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História Reconstrução - Capítulo Cinco


Escrita por: MLI23

Notas do Autor


Voltei, demorei muito porque fiquei nadando em dúvidas nesses últimos dias. Mas aqui esta! Boa leitura...

Capítulo 6 - Capítulo Cinco


SARAH

   Estou quase pronta pra a escola. Já tomei café e estou embalando minhas coisas quando ouço a campainha da porta. Ainda é muito cedo para visitas e não pode ser nada relacionado a trabalho, já que meu pai ainda não voltou de viagem. Desço as escadas e abro a porta para encontrar Jonas segurando o que deve ser a maior caixa de rosquinhas do mundo e exibindo um grande sorriso.
   - Algo me diz que você pode precisar delas hoje. - ele cantarola, enquanto balança a caixa em frente ao meu rosto.
   - Porque você me conhece tão bem? - tanto que chega a ser assustador.
    - Não é grande coisa, só imaginei que depois do que houve sexta, alguma coragem em forma de açúcar e gordura não ia fazer mal algum... - ele não poderia estar mais certo.
   Passei o fim de semana me preparando. Procurei qualquer vestígio do vexame que dei nas redes sociais, mas só encontrei as fotos que foram tiradas antes de tudo ir ladeira abaixo. Fiquei muito aliviada quando notei. Mas esse pequeno milagre não muda o que aconteceu antes de eu sair da festa. Eu fiquei bêbada, terrivelmente doente, vomitei em outra pessoa, participei de uma briga e mostrei uma parte da minha personalidade que era, até então, desconhecida. Considerei inúmeras possibilidades no que diz respeito ao que pode acontecer na escola hoje. Minhas opções são: a) vou ter que suportar os comentários sussurrados durante todo o dia; b) vou ser abordada e questionada diretamente sobre o que aconteceu; e c) vamos todos fingir que nada aconteceu.
   Das alternativas, a ultima é a menos provável de acontecer e, a segunda, a que me deixa mais assustada. E também não posso deixar de pensar em como vou reagir quando puser meus olhos em Daniel de novo, agora que tenho certeza que ele sabe o que eu escondo. Quero conversar com ele e perguntar como ele descobriu, mas sei que isso não é, e não vai ser possível por um tempo. Não depois daquela louca ter gritado que ele está me "fodendo", - ODEIO essa palavra - para quem quisesse ouvir.
   Eu sei que o ditado diz:" Quem não deve, não teme.". Mas posso assegurar que quem disse isso não era uma adolescente de 17 anos acusada de ser uma vadia na frente de um monte de gente. Eu sei que não fiz nada. Mas para pessoas mal intencionadas, meia ofensa basta. Então eu não quero nem imaginar o que essas pessoas fizeram com todas as atrocidades que aquela mal educada disse.
   - E você estava certo. - digo abrindo a tampa e pegando uma rosquinha coberta de chocolate e granulados. - Você é um salva vidas. Obrigada.
   Levo mais alguns minutos arrumando tudo o que eu vou precisar para o dia e saimos em seguida. No caminho para a escola, Jonas tenta me distrair da melhor maneira possível, e eu realmente aprecio isso, mas acho que nada vai ser capaz de desfazer os nós de ansiedade que me prendem agora. Estaciono e assim que saio do carro posso sentir o peso dos olhares. Sinto como se todos num raio de 150 metros estivesse me observando, e provavelmente estou certa.
   Faço o meu caminho até a sala de aula e mantenho um sorriso radiante no rosto. Embora hoje seja por um motivo diferente, eu preciso continuar aparentando felicidade. Não posso deixar transparacer o quanto o escândalo de sexta a noite mexeu comigo. Cumprimento as pessoas como sempre e noto que não vi Daniel, nem sua namorada, de quem eu preciso descobrir o nome. Estou ficando cansada de chama-la de louca, embora ela seja.
   Jonas e eu entramos na sala e sentamos, fazendo o nosso melhor para ignorar os olhares e sussuros que nos cercam. Parece que a primeira alternativa ganhou. Comemos mais algumas rosquinhas antes que o sinal toque e o professor de História entre. Pelo menos pelas próximas horas, as pessoas vão ser obrigadas a prestar atenção em outras coisas.
   As primeiras aulas passam como um borrão, e já estamos em horário de almoço. Sentamos na mesa de sempre, e mais uma vez, sinto que estou sendo observada. Realmente espero que isso não dure muito, porque não faz nem um dia e meus nervos ja estão entrando em pane. Quando penso que a situação esta ficando insuportável, os sussuros ensurdecedores se calam e sinto os cabelos da minha nuca se arrepiarem. Isso não é um bom sinal. Tento olhar discretamente por cima do meu ombro e quando consigo, eu entendo porque todos se calaram. Daniel e sua garota acabaram de entrar no refeitório. Não posso me ajudar e acabo olhando nos olhos dele, mas, graças a deus, meu celular chama minha atenção quando sinaliza que eu recebi uma memsagem. Desvio o olhar e rapidamente a abro.
   Leio uma, e outra vez, mas não entendo o que está escrito. A mansagem contém a seguinte pergunta: "Você realmente sabe como sua mãe morreu?". É como se meu corpo inteiro tivesse congelado.

DANIEL

   Entro no refeitório como se nada de estranho estivesse acontecendo, como se as unhas de Demi não estivessem rompendo a pele do meu braço. Depois da saída de Sarah da festa na sexta, Demi entrou em parafuso e chorou como se seu gato tivesse morrido. E só pra constar, ela é louca pelo Samuel.
   Levei horas para controlar a crise, e convencer ela de que não existe nada entre mim e a Sarah. Mas tudo que eu disse não apagou a briga que elas tiveram, afinal ela começou por outro motivo.
   - Eu acho bom os seus olhos não passarem nem perto da bonequinha. - Demi sibila, enquanto aperta ainda mais. Se continuar assim, ela vai acabar tirando sangue, e por isso não vou dizer que já é tarde demais para esse aviso. Meus olhos pousaram nela assim que entrei nesse salão, bebendo sua imagem. Hoje ela está com os cabelos negros soltos, e usando um vestido de verão azul claro apertado na cintura. Essa cor realmente fica bem contra a sua pele bronzeada. Quando encontro seus olhos verdes, é como se uma descarga elétrica cruzasse o meu corpo. Por um momento ela olhou para mim por cima do ombro e pude ver o quanto ela está desconfortável com essa situação, seu olhar viajando entre mim e Demi. Mas algo mais chama sua atenção, e ela volta o rosto para a frente outra vez. Ela vê algo que deixa seu corpo todo tenso. Parece que depois de ter segurado ela em meus braços, eu me tornei ainda mais sensível ao que acontece com ela.
   Demi me puxa, não tão sutilmente, para a fila da comida e se mantém tão perto de mim, que as pessoas podem se confundir e pensar que estamos fisicamente ligados. Pegamos nossa comiga e sentamos na mesma mesa de todos os dias, que para meu azar e minha felicidade, fica de frente para a mesa de Sarah. Aposto que até hoje Demi não tinha se dado conta disso, e é visivel quando ela percebe. Seu corpo todo fica mortalmente quieto. Ignoro e me sento como se fosse outro dia qualquer. Tenho que fazer o possivel para acabar com as suspeitas dela, se eu não conseguir demover ela dessa idéia, ela vai tornar nossas vidas, minha e de Sarah, um inferno na terra. Eu realmente não quero pagar para ver.
   Começo a comer fazendo o que eu posso para agir como se minha comida estivesse realmente boa, boa o suficiente para ganhar toda a minha atenção, mas não sinto o gosto de nada. A única coisa na minha mente é Sarah, e o motivo de ela ter ficado tão tensa de repente. Será que foi por nossa causa? Sei que a conversa que tive com Demi na festa mudou tudo. Tenho certeza que, antes de ouvir minhas palavras, Sarah não fazia idéia que eu posso ver a sua verdadeira face. Nós devíamos conversar, mas com as pessoas ao redor vigiando e comentando cada movimento nosso, não vai ser possível.
   E ainda tem o meu namoro com Demi. Gosto do tempo que passamos juntos, mas ainda não sinto nada além de desejo e respeito por ela. Durante o final de semana, a possibilidade de terminar com ela passou pela minha cabeça e não pensei em terminar com ela por causa da Sarah. Depois do escândalo que ela armou na festa, me peguei pensando se realmente vale a pena continuar com alguém tão instável, só pelo sexo incrível. Sei que a resposta pode ser óbvio para outras pessoas, mas pra mim é difícil. O sexo é realmente muito bom.
   Cansei de encarar meu prato e levanto a cabeça, tentando olhar discretamente para Sarah através do espaço que nos separa. O que eu vejo no entanto, me deixa profundamente preocupado. Sarah está pálida enquanto encara o próprio celular. Então foi isso que chamou sua atenção? Parece que ela esteve olhando para ele esse tempo todo. Não consigo desviar meu olhar dela agora e, como se ela sentisse meus olhos sobre ela, ela levanta a cabeça e olha diretamente pra mim. O olhar em seus olhos me deixa sem fôlego. Ela tem a mesma expressão que tinha quando a encontrei chorando em baixo da arquibancada. Noto que o cara, que está sempre com ela, está tentando chamar sua atenção, mas seus olhos continuam trancados nos meus. O flash de algo passa pela imensidão verde do seu olhar e parece que ela se deu conta de que estava me encarando. Ela se levanta com um pulo e acaba derrubando a bandeja, chamando a atenção de todos ao seu redor. Ela desvia o olhar para a bagunça no chão, e encontra meu olhar uma vez mais antes de sair correndo do refeitório.
   Antes que eu possa pensar melhor, essa necessidade de ver se ela está bem, que surgiu quando eu a vi demoronar, me empurra na direção em que ela foi. Não sei o que é, mas algo está errado, e eu não consigo me controlar. Tenho que saber o que.
   Enquanto deixo a sala correndo, posso ouvir os gritos de Demi atrás de mim. Parece que meu plano para convencer ela de que não existe nada entre nós, foi destruído antes mesmo de entrar em prática. Mas no momento, a única coisa em minha mente é descobrir o que está acontecendo com a garota que tem minha atenção há mais de quatro meses.


Notas Finais


E então? Demorei para postar esse, e provavelmente vou demorar para postar o próximo também. Minha Internet está no fim. T_T
Vida de desempregada é assim mesmo. Espero que tenham gostado e que continuem comigo nessa jornada. Até a próxima, pessoal!!!


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