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História Amor Que Muda - Recíproco - Beije-me


Escrita por: Kauuhh

Notas do Autor


Músicas do capítulo: Kiss Me e Breathe Your Name - Sixpence None The Richer, Kiss Me - Ed Sheeran

Capítulo corrigido em 17/03/2021! Não modifiquei muito a estrutura, tirei algumas cenas e também acrescentei outras.

Ao longo do enredo usarei alguns símbolos (☀ esse será para flashbacks e também usarei o itálico para ficar visualmente melhor)

Capítulo 3 - Beije-me


Fanfic / Fanfiction Amor Que Muda - Recíproco - Beije-me

Beije-me 

 

 

Oh, kiss me beneath the milky twilight.

Lead me out on the moonlit floor.

Lift your open hand.

Strike up the band and make the fireflies dance,

Silver moon's sparkling.

So kiss me.

[...]

 

"Beije-me até sentir o quanto te amo"

- Frase própria

Meu rosto se encontrava há milímetros do seu, nossos olhares conectados enquanto a melodia nos envolvia de forma atraente. Ali estávamos em nosso mundo, não havia títulos, sobrenome ou qualquer outra coisa além de nós, eu sentia meu coração pulsar cada vez mais. Pensava em como era bom tê-lo conhecido, como era magnífico, ele era definitivamente a melhor coisa que havia me acontecido em todos os meus poucos anos de vida. Não havia palavras para descrever em como eu era grata por Sasuke-kun existir. Os contos antigos que eu costumava ler não conseguiam mensurar de forma digna o que seria um amor, as canções que escutava não chegavam perto daquilo que eu sentia dentro de mim. Suas mãos tocavam-me de maneira única, embalando-me em uma dança maravilhosa, as borboletas em meu estômago denunciavam o misto de sensações que ele me causava. Naquele momento, as lembranças invadiam minha mente quase que sem querer. Eu lembrava-me com perfeição do seu olhar sobre mim, quando nos vimos pela primeira vez, ainda que de maneira cômica, ali foi o nosso começo... Desde a primeira vez que o vi, ele tinha marcado minha vida para sempre. Como uma tatuagem que fica cravada eternamente em sua pele, ele era a minha própria. 

☀ ☀

As lágrimas escorriam grossas por meu rosto enquanto caminhava pelo imenso jardim, eu deveria estar acostumada com as grosserias de papai. Havia suportado-as durante toda vida, tinha conhecimento que não fui desejada, que papai preferia um herdeiro para comandar seus negócios e manter a imagem do nosso Clã. Toda família da alta sociedade japonesa orgulhava-se em ter filhos homens, viris, que pudessem representá-los. 

Para a infelicidade de papai, vim do sexo feminino. Eu, sua única herdeira, a que ele tanto desprezava. Mamãe não podia ter mais filhos, nem os queria também, afinal estragaria seu corpo. - palavras dela, óbvio. Dentro de mim, chegava a pensar que papai não me amava e só me suportava por ser de seu sangue. Sempre tive isso em mente, por seu  modo de tratar-me, indiferente e distante.

Eu gostaria apenas de apagar suas palavras rudes da mente, de estar em minha cama e dormir, mas era impossível. Era a comemoração dos vinte e dois anos do herdeiro misterioso da Família Real Uchiha e também sua volta para o país. Ninguém nunca o havia conhecido, havia boatos que ele detestava a posição que ocupava e optou por morar fora do país. A senhora Mikoto-sama dizia apenas que o filho preferia preservar-se dos holofotes que enfrentava dentro do Japão, ele morava no exterior há alguns anos e raramente voltava para o país, preferindo ficar longe da família. Mas ao que parecia, dessa vez ele havia decidido ficar definitivamente. De qualquer forma, havia perdido a oportunidade de conhecê-lo quando saí da festa chorando.

Pela distração, senti meu corpo chocar-se com algo e logo em seguida senti uma sensação gélida. Eu havia caído dentro da água, de alguma maneira, ainda confusa percebi que estava dentro da fonte do jardim, na verdade não apenas eu. Dirigi meus olhos para rosto dele, ele também mirava-me. Seu rosto me era muito familiar e ao mesmo tempo estranho, ele tinha o rosto mais bonito que já pude presenciar, seus olhos eram escuros como a noite que nos cercava. Tão profundos e marcantes como se pudessem ler minha alma. Ele tinha cabelos negros, caídos rebeldemente ao redor do rosto, as sobrancelhas bem feitas, o nariz afilado e os lábios desenhados. A pele branca, talvez mais branca que a minha, destacavam suas características. 

Eu o fitava, encantada. Talvez por sua beleza, talvez pelo leve formigamento em meu estômago. O tempo parecia parado à nossa volta, meu coração parecia querer saltar pela boca. Que sensação era essa?

Eu saí do transe quando senti o vento gelado soprar e meu corpo arrepiar-se.  

—  Eu sinto muito. — balbuciei. — Desculpe-me! Desculpe-me! Desculpe-me! — repeti, totalmente envergonhada. — De verdade, sinto muitíssimo!

Um vinco formou-se entre suas sobrancelhas. 

— Não sejas tão irritante. — a voz era firme e grossa. — Chega de desculpas desnecessárias. 

— Mas...

— Eu também estava distraído. — algo parecido com um sorriso saiu de seus lábios. Ele analisou-me. — Você está em pior estado do que eu.  

Eu corei sob seu olhar analítico.

— Bem, um p-pouco. — gaguejei de nervoso. — Eu só pedi desculpas porque achei que... 

— Esqueça. — suspirou. — Venha, precisa se secar. — estendeu-me a mão.

Hesitei por alguns segundos, eu estaria desobedecendo uma ordem dos meus pais. Nunca estar com um estranho, ainda mais homem, sozinha. Mas seria bem pior se vissem meu estado, um verdadeiro desastre. Toquei em sua mão, senti um pequeno choque, como uma descarga elétrica. Rapidamente, tirei minha mão da sua. O mirei, ele possuía as sobrancelhas juntas. Será que ele havia sentido aquilo? Contrariando sua atitude anterior, ele ergueu-me pela cintura como uma boneca, retirando-me da fonte na maior facilidade. Fiquei boquiaberta com a atitude. 

— A senhorita terá que vir comigo. Não podemos ficar nesse estado. — ele pegou o paletó, que por sorte não havia caído na água e depositou em meus ombros, num ato gentil.

Senti minhas bochechas ficarem quentes.

— Obrigada. — agradeci, desconcertada. — B-bom, irei acompanhá-lo.

Ensaiei um sorriso, mas a vergonha talvez estivesse me fazendo esboçar alguma expressão estranha, já que ele fitava-me e logo em seguida balançou a cabeça. Ele foi na frente, eu o segui, tímida. Abracei meu próprio corpo, sentindo seu cheiro impregnar meu nariz. Seu perfume era muito bom. 

"Para de pensar besteiras, Sakura" - me condenei.

Atravessamos o jardim, pude apreciar levemente a beleza das flores exóticas da Senhora Mikoto, o cheiro misturava-se numa fragrância agradável. Uma porta de madeira rústica foi aberta, um corredor imenso surgiu, cerca de oito a dez quartos. Caminhamos em passos rápidos e chegamos ao destino, um quarto luxuoso, em tons de creme e preto, uma cama enorme, espelhos no teto e um lustre de cristal. Um closet ocupava a parede inteira, duas poltronas pretas de couro, uma escrivaninha e uma janela enorme com cortinas azuis com vista para o jardim terminava de preencher o espaço.

— Sente-se, por favor. — ele apontou para uma das poltronas.

Timidamente, o obedeci, fitando o chão. Era a primeira vez que eu ficava a sós com um homem, que não fosse papai. O que mamãe faria caso descobrisse?

— Aqui. — assustei-me ao vê-lo com uma toalha felpuda estendida a mim.

— Obrigada. — peguei a toalha e deixei o paletó de lado. Sequei meu cabelo e meu rosto, suavemente tentando tirar o mínimo da maquiagem. 

— Você não me disse seu nome.  — ergui meu olhar e encontrei seus olhos negros vidrados em mim.

— Sakura. - proferi, sorrindo. — Haruno Sakura. 

Uma das sobrancelhas levantou. 

— De Haruno Kizashi? 

— Sim, ele é meu pai... — falei, com certo pesar. 

— Ora, então você é a tão famosa bonequinha dos Haruno? — o deboche latejava em sua voz. 

Me senti indignada.

— Eu não queria ser assim! Fui criada dessa forma, para ser perfeita, para ser melhor... — disse, baixo. — Meus pais não me deram escolha, não é que como se eu pudesse mudar meu destino. Eu juro que daria tudo para ser outra pessoa, sabe? Não me importaria com dinheiro, contanto que pudesse ser honesta.

O desabafo saiu de forma espontânea, mas não havia motivo de dizer aquilo para ele. Um completo estranho.

—  Sinto muito... —  meus olhos marejaram. —  Você não em nada a ver com isso, perdão... —  larguei a toalha na cama. —  Obrigada pela ajuda. Com licença! 

Meu pulso foi segurado. 

—  Fique. 

—  Eu...

—  Fique. 

O encarei, seus olhos penetrantes pareciam ler minha alma. Sem que eu me desse conta, ele me guiou para sentar na cama. 

—  Então, era por isso. —  ele comentou, prestei atenção. —  Por isso que chorava. —  não era uma pergunta. —  Não tente negar, vi em seus olhos antes de cairmos da fonte. 

Então... Ele estava me observando?

— Meu pai não orgulha-se de ter uma filha, como toda família, ele queria um herdeiro. Minha mãe não pôde dar um, então para compensar "o erro", necessito ser perfeita. —  o amargor tomava conta de mim.

De fato, não sabia o porquê estar lhe dizendo tudo aquilo, talvez porque nunca ninguém havia se importado com meus sentimentos. Ninguém nunca havia perguntado como eu me sentia. 

—  Meus sentimentos, quem eu sou, não são importantes. Contanto que as vontades de papai sejam feitas. 

Ficamos longos minutos em silêncio. 

—  Vivemos em um mundo tomado por aparências, sujo, cruel... Não me surpreende. —  ele comentou. Ele parecia carregar uma mágoa passada sobre o assunto. 

—  Meu pai faz de tudo para mantê-las. Sou treinada desde o nascimento para ser um modelo. —  fitei a parede creme do quarto. —  A única coisa boa disso tudo, foi descobrir minha vocação. Algo que amo fazer . 

Ele fitou-me, arqueando a sobrancelha. 

—  Eu descobri meu talento para a dança. —  falar aquilo, arrancou-me um sorriso do rosto. — É incrível, sabe? 

Fechei os olhos, rindo e comecei a dançar. Fiz parte da coreografia que estava aprendendo e eu ria, de olhos ainda fechados, experimentando parte do paraíso. 

— Tem razão quando disse que descobriu seu talento. — ouvi a voz do homem e abri os olhos em espanto. — Você dança muito bem.

Corei violentamente ao perceber que havia dançado para ele.

— Oh, o-obrigada... Perdão pela cena, é que eu realmente amo dançar. — falei, envergonhada. 

—  Pare de se desculpar tanto, humpf. 

Mantive o sorriso, algo realmente raro para mim. 

—  Bem, você sabe meu nome. Mas não sei o seu. 

Um sorriso levemente debochado nasceu em seus lábios. 

—  Sasuke. Uchiha Sasuke. 

Meus olhos se arregalaram...

☀☀

Um sorriso involuntário escapou de meus lábios. E havíamos chegado até ali, um ano depois, com uma história bonita de amor, em que fantasia mais maluca eu poderia pensar que seria mais feliz? Sasuke tinha invadido minha vida monótona de forma mais sutil para depois fazer-me sentir um furacão de sensações, e eu não poderia agradecê-lo mais. Levantei meu rosto de seu peito, ele me encarava gentilmente. Não me lembro de receber algum olhar grosseiro, ou palavras rudes em todo o tempo que o conheço, sempre paciente e amoroso, era a única face dele que eu conhecia. 

Eu te amo tanto, pensei. 

— O que está pensando, meu amor? — ele sussurrou e me assustei, rindo depois.

Ele girou-me de acordo com a dança.

— Estava lembrando-me de como nos conhecemos. — o sorriso bobo inundava meu rosto. — O dia que me apaixonei por você. 

Sasuke estava no Japão há um ano e meio, depois da noite que nos conhecemos desenvolvemos uma amizade pela proximidade de nossas famílias - na verdade, o esforço dos meus pais em tentarem entrar no vínculo social da Realeza -, como um imã, nos atraímos pouco a pouco. A atração virou paixão, embora eu saiba que me apaixonei por ele assim que o vi. Ao longo do tempo, construímos um amor, que mantínhamos em segredo, longe dos olhares da sociedade. Para a maioria, nós éramos apenas conhecidos.  

Meu coração parou ao receber o sorriso de canto dele. Eu me derretia plenamente por ele. 

— Quer dizer que apaixonou-se à primeira vista, Sakura?

E como não poderia? Duvidava que fosse possível alguém não se apaixonar por aqueles olhos.

— Da mesma forma, meu querido Sasuke-kun, que aconteceu com você. — afirmei, segura. Eu tinha certeza dos sentimentos dele por mim, agora eu tinha. 

O divertimento em seus olhos dava base para minha segurança. Sasuke nunca mentiria para mim. 

A antiga música clássica havia acabado, era uma canção japonesa que falava sobre a ascensão do amor e como este nunca se findaria. Era uma música realmente bonita, a composição e a melodia. Nos afastamos e nos curvamos um ao outro, Sasuke apenas por estar em público, ele odiava todo tipo de regalia que a coroa lhe oferecia. Na verdade, apenas eu deveria me curvar a ele, eu não carregava nenhum tipo de laço com a família Real, apesar de "pertencer" à alta sociedade. Sasuke estendeu-me a mão e a peguei, mantivemos distância considerável. Para todos, não passava de uma dança comum entre conhecidos. Ele guiou-me até meus pais, papai e mamãe conversavam com outros "nobres". 

— Obrigada pela dança, Uchiha-san. — o tom distante não combinava comigo. Era considerado falta de respeito, referir-se aos membros da realeza pelo primeiro nome, ao menos na frente deles. 

Ele fitou-me, friamente. Apenas naqueles momentos eu via sua face diferente, acenou com a cabeça e retirou-se como um lorde. Meus pais me encaravam, papai principalmente com sua expressão enigmática. 

— Aconteceu algo, papai?

Eu sentia temerosa pela resposta, se meus pais desconfiassem de algo, eu estaria perdida. 

— Não. — meu pai dizia, seco. — Achei apenas interessante sua sincronia com Uchiha Sasuke-san. 

Senti um arrepio passar pela nuca.

 — Realmente, querida. — foi a vez de mamãe. — Você e ele pareciam muito bem juntos. 

Meu estômago embrulhou.

— Uchiha-san é apenas gentil. — virei o rosto para onde ele estava. — É absurdo que pensem esse tipo de coisa, considerando que ele pertence à realeza, mamãe.

Meu peito apertava-se. Sasuke era proibido para mim. 

— Tem razão, querida. Você jamais seria capaz de nos dar esse tipo de constrangimento, felizmente somos próximos deles. — mamãe sorriu, em orgulho. 

O constrangimento a que mamãe referia-se era justamente sobre as relações entre membros que não eram da realeza, era uma regra estabelecida pelo Imperador Madara, visando a pureza do Clã. No máximo, eram permitidos casamentos entre os Clãs que tinham alguma ligação parental ou em alguns casos, os Clãs que tinham negócio com a Família. De toda forma, mesmo que eu viesse a ser considerada digna de Sasuke, havia o impedimento maior, a maioridade civil era apenas aos vinte anos. Meus pais poderiam ser presos se por acaso descobrissem nosso envolvimento, isso seria a maior vergonha do país. A pena não se aplicava a Sasuke, obviamente, porque além de ser herdeiro direto de Madara-sama, ele era considerado o neto prodígio do mesmo. O que havia herdado todas as características puras do Clã. O imperador jamais permitiria que seu neto sofresse qualquer punição civil.

— Você nunca seria capaz de mentir, não é? — o tom questionador, papai estava me desafiando. 

O olhei, os seus olhos azuis tão frívolos me encaravam com toda a dureza do seu ser. 

— Não, papai, como eu poderia? — lhe devolvi a pergunta. 

— Você é uma mulher, Sakura, está fadada a cometer besteiras. Talvez por algo, ou por alguém... — papai soltou, como um veneno.

A cada palavra, papai machucava-me. Ele nunca escondeu o fato que odiava o sexo a qual eu nasci.

— Está me ofendendo, duvidando de minha honestidade. — virei o rosto, fingindo-me de ofendida. Quando foi que passei a mentir tanto assim?

— Sakura tem razão, Kizashi. A sua desconfiança é sem motivos. 

Papai nada disse, apenas assentiu. 

Suspirei aliviada. Apertei o colar que Sasuke-kun me dera. Eu sentia que algo ruim estava para acontecer... 

Algo muito doloroso. 

**

 


It's every day
I'm in this place
I feel this way
I feel the same
It's every day
I'm in this place
I feel this way
I feel the same

- Breathe Your Name 
 

Depois de mantermos o papel sociável no Palácio, meus pais se preparavam para voltar à nossa casa. Eu estava nervosa, porque aquela noite seria especial, para meus pais eu estaria com Hinata - minha melhor amiga - em sua casa de campo em Suna, mas na verdade eu estaria com Sasuke. Todo cuidado era pouco quando se tratava de papai. 

Mas aquela era a minha primeira oportunidade que eu tinha de fazer uma escolha realmente minha. A minha própria escolha, não pressionada por meus pais, pela sociedade, mas baseada no meu amor por ele. Em todos esse anos de vida, quando fiz algo realmente pensando em mim? Quando pude fazer algo que me privilegiasse de alguma maneira?

— Por que é tão necessário que vá com Hinata Hyuuga? — a desconfiança excessiva de papai estava presente. — Poderia tê-la conosco em nossa casa. 

Papai detestava que eu tivesse qualquer tipo de contato com pessoas com idade próxima a mim. Ele achava que de alguma maneira poderiam me corromper, mesmo vivendo rigidamente sobre suas pressões constantes. 

— Kizashi, não há nenhum problema com Hyuuga Hinata. Conduta impecável, sem desavenças ou escândalos. Acredito que ela seja ótima influência para nossa Sakura, afinal ela é herdeira do tão imponente Clã Hyuuga. 

O Clã de Hinata era um dos mais antigos e tradicionais do país, como todo Clã tradicional eles eram divididos por famílias, a principal e a secundária. Hinata-chan pertencia à família principal, que carregava o dever de servir ao Palácio, enquanto a família secundária ficava no comando da Guarda Real, isso já perpetuava por gerações. 

Apesar de tudo, para papai, ninguém era bom o suficiente para estar ao meu lado, para ser meu amigo. Hinata-chan só era permitida ficar próxima a mim por conta das relações sociais entre os Uchiha, literalmente tudo girava em torno de poder.

— Me comportarei perfeitamente, papai. — afirmei, dando um sorriso falso. 

Papai suspirou irritado e assentiu.

— Não me cause aborrecimentos com Hiashi. Quero-a em casa, domingo às 18h, pontualmente. 

Assenti, um pouco ansiosa. 

— Vocês irão para Suna sozinhas? — engoli em seco com a pergunta, papai era muito perspicaz. 

Ele juntou as sobrancelhas, os seus olhos estreitaram ao ver meu nervosismo. Não é momento de fraquejar, Sakura. 

— Na verdade, iremos amanhã cedo. Hoje ficaremos na casa de Hinata-chan. — me assustei ao conseguir mentir com tamanha facilidade. 

Eu queria ficar com Sasuke tanto assim? 

Sim, com todas as minhas forças, eu queria. Na verdade havíamos combinado que seria hoje se tudo desse certo... Eu seria por fim inteiramente e irrevogavelmente dele.

Papai arqueou a sobrancelha, mas logo mamãe conseguiu convencê-lo a fazer o que eu queria. 

— Sakura, não durma tarde, pois dá olheiras. Esteja bem apresentável aonde for, e não esqueça-se de ser educada com todos. — assenti. Eu havia decorado todas as regras. 

E eles partiram, sem nenhum cuide-se ou um "eu te amo". Mas eu já havia me acostumado. Era sempre assim, eles nunca demonstravam qualquer tipo de afeto ou carinho, apenas ditavam o que eu deveria seguir. Aquilo já não me machucava tanto como há algum tempo, eu era amada e desejada por alguém que me demonstrava isso todos os dias.

Olhei para os lados à procura de Sasuke; a festa ainda estava cheia de convidados do  senhor Uchiha, papai e mamãe eram sempre os primeiros a irem embora, porque, segundo eles, tinham que dar bom exemplo. Ele não estava em lugar algum. Estava distraída quando fui puxada. Tomei um susto ao ver Sasuke em minha frente, com um meio sorriso. Droga, ele havia me assustado.

— Você me assustou. — sussurrei, com a mão no peito. 

— Temos que aproveitar para sair enquanto ainda há muitos convidados. — ele confessou como um segredo.

Ele tinha razão, quanto mais rápido saíssemos, menos risco correríamos de sermos flagrados. Sasuke orientou-me a segui-lo até a porta da cozinha que dava acesso ao jardim, lá não havia ninguém. Paramos em frente a algum carro carro preto que eu não fazia ideia de qual modelo seria, ele não entrou no carro, apenas se virou para mim e fitou meu rosto que era iluminado apenas pela luz do luar. Os olhos dele estavam límpidos, me encaravam firmemente e me prendiam como um campo magnético. 

— Você tem certeza disso? 

A frase soou como um alerta para mim. Era óbvio que eu tinha certeza, aquele era o momento mais importante da minha vida, sem dúvidas. 

— Meu amor por você é a maior certeza que eu tenho na vida. — aproximei-me dele, tocando seu rosto. 

Sasuke sorriu, calmo. 

— Ah, minha Sakura... — senti seus braços envolverem-me. Ele apoiou sua cabeça em cima da minha. — Preste atenção. — ele afastou-se um pouco e fitou-me. — Hoje, eu mostrarei a você tudo o que eu sinto. Te mostrarei o quanto eu te amo. 

Eu sorri e senti as famosas borboletas no estômago ao ouvir aquilo. O amor era algo tão bonito e leve. 

— Eu te amo, Sasuke-kun. — o abracei. — Eu te amo. 

Era sobre depositar todo o seu ser em alguém, é sobre depositar todo o coração ali e entregá-lo a outra pessoa sem se importar com nada. O amor é sempre escolher a mesma pessoa, todos os dias da sua vida, é olhar para o outro de maneira tenra, é muito mais do que palavras. Eu pensava acerca de tudo o que vivenciamos àquele ano, até ali. Era muito claro pra mim meus sentimentos por Sasuke, ele havia me mostrado todo um mundo novo de sensações, ele havia me mostrado que o mundo tem cor; me sentia completa com ele na minha vida, era até estranho encontrar um sentido da sua vida em uma pessoa. Eu, Sakura, era apenas uma adolescente boba apaixonada e completamente à mercê de um homem que me encantou. 

Enquanto ele dirigia, eu o observei, a visão concentrada, a face relaxada e suave. Eu o amava tanto que me perguntava se era possível que eu o amasse mais que a mim mesma. 

— Está tudo bem?

A sua frase ecoou em meus ouvidos. Eu despertei dos meus pensamentos. 

— Oh, sim. Claro que está. — dei um sorriso leve. 

—  Você não dormiu direito? — questionou, sério, ele não conseguia esconder muito de mim, eu conseguia ver aquela pontinha de preocupação.

—  Dormi muito pouco. — recebi um olhar reprovador. — Eu treinei até esgotar minhas forças. 

— Sakura... — ele sibilou, sério. 

Ele mirou seu olhar penetrante em meu rosto. 

—  Eu queria tanto te tirar desse inferno que vivemos. — disse, baixinho. 

Eu nada disse, apenas fiquei em silêncio. Sasuke não poderia fazer nada por nós além do que fazia, ele tinha um reino em suas costas. 

E então notei como o céu estava lindo, limpo e estrelado, senti um conforto em meu coração. Havíamos parado o carro um pouco afastado, não era um caminho que eu conhecia, Tóquio era maior cidade do Japão, com a Suprema Corte e o Palácio Imperial. Mas Konoha, era de onde o Clã Uchiha havia se originado, e por isso era considerada uma cidade histórica e a com maior relevância cultural. Era a primeira vez eu que eu estava ali, naquela cidade. Vi de longe o símbolo do Clã Uchiha 

— Foi aqui que eu nasci. — Sasuke apontou o dedo para a construção. — A maior parte do meu Clã vive aqui. 

Observei admirada a beleza rústica do lugar, parecia que Sasuke queria me encaixar de alguma maneira em sua história. 

— Algum dia eu a trarei aqui como uma Uchiha também. — ele sussurrou no meu ouvido, depositando um beijo leve em meu pescoço. 

— Você acha que isso algum dia será possível? — sussurrei, baixo. — Digo, nós dois?

—  Eu farei de tudo para que isso aconteça, eu prometo. — ele beijou minha mão. 

Konoha era o berço dos Clãs tradicionais do país. Papai preferiu que eu nascesse em Tóquio, por algum motivo.  

— Eu quero que feche os olhos. —  sibilou, Sasuke-kun. 

— Mas por quê? 

A curiosidade me corrompia. 

—  Na hora certa, você saberá. 

Senti algo macio ser posto em meus olhos, talvez uma venda ou algo do tipo. Senti o carro movimentar mais alguns minutos e paramos novamente, Sasuke-kun abriu a porta do passageiro e me pegou em seu colo como uma pena. Aquela noite fazia frio e eu me aconchegava a ele para ter mais calor do seu corpo, o vento parecia cantar em um coral. Sasuke me colocou cuidadosamente no chão e ele segurou minha cintura, guiando-me em uma espécie de caminho. Os anos de ballet me fez desenvolver um sentido de percepção muito bom, conseguia facilmente perceber algumas coisas ao meu redor, sabia que o caminho era reto, tinha uma superfície rochosa também. Sasuke me segurava para melhor me locomover. Quando por fim paramos, senti a venda ser finalmente tirada dos meus olhos, estávamos de uma imponente construção com o brasão dos Uchihas, ali não parecia um local habitado. Mas a surpresa foi ver o lindo caminho de rosas que se formava antes da entrada da casa, meu coração se acelerou e eu o senti pulsar fortemente. 

Conforme andávamos, eu via a atmosfera que ele criou para mim, havia vários cordões com luzes em formatos de flores, iluminando a entrada da casa, como uma passagem linda para o paraíso, também havia uma trilha de rosas vermelhas e velas em formatos de sakuras do lados. 

— É tudo tão lindo... — sussurrei. 

Passando pelos cordões como se fosse a passagem para o céu, fui devagar, admirando cada detalhe. A trilha seguia até um quarto, sorri admirada ao notar o quarto todo iluminado por velas. Eu queria chorar. E a vontade se intensificou quando eu percebi o "eu te amo" escrito com rosas vermelhas em cima da cama. Pus a mão na boca e acabei por chorar como uma garotinha. Naquele momento não importava nossas classes, nossas famílias, nada. Era apenas eu e ele ali. Me virei para Sasuke, ele me encarava serenamente, não precisava de palavras.

— Beije-me, Sasuke-kun.

Ele o fez. Tomou meus lábios carinhosamente e agarrou minha cintura, erguendo-me com facilidade. Circulei meus braços em seus pescoço e o beijei com todo o amor que eu tinha guardado em meu peito. Enterrei meus dedos em seus cabelos e o puxei para mim, seus lábios para mim era como uma gota de água no deserto. Uma calmaria em meio a uma tempestade. 

Ali estava, meu primeiro e único amor. 

**

Is it all inside my head?

Is it all inside my head?

I view the list and take my pick;

I'll view my fate and make the choice,

'Cause it's nobody else's but mine.

But You're in my heart

I can feel your beat.

Sasuke me olhava com uma sensualidade que eu nunca havia visto em seus olhos, ali estava o homem viril que as mulheres se derretiam. Ele me deu uma pequena taça de vinho e senti meu corpo se incendiar apenas com seu toque, o que estava acontecendo comigo?

— Vinho? — falei, rindo. Ele deu um meio sorriso e meu coração pulsou dentro de mim. — Sabe que sou de menor, não é?

Legalmente, eu ainda estava na adolescência, mas o que importava aquilo agora? 

— Podemos abrir uma exceção por hoje. — ele piscou e eu o fitei, encantada. 

— Tudo bem, Princípe Uchiha-san. — ri e ele fez uma careta. Sasuke-kun odiava títulos. — E vamos comemorar o quê?

Ele me fitou e deu um sorriso de canto. 

— E precisamos de algo para comemorar além do nosso amor? — Sasuke-kun sentou-se na cama, ao meu lado e ergueu a taça. 

Meu sorriso desapareceu e o olhei desejando transparecer tudo o que estava sentindo. Mas acredito que o mais notório encontrava-se em meus olhos; o amor imenso por ele. 

— Ao nosso amor. — afirmei.

— Eu tenho algo importante para você, Sakura. — ele me fitou, sério. Juntei as sobrancelhas em sinal de confusão. 

Ele tateou os bolsos do paletó e tirou uma caixinha de veludo vermelha, revelando um anel de prata cravejado com pequeninos brilhantes e no centro um diamante negro de tirar o fôlego. Arregalei os olhos e pus a mão na boca.

— É uma herança de família. — ele disse. — Tem um valor sentimental muito grande, Sakura. Pertenceu à única mulher que meu avô amou nessa vida. 

— Mas Sasuke-kun, se pertence à realeza, como eu poderia usar? — argumentei, apreensiva. 

— Não se preocupe, ninguém perceberá. Levei a um especialista para que fizessem uma modificação e o deixasse perfeito para você. 

Estendi minha mão a ele, emocionada.

— Aceita ser o amor da minha vida para sempre? — senti meu coração falhar uma batida. — Sei que ainda não podemos nos casar ou algo assim, mas isso só poderia ser seu, Sakura. Esse anel representa todo o amor que sinto  por você. 

O anel encaixou-se perfeitamente em meu dedo anelar, como se fosse moldado para mim, um beijo leve foi depositado em minha mão. E então senti as lágrimas riscarem minhas bochecha enquanto o abraçava, tomando cuidado para não derrubar a taça de vinho em minha mão. 

— Sim, sim, mil vezes sim! — falei, contra seu ouvido. — Se você soubesse como eu te amo! 

Ele afastou-se e segurou minha mão, pondo o anel em meu dedo anelar. Fixei meu olhar em minha mão e quase voltei a chorar. O anel era muito lindo; muito mais do que isso, era um símbolo do nosso amor. 

— É lindo, Sasuke-kun. Antes eu já te carregava comigo, agora mais ainda!

Ele levantou a taça e eu fiz o mesmo.

— Eu amo você. — senti o impacto daquelas palavras quando meu coração queria sair para fora de mim.

— Eu também te amo. — sussurrei, sorrindo. 

Brindamos e bebemos uma leve quantidade do vinho, desviei meu olhar para minha mão novamente e sorri. Sasuke-kun tirou a taça de minha mão e o olhei, enquanto ele depositava as taças no chão.  

Acalme-se comigo

Me cubra

Me abrace 

Ele selou nossos lábios, comigo no colo e lentamente deitamos na cama juntos, sem separar nossas bocas. 

Deite-se comigo

E me segure em seus braços

Ele aprofundou o beijo, segurando minha cintura. Afundei a mão em seus cabelos macios, o puxando mais para mim. Estávamos tão colados que dava para sentir nossos corações batendo juntos, em uma sincronia perfeita. 

O seu coração contra meu peito

Seus lábios pressionados em meu pescoço

Sasuke afastou-se minimamente e eu suspirei, abrindo meus olhos, encontrando os ônix brilhando. 

Toquei seu rosto e o abracei, quase não acreditando que ele estava ali, comigo. O senti erguer-se e levar-me junto, nos pondo de pé. Ele segurou meu rosto entre suas mãos e selou nossos lábios novamente. Pus as mãos em seus ombros, apertando-os. Suas mãos passeavam por minhas costas. 

Ele separou-se de mim apenas para retirar o paletó, expondo a camisa social branca. Fiquei na ponta dos pés e beijei seu nariz, suas bochechas, todo o seu rosto. Quando cheguei em sua boca vermelha, acabei olhando para cima, deparando-me com seus olhos brilhantes e carinhosos. Sorri e fechei os olhos, selando nossos lábios. 

Sasuke abraçou-me pela cintura e passava os dedos pelas minhas costas. Arrepiei-me com seu toque e suspirei contra seus lábios. Ele afastou-se e tirou a blusa social, expondo o peitoral másculo para mim. Corei com esse pensamento. Ele voltou-se para mim, me abraçando e beijando meu ombro desnudo pelo vestido tomara que caia. Suspirei e fechei os olhos, sentindo a pele do meu pescoço se eriçar. 

Por impulso, acabei arranhando suas costas e jogando minha cabeça para trás com suas carícias. Ele distribuiu os beijos por minha clavícula e subiu para meu pescoço. Beijou toda a extensão dele enquanto eu suspirava de olhos ainda fechados. Ele parou de beijar meu pescoço e eu abri os olhos, sentindo sua respiração contra meu rosto. Nossos narizes tocavam-se. Sorrimos como dois bobos. 

Eu estou me apaixonando por seus olhos

Mas eles ainda não me conhecem

Sasuke-kun estendeu-me a mão e lhe dei a minha, sem pensar. Ele girou-me contra ele e abraçou-me de costas. Sorri com esse ato. 

Continuou a distribuir beijos pela minha nuca e as costas, até onde vestido permitia. Abracei meu próprio corpo, suspirando. Seus beijos chegaram ao limite do vestido e virei meu rosto para o lado, encontrando o olhar tranquilo de Sasuke. 

— Só irei continuar se você permitir. 

— Confio em você. — decretei. 

Ele sorriu e puxou o zíper do meu vestido. O segurei para que ele não despencasse, Sasuke-kun  circulou minha cintura, beijando-me por toda a extensão das costas até o final dela.

— Solte o vestido, meu amor... – sussurrou em meu ouvido, abraçando-me pela cintura.

Respirei fundo, e soltei-o, deixando-o deslizar por meu corpo. Virou-me lentamente para ele, de modo que pudesse ver-me de frente. Fechei os olhos por vergonha e segurei firmemente meus seios. Eu não usava sutiã, justamente pelo vestido conter bojo. 

— Você é tão linda... – sussurrou, beijando meus pescoço. 

Ele selou nossos lábios novamente e fiquei tão inebriada a ponto de soltar meus seios e abraçá-lo. Eu senti-me arrepiada quando senti nossos corpos juntos, meus seios pressionados em seu peitoral. Nós beijávamos com muita urgência a ponto de eu me sentir molhada. 

Sasuke afastou-se e me contemplou por completo. Fitei o chão pela vergonha. Ergueu meu queixo, obrigando-me a olhá-lo.

— Você é a garota mais linda desse universo. – sorri com a declaração. 

Sorri e o beijei. Eu jamais iria me cansar de beijá-lo, de senti-lo.

Me beije como se quisesse ser amada

Quisesse ser amada, quisesse ser amada

Então, ele pegou-me no colo e deitou-se comigo na cama outra vez. Suas mãos alcançaram meus seios e eu gemi. Ele deu me deu um selinho e começou a lamber e massagear meus seios enquanto os gemidos saíam altos por minha boca. Eu nunca imaginei que pudessem existir tais sensações. 

Oh, meu Deus!

Puxei seus cabelos sem dó, por impulso. 

— Sasuke-kun... 

Ele parou de massagear meus seios e me fitou, parecendo tão inebriado como eu. Nos olhamos por longos segundos e ele sorriu. 

— Compreendo porque a chamam de perfeita. — Sasuke-kun disse e eu sorri.

— Ah, Sasuke... — murmurei. 

É como se eu estivesse me apaixonando

Me apaixonando, nós estamos nos apaixonando

Ele escorregou para minha barriga, refazendo a trilha de beijos. Todos os pelos do meu corpo estavam arrepiados e meu corpo estava quente, muito quente. Então, fiquei tensa quando Sasuke-kun chegou ao limite de minha calcinha. Ele percebeu isso, porque olhou-me na hora.

— Eu disse não faríamos nada que não você não quisesse, Sakura. — ele afirmou, seguro. 

Senti-me um pouco boba por isso. Mas era primeira vez que me entregaria a ele, não era como se todas as minhas barreiras estivessem sido quebradas. 

— Não quero que pense que não o quero ou não confio totalmente em você, porque eu o faço, mas não estou confortável com isso ainda. — falei, me sentindo uma idiota. — Me desculpe por isso, e...

— Irritante. — ele calou-me com um beijo. — Eu te disse que faríamos apenas o que você quiser, Sakura. 

— Eu sei. — sussurrei. — Eu quero continuar...

— Tem certeza? 

— Em absoluto — afirmei, segura. 

Fique comigo

E eu serei seu guardião, você será minha dama

Estou aqui para manter seu corpo aquecido

Sasuke-kun segurou meu quadril e virou-me de costas. 

— Apenas sinta. — ele sussurrou ao pé do meu ouvido e eu arrepiei-me. 

Assenti, fechando os olhos e deitando-me sobre meus braços. Senti seus lábios gélidos em minha nuca e suspirei de satisfação. Aquilo era muito bom. Sasuke-kun arrastava os lábios lentamente por cada centímetro das minhas costas, sentindo cada poro da minha pele. 

— Erga-se um pouco. — dizia baixinho. 

Fiz o que ele pediu e apoiei-me nos cotovelos. Encaixou-se por cima de mim, de modo que eu sentia seu peitoral em minhas costas. Passou os braços fortes por debaixo de mim até meu seios, ele os segurou e os massageou. Joguei minha cabeça para trás e ele aproveitou-se disso para beijar mais do meu pescoço enquanto estimulava meus seios. 

Santo Deus. 

Mas eu sou tão gelado quanto o vento que sopra

Então me envolva em seus braços

Eu gemia descontroladamente, sem pudor algum. 

— Sasuke-kun... — gemi. 

— Tão linda... — ele dizia, beijando ao pé do ouvido. 

— Beije-me, Sasuke-kun. — pedi.

Ele puxou-me fortemente contra seu peitoral e levantamos juntos. Virei-me para ele e segurei-me nele, enquanto ele selava nossos lábios. Passei meus braços por seu pescoço e ele segurou minha cintura, prensando-me contra ele. 

Meu coração encostado em seu peito

Seus lábios pressionados ao meu pescoço

Sorri em meu ao beijo. 

— Tire minha calça, Sakura. — Sasuke-kun murmurou, rouco.

Assenti, tentando mandar a vergonha para longe. Sasuke deitou-se e engatinhei. Quando aproximei-me, notei um volume grande ali. Engoli a saliva, sentindo algo estranho. Puxei lentamente a calça de Sasuke-kun, vendo-o engolir em seco, parecendo se controlar. Terminei de fazê-lo, expondo as pernas torneadas. Corei ao olhar para a cueca negra do mesmo. 

— Vem aqui. — chamou-me, rouco. 

Aproximei-me dele e o fitei. 

Estou me apaixonando pelos seus olhos, mas eles ainda não me conhecem

E com esse pressentimento de que esquecerei, agora estou apaixonado

— Tem certeza que quer fazer isso? — falou, calmo. 

Seus olhos estavam fixos nos meus, observando cada reação. Ele ainda tinha dúvidas? 

— Você ainda tem dúvidas? — sorri, sentindo meus olhos marejarem. 

Sim, eu tenho sentindo de tudo

Do ódio ao amor, do amor à luxúria, da luxúria à verdade

Ele inverteu nossas posições delicadamente e nos olhamos. Peguei uma de suas mãos e pus em meu coração. 

— Ele é seu, assim como eu sou. — sussurrei. 

Sasuke-kun mostrou-me seus dentes em um sorriso e beijou a palma da minha mão.

— Eu te amo. Talvez isso soe repetitivo, mas eu nunca me cansarei de dizer o quanto eu amo você. — afirmei, sentindo as lágrimas bobas descerem por meus olhos.

— Nunca será repetitivo, meu amor. — ele limpou minhas lágrimas. 

 E acho que foi assim que eu te conheci

Então eu te abraço apertado para te ajudar a se entregar 

Ele tirou a cueca negra e ficou totalmente nu. Mas a insegurança já não estava presente, porque eu confiava em Sasuke, eu confiava minha vida a ele. E tudo o que estávamos fazendo era apenas uma materialização do nosso amor. 

— Você está bem? — perguntou-me, voltando-se para mim. 

— Sim. — disse, confiante. 

— Meu amor, talvez isso doa um pouco, mas não tem um jeito mais fácil de fazê-lo. — Sasuke-kun avisou-me e eu engoli em seco.

— Por favor, seja cuidadoso... — sussurrei, temerosa. 

— Eu jamais te machucaria. — assenti, confiando em suas palavras.

Então me beije como se quisesse ser amada

Quisesse ser amada, quisesse ser amada

— Olhe para mim. — fiz o que ele pediu. 

Ele abraçou-me e selou nossos lábios, ajeitou nossos corpos e logo senti uma pontada. Doeu, realmente. Desfiz o beijo, gemendo baixinho de dor. 

— Eu amo você. — proferiu as palavras e concentrei-me nelas. 

O abracei fortemente e o senti investir contra mim lentamente. Oh, isso é realmente bom. Quanto mais ele investia contra mim, menos dor eu sentia. Ele entrelaçou nossas mãos e juntou nosso lábios outra vez. 

É como se eu estivesse me apaixonando

Me apaixonando, nós estamos nos apaixonando

Era como estar no céu. Eu queria chorar pelas sensações que me envolviam. Era como Sasuke-kun havia dito, o amor ia além. Além de palavras, de pensamentos. O amor se materializava quando dois corpos, dois corações se uniam para se amar. 

O amor é o que você quer que ele seja. Um momento, uma palavra, um sentimento ou muito mais. Dois corações.

Dois corpos. Duas almas. 

Sasuke passava a se mover rápido e eu a concentrar-me na sensação de preenchimento. Dedos de Sasuke-kun vieram para minha nuca enquanto ele murmurava meu nome. Ele se lançava cada vez mais fundo em mim e eu me segurava em seus ombros e gemia baixinho. 

Me beije como se quisesse ser amada

Quisesse ser amada, quisesse ser amada

Não sei quanto tempo ficamos ali, nos amando mas quando o ritmo se alongou até ele quase perder o controle, o vi abraçar-me e tremer-se, enquanto despejava-se em mim violentamente. 

É como se eu estivesse me apaixonando

Me apaixonando, nós estamos nos apaixonando

Ele caiu por cima de mim e enterrou o rosto em meus cabelos. O abracei pelo pescoço.

Apesar do cansaço havia um sorriso em meu rosto. Meu coração batia forte e minha garganta estava seca.

— Foi como estar no céu... — sussurrei, extasiada. 

— Foi amor, Sakura. — ouvi seu riso baixo. 

— Muito, muito amor. — ri, fechando os olhos.

Eu só queria dormir naquele momento, mas antes algo passou pela minha cabeça.

— Sasuke-kun? –  sussurrei, quase sem voz.

— Hm? – sussurrou, ele também estava cansado. 

— Sei é uma pergunta estranha agora, mas você já pensou em ter filhos? — mordi os lábios.

Ouvi sua risada, abafada pelos meus cabelos.

— Sim, na verdade, desde criança penso nisso. — fiquei surpresa com sua resposta.

— Sério? Você não parece o tipo de pessoa que sonha com isso. — comentei. 

Ele acariciou meu rosto. 

— Eu não tive realmente uma figura paterna em minha vida. Meu pai sempre esteve mais preocupado em formar meu irmão como um herdeiro do que me dar atenção. Apenas tive o afeto da minha mãe e só com isso me basto. Eu costumava dizer a ela que quando tivesse um filho, seria o pai que eu não tive. — Sauke dizia com um tom leve. 

— Você será um ótimo pai, tenho certeza. — sorri. 

— Sempre achei que eu teria uma menina. — ele dizia, divertido. — Até o nome eu já tenho. 

Juntei as sobrancelhas, curiosa. 

— E qual seria? 

Ele me olhou. 

— Sarada. 

— Sarada? Por quê? – falei, curiosa.

— Era o nome de minha avó materna. Sempre tive muito carinho por ela e quero eternizá-la. 

Senti meu coração aquecer-se, ele era incrível. Fiquei encantada.

— Você é incrível. — sussurrei.  — Mais do que eu podia sonhar. 

Deitei em seu peito ouvindo as batidas do seu coração, ficamos assim alguns minutos. 

— Você se importa?

— Com o quê? — sussurrei.

— Se a nossa filha chamar-se Sarada? — arregalei os olhos.

— Nossa? — repeti, levantando a cabeça. 

Ele ergueu-se um pouco e fitou-me. 

— Sim, Sakura. Você é a única com quem eu terei filhos. — sorri.

— Não, Sasuke-kun. É um nome lindo. — respondi sua pergunta. — Apesar de ser cedo, eu gostaria muito de ter um filho seu, sabia?

— Talvez não demore tanto assim. — sorriu, malicioso e eu corei.

— Idiota. — ri. 

— Agora durma.

— Mas...

— Durma, Sakura. — ele ordenou e eu assenti.

Virei-me de lado e senti ele encaixar-se atrás de mim.

— Eu te amo. — ele disse baixinho.

Sorri com meu coração aquecido.

**

And You move my mind from beind the wheel

When I loose control,

I can only breathe Your name.

I can only breathe Your name.

So many days within this race...

So many days within this race...

 

Ao acordar na manhã seguinte, me perguntei se aquilo tudo havia sido real. Todos os toques, carícias, o corpo quente de Sasuke-kun junto ao meu, se eu poderia constatar que havia me tornado irrevogavelmente dele, mas minha confirmação veio, quando no lugar do meu amado, encontrei um buquê de rosas vermelhas.  Sorri como a boba apaixonada que eu era, peguei o buquê e senti o perfume maravilhoso das flores. E dentro dele, havia um bilhete rosa, deixei-o um pouco de lado um pouco e abri o bilhete.

"Foi a noite mais especial da minha vida, está marcada em minha memória. Seu sono estava tão bom que não tive coragem de acordá-la, por isso lhe deixei um buquê em desculpas, se observar, ao seu lado está seu café, após tomá-lo, desça, estarei lhe esperando. 

S. U"

Virei para o lado e notei uma bandeja linda com suco, torradas, um sanduíche natural e um potinho com patê para passar nas torradas. Ela ainda estava enfeitada com uma rosa vermelha, um guardanapo branco preso uma fita rosa e uma flor dourada. Fiquei alguns segundos encarando a bandeja, sorrindo, ajeitei os travesseiros fofos e pus a bandeja de café da manhã em meu colo. Comi tudo rapidamente, eu queria muito ver Sasuke-kun. Deixei a bandeja em cima do criado-mudo e levantei-me, fui até a poltrona e lá estava um blusa preta de Sasuke-kun, não era a social que ele havia usado na noite anterior. Antes de descer, fui à porta que eu achava que era o banheiro e suspirei de alívio ao ver que havia acertado. Observei meu reflexo no espelho; maquiagem borrada e cabelos desgrenhados. 

Lavei o rosto e o esfreguei para tirar toda maquiagem, secando na toalha felpuda, molhei as mãos e passei nos cabelos, tentando ajeitá-los. O prendi em um coque, lavei a boca, para tirar todo resíduo de comida. Eu estava aceitável agora. Notei um vermelho em meu pescoço e o toquei. Mas não fiquei assustada nem nada tipo, aquilo era apenas mais uma confirmação de que tudo não havia sido um sonho. 

I need the... to find my place

I need some truth, I need some grace.

The part of You that's part of me

Will never die, will never leave.

And it's nobody else's but mine.

 

Saí do banheiro e desci as escadas, à procura de Sasuke-kun, mas não o vi. Até sentir duas mãos em minha cintura e um beijo ser depositado em meu pescoço, dei um sorriso e coloquei minhas mãos sobra as suas em meu corpo. Aquele abraço era a melhor coisa do mundo.

— Dormiu bem? — ele perguntou, sobre meu ouvido. 

— Como uma princesa. —  respondi, me virando para ele. Seu físico nu me fez corar. —  E você?

— A melhor noite de sono da minha vida! 

— Acredito em você. — olhei para cima, encontrando seus olhos tão calmos e gentis. — Sabe, Sasuke-kun... — comecei e ele fixou seus olhos em mim. — Ontem foi a coisa mais importante que eu tive na vida. — segurei em seu rosto. 

— Foi amor, Sakura. — ele afirmou novamente. 

You are in my heart, I can feel your beat.
And You move my mind from behind the wheel.
When I loose control,
I can only breathe your name,
I can only breathe your name.

A nossa diferença de altura era clara, Sasuke passava facilmente dos 1.85 e eu tinha que ficar na ponta dos pés para alcançar seus lábios. Era tão bom senti-lo sem ter que se preocupar se alguém estava vendo, ou se eu seria punida por meus pais. 

Beijá-lo sempre seria incrível. 

— Estar com você é tão bom... —  sussurrei, ainda de olhos fechados. — Mas eu tenho tanto medo. — abri os olhos, encarando-o, olhos marejados. 

— Do quê, Sakura? — ele me olhava confuso. 

— De te perder. — disse, apreensiva. — Talvez seja meu maior medo nessa vida. 

Ele me abraçou, colocando sua cabeça sobre a minha. 

— Isso nunca vai acontecer. — Sasuke-kun garantiu. — Nós vamos ficar juntos para sempre, meu amor. 

Eu tinha medo em meu interior que algum dia Sasuke fosse tirado de mim. Ele era a única coisa boa que possuía na vida, meu alicerce, não imaginava meu mundo sem ele. 

— Há um mundo que nos separa, Sasuke-kun. — solucei. 

Senti seus braços me soltarem e em seguida ele ergueu meu queixo. 

— Eu abriria mão de tudo por você, sem pensar duas vezes. 

You view the list and take your pick,
You view my fate and make the choice,
'Cause I'm nobody else's but Yours.

Ele selou nossos lábios novamente, beijando-me, como se me desse uma certeza. 

**

Quando cheguei em casa, eu ainda sorria como uma boba. Às 18h, eu estava lá, como papai havia pedido. Estava tudo diferente dentro de mim, meus sentimentos, meus pensamentos, como se uma barreira houvesse se quebrado e surgisse sensações que, antes, eu desconhecia. Senti meu celular vibrar debaixo do travesseiro e tateei, procurando-o. Era o aplicativo de mensagens, com a mesma sendo de Hinata-chan.

"Sakura-chan?

H.H"

Sorri.

"Oi, Hinata-chan. Já cheguei em casa."

"E como foi? Você está bem?"

Suspirei apaixonada.

"Foi a melhor coisa que já me aconteceu, Hinata-chan! Eu me senti tão amada... Tão livre."

"Fico feliz por você, Sakura-chan. Fiquei preocupada, achei que algo poderia dar errado."

Estava disposta a contar tudo, porém ouvi batidas na porta. 

"Foi perfeito, Hinata-chan. Depois te conto os detalhes. Tem alguém batendo na porta. Xoxo, amo você. "

"Tudo bem. Amo você também."  

— Sakura querida, nem a vi chegar. — fui pega de surpresa com mamãe entrando no quarto, ela não conhecia o termo privacidade. 

Eu sorri falsamente, assentindo.

— Há algo errado? — perguntas e mais perguntas. 

— Não há nada, mamãe. E então, queria dizer-me algo?

— Na verdade, sim. Hoje jantaremos com a  Família Real. — senti meu coração acelerar. 

— Que ótimo... — sorri. — Vou me arrumar então! — levantei-me cama. 

— Tem certeza que não há nada? — juntou as sobrancelhas.  

— Sim, mamãe. — aproximei-me dela e lhe dei um beijo na bochecha. — Apenas diverti-me bastante com Hinata-chan! 

— Oh, claro! — disse, indo até meu closet. — Como é um jantar formal, vá com este daqui. — apontou para um vestido preto simples. — Apresse-se, pois o jantar será às 20hrs. 

— Tudo bem. 

Mamãe fitou-me meio desconfiada, mas saiu. Fui para o banheiro rapidamente e fiquei nua, notando que Sasuke fora tão cuidadoso que não havia marcas em meu corpo, tomei um banho rápido, e não lavei os cabelos, porque já havia os lavado hoje de manhã. Enrolei-me na toalha felpuda e fui para o quarto, passei creme por todo o corpo e pus o vestido, que havia ficado lindo em mim.  Fiz um coque alto e bem preso nos cabelos, deixando-os totalmente alinhados. Passei base, corretivo e um pouco de pó para uniformizar a pele. Apliquei um pouco de sombra marrom e máscara de cílios para abrir meu olhar. Passei levemente blush em minhas maçãs e por último um brilho labial cor de cereja. Fitei meu reflexo, gostando o resultado. Pus uma pulseira de diamantes que havia ganhado de papai e calcei um salto de boneca vermelho.

Desci as escadas e vi meus pais na sala, como sempre, estavam pontualmente prontos. Eles conversavam sobre algo, franzi o cenho e aproximei-me.

— É um jantar muito importante, Mebuki. — papai disse, duro. — Controle Sakura para que não faça nenhuma besteira. 

Arregalei os olhos.

— Sakura não é de fazer besteira, Kizashi. — mamãe rebateu, ácida. 

— Sabe a que me refiro, essa "amizade" com Uchiha Sasuke-san pode nos causar problemas com os Uchihas, ou pior, com o próprio Madara-sama. 

Para papai, aquilo seria o fim. Qualquer um que desafiasse as ordens do Imperador seriam punidos severamente, talvez papai quisesse mandar-me para outro país para afastar-me de Sasuke-kun. Eu precisava alertá-lo, urgentemente. 

Suspirei e fingi que havia descido as escadas agora e entrava na sala. 

— Atrapalho? — perguntei. 

Papai e mamãe entreolharam-se e fingiram que não havia nada.

— Claro que não, querida. — mamãe sorriu. — Você está linda! 

— Podemos ir então. — papai disse, gélido. 

Engoli em seco.

Seguimos na limousine para a mansão dos Uchihas. Durante todo o percurso eu me senti intimidade pelos olhares de papai. O que estava acontecendo? Apertei as unhas nas palmas da mãos e tentei ficar tranquila.  

Papai não teria como desconfiar que eu havia estado com Sasuke, não é? Aquilo seria meu fim.

Assim que chegamos, eles saíram primeiro e esperaram-me de fora do carro. Hiro ajudou-me a sair como sempre e os acompanhei até a entrada da mansão, porém, dessa vez não havia fotógrafos nem nada do tipo. Estava tudo calmo. 

— Boa noite, senhores.  — uma das empregadas reais saudou e segurou o casaco de couro caríssimo de mamãe. — Me acompanhem, sua Alteza está esperando. 

A acompanhamos pela imenso Palácio Real até a sala de jantar dos Uchihas, onde estavam Sasuke e seus pais, senti meu coração acelerar pelo meio sorriso que ele me deu. 

Quando dei um passo para ir até Sasuke, meu pai segurou-me pelo braço, fortemente. 

— Está ficando maluca? Cumprimente a Fugaku e Mikoto-sama primeiro. 

Eu havia me esquecido completamente das normas do Palácio, aquilo poderia gerar uma punição para mim. 

— D-Desculpe, papai. 

— É ótimo recebê-los, Kizashi. — Sua Alteza Real, o Senhor Uchiha, disse friamente ao meu pai.

Papai e mamãe curvaram-se diante de Fugaku-sama. Eu deveria esperar minha vez. 

— Obrigado, Uchiha-sama. Digo o mesmo, é uma honra estarmos aqui. — papai acenou. — Boa noite, Majestade. — meu pai beijou a mão da senhora Uchiha. — E Uchiha-san.

Na frente da Família Real, jamais poderiam referir-se a eles pelo primeiro nome, era considerado falta de respeito tremendo. Sasuke-kun balançou a cabeça, num cumprimento informal, porém ninguém o recriminaria, a postura de um lorde inglês era mantida. 

— Boa noite, Kizashi-san. —  a senhora Uchiha retribuiu o  — E você, Sakura querida, que bom vê-la! Está cada dia mais linda!

Sorri para a senhora Mikoto, antes de fazer uma pequena reverência.

— Digo o mesmo, senhora Uchiha. — sorri. — Boa noite, Uchiha-sama.

Fugaku-sama desviou o olhar da conversa com meu pai e mirou-o em mim. Aqueles olhos ônix frios e sem vida.

— Sakura. — acenou em um cumprimento.

Abaixei a cabeça em sinal de respeito. Me virei para ver Sasuke-kun, que se aproximava de mim.

— Uchiha-san. — falei, aquilo soava estranho para mim. Vê-lo na minha frente e tratá-lo como se fosse um mero conhecido, e não como alguém que estava cravado em meu coração. 

— Haruno. — ele devolveu o cumprimento, mas ali havia uma dose de carinho. 

Meus pais e os senhores Uchiha começaram a conversar. Abracei meu corpo e fitei o chão, minha vontade de chorar sobrepunha qualquer resquício de autocontrole que eu tinha.

— O que aconteceu? — ouvi a voz de Sasuke-kun e o fitei, mesmo sendo indevido. 

— Eu preciso falar com você. — falei, baixo.

— Vamos para o jardim. — estendeu-me a mão, mas neguei.

— É perigoso... — sussurrei, apreensiva. O temor tomava conta de mim. — Nossos pais estão aqui. — sussurrei. 

— Eles estão ocupados. — ele foi na frente e eu o segui, alguns metros distante. 

Paramos em frente à fonte em que nos conhecemos. Ele juntou as sobrancelhas em um vinco ao perceber que eu impus uma certa distância entre nós. 

— O que há, Sakura? 

— Estou com medo. — disse, olhando-o nos olhos pela primeira vez aquela noite. 

— Do que você tem medo? — Sasuke questionou-me, com a expressão suave.

— Antes de virmos para cá, ouvi uma conversa entre meus pais. Papai pediu para que mamãe me controlasse sobre a nossa amizade. — expliquei-lhe. — Tenho para mim que papai desconfia de algo!

Minha intuição me dizia que não era apenas uma suspeita boba e infundada. Eu tinha razão ao me preocupar, seria terrível para meu Clã se houvesse qualquer indício do meu envolvimento com Sasuke-kun.

— Por favor, acalme-se. — ele tentou se aproximar, mas eu me afastei.

— Como irei me acalmar? — eu ri, nervosa. — Para você é fácil, Sasuke. — ele percebeu meu nervoso ao notar que não usava o sufixo carinhoso que sempre lhe impus. — Você é o herdeiro do Imperador, é o protegido dele. Eu não conto com o apoio nem da minha própria família, além do mais, meus pais poderiam ser presos ou até mortos!

Pus as mãos em meu rosto ao sentir as lágrimas quentes. 

— Eu preciso que você confie em mim, Sakura. — senti seus braços me envolvendo. — Eu te protegeria com minha vida se fosse preciso. 

— Eu sinto tanto medo de te perder, me dói por dentro. — sussurrei, contra seu suéter. 

— Te garanto que nada acontecerá. — ele afirmou, suave. — E mesmo se acontecer, vamos enfrentar isso juntos, eu prometo. 

Mas pela primeira eu não confiava em suas palavras.

— Tenho tanto medo de nos separarem. — afastei-me dos seus braços, fitando-o.

— Não vão, Sakura. Confie em mim, por favor. — falou, colocando suas mãos em meu rosto. — Eu te prometi e vou cumprir, meu amor... — sorriu.

— Eu amo muito você. — fechei os olhos. 

— Eu amo você também. — ele beijou-me, sem se importar com os riscos.

E como eu amava.

**

Fugaku não era muito aficionado com a família Haruno, ele sabia muito bem que todos que o cercavam, só tinham interesses políticos e financeiros, Kizashi acima de tudo, era o tipo de pessoa que ele odiava, bajulador e falso. Se salvava apenas a jovem garota, Sakura, que podia sentir que tinha alguma personalidade, no entanto, era controlada pelo pai. Observou quando ele entrou pela porta acompanhado da esposa e filha, que ficavam mais atrás, percebendo que havia algo errado ali quando ele não exaltou a família perfeita que tinha logo de cara. 

O Uchiha não se importava realmente com os problemas familiares dos outros, mas conhecia bem a reação de um líder quando algo foge de seu controle. A situação ficou mais estranha, quando ao se aproximar deles, Kizashi segurou o braço da herdeira para que ela não fosse imediatamente em direção ao seu filho. Dessa vez, poderia dar-se o luxo de estranhar tal situação, envolvia seu filho, seu herdeiro. 

Resolveu então verificar o que estava acontecendo, as reverências foram devidamente feitas e Kizashi desatou a falar como sempre, enquanto Mebuki e sua adorada esposa conversavam sobre o jantar. Fugaku se pôs a observar seu filho e a Haruno, eles eram próximos, apesar da diferença de idade. Não havia impedimento para que Sasuke fosse amigo da garota, desde que isso não se transformasse em outra coisa, de acordo com as leis de seu pai, Madara. 

Porém a situação reverteu-se quando viu seu filho seguir para o jardim junto com a garota, o que raios aquele moleque estúpido estava fazendo? - pensou irritado. Passou seu olhar para certificar-se que nem Mebuki, nem sua esposa e muito menos Kizashi perceberam o que houve. Certamente, o Haruno poderia fazer alguma espécie de questionamento.

"Moleque inconsequente!", Fugaku praguejou. 

Não precisava inventar desculpas para deixar Kizashi falando sozinho, mas não poderia levantar suspeitas. Direcionou o olhar gélido e o Haruno se calou, bastava apenas um toque para saber quando não ser inconveniente. 

— Terei que me ausentar por alguns instantes. — proferiu. 

— Claro, Alteza. — abaixou a cabeça, curvando-se. 

Fugaku foi em direção ao corredor principal da mansão, mas seguiu direto aonde dava acesso ao jardim, sua presença não seria despercebida por Sasuke, já que os guardas reais sempre estavam de prontidão. Fez um sinal e os dispensou, posicionou-se em uma árvore perto da fonte e os observou. Apesar da distância, quem os visse jamais diriam que era apenas bons amigos. 

Nada que pudesse condená-los.

— O que há, Sakura? — ouviu Sasuke dizer.

A jovem garota então confessou que estava com medo. Mas medo de quê? 

— Do que você tem medo? — Sasuke questionou-a, suavizando a expressão.

Ele suavizou a expressão... O que indicava que ela era especial. Aquele moleque só agia daquela maneira com Mikoto, porque a amava.

Porque a amava...

Sasuke amava aquela garota?

— Antes de virmos para cá, ouvi uma conversa entre meus pais. Papai pediu para que mamãe me controlasse sobre a nossa amizade. — explicou-se. — Tenho para mim que papai desconfia de algo!

Do que exatamente Kizashi poderia desconfiar? Seu filho não seria tão louco a ponto de ultrapassar as regras ditadas por Madara. Fugaku sabia que a filinha dos Harunos era apaixonada pelo seu filho, não era segredo de ninguém que desde que Sasuke havia voltado ao país, as mulheres da alta sociedade se jogavam aos seus pés. Mas aquela situação era diferente, não poderia haver nada entre ambos, a maioridade civil não só o problema, Sakura possuía um sobrenome influente e pertencia à classe social dos nobres, mas não era de linhagem pura, não diretamente. Os Harunos não pertenciam a nenhum Clã original de Konoha e aquilo já um empecilho mais que suficiente. 

Sasuke pediu calma à garota, tentando se aproximar. A Haruno o manteve afastado.

— Como irei me acalmar? — a garota gesticulava, nervosa. — Para você é fácil, Sasuke. Você é o herdeiro do Imperador, é o protegido dele. Eu não conto com o apoio nem da minha própria família, além do mais, meus pais poderiam ser presos ou até mortos!

Pelo menos, a garota era mais sensata que seu filho imprudente. Fugaku cria que seu filho não poderia ser mais imbecil quando abraçou a garota, como aquele estúpido poderia ser seu filho? Com tantas mulheres, foi envolver-se logo com a filha dos Harunos. E pior, menor de idade. 

Sasuke jurou protegê-la com a vida, se fosse preciso. Então aquele pirralho estúpido está mesmo apaixonado... 

O que mais impressionara Fugaku não era o sorriso do Uchiha mais novo, e sim o tom de carinho que exalava da voz dele. Sasuke não era carinhoso com ninguém, exceto com a própria Mikoto, ele realmente amava a garota. 

Mas Fugaku Uchiha jamais deixaria que uma tolice de seu filho destruísse a dinastia pura do Clã. Não poderia permitir que aquilo viesse a público de forma alguma, destruiria cada milésimo daquele amor maldito que antes que fosse sua ruína.


Notas Finais



Capítulo corrigido.


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