1. Spirit Fanfics >
  2. Reconstruindo o Coração! >
  3. Como uma borboleta

História Reconstruindo o Coração! - Como uma borboleta


Escrita por: AnaCrisGN

Notas do Autor


AAAAAAAAAA COMO AMO ESSE CAPÍTULO
S E M P A L A V R A S
até lá embaixo e boa leitura, desculpem os erros <3

Capítulo 14 - Como uma borboleta


Fanfic / Fanfiction Reconstruindo o Coração! - Como uma borboleta

Yeva 

Estávamos andando pela vizinhança, Jungkook eu e Sook de mãos dadas. Rindo e conversando alegremente, Sook soltou sua mão da minha e saiu correndo em direção ao parquinho que, estava repleto de crianças gritando. Aquele dia estava perfeito, o céu limpo e uma leve brisa batiam em nossos rostos. Escutei Jungkook me chamar e virei na direção do mesmo, ele estava lindo. Seus cabelos balançavam com o vento enquanto ele mantinha um sorriso perfeito no rosto que, estava com um brilho incrível por conta de alguns raios do Sol que batiam no mesmo.  

– Eu te amo. – Sorri, por mais que ele nunca tenha me dito essas palavras, quando saíram de sua boca fora como se tivesse completado algo que tivesse sido arrancado de mim a séculos.   

– Eu tamb- – Não tive a oportunidade de responder pois o tempo havia começado a se fechar, as nuvens pesadas tampando o Sol e a leve brisa que antes batia em meu rosto se tornou um vento forte, me arrancando arrepios. Senti Jungkook me abraçar, me aquecendo. Antes que eu pudesse chamar Sook ela já estava ao meu lado, me puxando para ir embora.   

Entrelaçamos nossas mãos outra vez, na mesma ordem que antes e nos viramos para voltar para "casa". Dessa vez correndo, passamos pelo mesmo caminho de antes. Escutei um grito em meu ouvido direito e quando percebi, Sook estava sendo puxada de mim por algo, que eu não consegui identificar o que era.  

Por mais que eu usasse todas as minhas forças, não consegui gritar ou correr atrás, apenas continuei correndo com Jungkook, agora sentindo grossas gotas de chuvas caírem em meu rosto. Olhei em volta e a rua estava completamente deserta, apenas um carro de luxo que estava a alguns metros de distância de nós. Passamos ao lado desse mesmo carro. Senti Jungkook ser puxado de mim, do mesmo jeito de Sook. Dessa vez eu tentei com todas as minhas forças segura-lo e continuar correndo, mas quem estava o puxando era mais forte.  

– Não desista, eu te amo! – Foram as últimas coisas que eu pude ouvir antes de tirarem ele de mim, a porta do carro foi fechada e o mesmo arrancou, virando em alta velocidade na esquina.  

As gotas da chuva se misturaram com as lágrimas e eu novamente voltei a correr. De repente o ambiente mudou, eu não estava na rua e sim num lugar completamente branco, que me fizera colocar as mãos sobre os olhos para me acostumar a claridade. Minha mente estava do mesmo jeito, completamente em branco, não havia memória alguma ou qualquer mera lembrança em minha cabeça, meu único objetivo era esse: Correr.  

Minhas roupas já não eram as mesmas também, estava apenas com um vestido branco de seda e os pés desnudos. Meus cabelos agora não estavam molhados como antes e completamente secos, balançavam ao vento enquanto eu corria.   

Tentava correr para o final do corredor, no qual as paredes se fechavam a cada passo meu. Por mais que eu corresse o corredor nunca acabava, sempre tinha mais, como um loop infinito. Corri para todas as direções, mas nunca chegava a lugar algum.   

A única coisa de diferente que eu notei era um relógio de ponteiro em meu pulso, marcando exatamente três horas. Franzi o cenho e continuei a correr.  

Em momento algum eu pensava em parar, por mais que meus pulmões e todo o resto do meu corpo implorassem por isso. De repente tropecei em algo e fui direto ao chão. Abri os olhos que eu havia fechado sem perceber para olhar a causa do meu tombo horrível e percebi que não estava mais no corredor infinito.   

Como se eu tivesse sido tele transportada a cena muda, me dando a visão de um pequeno quarto sem qualquer iluminação. Olhei ao redor para procurar um jeito de fugir, e vi uma enorme escadaria com uma porta em seu topo. Antes que eu pensasse em correr para subir e tentar abri-la percebi que estava presa em algo, uma pilastra. Meus pés e mãos estavam amarrados e um pano mofado estava amordaçando minha boca.  

A porta que estava no topo da escada foi aberta de repente, causando um estrondo ao bater na parede. Olhei na direção da mesma e vi a sombra de uma pessoa, que estava totalmente de preto. Tentei olhar atrás de seu corpo, mas vi apenas um ambiente branco (que parecia o lugar que eu estava antes de me encontrar presa aqui).  

A cada passo que ele ficava mais próximo de mim meu corpo ficava tenso e eu me encolhia cada vez mais. Quando estávamos frente a frente eu me encontrava encolhida em posição fetal no chão sujo daquele lugar.   

Voltei a observar seu rosto que estava coberto por uma máscara, uma touca e um óculos, ambos da cor preta. A sua roupa não era diferente. Ele percebeu minha curiosidade e destampou seu rosto. Aquilo não havia adiantado de nada, por mais que eu forçasse minha visão, seu rosto estava continuava num completo breu. Aquela coisa não era um humano.  

A única certeza que eu tinha que aquela coisa era um homem. Eu senti um enorme medo percorrer por todo meu ser ao perceber um sorriso, no mínimo bizarro, transparecer em sua face completamente alheia de qualquer tipo de traço humano. Depois de alguns segundos nos encarando ele simplesmente me dá as costas e se vai. Gritei pra ele ficar e me desamarrar, mas foi em vão (como a maioria das coisas que eu estava fazendo).  

Outras duas pessoas surgiram no meu campo de visão. Reconheci apenas uma como Jungkook, a outra também era uma sombra. Acabei franzindo o cenho, Jungkook não havia sido sequestrado? Ele estava com uma expressão fechada, completamente exausto.  

– Quando vai contar a ela? – A sombra perguntou e Jungkook a ignorou.  

– Por favor, me deixe a ver. Eu a amo. – A sombra respondeu com um não tão grave, que até me fizera me assustar um pouco. Ele fechou um pouco mais suas feições e empurrou a sombra, a fazendo sumir. Eu era uma mera espectadora, ele não me via.  

Ele continuou andando e de repente entrou em uma sala, parecida com uma sala de hospital. Tentei soltar meus pés da corda que os prendiam e consegui (pela primeira vez). Me aproximei de onde ele estava e arregalei os olhos ao ver aquela cena: Meu corpo estava sobre a cama do hospital, repleto de machucados, pálido e cheio de tubos. Eu estava uma moribunda ali. Jungkook acariciava minha mão que estava sobre a cama, enquanto chorava baixinho.  

– Não me diga adeus* Yeva. – Iria acariciar suas costas mas outra vez a cena mudou.  

Estava correndo outra vez, mas diferente das outras vezes eu não estava sozinha. Jungkook me puxava enquanto corríamos. E diferente das outras vezes também, quando eu me cansei, tive que parar.  

– Eu não consigo mais Jungkook. – As palavras pularam de minha boca.  

– Vamos correr Yeva, correr mais uma vez! Eu não consigo parar. * – Mesmo não entendendo o porquê, eu voltei a correr.  

– E se cairmos e nos machucarmos? – Perguntei, ofegante enquanto continuávamos a correr.  

– Vamos correr Yeva, correr mais uma vez! – Repetiu a mesma frase de antes. Franzi o cenho – Está tudo bem se cairmos, está tudo bem se nos machucarmos. A única coisa que consigo fazer é correr. – Não consegui dizer mais nada, em minha mente rondavam milhares de perguntas, mas a principal era: "O que diabos estava acontecendo?"  

De repente o caminho que estávamos tomando tomou forma e estávamos novamente no mesmo lugar: Andando de mãos dadas: Jungkook, eu e Sook. Em um flash Sook abriu a porta do quarto, onde Lisa estava. Elas se abraçaram e em outro flash eu estava de frente para o quarto de Jungkook. Sem mais nem menos gemidos invadiram meus ouvidos, fazendo meus músculos se tornarem tensos.  

Como se já não bastasse, minhas mãos se moveram sozinhas e foram em direção a maçaneta da porta. Tentei usar minhas forças pra fechar meus olhos e não ver as cenas, mas falhei miseravelmente. Um grito agudo saiu de meus lábios ao ver uma garota cavalgando em Jungkook.   

Eles continuaram o que estavam fazendo, provavelmente eu não poderia ser vista. De repente a garota joga a cabeça pra trás e, num outro flash, a garota se torna eu. Ao fazer essa descoberta, minha visão escurece por alguns segundos e quando ela volta ao normal uma sensação de prazer invade meu corpo e ao me acostumar, vejo onde eu estava: Na cama com Jungkook, transando com ele. O que eu era a dois segundos atrás se transformou em uma sombra, que se dissipou no ar.  

– Ele não pode saber que você está aqui, corra! – Um flash ocorreu e eu estava vestindo minhas roupas rapidamente, ainda no quarto. Jungkook me ajudou a pular a janela e nos despedimos com um selinho rápido. Quem era "ele"? Por que ele não poderia saber que eu estava ali?  

Com todas essas questões rodando em minha cabeça fiz o que era meu propósito de vida: Correr.  

Acordei ofegante e me sentei na cama, inúmeras lágrimas desciam pelo meu rosto. O que havia acabado de acontecer? Olhei para o lado e vi Jungkook se remexendo, prestes a acordar. Peguei meu celular para ver as horas e no relógio marcavam três horas da madrugada. Senti a mão de Jungkook em minha coxa.  

– O que aconteceu? – Sua voz estava rouca. Olhei pra seu rosto e ele estava amassado.   

– Nada que deva preocupação. – Ou deveria? Ele suspirou e se sentou, ficando na mesma posição que eu.  

– Se você está assim, talvez deva. – Acho que ele se referia as minhas lágrimas. Limpei meu rosto com as mangas de sua blusa e neguei.  

– Foi apenas um sonho, bem esquisito. – Ele riu, acariciando minha bochecha com o indicador.  

– Quer falar sobre isso? – Neguei e ele bocejou. – Tem certeza? – Assenti. – Então eu posso voltar a dormir?  

– Claro, não era nem pra estar acordado. – Sorriu. Me deu um selinho e se virou para o outro lado, voltando a dormir.  

Me levantei da cama já que eu não iria conseguir voltar a dormir, não mesmo. Várias dúvidas rondavam minha cabeça. Por que sempre correr? Talvez tenha algum significado?  

Olhei para Jungkook dormindo serenamente e mais perguntas bombardearam minha mente. Por que ele teria feito parte de quase todos os momentos do sonho? Se o sonho era meu, por que a maioria dele Jungkook participava?  

E aquele homem de preto? Por que só de pensar em seu sorriso maligno me causava arrepios? Isso não deveria acontecer, já que foi apenas um sonho, né?  

Se alguma pessoa me visse nesse estado pensaria que eu estava ficando louca, sinceramente. Por que eu estou dando tanta importância a um sonho?  

Porque talvez tenha sido muito real pra ser um sonho qualquer, tinham muitos detalhes. Geralmente meus sonhos não acontecem tantas coisas assim, apenas coisas bestas, não coisas detalhadas e ricas em informações.  

Eu estava a ponto de explodir, louca por busca de explicação que nem percebi que o dia estava quase amanhecendo. Olhei novamente no relógio do celular e já eram quase seis da manhã. Esperei mais uns cinco minutos e chamei Jungkook, que tampou seu rosto com o travesseiro quando percebeu que eu o chamava pra levantar.  

– Só mais cinco minutos. – Ri, na verdade eu tinha esperado mais cinco minutos. Neguei e puxei a coberta e o travesseiro, jogando no chão. Ele chutou o ar e se encolheu, tampando o rosto com os braços e resmungou.  

– Vamos logo! Eu ainda tenho que levar a Sook pra escola. – Ele me olhou e arregalou os olhos.  

– Você 'tá acordada desde aquela hora? – Balancei a cabeça, afirmando. – Já viu o tamanho de suas olheiras? Deus, parece um fantasma. – Revirei os olhos.  

– Acordou, né? Já vou indo. – Peguei minha calça jeans e fui me vestir no banheiro. Não iria sair desfilando com aquela calça enorme por aí, só ia ficar com o moletom mesmo. Saí do banheiro e calcei meus sapatos. Abri a porta do quarto pra sair mas Jungkook me chamou, ainda deitado na cama (vai ser preguiçoso assim lá na China).  

– E o meu moletom? – Sorri de lado.  

– Vou pensar se devolvo. – Pisquei pra ele e saí do quarto, triunfando.  

[...]  

– Mamãe! – Não tive nem tempo de entrar no quarto direito que Sook já tinha pulado em meu colo, me abraçando. Nunca vi uma pessoa me amar como ela. Os flashes dela sendo tirada de mim vieram à tona em minha mente, me fazendo a abraçar com mais força. Se um dia ela for realmente tirada de mim, eu não iria suportar.  

– Graças a Deus, já estava ligando pra polícia! Onde você estava? – Revirei os olhos, quanto exagero.  

– Não exagera Lisa, eu só não consegui voltar pra cá e dormi no quarto com Jungkook. – Lisa negou e me mostrou o visor do seu celular, que estava em suas mãos desde que eu cheguei. Estava com o número da polícia pronto pra chamar. É, ela não estava exagerando.  

– Sook também estava quase se descabelando, procurando por você. – Ri e me sentei na cama de Lisa, com Sook ainda em meu colo.  

– Me desculpa amor, da próxima vez eu ligo, tudo bem? – Assentiu, percebi que ela já estava de uniforme. Estava um pouco cedo para irmos, então decidi esperar um pouco mais.  

– Eu espero mesmo. – Lisa se intrometeu. Ri e balancei a cabeça. Enquanto não dava a hora fui ao banheiro, pra dar pelo menos uma arrumada no cabelo, deixando num simples rabo de cavalo. Escovei os dentes e lavei o rosto. Por mais que minha cara estivesse quase totalmente derrotada pelo sono, não tomei banho nem nada. Saí do banheiro.  

– Vamos, bebê? – Negou.  

– Eu não sou um bebê, já sou uma mocinha muito crescida! – Eu e Lisa gargalhamos, eu balancei a cabeça, fingindo que tinha entendido.  

– Desculpa! Vamos, mocinha? – Ela sorriu e assentiu, colocando sua mochila nas costas e saindo apressada na frente. Peguei as chaves e o capacete, saindo também do quarto. Estava quase fechando a porta do quarto quando escutamos Lisa falar algo.  

– E o meu abraço? – Sook abriu novamente a porta do quarto e correu para os braços de Lisa, a abraçando. Outro flashback do sonho surgiu em minha mente, a mesma coisa que havia ocorrido no sonho ocorreu agora. Não da mesma forma esquisita que o sonho mostrou, mas as duas se abraçaram do mesmo jeito no sonho, do mesmo ponto de vista. Franzi o cenho encarando a cena, cheguei a apertar a maçaneta da porta pra sentir sua textura e verificar se era real mesmo. E era.  

Eu deveria começar a me preocupar? Porque como eu já disse, aquele sonho tinha muitos detalhes para ser um mero sonho. Sook me chamou, me trazendo de volta a realidade. Um pouco depois já estávamos no caminho de sua escola, e eu continuava pensando naquela cena de mais cedo. Como aquilo poderia ter acontecido exatamente como no sonho? Eu tenho que fazer alguma coisa pra tirar essa dúvida que está me fazendo ficar com uma pulga atrás da orelha.  

[...]  

Desci da moto e fui direto para o refeitório. Minha barriga estava berrando por comida. Avistei todo mundo sentado na mesma mesa de sempre e fui comprar meu lanche, um sanduíche natural e um suco de latinha. Fui me sentar com todos, ao lado de Jungkook, como sempre.  

– A noite foi boa, Yeva? – Tae soltou, antes que eu pudesse responder com uma patada, uma latinha vazia voou em sua cabeça. Jungkook havia tacado, fazendo o coitado massagear o local.   

– Eu já disse pra não falar merda, Taehyung. – Todos riram da careta de Tae pra Jungkook, menos eu.  

– Acho melhor parar Tae, a Yeva não gosta que fale sobre isso com ela. – Lisa disse, enquanto eu encarava meu sanduíche, pronta pra dar uma mordida enorme. Olhei em sua direção e agradeci com um olhar.   

– Por que não? Ela sabe que é verdade. – Disse outra vez, zombando do pedido sério de Lisa.   

Por isso que eu não crio laços com quase ninguém, as pessoas sempre dizem uma coisa que me afeta e eu, como uma pessoa traumatizada, já parto pra violência. Elas não sabem o que fizeram de errado e acabam se afastando. Não sei quantas vezes eu já me distanciei das pessoas por causa disso.  

Eu deveria aprender a me controlar, e acho que eu já deveria começar a praticar, afinal, estava passando da hora. Larguei o sanduíche na bandeja novamente, totalmente séria. Abaixei as mãos e coloquei em minha coxa, tinha que buscar algum lugar para descontar minha raiva.  

– Tae – Forcei um sorriso. – Eu e Jungkook não fizemos nada, apenas vimos um filme, comemos e demos alguns beijos. Diferente de você, eu não sou um animal no cio que fico transando em qualquer momento. – Pisquei pra ele e todos na mesa caíram na gargalhada, até o próprio. Sorri de lado novamente, satisfeita com a minha resposta e soltei minhas coxas, que eu nem percebi estar apertando. Ele não tinha feito por mal e não merecia uma patada da minha parte.  

O sinal para o primeiro tempo soou e todos levantaram, menos eu. Fiquei dividida se iria assistir a aula ou pesquisar alguma coisa sobre essas coisas esquisitas que aconteceram nesse começo de dia. 

– Vamos? – Se eu não for, talvez eu perca muita coisa ou até uma prova surpresa (o que eu acho bem difícil). Se eu for, não vou conseguir prestar atenção em nada, vou ficar viajando e pensando nessa doideira toda. O mais sábio a se fazer era procurar por resposta, eu acho. – Yeva? Vamos! – Nem percebi que Lisa estava me chamando. Balancei a cabeça e olhei pra seu rosto.  

– Lisa, eu acho que não vou. Tenho umas coisas pra pesquisar e não vou conseguir me concentrar. – Assentiu, me deu tchau e saiu andando.   

Comecei a correr em direção a biblioteca. Mas por que eu estava correndo? Parei de correr no mesmo instante e continuei o percurso andando.   

[...]  

Me sentei em uma das cadeiras da enorme biblioteca e tentei me aconchegar. Por onde começar? Talvez procurar algo na internet?  

Coloquei meus fones e uma música aleatória começou a tocar. Me sentei numa cadeira em frente a um dos computadores. Coloquei alguma coisa como: Por que os sonhos se tornam reais? E apareceram vários anúncios de como a minha vida poderia mudar depois que conhecesse algo específico. Como uma pasta de dente ou uma bala. 

Revirei os olhos e fiz uma pergunta mais complexa, aí sim apareceram as respostas que eu queria. O problema seria achar a resposta certa no meio de tantas baboseiras.  

[...]  

Me sentei corretamente quando li o começo da frase naquele blog, me interessei.  

"Sonhos premonitórios são aqueles cujos fatos vistos ou vivenciados durante o sonho realizam-se no plano material. [...]. Quando durante o sono, o espírito estando desprendido do corpo físico, e participando da vida no plano espiritual, ele tem uma visão mais ampla das realidades e das leis que regem a vida e o universo. Nesse estado ele pode com maior facilidade perceber a forma como se desenrola determinados fatos de sua vida ou de outrem, e assim antever o desfecho lógico da situação.  

Outra forma de forma de sonho premonitório é quando estando no plano espiritual, o espírito recebe de um ou mais espíritos evoluídos, informações..."  

– Sobre fatos que ainda estão para ocorrer e ao acordarem trazem a lembrança de tais informações. – Li em voz alta, um pequeno arrepio percorreu meu corpo. Balancei a cabeça e continuei a ler.  

"Uma outra maneira de sonho premonitório é mais rara de ocorrer por se tratar de uma forma mais precisa e rica em detalhes, e às vezes, até com precisão de datas, horas e locais, são verdadeiras visões proféticas, de fatos que irão acontecer em um espaço de tempo que pode variar de algumas horas até vários séculos de antecedência. Nesse tipo de sonho o espírito daquele que sonha é transportado ao local e hora exata no futuro onde os fatos irão acontecer e assiste ao desenrolar das cenas reais e irão recordar dessas imagens com riqueza de detalhes quando despertarem."  

Fechei as guias imediatamente e desliguei o computador. O que era aquilo? Foram tantas informações que meu cérebro pifou. Quer dizer que o que ocorreu comigo no sonho foi uma premonição? Quer dizer que tudo que eu sonhei irá acontecer?   

Mais perguntas rondavam minha cabeça: Quem era o cara que eu estava fugindo? Por que eu sempre estava fugindo e correndo de algo? Será que algum dia eu vou poder descobrir?  

Pelo que eu concluí meu espírito foi transportado aos lugares dos sonhos e presenciou tudo que pode ocorrer em minha vida. Como isso era possível? Me castiguei mentalmente por não ter me olhado no espelho em nenhum momento no sonho.  

Massageei as têmporas nervosa, acho que eu não deveria ter ficado tanto tempo lendo, com os olhos pregados na tela do computador. Ao menos eu consegui tirar algumas das muitas dúvidas que eu tenho.  

O único jeito era esse: Esperar.  

[...]  

Estava lendo um livro sobre horóscopo. Por mais que eu não acreditasse nessas coisas de signo, talvez fizesse algum sentido e eu devesse começar a acreditar, né?  

Senti uma presença atrás de mim, mas resolvi ignorar, deveria ser um aluno procurando um livro na estante, afinal eu estava sentada de frente pra uma. Olhei pelo rabo de olho para os pés da pessoa fingindo estar lendo o livro e vi que na verdade era Jungkook, o que ele pretendia fazer?  

Ele pretendia me assustar, até colocou as mãos em meu ombro e me balançou, falando "boo" num tom alto, eu nem me mexi. Tirei o fone de ouvido e coloquei o livro sobre a mesa, fazendo minha melhor cara de tédio e olhando pra ele.   

– Sério isso? – Perguntei, ele riu e assentiu.  

– Pensei que você se assustasse fácil. – Revirei os olhos e voltei a ler o livro. (Que até agora não tinha nada complementado nada do que eu tinha descoberto.) – O que 'tá fazendo aqui que não foi pra aula? – Contar ou não contar sobre minha descoberta? Será que ele vai me achar muito esquisita se eu disser que estava pesquisando sobre meu sonho?  

Ah, não é nada relevante. Não será necessário. 

– Ah, só procurando algumas coisas. Sentiu minha falta? – Ele riu e não respondeu. – Não era pra você estar estudando? – Ele franziu o cenho.  

– Já acabou faz um tempo, só vim te procurar aqui pra te chamar pra sair. – Arregalei os olhos.  

– Meu Deus! Eu tenho que buscar Sook. – Bati na minha própria testa, guardei o celular na bolsa e o livro numa prateleira qualquer.   

– Ei! Calma, a Lisa foi buscar ela. – Neguei, balançando as mãos de forma exagerada.  

– Mas eu sempre digo pra ela não ir embora com ninguém além de mim. Eu tenho que ir. – Segurou meu pulso.  

– Relaxa, ok? Se acontecer alguma coisa ela vai ligar pra gente. – Assenti, acho que com essa coisa de sonho premonitório eu estou ficando paranoica. Talvez nem tudo que aconteceu lá possa acontecer aqui (eu acho.).  

– Onde você quer me levar? – Ele riu.  

– Surpresa! – Revirei os olhos outra vez, eu sou muito curiosa pra surpresas.  

[...]  

– Vamos pra aquele galpão, lembra? – A surpresa não deu muito certo porque quem iria levar a gente lá era a minha moto e quem iria dirigir seria eu, então ele teve que me contar de qualquer jeito. Ri e subi na moto.  

Eu já disse como é libertador dirigir uma moto? É tão bom sentir o vento batendo no vão do capacete, balançar os cabelos. Por algum motivo Jungkook estava ansioso pra chegar lá, eu deveria estar também?  

Estacionei a moto no beco que tinha lá perto e Jungkook me guiou pro lugar onde estava o galpão. Estávamos quase no enorme portão quando ele bateu na sua própria testa e disse que tinha que buscar uma coisa na laje do galpão e me pediu pra abrir o portão sozinha, até me entregou a chave.  

Abri cadeado por cadeado, tirei cada um e guardei nos bolsos. Antes de puxar o portão, escutei alguém assobiar uma música, olhei pra cima e vi Jungkook, sorrindo. Sorri de volta e ele piscou pra mim, me incentivando a entrar. Assim o fiz.  

Minha boca foi ao chão quando vi várias pessoas que eu nunca imaginaria estar ali. Para dar uma noção pra vocês, até minha mãe estava ali, A MINHA MÃE, que mora do outro lado do mundo.   

Sook, Lisa, Tae, Namjoon, Jin, Hoseok, Suga, Jimin, Kwon e minha mãe. Os mais novos seguravam um pequeno coração.  

O galpão não estava tão enfeitado, só tinha alguns corações nas paredes, nada demais.  

– O que está acontecendo aqui? – Perguntei confusa, no fundo eu já sabia o que era, mas não conseguia cair na real. Todos sorriram e deram de ombros. Corri para abraçar minha mãe e a abracei com toda a força, ela retribuiu rindo e me enchendo de beijo na bochecha. Não conseguia a soltar, a saudade era enorme.   

– Eu sei que você estava com muita saudade, acredite, eu também estou, depois nós a matamos, o que acha? – Disse em meu ouvido, batendo em minha bunda para solta-la. Assenti. – Agora você tem negócios mais importantes para resolver. – Apontou para os pequenos, que estavam atrás de mim, estendendo os corações em minha direção.   

Beijei o topo da cabeça de cada um e peguei o coração, que eu descobri ser um envelope. Dentro de envelope tinha um pequeno bilhete em cartolina vermelha:  

"Olá Yeva, eu não vou dizer muita coisa aqui porque quero dizê-las pessoalmente, olho no olho. Acho que você já deve desconfiar do que seja, se não, você é lerda mesmo. Só quero que suba onde estou.  

Ps: Você deve estar pensando, "por que ele não mandou alguma das pessoas que estão aqui falarem isso pra mim?" Porque eu achei que iria ficar mais romântico, e caramba, ficou pra caralho. <3" Gargalhei e cheirei o bilhetinho. Tinha cheiro de menta e morango. 

Olhei para todos e eles apontaram para o lado de fora, inclusive Sook, pra eu subir lá em cima. Saí do galpão deixando todos ali e fui procurar um jeito de subir. Rodei toda a extensão do galpão e finalmente achei uma escada. Esfreguei as mãos na calça pra enxugar o suor e subi, não sei se era minha ansiedade ou outra coisa, mas a escada parecia ter milhões de degraus.   

Depois do que se pareceu uma eternidade, eu pude finalmente ver o topo da escada e Jungkook, sentando de frente pra escada, provavelmente me esperando. Ele imediatamente se levantou para me ajudar. Segurei sua mão e terminei de subir as escadas. Iria começar a falar, mas ele me interrompeu:  

– Yeva. – Ele segurou minhas mãos. – Eu poderia ter planejado uma enorme declaração, mas eu decidi fazer no improviso, colocar meus sentimentos em forma de palavras. – Abri a boca pra falar alguma coisa e ele colocou o dedo em meus lábios. – Cala a boca senão eu perco a coragem. – Fiz cara de ofendida, mas obedeci. – Lembra daquela garota que eu te disse que, estava apaixonado por cada movimento de seu corpo, por suas curvas, por seu sorriso, por cada pequeno gesto que ela fazia? – Assenti.  

– Lógico que sim. – Falei como se fosse óbvio. 

– Essa garota é você. Não sei como, nem por que, mas eu simplesmente me apaixonei por você. Foi tão rápido que eu nem percebi esse sentimento se apossar de meu ser. Num passe de mágica, eu me pegava pensando em seu sorriso, nas suas idiotices. Quando você fica nervosa comigo e começa a me chamar de Jeon. – Rimos, eu estava calada, completamente encantada com suas palavras. A quão lerda você foi em não perceber que eu estava ali, ontem, ao seu lado, me declarando e você não entendia.   

Arregalei os olhos, quer dizer que eu senti ciúmes de mim mesma? O que? Ele continuou a falar.  

– Em parte o que eu disse era verdade: Todas as vezes que você desferia aquelas palavras para mim, de não termos nada, me machucava profundamente. Eu sempre tenho esse receio, de você não me amar do mesmo jeito que eu. Eu te amo Yeva, com todas as minhas forças e fraquezas, com todo o meu ser. – Sorri apaixonada. Só nesse momento eu percebi: Eu também o amava, da mesma forma ou até mais que ele, com todo o meu ser. E realmente, fora tão rápido que eu não percebi ser amor. 

Talvez tenha até sido amor à primeira vista. 

– Eu te amo Jungkook, e posso gritar com todo ar que tenho meus pulmões essa certeza: Eu te amo. – Ele deu uma risadinha e prosseguiu, estava quase pulando em seu colo para abraça-lo, quase.  

– Me desculpe ser tão clichê, eu planejava a tanto tempo esse momento, mas nunca tive coragem. Eu quero que saiba que, independente do que acontecer, das merdas que eu fizer: Eu te amo. – Soltou minhas mãos e foi a um lugar mais afastado, onde tinha um pano com uma caixa grande, um violão e uma pequena caixinha. Se sentou lá e me chamou, praticamente corri.  

– Isso está tão perfeito. – Ele riu.  

– Calma que ainda tem mais. – Me entregou a caixa maior. Tirei a tampa e lá dentro havia várias fotos minhas, algumas com Jungkook, outras sozinha, e uma outra com o pessoal. Tinha uma minha abraçando e conversando com Sook, estava tão espontânea e tão linda.  

A melhor era uma em que eu estava dormindo na mesa da sala da faculdade e Jungkook beijava minha bochecha, ele estava todo sorridente para mim. Aposto até que foi Lisa que havia tirado aquela foto. Sorri e escutei Jungkook dedilhar o violão, começando a cantar.  
Não pense em nada  
Não diga nem uma palavra  
Apenas me dê um sorriso – Sorri abertamente.  
 
Ainda não consigo acreditar  
Tudo isso parece que foi um sonho  
Não tente desaparecer – "Não vou" eu respondi àquele verso, ele sorriu de canto e continuou a cantar.  
 
Isso é real? Isso é real? – Eu me pergunto a mesma coisa. Isso é real? 
Você, você  
Você é tão linda que tenho medo  
Surreal, surreal  
Você, você, você  
 
Você vai ficar ao meu lado?  
Vai me prometer? – Assenti e acariciei sua bochecha com o polegar.  
Se eu soltar sua mão, você vai voar para longe – "Jamais", murmurei outra vez. 
Vai desaparecer, tenho medo disso  
 
Você vai parar o tempo? – Se fosse para eternizar esse mundo, eu o faria se fosse possível. 
Se esse momento passar  
Como se isso não tivesse acontecido  
Tenho medo disso, eu vou te perder – Eu possuo esse mesmo receio, mas acho que não tenho e jamais terei coragem de admitir isso abertamente. 
 
Você apenas é como uma borboleta – entrelacei meus polegares um no outro e imitei uma borboleta, sorrindo abertamente para Jeon Jungkook. 
De longe, eu roubei olhares; se nós tocarmos as mãos, eu vou te perder? – toquei sua mão com meu indicador rapidamente para não o atrapalhar a dedilhar as notas do violão e vi um brilho admirado surgir em seu olhar. 
Você brilhar nessa escuridão, isso é o efeito borboleta  
Seus toques de luz, eu vou esquecer a realidade só uma vez – "Nós vamos". 
 
É como o vento que gentilmente me acaricia – assoprou em meu rosto para simular o vento e, novamente eu sorri. A qualquer momento eu sabia que, se fosse possível, minhas bochechas ficariam com câimbras pela quantidade de vezes que eu sorria. 
É como o pó que gentilmente deriva ao longo  
Você está lá, mas por alguma razão, eu não posso chegar até você, pare  
Você, que é como um sonho, é uma borboleta para mim, alto – apenas balancei meu corpo pra lá e pra cá, no ritmo de sua voz, apenas aproveitando sua voz. 
 
Surreal, surreal  
Você, você, você  
 
Você vai ficar ao meu lado?  
Vai me prometer? – "Prometo", respondi. 
Se eu soltar sua mão, você vai voar para longe  
Vai desaparecer, tenho medo disso  
 
Os pequenos pedaços caem lá pra baixo  
Do meu coração, um ruído estéril – Eu iria estar no fim dessa ruína para amparar seu coração. 
Eu não sei se isso é real, ou apenas um sonho  
Meu Kafka, à beira-mar  
Não vá em direção à esse bosques, logo ali  
Meu coração ainda está se quebrando por você – "Não deveria estar". O corrigi. "Ainda", completei e ele me mostrou a língua, antes de voltar a cantar os últimos versos. 
(Eu apenas quero vaporizar como isso)  
Meu amor, isso é pra sempre  
É tudo livre pra você, baby – Abri os braços, como se aproveitasse dessa liberdade concedida a mim. 
 

Lágrimas de alegria desceram pelo meu rosto. Nos levantamos outra vez. Ele pegou a pequena caixinha e novamente olhou bem no fundo dos meus olhos.  

– Yeva, depois de toda essa melação, você aceita ser minha namorada? – Eu esperava anéis lindos dentro da caixinha, mas pela centésima vez naquele dia, fui surpreendida.   

Dentro da caixinha tinham dois colares, um com pingente em formato de borboleta e, atrás, grafados delicadamente, "My Bad Girl" e no outro, no formato de um coelhinho, com as palavras "My bunny boy" grafadas em seu verso. Como ele tinha conseguido fazer aquilo? Estavam perfeitos.  

– CLARO! Oras, você ainda pergunta. – Me entregou seu colar e eu coloquei em seu pescoço, e ele, me ajudou a colocar o meu, finalizou o ato, selando minha nuca.  

Ele deixou seu violão junto com o resto das coisas e eu pulei em seu colo, entrelaçando minhas pernas em sua cintura. Ele abraçou minha cintura com os braços e levantou a cabeça para me olhar. Peguei em cada lado de seu rosto e o beijei.  

 Eu te amo. –Sussurrei entre o beijo. Ele apertou o abraço, como se respondesse positivamente.  

Diferente das outras vezes, nosso beijo tinha tantos sentimentos juntos: Alegria, carinho, empolgação e principalmente, amor. Ousaria dizer que esse era o beijo perfeito. 


Notas Finais


*um trecho da letra de Run, do BTS. Sério, eu adoro a traduções das letras daquela época.
E a que nosso Jeonzinho cantou pra Yeva foi Butterfly, do bts tbm saksajssoak
alguém esperava por isso? Algumas sim, eu sei rs
se vocês quiserem entender um pouco mais dessa coisa de sonho premonitório (sério, olhem, é muito interessante), aqui está o link do site que eu peguei essas informações pra não ficar tão confuso: https://www.somostodosum.com.br/artigos/sonhos/sonhos-premonitorios-967.html
alguma de vocês já tiveram algum sonho que se tornaram realidade? eu já, mas não foi exatamente como no sonho, um pouco mais... simples hehe. Mas eu não sei se foi mesmo coincidencia ou não. Fazer o que, né?
link do grupo no whatsapp: https://chat.whatsapp.com/8TtbGcMF6
AMO VOCÊS DE CORAÇÃO, OBRIGADA PELOS FAVORITOS E ATÉ AMANHÃ
CHU~~


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...