História RECOMEÇO - Progresso.

Nova York,
Quarta feira,
13h35.

Como de costume, nesse horário (N) sempre estava voltando do almoço. Estranhamente percebe uma presença ao seu lado. Ele era grande e seu cabelo loiro bagunçado brilhava com a luz do sol. Steve Rogers e toda sua glória bem na sua frente.

‘’Steve? Que bom te ver.’’

‘’Bom te ver também, (N).’’ Ele coloca as duas mãos nos bolsos, um sorriso tranquilo iluminando seu rosto.

‘’James está bem?’’

‘’Sim, ele está ótimo e é por isso que eu vim lhe agradecer.’’

‘’Eu já disse isso antes e vou dizer de novo, não há o que me agradecerem. Ele se esforçou para que tudo desse certo.’’

‘’Sim, mas ele teve um ótimo incentivo.’’

Steve lançou um olhar diferente e (N) captou na hora. A forte luz do sol não permitiu que a médica escondesse as bochechas vermelhas.

‘’Meu amigo gosta muito de você, (N). E você sabe disso.’’

Ela piscou algumas vezes, sorrindo depois. Era impossível não sorrir olhando para Steve Rogers. Eles começaram a andar em direção ao prédio. (N) não podia deixar de perceber os olhares para Steve. Femininos e alguns masculinos também. Parecia impossível não notar o homem alto, forte e ao mesmo tempo de rosto com linhas tão delicadas; sem contar o belo par de olhos azuis.

‘’Bem, como estava o encontro?’’ O olhar de (N) levanta para Steve, ele sorrindo e ela com uma sobrancelha arcada. ‘’Como você… James.’’

‘’Aquela sexta feira você deixou meu amigo bem atordoado.’’ Steve ri e a deixa na porta do elevador, um olhar carinhoso e um sorriso formavam a expressão dele.

‘’Vocês dois têm uma linda história de amor, sabia? Garota nenhuma quer ficar no meio disso.’’ (N) brinca, entrando no elevador junto com mais duas pessoas.

Steve ficou rindo enquanto assistia a porta do elevador fechar.
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Nova York,
Quarta feira,
17h00.

(N) abre a porta do consultório e lá estava Bucky. Ele usava uma camisa azul e por cima um blazer preto. (N) arrisca pensar que ele pensou um pouco mais para se vestir hoje. Mesmo tendo sido jovem na mesma época que Steve, Bucky era mais moderno principalmente na hora de se vestir, já que Steve quase sempre parecia um vovô. Um vovô bonitão e musculoso. O corpo de Bucky perfeitamente formado por músculos compondo a estrutura da roupa. Passa rapidamente pela cabeça de (N) que ele poderia modelar para qualquer marca famosa.

‘’Oi James!’’ Ela fala, antes que começasse a babar.

‘’(N). Como foi o encontro?’’

Eles já vão entrando e cada um tomando seu lugar. (N) como de costume na confortável cadeira branca e Bucky no sofá.

Ele percebe que (N) suspira quando ouve a pergunta, deixando a expressão da garota triste em contraste com alguns segundos atrás.

‘’Foi um saco.’’

‘’(N), ele fez alguma coisa?’’

‘’Ele foi e é um idiota. Já passou.’’

‘’(N), ele te machucou? O que aconteceu?.’’

A médica observou ele apertar o punho da mão esquerda, um Bucky extremamente protetor estava vindo a tona.

‘’James, eu estou bem. Está tudo bem.’’

Ele suspira e passa a mão direita nos cabelos, arrumando para trás. ‘’(N), não brinca com isso…’’

Bucky tinha conhecimento de seu lugar na vida de (N): um paciente. Mas mesmo assim não se permitia deixar que nada nem ninguém fizesse mal a ela. Só de pensar que outro homem poderia ter tocado ela sem permissão o deixa nervoso. Ele pensa que a médica merecia alguém que a respeitasse e a colocasse a frente de tudo. Mesmo se ela encontrasse essa pessoa, Bucky sabia ainda não seria o suficiente. Bem no fundo ele sabia o que isso significava: só ele poderia cuidar dela do jeito certo.

Após alguns segundos de olhares trocados, (N) desperta e volta a realidade, desligando-se dos olhos azuis de Bucky.

‘’Você não veio até aqui para falar de mim então vamos lá.’’ Ela desce o olhar para o tablet em seu colo.

Eles entraram na consulta, de fato. Hoje era o dia preferido de Bucky: hipnose. Era quando ele tinha oportunidade de acessar as memórias que a Hydra havia apagado. Algumas coisas foram recuperadas, como momentos bons com Steve e lembranças de sua família. Infelizmente (N) não conseguia apagar memórias, como os momentos de Soldado Invernal, então o plano era ressaltar as coisas boas, ofuscando as ruins.

No fim ele acorda com a voz macia de (N), como sempre. Após alguns segundos apenas relaxando, ele senta e aceita a garrafinha d’água que ela oferece.

‘’Você é a melhor.’’

‘’Hum?’’

‘’Eu joguei seu nome no Google. Você é realmente a melhor. Por isso Fury chamou você pra cuidar de mim.’’

(N) ficou em silêncio, parecia desconfortável, mas Bucky continua.

‘’O que você faz não se aprende em nenhuma universidade. Da onde veio isso?’’

‘’Eu não sei, James. Eu simplesmente faço.’’

‘’Desde quando?’’

‘’Hey, isso está ficando bem pessoal.’’

‘’Algum problema em compartilhar? Precisamos trabalhar nisso.’’ Bucky brinca, usando a frase dela contra ela, fazendo a médica rir.

‘’Hey, você já está bem atrevido Barnes. Fazendo piadas e tudo mais.’’ Ela ignora os olhares de Bucky, tentando esconder as bochechas coradas, tímida.

Os dois se levantam e Bucky vai até a porta, até que tem uma idéia e decide simplesmente agir. Com a mão esquerda segurando a maçaneta da porta e a direita livre, ele toca suavemente o ombro de (N), fazendo ela levantar o olhar e encontrar o dele.

‘’Até sexta, doc.’’ Ele apenas diz, curvando-se um pouco até alcançar um lugar entre o maxilar de (N) e a orelha, aproveitando o curto espaço de tempo para inalar o perfume dos cabelos dela e guardar na memória.

Quando (N) conseguiu abrir os olhos e voltar a realidade ela percebeu que estava sozinha no hall, Bucky já havia ído embora.

Isso aconteceu mesmo?