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História RECOMEÇO - Malditos Hormônios.


Escrita por: crazyunicorn

Capítulo 15 - Malditos Hormônios.



 Dar a notícia para o time de que era uma menina e sobre o pedido de casamento fez todos ficarem eufóricos. Steve abraçou Bucky tão forte que (N) teve certeza de que se o noivo não fosse também genéticamente alterado ele teria uma costela quebrada pelo loiro. Os olhos de Steve brilhavam tanto quando ele veio felicitar a médica ela ignorou a mão dele e o abraçou forte, deixando o capitão um tanto sem graça.

Tony gritou para Wanda ‘‘Vai lá, pode dizer eu sabia.’’ todos riram. (N) jamais pôde imaginar que um bebê poderia mudar tanto a atmosfera do local. Natasha sorria mais do que o normal e não parava de alisar a barriga da psiquiatria. Wanda parecia iluminada, feliz, parecendo menos triste mesmo após a morte do irmão.

Pepper pareceu se animar com a ideia e (N) pôde jurar que a viu trocando olhares com Tony.

O que ninguém ainda sabia era sobre a vontade de (N) em parar de trabalhar. Pelo menos até o final da gestação. Ela estava ficando cada vez mais emotiva e isso estava descontrolando as capacidades psíquicas. A psiquiatra estava ficando cada vez com mais dificuldades de usar o campo racional.

Malditos hormônios.

Ela chorava assistindo comerciais, olhando crianças na rua, assistindo filmes, ou até quando Bucky dizia algo mais profundo que o normal. Tudo causava uma forte carga emocional na médica. O que ela mantinha em segredo guardado a sete chaves era o que isso de fato poderia causar. A única pessoa que conhecia a cabeça de (N) era Peggy e Fury.

   Um dia antes no consultório de (N).

‘’Boa tarde, tudo bem?’’

‘’Eu estou ótimo, doutora.’’ Ele estende a mão trêmula para ela, que aperta  gentilmente.

(N) cumprimenta o paciente e cada um toma seu lugar. Ele era um homem de aproximadamente 40 anos que esteve no Vietnã pelos EUA e voltou com graves sequelas. O mal de parkinson era uma delas.

Para (N) o que antes era rotineiro, pois ela só recebia esse tipo de paciente, agora parecia aterrorizante. Ela sente um nó na garganta ao olhar para o homem e pensar no que ele havia passado. A expressão dele era triste e abatida. A postura arcada pela doença e as mãos trêmulas, descontroladas. Tentando ficar alheia a tudo isso ela volta a atenção para o tablet em seu colo, suspirando.

‘’Então, infantaria, certo?’’ Ela pergunta, sacudindo o pé nervosamente  sobre a perna que estava cruzada.

‘’Sim.’’ A voz dele era trêmula devido aos espasmos do corpo. ‘’Por nove anos.’’

‘’Ok, Natan, vou pedir que por favor deite e fique confortável.’’

(N) não tinha certeza do que essa ação iria causar. Sua intuição dizia que daria certo e isso lhe apavora um pouco. Ela estava sentindo a corrente elétrica em volta do próprio corpo, da própria cabeça, lhe envolvendo. Era forte e poderosa e estava contida. A gravidez e os hormônios deixando tudo à flor da pele.

O homem já estava deitado com as mãos descansando sobre a barriga e os olhos fechados, esperando pelo que viria a seguir. Ele suspira e fica em silêncio, mas logo percebe a demora de (N).

‘’Tudo bem, doutora?’’

(N) acorda do devaneio e assente com a cabeça, sorrindo de leve.

‘’Natan, eu quero lhe pedir um favor.’’

‘’Sim, senhora.’’ Ele continua deitado no sofá, mas seu olhar estava no de (N), prestando atenção.

‘’Eu vou tentar fazer uma coisa com você que eu não nunca fiz com ninguém. Eu prometo que não vai lhe causar mal, eu tenho certeza disso. Só quero que você me prometa que isso vai ficar entre nós.’’

‘’Doutora, não sei se a senhorita percebeu mas não sobrou muito de um cara saudável para fazer experiências…’’ Ele ri, nervoso.

‘’Natan, não é experiência. Eu sei como isso vai terminar. Eu vou curar você.’’

O homem parece não entender de primeira. Ele franze a sobrancelha e se arruma no sofá, olhando-a melhor. Logo ele começa a rir, agora soando irônico e ofendido.

‘’Com todo respeito… A senhorita como médica deveria saber que Mal de Parkinson não tem cura.’’

‘’Eu sei. Mas eu posso curar você. A única coisa que estou pedindo é que ache alguma desculpa quando for contar que está curado, menos que eu fiz isso. Por favor.’’

‘’Okay…’’

Ele volta a se arrumar no sofá de olhos fechados, ainda sem acreditar no que iria acontecer a seguir. Cético. Todos sabiam da fama de (N) como profissional, mas esse papo estava fora da realidade e tudo que ele conhecia era a dura realidade. A realidade que o colocou nessa situação.

Ele fica em silêncio no escuro esperando a voz dela aparecer massageando suas orelhas.

‘’Qual é seu nome e onde nasceu?’’

‘’Meu nome é Natan Ryan Bynes e eu nasci em Washington DC.’’

(N) também tinha os olhos fechados e as mãos sobre as coxas, sentindo o corpo borbulhar com uma energia até então desconhecida. Ela precisava deixar aquilo sair e ajudar aquele homem era a melhor maneira.

‘’Onde você se machucou, Natan?’’

‘’Na guerra.’’ Ele começa a chorar. Como um bebê. (N) imagina que ele estava sentindo a mesma coisa que ela. A forte vibração atingindo os dois por igual. ‘’Eles me deixaram assim.’’

‘’Dói?’’

‘’Demais.’’ Ele soluçava.

‘’Onde?’’

‘’Todo meu corpo. Eu estou sempre cansado.’’ Ele apertava as duas mãos na tentativa de fazê-las parar de tremer, falhando miseravelmente. O corpo todo descontrolado em quase uma convulsão. ‘’Por favor faça isso parar.’’

‘’Isso vai parar, Natan. Você vai abrir os olhos e tudo isso vai ficar para trás. Você vai poder ter sua vida normal de volta. Os espasmos vão parar. Você não vai se sentir cansado e ansioso o tempo todo. Vai parar de esquecer as coisas, de ser tão triste. Eu prometo, Natan Bynes. Eu vou contar até três e você abrir os olhos e vai estar curado.’’

Natan não chorava mais, ele estava apenas deitado lá com o corpo anestesiado, sem conseguir se mexer enquanto esperava (N) dar a ordem.

‘’Um, dois e… três. Bem vindo de volta, Natan.’’

Ele abre os olhos e continua exatamente na mesma posição, apenas os olhos mexendo para os lados, tentando visualizar a sala, como se tentasse se certificar de onde estava. A língua de Natan também estava amortecida, como se o corpo inteiro estivesse anestesiado. Ele sabia onde estava e o que havia acabado de acontecer, mas não conseguia reagir. Era assustador. Natan queria gritar por socorro mas não conseguia. O peito dele começa a subir e descer rapidamente em um quase ataque de ansiedade. É aí que a voz de (N) reaparece no campo de audição, acalmando-o imediatamente.

‘’Natan, você está bem. Está em meu consultório e está tudo bem. Isso é só uma reação que vai passar em alguns segundos. Tenha paciência e tranquilidade. Por favor não fique nervoso.’’ Ela continuava sentada em sua poltrona, dando assistência para o homem mas sem se aproximar, deixando apenas sua voz ser presente para ele. ‘’Tente mover o braço direito. Devagar.’’

Natan tenta a primeira vez, a segunda, e na terceira ele consegue abrir os dedos da mão. Mais ousado ele tenta levantar o braço,  mas esse parecia pesar 50kg. O corpo todo parecia pesar o triplo do que realmente pesava. Era uma sensação completamente nova. Ele pisca mais algumas vezes e enxerga (N) aparecer em seu campo de visão. Ela sorria. Natan sente que a médica segura seu braço e levanta na altura da cabeça e depois o outro braço. Automaticamente ele consegue mover também os pés e depois as pernas.

‘’Seu corpo está acordando.’’ (N) sussurra, voltando a sentar em sua poltrona.

Ela estende uma garrafinha d’água para ele, que já estava sentado no sofá. A respiração de Natan estava pesada e ele parecia cansado, como se tivesse corrido o quarteirão. Ele nem havia percebido ainda, mas o corpo não estava mais com os espasmos. Ele bebe a água como se estivesse chegado do deserto, a mão esquerda pousando parada sobre a coxa.

(N) não sabia se sorria ou chorava. Ela tentava se manter em silêncio, esperando pelo momento que ele iria perceber o que havia acabado de acontecer. Ela esperava as perguntas, a euforia, talvez um olhar com medo, mas ao invés disso Natan estende a mão por cima da mesinha de centro, apertando a direita de (N).

‘’Eu não sei o que diabos aconteceu aqui. Honestamente? Eu não quero saber. Eu só sei que estou curado e não sei como posso te agradecer.’’ Ele tinha o olhar fixo em (N), a fala ainda um pouco grogue.

‘’Você me agradece não falando sobre isso com ninguém. Eu não quero ser exposta. Isso seria seu maior agradecimento, Natan.’’

Ele assente e leva a mão direita sobre a testa, reverenciando como um soldado. ‘’Como a senhorita quiser. Tem minha palavra.’’

(N) solta um suspiro pesado que ela não sabia que estava segurando, sentindo o corpo mais leve.  ‘’Você tem alguém que possa te buscar? Ainda não está 100% para sair sozinho na rua.’’

‘’Eu vou ligar para minha esposa, ela pode me acompanhar até em casa.’’ Natan puxa do bolso o celular e levanta do sofá.

Ele fala com a esposa e em poucos minutos ela estava lá para acompanhá-lo até em casa.

(N) por outro lado aguardava Bucky. Ela sabia que não poderia esconder aquilo dele. Não mais.

Quando foi levada para junto da SHIELD (N) foi estudada e pesquisada por todos os médicos que Fury pôde arranjar e todos eles negaram o diagnóstico meta humano. Porém a capacidade de hipnose ela sempre tivera desde a infância. Analisando a situação (N) conclui que os hormônios emocionais da gravidez fizeram toda a energia ir ao topo, causando esse tipo de reação.

(N) acorda do devaneio com uma batida na porta e logo a cabeça de Bucky aponta para dentro. Ele tinha as sobrancelhas altas e estava um pouco receado de entrar na sala, mas vai entrando mesmo assim.

‘’(N), está tudo bem?’’

‘’Sim, por que, querido?’’ Ela coloca ambas as mãos em cada lado da poltrona, forçando o corpo a levantar.

‘’Porque você sempre me espera lá embaixo, eu achei que tinha acontecido alguma coisa.’’ Ele anda rápido até (N) e a ajuda a ficar em pé, mesmo não sendo necessário. Para Bucky algo não estava certo no comportamento dela, ele tinha certeza.

‘’Eu estou bem, James, só um pouco indisposta.’’ Ela assiste Bucky ir até sua mesa e pegar seus pertences e bolsa.

‘’Tudo bem, nós vamos para casa e você vai descansar o quanto quiser, ok?’’

Bucky a beija na testa e passa a mão direita em volta da cintura da médica, guiando-a para fora do prédio de volta para casa.
 


Notas Finais


Capítulo curto hoje e bem intenso. Quero a opinião de vocês, eu sempre adoro <3333
O próximo já tá quase pronto, então acho que na sexta ou sábado estou postando.
Beijo nos corações


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