História RECOMEÇO - Declínio.

Ivalo - Finlândia,
segunda feira,
9hs.

Steve, Bucky e Tony vão em campo para o que parecia ser uma base da Hydra. Perdidos em algum lugar no meio da neve, enquanto olhavam para o horizonte não enxergavam nada além de branco. Foram pouco mais de 24 horas para achar a região, que aparentemente era algum tipo de emboscada, pois não haviam vestígios de Hydra ali.

‘’Tem algo errado.’’ Bucky olhava em volta, os cabelos voando e o olhar fixo pelo chão e céu, como se tentasse encontrar alguma coisa. ‘’Está aqui.’’

‘’Bucky…’’ Steve tinha as três linhas de expressão na testa, tentando entender o amigo.

Sem avisar, Bucky dá um soco na neve e vai enterrando o braço de metal até quase fazer ele sumir no chão. Um barulho que parecia metal batendo em metal começa a intrigar toda a equipe. Steve e Tony trocam olhares curiosos. A voz de Natasha aparece no ouvido de todos.

‘’Ele está certo. Está embaixo de vocês.’’ Ela e Clint estavam no jato, sobrevoando a região. ‘’Deve ser algo muito importante para ser guardado aqui e tão bem escondido.’’

‘’Como diabos você sabia disso?’’ Tony pergunta.

Bucky levanta e arruma os cabelos para trás, logo ele tira o lançador de bombas das costas, fazendo os dois colegas se afastarem.

‘’WHOA!’’ Tony ergue as mãos, sempre humorístico.

‘’É melhor chegarem para trás.’’ Bucky avisa, carregando a arma.

Mesmo não sendo totalmente a favor da ideia, Steve segue o conselho do amigo e corre na direção contrária. Tony voa para longe enquanto Bucky tomava distância para disparar a arma e quando ele faz, a explosão faz neve e pedaços de porta saltarem para todos os lados.

‘’Delicado como uma flor.’’ Tony diz, vendo o estrago que Bucky havia feito.

Quando eles se aproximam do enorme buraco, Steve solta um palavrão.

‘’A situação deve ser mesmo alarmante, até o Capitão está xingando.’’ Natasha responde, ecoando no ouvido de todos.

Depois da porta que eles haviam aberto haviam andaimes contornando a circunferência da fortaleza que se aprofundava ainda mais. Metros abaixo de ferro e concreto. Era óbvio que aquilo estava ali a muitos anos, pois já era uma construção antiga, porém intacta. Enquanto desciam mais um pouco era possível ver outra porta, essa com um identificador de digital.

Para Bucky estava tudo muito estranhamente fácil. Ele não queria entrar lá, mas não deixaria os colegas em campo por ‘medo’. Ele para na frente da porta e olha o identificador, sabendo o que fazer.

Steve e Tony ficam alguns segundos sem respirar, aguardando o que aconteceria a seguir. Bucky posiciona o dedo no local e o éco da porta de ferro abrindo agride o ouvido de todos, anunciando que agora sim, eles estavam oficialmente dentro.

O local parecia exatamente com as outras bases da Hydra, grande, úmido e cheio de monitores por todos os lados, exceto por algo que deixa Bucky perturbado: uma cadeira e os eletrodos em volta. Agora ele tinha certeza que já estivera naquele lugar em algum momento. Steve não ouviu ele dizer, mas sabia que o amigo estava em pânico. Ele coloca uma mão nas costas de Bucky e procura encontrar o olhar do amigo, tentando fazer com que ele entendesse que estava tudo bem, que eles estavam juntos agora.

O momento é cortado com uma explosão e de repente um grupo de soldados da Hydra aparecem, atacando contra Steve, Bucky e Tony.

‘’Estamos descendo!’’ A voz de Clint ecoa pelos ouvidos de todos, anunciando que ele e Natasha estavam pousando o jato para ajudar os outros.

Quando eles começaram a brigar ficou evidente que não eram simplesmente humanos e sim super soldados. Bucky tinha vantagem sobre eles devido ao braço de metal, pois podia facilmente atirar uma pessoa longe com a mão esquerda. O que ele não conseguiu prever foi três pessoas que vieram por trás, duas segurando seus braços e a outra aplicando algo em seu pescoço.

Do outro lado da sala Steve lança um olhar para o amigo e ele estava sendo carregado pelos três super soldados para a cadeira dos pesadelos de Bucky. Eles deitam ele ali e imobilizam os braços e pernas de um Bucky desacordado, até que uma voz começa a ecoar dentro de toda a instalação.

LONGING.

RUSTED.

SEVENTEEN.

‘’NÃO!’’ Steve grita, tentando olhar para a origem do som, mas ele parecia vir de todos os lugares, então ele tenta correr até onde Bucky estava, mas quatro paredes subiam, cercando o soldado. ‘’BUCKY!’’

Mesmo com as paredes era possível enxergar Bucky acordando aos poucos. Berros de terror do soldado rasgavam os ouvidos de todos e o coração de Steve, que estava em pânico por ver o amigo sofrer de tal forma sem conseguir fazer nada. Tony pensa rápido e corre até a parede, usando os artifícios de seu traje para conseguir abrir uma fenda.

DAYBREAK.

FURNACE.

NINE.

Assistir aquilo acontecer era no mínimo apavorante. Steve não conseguia agir. Bucky ainda estava ali, gritando, pedindo por socorro enquanto tinha os braços e pernas amarrados, impossibilitado de tomar qualquer atitude.

BENIGN.

HOMECOMING.

ONE.

Já era tarde demais, o Soldado Invernal já havia tomado conta de Bucky. Ele solta a mão esquerda e depois a direita.

FREIGHT CAR.

Tony conseguiu abrir um buraco na parede que foi desnecessário, pois as quatro descem, abrindo caminho para o Soldado Invernal e os outros virem para cima.

Lá do alto Clint dava cobertura para Natasha, que estava descendo para ajudar os colegas com os últimos três super soldados enquanto Steve era atacado pelo Invernal.

‘’BUCKY, SOU EU!’’ Steve gritava, se defendendo dos golpes. O Soldado Invernal tinha o olhar gélido, parado e sem nenhum vestígio de emoção. Steve se negava a lutar com ele, sabendo que era fisicamente impossível para Bucky ou para qualquer um lutar contra àquele tipo de manipulação da Hydra.

‘’Capitão, Tony!’’ Essa era a voz de Clint no ponto que todos usavam para se comunicar. ‘’Segurem ele pra mim.’’

De primeira Steve não entendeu, mas sem contestar ele fez o que Clint pediu, segurou os braços de Bucky para trás por alguns segundos, sendo esses o suficiente. Tony estava junto dando assistência, pois o traje conseguia segurar grandes pesos.

De repente o Soldado para de se debater, o corpo começa a se soltar e Steve precisou segurar o amigo para que ele não caísse no chão, desacordado.

‘’Temos que levá-lo para alguma assistência médica. Ele está sobre efeito de uma grande quantidade de tranquilizante. Mesmo tendo o DNA alterado e sendo mais forte que um humano normal, ele pode não aguentar.’’ Diz Tony, lançando um olhar cauteloso para Steve.

‘’Entendido, Tony. Leve-o para Bruce, por favor. Eu vou ficar mais um pouco e verificar melhor o local.’’ Steve deixa Tony levantar o amigo nos braços. ‘’Deve ter muito mais coisa que não sabemos aqui em baixo.’’

‘’Ok. Nat e Clint vão te fazer companhia. Bruce está dentro do jato, ele vai me ajudar com o homem de lata.’’ Tony voa com Bucky nos braços até a superfície, logo entrando no jato.

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Nova York,
terça feira,
13hs,

(N) foi chamada às pressas para se apresentar na torre dos Avengers. Quando recebeu a ligação de Fury solicitando sua visita ela já sabia do que se tratava. Bucky. Por mais próxima que ela tivesse ficado do sargento nos últimos meses, (N) ainda assim era sua psiquiatra, ou seja, quando algo desse errado com o consciente de Bucky, ela seria chamada. E assim aconteceu.

Steve preferiu brigar com quem fosse preciso, mas estava decidido em manter o amigo em um dos quartos da torre. Equipado com todos os aparatos médicos necessários, o quarto de Bucky estava como uma luxuosa enfermaria. Ele havia recém sido arrumado por algumas enfermeiras e Bruce fazia os primeiros socorros. Ele ergue o olhar e mostra um sorriso calmo quando vê a médica, como se a esperasse.

(N) não pode deixar de sentir um alívio quando pôde perceber que Bucky estava inteiro, respirando e sem maiores sinais de sofrimento. Mas uma grande preocupação ameaça esmagar o peito da médica. Se eles me chamaram é porque o problema está no cérebro.

Droga, Bucky. Acorda. Volta pra mim.

‘’Você é a melhor para dizer isso mas… eu acho que ele está em coma.’’ As palavras de Bruce agridem a médica de um jeito que ela não estava esperando. ‘’Coma? Mas o que aconteceu lá?’’

‘’As palavras. Ele foi ‘acionado’, o Soldado Invernal.’’ O cientista explica, sempre muito paciente e calmo, as duas mãos juntas enquanto falava. ‘’Era tudo uma emboscada,  eles queriam ele de volta. Foi por bem pouco que não conseguiram. Aplicaram tranquilizantes, amarraram ele numa cadeira e começaram a falar aquelas coisas. Em questão de segundos o Bucky não existia mais.’’

(N) ouvia calada enquanto examinava cada sinal vital de James, fazendo um mantra em sua cabeça para que ele acordasse a qualquer momento, como um milagre.

Infelizmente isso não aconteceu.