História Recomeço - Introdução a este novo Mundo.

Persistência! Essa é a palavra que não deve sair do meu vocabulário. Tá legal que as vezes sei que estou fazendo a coisa errado mas mesmo assim continuo fazendo. Mas quem é que não erra?

Enfim, vou contar um pouquinho da minha história, mas para que isso aconteça terei que voltar no tempo.

Flashback on

Já estava ansioso pelo sinal que avisa que está na hora de ir para casa, não é que não goste de estudar, mas com as coisas que acontecem comigo todo mundo ia querer sair mais cedo da escola. Quando ouço o tão esperado sinal fico muito feliz, o que não dura muito tempo já que "os valentões" da escola me param quando estava virando a esquina que tem perto da mesma.

- Olha só pessoal não é que encontramos uma gazela que se perdeu da matilha.- Diz um deles me olhando. Quando escutei o que ele disse tive vontade de rir na frente dele, o que não fiz é claro, não quero apanhar tão cedo.

- Espera, você disse MATILHA?- Perguntou outro dos bobões, que pelo visto é inteligente.

- Dã é obvio que não é isso, o termo correto é vara. - Disse outro estrupício, caindo na gargalhada.

- Parem com essa palhaçada toda. Idiotas!- Disse Pedro, o líder do bando.- Vou te ensinar uma lição que você nunca mais vai se esquecer gazelinha.- Disse o mesmo partindo pra cima de min com socos e chutes.

Não demorou muito para que os outros babacas se juntassem a Pedro e começassem a me espancar, eles me baterm tanto que fiquei dolorido por dias. Quando cheguei em casa minha mãe ficou apavorada e tentou conversar com meu pai para que ele fizesse alguma coisa, mas a única coisa que ele disse foi que se eu fosse "homem" isso não teria acontecido. 

Bem o motivo de eu ter apanhado foi simplesmente por eu ser gay, o que nem é o fim do mundo, afinal de contas eu vou dar o que é meu mesmo e ninguém tem nada a ver com isso. Mas é obvio que os héteros machões tinham que fazer alguma coisa para tentar fazer com que quem é gay vire "homem".

Sempre fui um criança diferente das outras, pois eu acreditava em vampiros, lobisomens, elfos, e até mesmo que existe uma escola de magia em algum lugar do planeta. Mas o negócio de vampiros e lobisomens é sério pois minha avó sempre contava que o irmão mais velho dela um dia foi caçar e quando estava quase abatendo um cervo ouviu um grito de uma pessoa vindo de uma caverna que tinha ali por perto, ele com era curioso foi ver o que era, e quando chegou lá viu alguém mordendo o pescoço de um homem que devia ter uns 29 anos, ele voltou para casa correndo para avisar o pai dele, meu bisavô ficou bravo com ele e deu-lhe uma surra tão grande dizendo que era pra ele parar de inventar histórias. Minha avó sempre acreditou nele, a mesma sempre me dizia que esses vampiros não são iguais aos dos filmes, e que era pra eu ter muito cuidado.

Quando nasci toda minha família ficou feliz, pois tinha nascido o primeiro neto homem, antes de min nascera 7 meninas, mas a medida que fui crescendo as esperanças que tinham sido depositadas em min foram se extinguindo, já que falavam que eu pendia pro outro lado. Minha mãe nunca se importou com o meu jeito.

Depois da surra que levei na escola meus pais acabaram separando-se, minha mãe já não aguentava mais tanta estupidez e ignorância da parte de meu pai, ele quando saiu de casa humilhou minha mãe dizendo que saia feliz pois nunca a amara e em todos os anos que foram casados ele sempre teve amantes que faziam tudo o que ele queria. Gostaria de deixar claro que depois de três meses separados meu pai voltou para a casa há onde morávamos com a intenção de pedir que reatassem o casamento, pois as mulheres que ele arranjara tinham tirado todo o dinheiro ao qual ele demorou anos para conseguir. Para nossa sorte tínhamos mudado para outra cidade duas semanas após a separação, e assim minha mãe me criou e me educou sozinha.

Flashback off

Tenho agora 23 anos de idade, tudo isso que relatei aconteceu quando eu tinha 9 anos, a cada ano que se passou eu e minha minha fortalecemos nossos laços, hoje em dia nos damos super bem, ela agora já com seus 45 anos continua uma mulher bela e que não tem medo de viver. 

Embora tenha crescido e me tornado uma pessoa melhor eu sinto falta de alguém que possa me abraçar de noite e me perguntar como foi meu dia, quando passeio no parque vejo aqueles casais felizes sinto um pouco de inveja pois queria estar no lugar deles.

Desperto de meus pensamentos quando tropeço na raiz de uma árvore e dou um beijinho no chão, acredito que o mesmo me deu um beijo de língua, pois estou com minha boca cheia de terra, levanto e me recomponho. Eu que sou uma pessoa que não gosto de chamar a atenção acabo de fazer com todas as pessoas que estão no parque fiquem me olhando, meu tom de pele ficou com todas as tonalidades de rosas que se é possível encontrar. 

Continuo minha caminhada quando em certo ponto da mesma reparo em um homem que está sentado sozinho em um banco, ele está imóvel, parece que nem respirando está. Fico admirando-o até ele me olha e da um sorrisinho o que me deixa constrangido. Será que ele viu eu cair? Ele olha pra min novamente, sorri, levanta e vai embora.Espero encontrar esse lindo homem novamente.