Nova York,
sexta feira.
Nas últimas semanas Bucky passou por uma série de testes psicológicos para então, começar a treinar com os Avengers. Além das visitas semanais ao consultório de (N), ele passou por todos os tipos de exames possíveis, teve a cabeça coberta de eletrodos, passou por hipnose e mais todos os testes possíveis para então ser liberado a começar a treinar. (N) ficou receosa por dar a liberação, mas no fim se convenceu de que Bucky precisava voltar a treinar, assim tendo um objetivo.
Os encontros de (N) com Bucky estavam ficando cada vez mais intensos. Ele se mostrando cada vez mais aberto a compartilhar e colaborar com o tratamento. Estava se comunicando mais com todos, sorrindo mais e a médica até se acha correta em usar a palavra ‘alegre’, ou talvez menos triste, mas de qualquer forma a melhora era visível aos olhos de todos.
Era sexta feira e (N) estava usando um midi dress que valoriza todas as curvas nos lugares certos. Como de costume Bucky era o último paciente do dia. Sendo já fim de tarde, (N) planejou atendê-lo e depois ir para o encontro que sua amiga arranjou.
Por ser um paciente diferenciado Bucky era autorizado a passar direto sem precisar ser anunciado pela secretária. Depois de semanas (N) aprendeu a reconhecer as duas batidas na porta, sempre iguais.
Ela abre a porta e Bucky estava lá, um sorriso carinhoso quando a vê, até que o olhar dele desce para seu corpo. Ele fica alguns segundos olhando até que percebe e pisca algumas vezes, subindo o olhar para seu rosto. Ela tenta agir naturalmente como se não tivesse notado o comportamento do homem.
‘’Oi, James! Vamos entrando.’’
Bucky tem uma sensação que até então estava perdida no tempo: atração física. Ele não consegue conter o olhar que desce pelo corpo da médica quando ela anda para dentro da sala. Os cabelos no meio das costas, uma cintura fina no vestido justo e talvez a bunda mais bonita que ele já tinha visto. Tudo em proporções perfeitas. Jesus, Bucky, pare de agir como um adolescente. Ele fechou a porta e como de costume sentou no sofá confortável. Bucky observa em câmera lenta quanto ela senta e cruza as pernas. Seu olhar desce automaticamente para os pés de (N), que usava uma sandália de tirinhas.
‘’Gostou?’’ Ela estica a perna, mostrando a sandália para Bucky.
Ele parece salivar e passa a língua nos lábios rapidamente, se recompondo logo depois. ‘’Qual ocasião?’’
‘’Hoje é sexta e eu tenho um encontro.’’
Bucky pareceu ligeiramente desapontado e (N) não pôde evitar de ficar um pouco empolgada por isso. Ele passou uma mão nos cabelos, mantendo para trás como o corte que sua amiga Mônica havia feito.
‘’Um encontro? Oh, um encontro, entendi…’’
‘’Sim, um encontro. Mas isso não é importante.’’
(N) corta com educação, ficando toda profissional novamente. Bucky queria conhecer mais dela como pessoa, como a bela garota que era e não como sua psiquiatra, sempre séria e concentrada. Ele queria mais.
‘’Como vão as noites de sono, James?’’
‘’Melhores. Os pesadelos diminuíram bastante.’’
‘’Quanto?”’
‘’Antes eu tinha mais de um por noite. Eu dormia e continuava no mesmo pesadelo. Essa noite eu tive um, acordei, li umas duas páginas do livro e logo estava dormindo de novo.’’
Nas noites após os encontros com (N), Bucky não tinha pesadelos. Essas eram as noites que ele mais dormia mas decide não dizer isso.
‘’Isso é muito bom.’’
(N) estava analisando os exames de Bucky e ele aproveita que ela não estava olhando. Ele se pega pensando que precisava trocar de psiquiatra. Nas últimas semanas havia desenvolvido um carinho especial pela médica mesmo sem conhecê-la. Ele queria estar por perto mas sabia que não podia de fato tê-la. Ele também tinha certeza que o sentimento não era recíproco, que para (N) ele era apenas um paciente. Ela não era fácil de ler e isso o fascinava a cada dia mais. Deus, ela é tão linda…
‘’E como você está se saindo nos treinamentos com o time?’’
‘’Tony Stark é um idiota.’’ Ele ri.
‘’Sim, o Tony é.’’ (N) se perde por alguns segundos, encarando o lindo sorriso de Bucky. Ela segura um sorriso bobo e volta a olhar para baixo, voltando a atenção aos papéis. ‘’Sem maiores sinais de depressão, confusão… Realmente, a melhora é bem visível.’’
‘’Obrigado.’’
É tudo que Bucky diz. (N) levantou a cabeça e lá estava aquele olhar azul, fixo, cheio de um monte de coisas que ela realmente não sabia o que eram. Os cantos dos lábios dele se formaram em um sorriso discreto. Ela se sentiu a única garota do planeta e mesmo com todos os anos estudando o comportamento humano e lidando com diversas situações, esta era diferente. Bucky estava despertando algo em (N) e isso não tinha como negar.
‘’Não me agradeça, James.’’
‘’Eu tento. Mas eu sinto que nunca será o suficiente.’’
‘’Ainda falta muito trabalho. Você sabe que vai ter terapia para sempre, não é?’’ E lá estava (N) toda profissional de novo.
‘’É, eu sei.’’
Se for sempre com você...
‘’James, precisamos falar da sua vida sexual.’’
As sobrancelhas de Bucky foram parar no alto da testa e ele quase se afogou com a água que estava bebendo. ‘’Precisamos?’’
‘’Precisamos.’’ Ela responde, sem elevar o olhar do tablet em seu colo.
‘’Por que diabos?’’ Bucky seca a boca com as costas da mão, ainda atordoado com a pergunta da médica.
‘’Porque está na hora. Você precisa disso. Saia, ache uma garota e, bem, você sabe. Faz parte do processo. Interação humana.’’
Ele ficou alguns segundos olhando para a janela e decide falar.
‘’Eu já fiz isso.’’
E foi horrível.
‘’Foi só… Eu me senti péssimo depois.’’
‘’Entendi. Bem, creio que foi precipitado, vocês não tinham nenhuma intimidade, não é?’’
‘’Não. Foi só isso e eu não gostei.’’
Bucky lembra da noite em que estava voltando de uma das festas de Tony Stark, quando aceitou a proposta de uma prostituta. O medo constante de que o Soldado Invernal viesse a tona e machucasse a moça. Ele descarregou as frustrações e os anos sem sexo, mas foi o sexo mais sujo e promíscuo que ele poderia ter. Depois que tudo havia terminado o rosto de (N) ficava o assombrando como se fosse uma traição. Bucky pensa que talvez estivesse traindo a sí mesmo.
‘’Bem, eu acho que por hoje é só, James. Você está ótimo em todos os testes. Logo vai poder ir a campo.’’
‘’Por que eu acho que você sabe de alguma coisa que eu não sei?’’
Ela descansou o aparelho em cima da mesa de centro, se arrumou no sofá, olhando fixamente, séria e diretamente para ele.
‘’Olha, James, eu posso não parecer a pessoa mais confiável do mundo mas vou dizer o que sei. Fury veio até mim e pediu para que eu lhe ajudasse porque ele têm planos pra você. Eu não sei quais são esses malditos planos mas eu já não gosto deles.’’
‘’(N), eu sou um soldado, é isso o que eu faço. Eu dou minha cara a tapa pelo bem do país, da humanidade se for preciso. Se eles me querem em campo, okay, eu estarei lá. Se for pelo bem de pessoas inocentes, eles podem contar comigo.’’
A visão heróica de Bucky a faz suspirar. (N) sentou para trás e relaxou o corpo. Já não sabia se estava observando ou admirando o homem a sua frente, ela deixa de se importar com isso, deixa de disfarçar.
O momento é cortado com o celular vibrando em cima da mesa.
‘’E você tem um encontro.’’ Bucky força um sorriso, tentando não mostrar o quanto estava desapontado por ele não ser o par de (N) essa noite.
‘’É, eu tenho.’’ Ela olha para baixo, um sorriso tímido nos lábios. A vontade era de cancelar tudo, mas seria extremamente rude.
‘’Seja qual for sua missão, a minha é mais difícil, sargento.’’ (N) diz e vai levantando do sofá,
‘’Não parece, se arrumou toda.’’ Bucky a acompanha e aproveita para provocar um pouco, segurando o riso.
Ela não tem o que responder e apenas acompanha Bucky até a porta. Ambos não queriam se despedir. Ele parou e estudou o rosto da médica, que tira um tempo para admirar os olhos azuis de perto, já sem as olheiras em volta. Bucky era inegavelmente um homem lindo e olhar tão fixamente para ele deixava qualquer um tonto.
‘’Boa noite, James.’’
‘’Boa noite, (N). Bom encontro. Cuide-se.’’
‘’Eu irei.’’
Ele vai andando em direção ao elevador, até que para e olha para trás, um sorriso bobo.
‘’Qualquer coisa é só dar um chute bem aqui. É infalível.’’ Bucky aponta para a região masculina no meio das pernas, fazendo (N) rir.
‘’Okay, anotado.’’
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