1. Spirit Fanfics >
  2. (Re)Começo >
  3. Sexto Capítulo:

História (Re)Começo - Sexto Capítulo:


Escrita por: MsShooky

Notas do Autor


Olá, sim voltei um pouquinho mais cedo, nesse capítulo a narração é do Mozão a.k.a Min Yoongi, espero que gostem, essa primeira parte em itálico são lembranças do Yoongi. Qualquer erro me avisem e boa leitura \o/

Capítulo 6 - Sexto Capítulo:


Fanfic / Fanfiction (Re)Começo - Sexto Capítulo:

O céu já ganhava seus tons de alaranjado mostrando que o fim de mais um dia se iniciava, não que eu dê muita importância a isso, como um jovem adulto de dezenove anos, meu cérebro era limitado a assuntos fúteis e preocupações vagas.

– Vai sair de novo? – Fui surpreendido pelo comentário de Jiwoo que me observava da porta do banheiro enquanto tentava dar um jeito no meu cabelo.

– Sim, hoje tem uma festa no centro, é aberta, openbar…

– Agora vai sair todas noites?

– Eu não saio todas as noites, e hoje é meu último dia de férias, queria aproveitar um pouco.

– Tudo bem… – Passei por ela indo em direção ao meu quarto. – Só tome cuidado, OK?

– Tá bom…

– Estou falando sério Yoongi!

– Tudo bem Jiwoo, não precisa fazer papel mãe o tempo todo, o carro vai ficar em casa, na volta pego um táxi. – Ela ainda olhava para mim, com sua habitual expressão de preocupação.

– Tudo bem, me ligue quando voltar, vou te buscar.

– Não precisa…

– Não discuta comigo, assim que quiser vir para casa, me mande alguma mensagem e eu já estarei lá, não se preocupe com o horário. – Pensei seriamente em não aceitar sua carona, mas ela sabia ser convincente quando queria, peguei minha carteira e as chaves, me despedi dela como sempre recebendo um selar na testa. Jiwoo era minha irmã mais velha, nós vivemos juntos por muito tempo, as responsabilidades caíram sobre seus ombros muito cedo, eu sempre fui uma criança e adolescente um pouco difícil, mas ela sabia me domar, já que era a única que me compreendia por completo, as vezes eu gostaria que ela não fosse tão preocupada comigo assim, eu sabia me cuidar, não precisava dela a todo momento.

Chegando a festa logo me dirigi ao bar do local para beber algo que me refrescasse, era uma noite quente e a presença de tantas pessoas apenas aumentava a temperatura do local.

– Boa Noite! O que vai querer?

– Vodka! – O som do lugar me forçava a falar mais alto.

– Isso não é um bom pedido para começar a noite!

– Então o que me sugere?

– Pela sua cara, sei exatamente o que vai lhe agradar. – A moça atrás do balcão parecia saber do que falava então não a contrariei, ela fez algumas misturas e em pouco minutos me serviu uma bebida leitosa, numa tonalidade verde claro. Olhei para ela meio desconfiado.

– Sei que vai gostar! – Peguei o copo e dei o primeiro cole, era um pouco forte, mas havia uma sabor de mente levemente viciante. Olhei novamente para a balconista e ela sorriu para mim como se dissesse “Eu falei”, apenas peguei o copo a agradecendo e me virando para a multidão que dançava a minha volta, haviam pessoas de todo jeito, a maioria acompanhada ou a procura de alguém que lhe fizesse companhia, meu objetivo nessas festas geralmente se resumiam em ouvir um pouco de música, beber algo e se me interessasse, conhecer pessoas novas.

Me virei novamente para o balcão pedindo outra dose daquela bebida.

– Adrenaline!

– O que?!

– O nome dessa bebida, Adrenaline!

– Ah sim… – Ela pegou meu copo e começou a misturar, não dei atenção no que ela colocava no copo.

– O que te trouxe a essa festa hoje?

– Nada em especial, apenas é meu último dia de férias, então queria sair.

– Já achou alguém interessante para te ajudar nessa última noite ou apenas vai ficar aqui no bar?

– Por que a pergunta? Estou te incomodando se ficar aqui? – Ela me serviu novamente então aproveitei para chegar mais perto dela.

– Não, mas acho que já achei alguém que te achou interessante. – Ela sinalizou com os olhos para que eu olhasse para trás, olhei sobre o ombro encontrando uma menina que aparentava ter a mesma idade que eu, ela não estava olhando para mim, ou talvez tenha disfarçado quando eu olhei, então olhei novamente para a balconista.

– Como tem certeza?!

– Ela está te olhando à um tempo – Ela olhou de novo sobre minha cabeça. – Ela é bem bonita, se não quiser pode mandar ela para mim. – Ela piscou para mim e saiu para atender outros clientes.

Dei as costas ao balcão e fiquei a observando por um tempo, era realmente bonita, estava com mais duas garotas, uma morena que conversava e outra que parecia mais animada já que dançava meio sem ritmo, fiquei uma boa parte da festa esperando que ela viesse, mas não, acho que era tímida ou coisa do tipo. Eu já estava indo para a minha sexta dose de Adrenaline.

– Por que ainda está aqui?

– É ela que está me olhando, por que tenho que ir até lá?

– Eu iria te dar um ótimo motivo, mas eu acho que estou vendo um bem melhor agora. – Antes de entender do que ela falava, vi alguém sentando ao meu lado.

– Pois não?

– Duas garrafas de soju por favor!

Deixei o peso da minha cabeça sobre minha mão e olhei descaradamente para ela. Os fatos a seguir aconteceram de uma maneira rápida, o álcool em meu sistema me ajudou em acabar com todas as barreiras que a vergonha poderia ter criado, em pouco tempo nós estávamos em algum canto, detalhe, eu não sabia o seu nome.

– Você… – Apenas emiti um “Hum” para que ela soubesse que eu à ouvia. – Eu preciso ir…

Eu entendi o que ela disse, mas meus instintos falaram mais alto, então apenas voltei para os seus lábios, até que ela separou nosso beijo, segurando meu rosto a sua frente. Ela parecia tão alterada quanto eu, ficou alguns segundos me olhando, na verdade ela estava analisando o meu rosto, bem, talvez não fosse isso, mas era o que eu fazia. Seu rosto era delicado, suas bochechas haviam ganhado uma leve coloração rosa, seus lábios entreaberto como se quisesse me dizer algo eram muito convidativos, mas ela precisava ir e mesmo sem saber que horas eram também tinha que voltar para casa.Tirei suas mãos do meu rosto.

– Já está satisfeita?

– O que?

– Você me olhou durante a festa toda, está satisfeita agora, que teve seu prêmio. – Ela me olhou surpresa como se tivesse descoberto um dos seus segredos.

– Não é isso, eu… eu realmente preciso ir.

Beijei sua mão que antes estava no meu rosto e em seguida seus lábios.

– Tudo bem, também preciso ir. – Segurei sua mão a guiando para o centro das festa, mas logo a soltei e deixei que voltasse sozinha. Parecia que já estava ouvindo a sermão que iria receber de Jiwoo, assim que cheguei em um lugar mais quieto, mandei uma mensagem para ela.

“Estou saindo daqui, vou pegar um táxi”

Majestade:

“ISSO SÃO HORAS? Fique onde está, vou te buscar”

Pensei em negar, mas estava cansado para discutir, apenas lhe mandei o endereço e fui para a saída esperar. Depois de vinte minutos fiquei pensando quanto tempo levava da minha casa até aqui, Jiwoo provavelmente estava dormindo, então ainda iria tomar um banho e depois sairia.

Depois de meia hora pensei em lhe mandar mais uma mensagem, mas se ela estivesse dirigindo, não iria ver.

Depois de uma hora estava começando a cansar de esperar, então enviei um texto.

”Onde vc está? Estou do lado de fora te esperando”

Ela não me respondeu e depois de duas horas já estava estressado, com certeza Jiwoo havia voltado a dormir e me deixado aqui como algum tipo de castigo, me forçando a pegar um táxi.



– Yoongi! – Olhei para o lado encontrando um dos meus calouros. – Acho que seu celular está vibrando.

Peguei o aparelho de cima da mesa, ele já estava quase caindo da mesma, no visor mostrava um número que por mim era desconhecido.

– Alô!

Alô, é… eu vi seu anuncio na faculdade

Era uma moça, percebi que havia suspirado ao me responder, parecia desapontada com algo.

– Sei, sobre o apartamento, tem interesse?

Sim…

Olhei para o grande relógio que havia na sala, as aulas já tinham terminado a alguns minutos, pensei em apenas resolver isso por telefone, mas caso eu fosse morar com ela seria melhor a conhecer pessoalmente.

– Ótimo, podemos nós encontrar?

Podemos…

Olhei em minha volta, depois do cochilo que tive em cima da mesa nem me lembrava mais onde estava.

– Ok… eu ainda estou na faculdade, sabe onde fica setor artístico? Pode me encontrar aqui?

Peguei minhas coisas e fui para outra sala daquele andar, escolhi uma mais afastada do barulho da faculdade.

Sei sim, ainda estou na faculdade, posso ir até aí.

– Tudo bem, vou te esperar e depois podemos ir até o apartamento, te mostro ele assim você pode se decidir melhor.

Ótimo… até.

– Até! – Encerrei a ligação e guardei o aparelho no bolso. Ela disse que ainda estava na faculdade, então não iria demorar, inconscientemente escolhi uma sala onde residia um piano, coloquei meu casaco em cima da cadeira ao lado e me sentei em frente ao instrumento.

Fazia um tempo que não tocava, flexionei meus dedos algumas vezes para que os movimentos ficassem mais fáceis, levantei sua tampa e dedilhei algumas notas que logo viraram uma melodia.

Em poucos minutos de música pude ouvir passos no corredor que gradativamente ficavam mais próximos, quando pararam conseguir sentir a presença de alguém na sala, os passos se tornaram presentes de novo até que sentir alguém tocando meu ombro.

– Oi…

Levantei meu rosto para olha-la, antes que pudesse responder seu cumprimento, ela se pronunciou novamente me interrompendo.

– E-eu te conheço? – Parece que não.

– Não… – Ela parecia um pouco desapontada. – Só se você tiver costume de ficar pelas salas da área artística.

– Não... Desculpe, devo ter me confundido.

– Acontece...bem, senta aqui!

Apontei espaço vago no meu banco e ela se sentou.

– Sabe tocar? – Quem pergunta isso para alguém que acabou de conhecer?

– Não…

– Se incomoda se eu tocar?

– Acredito que não…

Espalmei as mãos sobre as teclas e tentei tirar alguma melodia mais agradável, mas estava realmente enferrujado, a música estava fora de ritmo, fechei meus olhos para tentar consertar o que estava errado. Mesmo assim aquilo não me agradava, então imagina minha companhia, apenas parei de tocar apertando as teclas num movimento rápido.

– Me desculpe, com certeza você não veio aqui para me ouvir tocar.

– T-Tudo bem, você toca muito bem. – E você não deve entender muito de música.

– Obrigado. – Abaixei a tampa do piano cobrindo as teclas.

– Sobre o apartamento, por que teve interesse nele?

– Localização, ele é bem mais perto da faculdade do que minha casa atual.

– Entendo… – Me levantei e peguei meu casaco. – Acredito que queira conhecer o apartamento para se decidir melhor, pode vir comigo agora?

– Sim!

– Você está muito tempo nesse campus?

– Sim, uns três anos… e você?

– Quatro anos.

– Um veterano!

Sorri com sua empolgação.

– Sim, é você que tem interesse em dividir o apartamento ou está pesquisando para outra pessoa?

– Sou eu, sabe sou bolsista e também recebo uma certa quantia do governo para me manter aqui, o problema é que meu alojamento e muito longe desse campus.

– Entendo, o que está cursando?

– Psicologia. – Ah não!

– Por acaso você não é daquele tipo de psicóloga que gosta de usar os outros como cobaia não né? É porque já morei com um assim e não foi uma experiência muito boa. – Nada boa na realidade, o cara me observava enquanto dormia, comia, estudava. Parei ele antes que pedisse para me ver tomando banho ou usando o banheiro.

– Não…

– Menos mal – Ótimo.

No caminho fui colhendo mais informações sobre ela, não iria dividir meu apartamento com qualquer um, mas ela se mostrou ser uma boa pessoa.

– Bem, é só isso, não é um apartamento luxuoso, mas acredito que tem o conforto necessário para um universitário – Quando sai da cozinha percebi que ela olhava séria para o final do corredor. – Bom, agora para dois universitários, certo? – Fiz questão de chamar sua atenção.

– Sim… me desculpe, mas o que fica naquela porta? – Ela apontou para a porta do meu quarto confirmando minhas suspeitas de que olhava para lá.

– A última porta?

– Sim, você não me levou até lá. – Mudei um pouco minha expressão enquanto procurava uma resposta.

– Lá… sabe, eu tenho gostos peculiares, você não entenderia… – Espero que ela entenda a referência.

– Então me mostra a porta da saída. – E ela entendeu, tentei me manter sério, mas logo comecei a rir fazendo ela me acompanhar.

– Desculpa, lá é meu quarto e como não esperava visita, está uma verdadeira zona, parece que aconteceu uma guerra de meias e cuecas, mas se você insiste tanto em ver…

– Não! Tudo bem, eu que devo me desculpar, ás vezes não controlo minha curiosidade. – Percebi.

Ela disse que precisava ir, então a acompanhei até a portaria.

– Eu gostei muito do apartamento e os valores não são tão altos assim… mas preciso pensar.

– Tudo bem, ninguém mais entrou em contato comigo, então desde que o apartamento não evapore, posso esperar até que se decida. – Sorri educadamente e ela seguiu seu caminho.

Antes que pudesse atravessar a porta, ela gritou um nome em minha direção.

– Ellen! – Me virei para ela ainda confuso.

– Desculpe, o que?

– Meu nome, não nos apresentamos direito, meu nome é Ellen. – Ela se aproximou de mim com a mão estendida.

– Verdade, prazer Ellen, Min Yoongi. – Demorou tanto tempo para saber seu nome.

Eu voltei para o meu apartamento e fui arrumar a “bagunça” no meu quarto.

No dia seguinte fui para a faculdade como todos os dias, aulas chatas, com pessoas chatas. No final das aulas, enquanto arrumava meu material, alguém entrou na sala e veio em minha direção.

Hey! Você é o cara que procurando alguém para dividir o apartamento, certo? – Pelo seu jeito de falar já consegui perceber que era novo na faculdade.

– Sim, sou eu, meu nome é …

– Mas como é o apartamento? – Ele me interrompeu.

– Fica aqui perto, eu posso…

– Ok, quando posso me mudar?

– Você não quer saber de valores ou coisa do tipo?

– Não, dinheiro não é problema, então quando posso me mudar? – Ele era arrogante e pelo jeito “filhinho de papai”.

– Olha, outra pessoa já entrou em contato comigo, então quero dar prioridade a ela.

Poxa, odeio esperar, não tem como dispensar essa pessoa?

– Olha, vou falar com ela hoje, deixa seu número qualquer coisa te ligo.

– Pode ser… – Ele me entregou um papel com seu contato, assim que me deu as costas para sair da sala, joguei o papel fora.

Não queria dividir o apartamento com alguém assim, mas se Ellen não se decidisse logo, não teria opção, uns dos principais motivos para querer um colega de apartamento era por causa do aluguel e se o que esse cara disse (“Dinheiro não é problema”) for realmente verdade poderia até cobrar a mais por ter que aguenta-lo sobre o mesmo teto.

Enquanto andava pela faculdade até a saída me ocorreu que esse cara poderia ser minha carta na manga para fazer com que Ellen se decidisse de uma vez. Estava procurando o número da garota nos meus contatos, já me encontrava no pátio principal da faculdade quando avistei a mesma sentada com amigos.

Ellen! – De primeira, ela parecia procurar quem a chamada.

– Sim… – Até que me viu, na verdade todos olharam para mim ao mesmo tempo.

– Min Yoongi… – Ela me chamou baixo e veio em minha direção, não parecia bem.

– Tudo bem?

– Sim, por que a pergunta?

– Não sei, pareceu assustada quando te chamei

– Não é isso, apenas não imaginei que te veria tão cedo. – Imagino.

– Eu iria te ligar, mas como acabei te encontrando, achei melhor falar com você pessoalmente.

– OK, o que houve?

– Bem, hoje na aula conheci outro interessado no apartamento.

– Sério?

– Sim, eu também achei estranho, pensei que não iria surgir mais alguém tão rápido, por isso queria falar com você, está mesmo interessada em dividir o apartamento comigo? – Ela pareceu prender o ar quando lhe fiz a pergunta.

– Eu…

– Oi! – A amiga dela surgiu do nosso lado com um pequeno sorriso no rosto.

– Oi… – À respondi e voltei minha atenção para Ellen, que parecia incomodada com a presença da outra garota.

– OK, já que Ellen comeu a língua, vou me apresentar eu mesma, prazer, sou Anne, amiga da Ellen – Ela esticou a mão na minha direção, então segurei a cumprimentando.

– Prazer Anne, sou Min Yoongi e acredito que novo colega de apartamento da sua amiga. – Voltei ao assunto inicial.

– Gostei de você! – Anne falou animada. – Do que falávamos?

– Sua amiga iria me dar uma resposta sobre o apartamento. – Que espero ser positiva.

– É mesmo? – Nós dois voltamos a encarar Ellen esperando sua resposta.

– E então Ellen, qual é a sua resposta para Min Yoongi?

– Eu…

– Espera! – Anne à interrompeu de novo, já estava ficando confuso com tudo aquilo. – Jimin! Vem ver uma coisa. – Jimin?

– O que foi? – Anne cruzou seu braço no do rapaz e segurou sua mão.

– Só não quero que fique sozinho lá, muito bem Ellen, pode continuar. – Jimin parecia tão confuso quanto eu. Eu tentava ignorar todo aquele teatro e ainda esperava Ellen se pronunciar.

– Eu… Eu. – Não entendia seu comportamento. – Eu vou levar minhas coisas nesse final de semana como havia dito! – Isso!

O final de semana chegou rápido, assim também trouxe o dia da mudança de Ellen para cá, passei a manhã tirando algumas coisas que ainda ficavam no quarto vago, a maioria era lixo, então apenas separei o que iria colocar no meu quarto e o resto foi para sacos, que não iria deixar alí, então desci para deixa-lo nos depósitos próprios para aquilo.

Ora ora! Parece que finalmente te achamos em casa. – Não precisava me virar para saber quem era o dono dessa voz.

– Eu sempre estou em casa, não tenho culpa que vocês só vêm no horário errado, falando em horário errado, não é uma boa hora para conversarmos, então até mais.

– Espera… Para que tanta pressa? – O outro cara se pronunciou. – A conversa vai ser rápida…

– O que querem? Não tenho trabalho para vocês.

– Seria ótimo se tivesse, mas o assunto é outro – Ele se aproximaram perigosamente. – Esqueceu que está nos devendo?

– E tem como esquecer? Todo dia o porteiro me dá o recado deixado por vocês.

– Que bom, então quer dizer que já deve ter a quantia.

– E se não tiver? – Os provoquei usando um tom de deboche. Antes de continuar consegui ver o transporte de mudança da Ellen chegando – Eu não tenho tempo para vocês, quando tiver seu dinheiro, entro em contato, agora vão embora.

– Seu… – O mais alto se segurou. – Nós vamos voltar, logo logo!

Deram as costas e se foram, bem a tempo na verdade, pois assim que olhei para a direção contrária, vi Ellen e Anne vindo até mim. Mostrei meu melhor sorriso e fui recebê-las.

– Pelo jeito acertei a hora que vocês chegariam.

– Acertou mesmo, mas se quiser não precisa ajudar, são poucas caixas, então damos conta.

– Acredito que com uma pessoa à mais o trabalho demore menos.

– Não precisa…

– Ellen… – Anne a chamou – Se quer nos ajudar, deixa ele.

Sua amiga era um pouco engraçada, Ellen e eu levamos a maioria das coisas, enquanto ela “supervisionava” nosso trabalho como ela havia dito, no final não foi tão cansativo.

– Nossa, quantas coisas, estou cansada.

– Como se tivesse levado alguma caixa.

Fui até a sala levar um copo d'água para Ellen.

– Com esse menino prestativo te ajudando, nem precisou da minha ajuda. Min Yoongi! Você sabe cozinhar?

– Bem, eu moro sozinho à um tempo, então fui obrigado a aprender.

– Olha só que bom moço, deveria se casar com ele Ellen. – Bela sugestão. Apenas voltei para a cozinha deixando as duas sozinhas na sala.

– Acho que já está na minha hora…

– Também acho! Te acompanho até a porta.

Ouvi o barulho da porta se abrindo, peguei uma caixa que ainda estava na sala e levei para o quarto recém ocupado. Fazia muito tempo que as paredes não tinham a presença do sol, estavam um pouco amareladas.

– Licença… – Ellen também entrou no quarto.

– Eu que deveria ter pedido permissão para entrar, apenas estava vendo se não há nada de errado com o quarto.

– Não… Tudo bem. – Olhei de canto para ela que tinha um leve rubor no rosto e parecia inquieta com algo, aquilo me incomodava, talvez fosse apenas pelos comentários de sua amiga ou só toda a agitação com a mudança, mas senti uma necessidade de saber o que ela tinha. – O quarto parece ótimo, vou começar a trazer minhas coisas para cá.

Ela se virou para sair, mas como um impulso segurei seu braço a impedindo.

– Ellen… – Ela não olhou para mim – Há algo te incomodando?

Ela não se mexia e meu olhar parou sobre minha mão que a segurava, então à soltei.

– Me desculpe… quem sou eu para te perguntar uma coisa assim? Vamos terminar de trazer as coisas e depois podemos pedir uma pizza, estou começando a ficar com fome, acho que tenho um número de uma pizzaria no meu quarto, com licença. – Não esperei que ela me respondesse, apenas segui para o meu quarto e entrei batendo a porta atrás de mim.

– O que estou fazendo? – Sim, “O que estou fazendo?” Talvez minha preocupação não era exatamente com ela e sim com o que ela poderia ter visto quando chegou, aquela visita inesperada daqueles idiotas havia mexido comigo, eram apenas assuntos meus, assuntos mal resolvidos, mas que deveria dar um fim, não só pela minha segurança, mas agora também pela segurança da minha nova colega de apartamento.


Notas Finais


Espero que tenham gostado ❤❤
Quem quiser ver minha cara, Instagram >>>> @cherryyy_93. Até \o


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...