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História RECOMEÇO - O Primeiro Dia.


Escrita por: crazyunicorn

Capítulo 12 - O Primeiro Dia.


Fanfic / Fanfiction RECOMEÇO - O Primeiro Dia.


Nova York,
segunda feira,
9h30.


Algumas semanas já haviam se passado e todos os Vingadores já sabiam do romance de (N) e Bucky. Sam não se casava das piadas, de deixar Bucky nervoso ou de fazê-lo ficar com ciúmes, até que Steve intervia e parava com as brincadeiras. (N) foi super bem aceita por todos e começa a pensar que finalmente tinha uma família. Ela começa a ser médica particular de Wanda e Steve. Natasha lhe procurou para aprofundar a amizade, agradecendo pelo sorriso no rosto de Bucky. ‘Você é a grande culpada’ ela dizia.

Mesmo após assumirem abertamente uma espécie de namoro (este que Bucky defendia com unhas e dentes), (N) continuava sendo a psiquiatra dele. Algumas sessões acabavam com os dois sem roupa em cima do sofá branco do consultório, mas mesmo assim ele se negava a trocar de médica.

No entanto, aquilo que a Hydra havia implantado dentro dele infelizmente ainda estava lá, era só dizer as palavras. Todos se sentiam pisando em falso diante dessa fraqueza de Bucky. Ele era uma pessoa incrivelmente forte e inteligente, porém com essa grave limitação que colocava toda a equipe em perigo.

Após um grande pesadelo que ele teve ao lado de (N), Bucky começou a ficar mais preocupado com o que poderia vir a acontecer. Ele pensa que se estivesse sozinho como sempre, não ligaria e tentaria conviver com isso, mas que agora tinha (N) e precisava ser uma pessoa melhor. Por ela. Ele acordou se debatendo e quase machucou a médica, que estava em pé do outro lado do quarto, falando palavras de conforto para acalmá-lo. Bucky ficou dois dias com vergonha dela, ao ponto de quase evitá-la. O pensamento de que poderia facilmente machucar ou pior a médica o atormentava dia e noite.

Eles tiveram uma longa conversa como psiquiatra e paciente. A conclusão foi: ‘’Preciso me livrar disso.’’  disse Bucky. (N) chamou um famoso médico conhecido por ela para fazer uma bateria de exames no cérebro de Bucky e eles descobrem a razão de tudo.

‘’A maldita Hydra implantou um… negócio na sua cabeça.’’ (N) disse, a voz carregada de ódio. Era difícil manter o tom profissional.

‘’Como assim?’’ Bucky realmente não entendia. ‘’Você diz, dentro da minha cabeça? Tipo um chip?’’

‘’Exatamente.’’ Hassan concorda. ‘’Anos no campo da neurocirurgia e eu nunca havia visto algo tão assustador feito com outro ser humano.’’

(N) confiava cegamente nele. Haviam se conhecido quando a garota ainda estava na faculdade e Hassan Jawhar já era um consagrado neurocirurgião. (N) e Fury nunca precisaram chamá-lo antes, mas ele sempre deixou em aberto o interesse em participar de qualquer ação da SHIELD.

‘’Mas eu não tenho nenhuma cicatriz na cabeça, eu teria visto. Além do mais, já fizemos uma série de exames antes e…’’ Bucky olhava para (N) como se buscasse aprovação na expressão dela.

‘’Eles colocaram pelo seu ouvido.’’ Ela suspira, triste. ‘’Por isso eu nunca tinha visto. Temo também não ter enxergado por não estar olhando.’’

‘’Não se culpe. Esse não é seu campo de atuação e eles fizeram um trabalho muito bem feito. É aterrorizante, mas foi muito bem feito.’’ Hassan diz, com um olhar de consolo para ela. Ele passa a mão nos cabelos grisalhos e descansa o tablet em cima da mesa de canto. ‘’Senhor Barnes, você vai precisar passar por uma neurocirurgia.’’

Bucky pisca algumas vezes, não entendendo. ‘’Ok. E o que mais?’’ Ele olha de (N) para Hassan, como se não fosse grande coisa.

‘’Querido, por mais que confiemos no doutor Jawhar, não vai ser fácil.’’ (N) estava fazendo o melhor para não mostrar o nervosismo e fraqueza.

Bucky olha para a namorada e ela apertava as mãos e dedos a ponto de quase quebrá-los, tentando não mostrar que estava tremendo. A voz dela estava embargada e ela respirava fundo, tentando o máximo que conseguia esconder o nervosismo. Bucky levanta da maca que estava sentado e vai até ela, abraçando a médica. Não precisava ter os sentidos apurados para sentir e ouvir o coração dela batendo forte e rápido.

‘’Ela tem razão, senhor Barnes. Muitas coisas podem dar errado, mesmo você tendo um metabolismo sobre-humano.’’ Hassan diz, com um olhar como se estivesse se desculpando por alguma coisa.

‘’Eu sei.’’ Bucky sai do abraço mas mantém a mão robótica em volta de (N), apertando gentilmente a cintura da garota, fazendo carinho. ‘’Mas aqueles desgraçados vão vir atrás de mim de novo. Ou pior, atrás de nós.’’

(N) engole a seco. Ela não havia pensado dessa forma antes. O pior medo de Bucky não era se perder, mas sim perder a ela. Ele segue falando.

‘’Se não tentarmos não vamos saber. Além do mais, eu quero poder lutar de igual para igual quando eles vierem. Não quero que eles tenham essa minha fraqueza ao favor deles. E meu corpo já aguentou tanta coisa… Isso vai ser moleza.’’ Ele olha para (N) e pisca de um olho, o comportamento de garoto adolescente que deixava a médica encantada. ‘’Além do mais, eu tenho os melhores do meu lado.’’


Nova York,
sexta feira,
10hs.


‘’Vocês têm 10 minutos. Vou deixá-los a sós.’’ Diz Hassan, que havia acabado de dar todas as dicas de como tudo iria ocorrer.

O dia da cirurgia finalmente havia chegado e (N) achou melhor se manter por fora de todo o processo. Ela ficou responsável apenas pelo pós operatório de Bucky. Ele já estava devidamente vestido com sua camisola de hospital, sentado na maca com (N) agarrada em seu corpo como se ele fosse fugir.

‘’(N), gatinha… vai dar tudo certo.’’ Ele tinha o riso preso na voz. Não que achasse graça dela, era mais como uma admiração. ‘’Eu não vou a lugar algum.’’

‘’Vai dar tudo certo…’’ (N) sai aos poucos do abraço e encara os lindos olhos azuis de Bucky. Ele estava bastante tranquilo para quem iria ter a cabeça aberta em alguns minutos. ‘’eu sei que vai. É só que me aterroriza a possibilidade de te perder. Só isso.’’

‘’(N), não existe essa possibilidade.’’ Ele ri, segurando o rosto da médica com as duas mãos, carinhoso. ‘’Quando você menos esperar eu vou abrir os olhos e te puxar pra cima dessa cama junto comigo.’’

Ela sorri. Era impossível não sorrir como uma idiota quando mergulhava no azul profundo de Bucky, ainda mais quando ele estava  sorrindo de volta. (N) nem percebe, mas quando se deu por si eles estavam se beijando. Longo, lento e aproveitando cada segundo. Relutante, ela corta o beijo, mas ainda tinha a testa unida com a de Bucky.

‘’Eu te amo.’’ Depois de um tempo ela sussurra, ganhando mais um selinho.

‘’Eu amo mais.’’ Ele fecha os olhos e suspira, sentindo que precisava dizer mais. Sentindo que aquelas três palavras eram pouco. Bucky se afasta dela o suficiente para conseguir olhar a médica nos olhos. Ela estava como sempre, a postura impecável. A mulher extremamente forte que ele amava. Bucky percebe que estava encarando quando ela começa a rir, as bochechas corando, tímida. ‘’Você me faz sentir como uma pessoa, (N). Não uma máquina de matar, um bom soldado ou um fugitivo, mas uma pessoa. Um cara normal. Quando eu tive aquele pesadelo eu entrei em pânico porque não queria que você me visse daquele jeito. Eu quero ser mais. Por você. Quero poder acordar todos os dias do seu lado sem te assustar. Quero poder ir a shows com você, quero poder ouvir aquelas malditas palavras e não surtar. Quero poder retribuir pelo menos a metade do que você fez por mim. Pelo que sou hoje. Obrigada, (N).’’

‘’Bucky…’’ Ela pensa em dizer alguma coisa. Chega a abrir a boca e tomar o ar para falar. O peito subia e descia rapidamente com a respiração ofegante, como se tivesse corrido o quarteirão inteiro. Um sorriso ameaçando rasgar o rosto da médica enquanto os olhos brilhavam com lágrimas que não caíam. Quando ela pensa que as palavras iriam sair Steve abre a porta, colocando sua cabeça loira para dentro.

‘’Err… O dr. Jawhar pediu que eu avisasse sobre o tempo. Os dez minutos estouraram.’’ Ele diz, um pouco sem graça por ter interrompido, mas já era tarde demais para se desculpar e sair.

‘’Cuida dela enquanto eu estiver fora.’’ Bucky diz para o amigo, enquanto deposita um beijo na têmpora da médica.

‘’Não se preocupe quanto a isso. Ela tem o time todo do lado dela.’’ Steve sorri, cruzando os braços. ‘’Boa sorte, Bucky. Estamos todos te esperando.’’

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Nova York,
sexta feira,
12hs.


Na sala de espera junto com (N) estava Steve, Natasha e Wanda. Após três horas de cirurgia todos já haviam levantado, foram na rua, beberam água e falaram no telefone, mas (N) continuava lá. A médica desviava o olhar para a janela, respirava fundo e brincava com as mãos, usando todos os tipos de técnicas que ela conhecia para se manter calma. Mesmo após anos de universidade estudando o comportamento e cérebro humano ela mal conseguia pôr em prática os anos de experiência. Por fora ela sabia que estava pacífica, sempre firme como uma rocha, mas por dentro só conseguia pensar nos braços de Bucky a envolvendo, no calor que o corpo dele emitia e nas últimas palavras antes dele ser levado para a cirurgia. Ela não lembra quando foi amada daquela maneira antes, se já havia ouvido coisas tão lindas e sinceras. Bucky era um homem incrível e não acreditava nisso. Ele ainda tinha a própria imagem como a do assassino impiedoso.

(N) volta para a realidade quando sente uma mão grande e quente  pousar em seu ombro, apertando gentilmente. Olhando para cima ela percebe ser Steve. Ele segurava um copo de café do Starbucks e um pacote.

‘’Você não come a horas.’’ Diz Steve, sentando ao lado dela. Ele deixa o lanche em cima da mesa de centro. Após, acaricia as costas dela com a mão esquerda.

‘’Obrigada, Steve.’’ (N) abre o pacote e o cheiro de brownie deixa a médica enjoada no mesmo instante. O sistema nervoso não a permitia comer nada. Não enquanto não tivesse notícias boas de Bucky. Ela queria comer e deixar Steve feliz, mas sabia que iria passar mal.

‘’Tudo bem?’’

‘’Sim, só estou muito ansiosa pra conseguir comer agora. Mas eu vou comer. Prometo.’’ (N) tenta um sorriso. Steve era tão gentil que não sorrir para ele soava como uma falta de educação, mesmo sem motivo algum. Ela não teve um irmão ou grande amigo, mas quando estava com Steve sabia que o sentimento era exatamente esse.

O momento é cortado com duas batidas na porta, Natasha e sua cabeça ruiva apontam para dentro. Ela tinha uma expressão neutra. Não estava feliz, triste ou assustada, apenas neutra como sempre. Para (N) a ruiva era a pessoa mais difícil de se ler, até mais que Bucky.

‘’O doutor Jawhar me pediu que te chamasse, (N).’’

Steve com sua agilidade de capitão levanta antes da cadeira, alerta. Em seguida a médica planta os dois pés no chão e fica alguns segundos sem saber o que fazer. Natasha e Steve fazem o trabalho de guiá-la para o encontro do doutor Jawhar.

‘’(N), querida. Bucky está bem.’’ O médico de meia idade esboça um sorriso, olhando os três rostos a sua frente suavizarem. ‘’No entanto, eu não sei quando ele irá acordar.’’

‘’O que… você quer dizer com isso?’’ Natasha pergunta, aparentemente sendo a pessoa mais emocionalmente equilibrada no momento.

O médico passa a mão pelos cabelos grisalhos e suspira. ‘’O cérebro dele está cansado. Fisicamente.’’

‘’Mas o soro…’’ Steve tenta argumentar. O braço esquerdo dele ainda estava em volta dos ombros de (N).

‘’Não se aplica à essa parte do corpo.’’ O médico e (N) dizem em união, sem planejar.

Steve parece momentaneamente perdido, até que ele acha o foco novamente. ‘’Então ele está em uma espécie de coma?’’

‘’Não. Apenas dormindo.’’ Jawrar completa, sorrindo. ‘’Ele está bem, está tudo funcionando corretamente. Só que, como eu disse antes, o senhor Barnes já passou por muita coisa. Eles faziam um show de horrores naquela base da Hydra. Eu já li sobre outros tipos de experiências mas implantar qualquer coisa na cabeça de alguém é tipo Frankenstein.’’

‘’Bem, esperamos que essa seja a última vez que mexem com a cabeça dele.’’ Steve diz, um pouco nervoso.

‘’Assim que ele acordar e estiver confortável para isso, nós já temos planos. E vai dar tudo certo. Eu sei que vai.’’ (N) falava para Steve mas olhava para o doutor árabe a sua frente. ‘’Nós vamos testar as palavras.’’

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Nova York,
quinta feira,
15h30.


POV BUCKY

Após quase um mês de cirurgia, hoje é o dia da verdade. Com uma última olhada para (N), eu sou levado para dentro de uma cabine com força suficiente para segurar uma explosão de duas vans. Tony tem a esperança de que meu braço não quebre essas paredes em pedaços caso o Soldado saia de dentro de mim. Estamos no meio do deserto, campo aberto, sol escaldante. Fazendo uma espécie de corrente em volta da minha cabine super chique estavam Steve, Tony Stark e seu traje bilionário, Clint e Bruce pronto para ‘Hulckar’ caso fosse preciso.

Dentro de outra cabine super bem protegida a alguns quilômetros de distância estavam (N) e doutor Jawhar. Ambos aparatados com toda a tecnologia possível para mapear meu cérebro. Dentro da cabine eu pude perceber pequenos microfones nas laterais e uma cadeira. Quando eu sento, ela automaticamente prende meus braços e pernas. Eu me sinto um pouco sufocado, mas estou bem.

Daqui eu não consigo enxergar nitidamente o rosto de (N). Eu havia pedido para me deixarem alguma foto dela ou algo do tipo, mas a mesma não concordou. Ela disse que eu preciso achar um ponto em mim e não em outra pessoa, seja ela quem for. Eu sei que ela está com medo, eu também estou. Finalmente tenho a vida que jamais imaginei ter, mesmo antes da guerra. Ela fez tudo se encaixar, correr solto e na direção correta. Nas noites que passamos juntos e após ela adormecer em cima de mim eu me pego pensando se realmente a mereço. Quando olho a figura pacífica e angelical de (N) enquanto dorme, me vem na memória todas as coisas ruins que já fiz, e eu tenho vontade de levantar e sair da vida dela.

‘’Eu te amo, Bucky.’’ Eu ouço a voz dela sair dos microfones em volta de mim. Toda a equipe também ouviu mas eu não ligo.

‘’Eu te amo mais, (N).’’ Respondo, como sempre.

‘’Você está bem? Nós vamos começar.’’ Ela diz, a voz cautelosa.

‘’Sim, podem mandar.’’

Suspiro três vezes bem fundo e lento. Mantendo os olhos bem abertos para o horizonte eu tento não pensar em nada, apenas no sol ameaçando torrar a todos nós neste suposto calor de 40º.

LONGING,

RUSTED,

SEVENTEEN,


Essa era uma gravação do maldito médico da Hydra. Eu lembro da voz dele, mas ela só me causa raiva. As palavras entram na minha cabeça e soam esquisitas e por um momento eu penso o quanto eram idiotas.

DAYBREAK,

FURNACE,

NINE,


Eu fico em silêncio esperando eles terminarem. Dentro de mim tudo estava normal e a essa altura eu já achava que o calor iria me matar antes das palavras.  

BENIGN,

HOMECOMING,

ONE,


Se fosse em outras épocas, a essa altura o Soldado já estava invernando por aí, mas não hoje. Meu sangue não está fervendo de ódio, eu não sinto a vontade descontrolada de sair quebrando tudo e todos. Meu coração continua batendo no ritmo de repouso, minha respiração está normalizada. Eu me sinto… Tranquilo.

FREIGHT CAR.

Tem suor rolando pelos meus braços, cabeça e… olhos. A realização me bate quando sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha.

Eu estou livre.

 


Notas Finais


Eu só tenho a agradecer. Os feedbacks foram lindos, vocês ''elevaram meu espírito'' como diz Wanda :D
Foi incrível dividir isso aqui com vocês, do fundo do meu coração. Espero que tenham gostado do final, me pareceu certo. Odeio despedidas então... até a próxima (que será bem breve) fic do Bucky. Como eu disse antes, eu tenho uma toda montada na cabeça, só preciso pôr pra fora.
Enfim, obrigada mais uma vez pelos feedbacks, vocês são foda. NÃO ME ABANDONEM e nos vemos em breve
<3333333


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