História Recomeço!! (Taehyung) - 17

-Tenho tempo para pensar?

-Você tem o tempo de duração da aula. Cinco horas. Mas sem pressão, fique tranquila… – Seus lábios beijaram os meus mais uma vez, mas com calma. Seu dedão acariciava minha bochecha com ternura e acabei sorrindo sem querer.

-Tudo bem. Acho melhor nos arrumarmos… Será que você pode sair? É que eu preciso trocar de roupa e…

***

-Mas você nem sabe onde o seu uniforme está. Aqui, deixa que eu pego. – Ele foi até o guarda-roupa e me entregou uma camiseta e uma saia, ambas vermelhas e brancas.

-Por que eu tenho uniformes na sua casa?

-Você costumava vir muito aqui depois da aula – Assenti e fiquei segurando a roupa, esperando que ele saísse. – Se você se sentir mais confortável, pode ir para o banheiro se arrumar, mas fique sabendo que não tem nada aí que eu já não tenha visto.

-Eu vou para o banheiro – Falei e saí do quarto, indo para o cômodo me arrumar.

Assim que coloquei a roupa, escovei o cabelo e fiz uma trança, jogando-a para frente por cima do ombro. Procurei por maquiagens, mas não encontrei. Ao meu olhar no espelho com mais atenção de novo, vi a cicatriz. Tive vontade de perguntar para o V sobre aquilo, mas não sabia se deveria.

Três batidas na porta me fizeram pular de susto, então a abri, dando de cara com um V sorridente. Ele passou por mim e começou a se arrumar, cantarolando alguma música. Eu saí do banheiro e me sentei no sofá, olhando fixamente para a televisão desligada.

-Quer saber de uma coisa? – Perguntou ele, se aproximando de mim. – Você sempre ficou bem em roupas de colégio, vivia me deixando com ciúme dos seus colegas de classe.

-Jura?

-Não só deles, claro – O silêncio se instalou e ele se sentou ao meu lado. – Vamos sair de casa daqui a pouco, tudo bem?  - Assenti e senti sua mão segurando a minha. Olhei para baixo e vi seus dedos entrelaçados nos meus.

-V… De onde surgiu essa cicatriz no meu rosto? – Tae ficou com o corpo ereto e sua respiração ficou um pouco descompassada. Seus dedos apertaram os meus e ele abaixou o olhar. – Não gosta de falar disso?

-Eu prefiro não lembrar…

-Você prometeu que iria me contar tudo… Eu sei que deve doer lembrar do que quer que seja, mas não pode segurar essa dor e me dizer de onde veio? – Ele segurou com mais força ainda minha mão, fazendo-a formigar.

-Essa cicatriz surgiu no seu rosto há dois anos atrás, quando estávamos junto com os meninos da gangue. Começamos a brigar e as coisas acabaram ficando bem, bem feias. Então, tecnicamente, meu canivete acertou… Seu rosto.

-Co-como assim?

-Fui eu quem fez essa cicatriz enorme no seu rosto, ______.