História Recovery - Chapter one

Jessica POV:

Acordo com o despertador tocando, eu esqueci de desligar, levanto da cama e desligo o alarme, calço minha pantufa e desço as escadas, escuto uma voz feminina vindo da cozinha e o Caique me olha e pede para não entrar na cozinha, reviro os olhos e cruzo os braços.

-A ex-namorada do Paulo tá aqui-Caique fala

-Para fazer o que?

-Não sei m...-Caique fala e entro na cozinha antes dele falar.

Paulo me olha e sorri fraco.

-Escuta, não me interessa quem você é ou deixa de ser, o que você quer com o Paulo, pelo que eu sei vocês terminaram não é mesmo?-Pergunto arqueando a sobrancelha.

-Escuta aqui você, tu não tem nada haver com essa conversa e outra quem você é?-Ela fala com uma voz irritante.

-Jessica Gama, irmã do Caique, outra não me interessa se eu não estou envolvida no meio dessa história de vocês-respiro fundo- a errada da história aqui é você e outra tu tá na minha casa e não tem o direito de falar assim comigo-Falo e sorrio falsa.

-Dá pra perceber que você é irmã do Caique, burra igual ele-Ela fala.

Ela não disse isso, penso e bufo irritada.

-Escuta aqui sua coisa, ninguém fala assim do meu irmão-Levanto a voz-lava a sua boca para tocar no nome dele ou do Paulo, tu ta merecendo uma boa surra, reze que hoje eu estou de bom humor, a marca dos meus dedos ia ficar bonita no seu rosto-Levanto da cadeira e fico na frente dela-Some da minha casa agora, antes que eu perca a paciência com você e te ensine onde é o teu lugar.

Paulo e o Caique estão me olhando horrorizados, ela pega as coisas e saí batendo a porta, abraço o Caique e ele beija a minha bochecha.

-Obrigado-Ele fala e me abraça forte.

-Nunca ia deixar ninguém falar com você daquele jeito-Falo e olho para ele.

-Eu amo você-Ele fala.

Caique saí da cozinha para atender o celular e viro de frente para o Paulo, ele sorri de lado e beija a minha bochecha.

-Obrigado por ter mandado ela embora-Ele fala.

-Disponha-Falo rindo e ele coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

Ele mexe comigo de um jeito que eu não consigo explicar, é como se eu o conhecesse á muito tempo, eu preciso dele. Paulo acaricia a minha bochecha e se aproxima, ele sela nossos lábios e inicia um beijo calmo, ele pede passagem para língua e cedo. Passo os braços pelo pescoço dele e o Paulo cola nossos corpos, paro o beijo por falta de ar e abro os olhos.

-Isso foi..-tento falar mas sou interrompida.

-Bom-ele fala e abre os olhos.

Sorrio e volto para o meu lugar, Caique entra na cozinha e olho para as minhas unhas, ele senta do meu lado e olha para o Paulo.

-Tá rolando alguma coisa aqui que eu não fiquei sabendo?-Ele pergunta.

-Não-Paulo fala e olho para ele.

-Eu e o Paulo nos beijamos-Falo baixo e deito a cabeça na bancada.

O que eu acabei de fazer? Eu nunca falei a verdade para o Caique, eu acabei de fazer uma grande merda.

-Paulo eu só vou dizer uma vez, não magoe a minha irmã, quando ela começa a gostar de alguém ela para de pensar só nela, o último namorado dela a magoou tanto que ela parou de comer e foi parar no hospital, então faça isso valer a pena-Ele fala e beija a minha testa.

-Você não vai brigar comigo?-Pergunto- Meu deus milagres existem-Falo e começo rir.

-não, eu só quero que você seja feliz-Caique fala.

Okay, isso foi muito estranho, porque o Caique que eu conheço não age desse jeito nem que o mundo esteja acabando, só pode estar apaixonado. Saio da cozinha e subo para o meu quarto, não mereço ficar de pijama a tarde inteira, abro o guarda roupa e pego um cropped listrado com um desenho de alien e um short, entro no banheiro com as coisas e deixo em cima da pia, tiro a minha roupa e ligo o chuveiro, entro no box e deixo que a água quente caia nas minhas costas. Depois de uns trinta minutos saio do banheiro vestida e solto meu cabelo, calço meu vans preto e desço as escadas. Mexo no celular e tiro uma foto no snap, coloco umas figurinhas e posto.

-O que vamos fazer?-Pergunto com a atenção no celular.

-Quer ir no shopping?-Caique pergunta.

-Vamos-Falo-Só vou pegar a minha bolsa.

Subo para o quarto e pego a minha bolsa do guarda roupa, desço as escadas colocando a bolsa no ombro e guardo o celular na bolsa, saio do apartamento atrás do Caique e ficamos esperando o Paulo, meu deus como ele demora para se arrumar, chamo o elevador e o Paulo saí arrumado, ele joga uma blusa xadrez dele para mim e amarro na cintura. 

(...)

Depois do passeio pelo shopping os meninos estão com umas vinte sacolas mais ou menos, caminho até o estacionamento e abro o porta malas, Caique coloca todas as sacolas e fecho a “porta”, entro no carro e prendo o cabelo, Paulo tira uma foto minha e envia para alguém, gravo snap dentro do carro e deito no banco. Confesso que o dia foi cansativo, Caique dirige até o prédio e abre o portão da garagem, fecho os olhos e ele estaciona o carro. Desço do carro correndo e entro no elevador, os dois entram com as sacolas e aperto o numero do nosso andar, pego a chave do bolso do Caique e saio do elevador apressada, abro a porta e pego a carta que tinha no chão, e por incrível que pareça é para mim, subo para o quarto sem dizer uma palavra e sento na cama, abro a carta e tiro o papel de dentro.

“Jessica.

Eu estou escrevendo essa carta hoje para dizer que eu sinto tua falta e que eu não queria que você tivesse ido embora, eu quero pedir perdão por tudo que eu fiz com você, eu transformei você em uma pessoa fria e por minha culpa você foi para o hospital. Me desculpa por tudo que eu fiz para você, eu sei que eu não sou digno do seu perdão mas eu só queria pedir isso á você antes de eu ir embora para sempre, talvez tu nunca abra essa carta, mas saiba que eu te amei e sempre vou amar, você não vai poder dizer o seu último adeus para mim porque vai ser tarde demais quando essa carta chegar até você. Obrigado por me fazer amar você todos os dias, por favor eu só quero que você se cuide e que você seja feliz com outra pessoa, não deixe que os teus sentimentos falem mais alto que o teu coração, vou terminar a carta por aqui. Esse é o meu adeus para sempre.

Com amor, August”

Termino de ler a carta e deixo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, porque ele nunca me contou que poderia morrer, eu não me despedi dele e não vou poder mais, apesar dele ter acabado com todo o amor que eu tinha por ele eu nunca vou poder dizer a mesma coisa que ele me disse na carta, uma parte de mim sente muito mas a outra parte é como se fosse sido apagada com a morte dele, todas as lembranças dele começam a aparecer na minha cabeça, o soluço toma conta do meu quarto e o Paulo entra no quarto, ele me abraça forte e solto a carta. Apesar de tudo que ele disse, eu vou seguir em frente e ser feliz.

-O que aconteceu?-ele pergunta

-Meu ex-namorado escreveu uma carta de despedida e só chegou hoje-Falo em sussurro.

-Eu vou cuidar de você-Paulo fala e beija a minha testa.

Paulo deita na cama comigo e afaga os meus cabelos, deito a cabeça no seu peito e sinto as minhas pálpebras pesarem e durmo abraçada no Paulo.

“obrigada por me ensinar novamente a amar”