História Recovery - Capítulo Dez

Justin Bieber P.O.V

Roma, Itália. 29 de setembro de 2018

Senti meu sangue esfriar depois de ver a cena que me causou ânsia de vômito. Minha filha nos braços de outro homem. Assim que as duas coisinhas loiras me abraçaram, foi como se toda a raiva fosse embora do meu corpo, uma lágrima solitária desceu pelo meu rosto. 

Lágrima de saudades e culpa, pelo que eu fiz com as minhas bebês. Meu olhar se encontrou com o mar azul da minha ex mulher. Ela devolveu friamente. Eu não sabia se estava pronto para vê-la depois de tudo que eu causei. Não estou pronto para reviver os sorrisos em minha mente, os beijos, as noites de amor que tivemos. Tudo. O nosso passado. Mas precisava ser forte. Ela com certeza está sofrendo mais do que eu.

- Que saudade o papai estava dessas loirinhas, meu Deus. – as duas sorriram para mim, estavam lindas. E pareciam que tinha crescido nesse curto espaço de tempo que eu não as via.

- Eu também estava papai. – Ju.

- Papai, você vai gritar de novo? – engoli seco vendo minhas filhas me olharem com receio e depois olharem para a mãe. Sam apenas sorriu para as duas.

- Nunca mais o papai vai gritar com vocês viu? Desculpem o papai ok?

- Jessie perdoem o papai. – a pequena diz e eu me lembro do primeiro dia que elas foram para a minha casa em NY e eu disse para elas me perdoarem.

- A Julie também perdoem o papai. – ri beijando suas bochechas rosadas.

Me levantei de onde estava com as duas coladas mas minha pernas. Samantha me olhava como se eu fosse um intruso em sua casa. E eu era.

- Samantha, eu, ham, e-eu... – péssima hora pra gaguejar Justin Bieber. – Estou feliz em te ver.

- Não posso dizer o mesmo. – chute no meu estômago frágil.

- Então Justin, vai ficar em um hotel perto daqui? – Harry tentou amenizar o clima.

- Eu...

- Claro que sim Edward, achou que ele ficaria aqui? – corei fraco. Harry a fuzilou com os olhos. Logo o cara que estava ali meio que sobrando, se pronunciou tentando cortar o clima tenso mais uma vez.

- Eu sou Jake Evans, você deve ser Justin certo? Pai das gêmeas. – falou estendendo a mão. Eu pensei em deixa-lo no vácuo. Mas isso só faria Sam ficar ainda mais nervosa.

- Sim, sou eu.

- Então, Justin, está com fome? Coma antes de ir para o hotel, pode sair com as meninas a noite também se quiser. – Harry.

- Vou pro meu quarto. – Samantha murmurou deixando o local.

- Bem, eu vou embora, diga a Sam que o pai dela quer que ela vá a empresa segunda se falta! – então, ele trabalha com ela? Péssimo saber disso.

- Pode deixar, até mais Jake. – Harry o levou até a porta, mas não antes dele se despedir das minhas filhas.

- Tchau tio Jake. – disseram juntas abraçando-o.

- Tchau meninas, depois digam a sua mãe que eu vou levar vocês duas pra sair ok? No mesmo parque para ver os patinhos. – as duas sorriram abertamente. Tranquei meu maxilar. Minhas filhas.

- Ok!!

Logo em seguida ele foi embora.

- Então, estão com fome?

- Eu quero cereal. – Ju.

- Eu quero sorvete e bolo. – Jessie. Ri ela era a mais esfomeada.

- Onde é o banheiro? – perguntei.

- Suba as escadas, depois vire a direita. – Harry disse e pegou as meninas indo para a cozinha.

Fiz o que ele disse, subi as escadas observando a casa/mansão de Sam. Era tão grande quanto a nossa em NY. De onde eu estava conseguia ver o enorme jardim que com certeza as gêmeas faziam a festa. Ela não abriu mão da piscina, Sam sempre foi uma ótima nadadora. A melhor que eu já vi. Ia seguindo por onde Styles disse, mas ouvi a voz dela.

- Eu não consigo, não consigo Caitlin! – ela estava no telefone.

- Samantha, deixe de besteira! Enxugue esse rosto e desça para aquela cozinha imediatamente! – aparentemente era no facetime.

- Sempre que eu olho naqueles malditos olhos castanhos eu me lembro de tudo que Justin me fez passar. O quanto eu me senti humilhada por ter um marido que me colocava chifres todas as noites. – prendi a respiração.

- Você é mais forte que isso! Justin quem está perdendo em toda essa história.

- Eu perdi meu coração em um ano. Ele não está perdendo nada!!!!!

- Sam, por mais que eu deteste admitir, ele te ama. Te ama muito. Justin é louco por você desde que te viu naquela festa quando vocês tinham 16 anos. – sorri de lado.

- Ele não é mais o mesmo. Não é mais o homem que eu amei.

- E você também não é mais a mesma, não deixe que isso acabe com você. Eu te amo muito e odeio te ver assim.

- Obrigada por tudo Cait, eu também te amo muito.

A ligação foi finalizada. Deixei que passasse uns dez minutos e abri a porta de supetão. Sam estava em frente ao espelho.

- Hei!!!

- Desculpe, achei que era o banheiro. – menti. – Podemos conversar? Só um pouco?

- Eu não sei, e-eu... – sua voz sumia aos poucos.

- Por favor. – pedi.

Samantha Facchi P.O.V

- Primeiro eu, queria te pedir perdão por tudo que te causei. Eu não posso dizer que não sabia o que estava fazendo, por que estava completamente consciente dos meus atos. 

Eu estava de costas, sua voz rouca preenchia todo o cômodo. Eu ainda me arrepiava com essa voz. Minha respiração estava desregular. Eu não podia... Não queria ser fraca na frente dele, mas era inevitável. Eu ainda amo esse homem com todo o meu coração. Não se deixa de amar uma pessoa assim, por mais que ela te faça sofrer, o amor é forte demais para ser esquecido de uma hora para a outra.

– Eu só vi o que tinha em casa quando vocês já tinham ido embora. Não tem noção da dor que eu senti quando li a carta que você me deixou e ainda mais quando abri o envelope do divórcio. – ouvi ele dar um passo, como um instinto, eu me afastei. – Samantha, você foi... é, a primeira mulher que eu amei. Você me deu duas filhas maravilhosas, os melhores nove anos da minha vida eu passei ao seu lado. Mas fui estúpido o bastante para deixar você ir. Eu fiz você ir. Me arrependo de cada noite que eu saí de casa deixando tudo de melhor que um homem pode querer. Queria poder voltar no tempo para nunca ter errado com você. Nunca ter feito você ir.

E ali o silêncio pairou, apenas nossas respirações preenchiam o silêncio do quarto. Meu rosto estava molhado por lágrimas, me senti desarmada. Como se estivesse exposta. Tal como um nervo. Queria poder me jogar em seus braços e dizer que ainda o amo. Mas eu estava machucada demais pra isso.

- Você pode dizer alguma coisa, por favor?

- O que você quer que eu diga? – me virei pra ele. Para a minha surpresa o rosto dele não estava diferente do meu. Molhado por lágrimas. – Que eu te perdoo e te quero volta? Que não importa com quantas mulheres você foi pra cama em apenas uma noite quando dizia para mim apenas que ia sair? Que eu não estou nenhum pouco machucada por ter você aqui diante de mim novamente? A última coisa que eu queria era ter que encarar o homem que me traiu durante um ano!!! – minha voz se elevava aos poucos. Eu estava despejando toda minha raiva, finalmente. – Sabe o que é pior? Eu tentei. Tento ser o melhor pra você, tentei fazer o melhor de tudo para que você deixasse de ir atrás de outras. Por que até então, eu achava que o problema era eu. Mas quando eu vi que você não me merecia mais. Decidi deixar tudo pra lá. O problema Justin, é que eu ainda amo você, você ainda é o primeiro e único homem que eu amei. Mas infelizmente não é o que eu quero para mim. Não mais.

- Eu.... – um soluço seco cortou sua fala. Ele estava tão frágil e machucado quanto eu. – Me perdoa por tudo que eu fiz a você. Me desculpe por toda essa dor. – ele se aproximou de mim. Em poucos passos eu estava encostada na parede olhando direito para aquelas orbes carameladas mais lindas do mundo inteiro. – Você sabe que eu ainda te amo. Sabe muito bem que eu não desistirei de ter de volta para a minha vida, nem que me peça de joelhos eu deixarei de te amar, ou colocarei outra em seu lugar novamente. Olhe dentro dos meus olhos Samantha, você me conhece melhor do ninguém....

- Eu não conheço mais você! – o cortei. – Eu conheci o homem pelo qual eu me apaixonei.

- Eu ainda sou esse homem. – disse firme me prensando na parede. – Eu sempre serei esse homem. – nossos olhos estavam fixados um no outro. – Eu te amo. Sou completamente apaixonado por você. Vou te trazer de volta nem que seja a última coisa que eu faça!

Nossas respirações se misturavam, ele estava próximo de mais. As barreiras que eu criei em volta de mim estavam desmoronando aos poucos, queria poder afasta-lo mas me sentia fraca, sem poder sobre meu próprio corpo.

- Justin, por favor se afaste..

- Eu preciso disso. – seus lábios roçaram nos meus. – Preciso sentir você outra vez, preciso sentir que você é minha. Quero mergulhar nas memórias de nós dois. Quero fazer novas memórias.

Justin Bieber P.O.V

Eu poderia dizer que meu coração estava apertado e pequeno. Nunca estive tão quebrado como quando Sam descarregou toda sua raiva de decepção sobre mim, ela havia sofrido tanto, chorando tanto. Por minha culpa, sempre vai ser minha culpa.

Agora eu tinha a mulher que eu amo mais uma vez em meus braços, pelo menos por alguns minutos, até voltar a triste realidade. Passei meu nariz por seu pescoço que ainda possuía o mesmo cheiro e a mesma textura de sempre. Seus cabelos pretos intensos eram afastados pela minha mão direita, enquanto a esquerda segurava sua cintura a colando mais em meu corpo.

Como se eu pudesse nos fundir a qualquer momento. Beijei toda aquela área a notando se arrepiar aos poucos. Ainda tenho o mesmo efeito sobre ela. Dei um riso rouco com esse pensamento, como reação, a linda morena em minha frente soltou uma lufada de ar. Sam estava mole em minhas mãos. Eu a tinha para mim. Fui subindo beijos até chegar em sua boca.

Meus olhos foram até seus olhos, os mesmos encaravam minha boca fixamente umedeci meus lábios devagar. Desci meus olhos para sua boca vermelha, como sempre foi. Linda. Rocei nossas bocas apenas implorando por mais contato.

Sam fechou os olhos e em poucos segundos.

Eu a beijei.

E nesse momento foi como se fogos de artifício estourassem dentro de mim, nós dois fomos feitos um para o outro, tínhamos um encaixe perfeito. Era pra ser. Nada, nem ninguém poderia fazer com que eu deixasse de amar esse mulher, nem ela.

No começo eu tentei ser carinhoso e romântico. Mas sentia tanta falta dela que não consegui. Em poucos minutos eu apertava forte sua cintura e sua nuca, suas mãos estavam nas minha costas puxando forte a minha blusa.

Era como se fosse o nosso primeiro beijo. A saudade era tanta que nem a falta de ar nos fazia parar, quando isso acontecia, eu beijava desesperadamente o seu pescoço e logo a puxava novamente para mim, quando dei por mim. Estávamos deitados em sua cama, comigo por cima passando a mão por todo o seu corpo. Eu precisava disso, eu necessitava dela.

- Eu te amo, te amo tanto que não serei capaz de te deixar ir, sou egoísta demais para deixar que você seja feliz com outra pessoa. É comigo que você vai ser feliz de novo. Vai ser pra mim os seus sorrisos. Eu vou recuperar o seu amor e a sua confiança.

Samantha Facchi P.O.V

17H

Depois de toda aquela situação com Justin em meu quarto, eu disse que precisava ficar sozinha, não sei se ele foi embora pois estou no meu quarto chorando desde então.

Tudo que ele disse mexeu comigo, eu confesso. Mas ainda não é o “suficiente” para que eu volte. Talvez eu não volte. Isso só o tempo poderá dizer.

- No que está pensando? – perguntei a Justin. Nós dois tínhamos vindo passar o fim de semana na casa de campo dos pais dele, era uma comemoração por dez meses de namoro.

- No quanto eu amo ficar pertinho de você assim. – ele me puxou mais para seus braços, sorri me aconchegando a ele.

- Também penso a mesma coisa. – ri.

Justin ficou calado por um longo tempo, logo depois olhou para mim, no fundo dos olhos, me senti constrangida.

- Sabe de uma coisa? – me falei para que ele continuasse. – Eu amo você branca. – ele sorriu mostrando seus dentes brancos perfeitos.

- Também te amo muito Justin.

Foi naquele dia que eu soube que seria ele. O homem que eu amaria pra toda vida. Nunca tive dúvidas disso.

Ouvi a porta ser aberta devagar, logo um serzinho loiro subiu na cama devagar, sorri. Era Julie.

- O que a mamãe tem? – ela disse passando a mãozinha pequena pelo meu rosto molhado.

- A mamãe está triste, só um pouquinho.

- Só um pouquinho? – assenti. – Não choia mamãe. Julie não gosta de ver a mamãe chorando. – a puxei para um abraço. Afundei meu rosto em seu cabelinho cheiroso. – Está apertando muito mamãe. – sorri.

- A mamãe ama muito você sabia?

- Sabia, você diz isso todo dia. – ela disse com uma carinha engraçada. – A Julie também ama muito a mamãe. Um tantão assim. – abriu os braços.

- Isso tudo?

- Sim!

- A mamãe ama mais. – sorri.

Logo Jessie entrou cheia de ciúmes.

Elas ouviram Harry gritar que Justin estava indo para o hotel, foram correndo se despedir do pai. E o loiro mais uma vez era o dono dos meus pensamentos. Como sempre foi.

Justin Bieber P.O.V

- Amanhã nós três vamos sair ok? Papai vai ficar aqui uma semana inteira curtindo vocês duas. – as apertei em meu braços.

- Tá bom papai. – Ju.

- Está esmagando as gêmeas. –  Jessie disse, eu ri. Ela se referiu a elas como nós nos referimos.

- Até amanhã então. Beijo no papai. – beijaram minha bochecha. – Beijo nos bebês. – as beijei. – Até amanhã Harry, busco elas as 10h. Sem roupas curtas, apertadas e etc. – ele riu.

- Não vai poder dizer isso daqui a quinze anos.

Me despedi mais uma vez e fui rumo ao ponto de táxi, que eu já havia chamando há um tempo. Entrei no carro e disse pra onde eu iria, claro que eu tinha dito que queria um taxista que falasse inglês. Amanhã eu já teria um carro a minha disposição.

No hotel.

Me joguei na cama com tudo. Foi um dia cansativo, depois que sai do quarto dela, brinquei bastante com as meninas. Peguei meu celular abrindo a galeria. Repleta de fotos nossas. Desde as primeiras até as últimas. Eu não apaguei nenhuma, e as que não estão aqui, tenho nos computadores de casa, Pen drives....

Abri uma que era nossa lua de mel, Sam estava nas minhas costas, montada de cavalinho, com uma mão eu a segurava e com a outra eu tirava a foto. Seu sorriso era de rasgar o rosto.

- Serei o motivo desse sorriso outra vez! – prometi a mim mesmo.