mesmo? Agora que estava sozinho com Vergil, em um lugar completamente isolado e uma chuva mortal caindo lá fora, bem quando pensamentos nada castos, em relação ao seu irmão gêmeo, perturbava a sua mente, (que por sinal já era perturbada) o estava matando, alguém resolve testá-lo daquela forma tão cruel? Ah, ai já era demais.

Mas não era só Dante. Vergil também se sentia muito desconfortável com o local, e principalmente, por ainda estar nos braços de Dante. Sentia-se aflito. A maneira como Dante olhava para a cama, a sua respiração descompassada, os braços trêmulos desde que entrou no local; tudo aquilo fazia Vergil temer as ações de Dante.

Dante foi até a cama colocando Vergil sobre ela. Notou o olhar tenso de Vergil quando teve o colarinho do casaco segurado fortemente pelo outro.

– Calma Vergil. Não vou te comer – Dante não pode deixar de tremer de excitação com a ambiguidade das próprias palavras.

O mais velho o olhou, agora de forma lânguida.

– Sério? Bem o local é propício, não? – a voz de Vergil falhou ao final demonstrando ansiedade por algo que nem ele mesmo sabia.

Vergil ainda segurava seu casaco. O trouxe para mais perto. Podia ver seu reflexo nas íris azuis gelo do irmão.

– O que foi, Verg? – Dante se amaldiçoou por sua voz soar sensual.

– Nad… nada, só achei que…- a voz de Vergil tinha o mesmo tom da de Dante.

– O quê? – perguntou Dante chegando ainda mais perto do outro.

– Só… só pensei que fosse me beijar – Vergil exteriorizou seus pensamentos, e por que não talvez, seus desejos. Agiu sem pensar e acabou vendo o rosto de Dante enrubescer violentamente. Ficou vermelho também.

– Por quê? Viu isso em algum lugar…

– Eu li, idiota. Já disse que eu apenas leio. - sua voz era muito falha agora e já não podia mais respirar normalmente

– E você queria?

– O quê?

– Que eu te beijasse?

Vergil levou a mão de seu colarinho até seus lábios rosados, que eram idênticos aos seus. Sentiu os lábios do irmão tremerem. Ou talvez fosse apenas a sua mão.

– E você quer? – Vergil perguntou ainda sem olhar para Dante focando os olhos apenas em seus lábios.

– O quê?

– Me beijar?

A última pergunta foi apenas um sussurro, abafado pelos lábios do outro.



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