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História Recovery - O Reencontro


Escrita por: thecamren1975

Notas do Autor


Oee gente, mais um capítulo. Acho que ficou um pouco longo, desculpe por isso, mas algumas coisas achei melhor estarem já nessa parte
Espero que gostem :)

Capítulo 3 - O Reencontro


Fanfic / Fanfiction Recovery - O Reencontro

 Acordei cedo pela manhã, com a enfermeira me trazendo remédios. Vero havia saído assim que Taylor chegou, disse que precisava resolver umas coisas. 

Me relacionei bem melhor com Taylor e ela ficou surpresa quando tentei puxar assunto e ainda perguntei sobre Chris. Saber que eles estavam tentando entrar em contato comigo além de ligações e mensagens apenas me ajudou a enxergar que irmãos maravilhosos eu estava menosprezando. Eles ainda me procuravam depois de tanto tempo, afinal. 

Quando Vero voltou no fim do dia, eu já havia conversado um pouco com Taylor. Descobri que a mesma ainda não tinha feito faculdade, mas sim feito alguns cursos de fotografia e trabalhava arduamente. Eu bem que lembro como a mesma sempre amou coisas relacionadas a isso e saber que ela faz o que gosta, me fez muito bem. Já Chris estava terminando a faculdade de direito. Ele tinha 23 anos, e Taylor 21.

Pelo que Taylor disse, meu irmão não era muito de namorar; já ela, pelo modo como sua bochechas coraram e a maneira que ela ficou depois da minha pergunta, ou tem alguém, ou também não é muito de ter alguém. Ri da situação, eu queria saber tanto deles, e iria investir nisso, por mais que eu tivesse dificuldades pelo caminho.

Disse para Taylor e Chris, que havia chegado a pouco tempo, irem descansar. Queria um tempo sozinha, e eles acabaram concordando depois de eu dizer que iria dormir o tempo todo. Chris estava extremamente distante, e eu não o culpava. Tenho que deixá-lo se acostumar novamente com minha presença, assim como estou me acostumando com a deles.

 Vero chegou horas depois, já de noite. Eu precisava ter uma conversa com ela, e confesso que foi um tanto difícil. A questão é: eu ainda não havia recebido mais visitas pelo fato que o médico não autorizou a entrada de outras pessoas a não ser meus irmãos e, não sei como, Vero. Acredito que seja algo que Roger tenha armado, por questões de segurança. Afinal, eu era uma agente secreta que não era exatamente amada por algumas pessoas por aí, portanto não estava totalmente segura em um hospital.

Pelo que tínhamos conversado, Taylor e Chris ainda moravam juntos na mansão da família Jauregui e pediram que eu fosse para lá com eles. Confesso que senti uma grande inquietação. Aquele lugar me traria tantas memórias…

Mas acabei concordando, acho que isso faria parte do processo de recuperação e adaptação.

Com isso, disse para Vero que seria melhor eu reencontrar os outros quando saísse de lá. Eu até que estava ansiosa para ver todos, mas eu ser encontrada em um hospital é bem mais fácil do que na casa de minha família, um lugar onde não haverá nenhum registro em um computador de que estou lá. Mesmo assim, planejo não ficar na mansão Jauregui, porque a ideia de, apesar de tudo, ser encontrada e colocar em risco a vida dos meus irmãos, simplesmente me assombrava. Já era duro suficiente para mim os 3 aparecem aqui com tanta frequência. 

Porém, na explicação que dei para Vero, decidi omitir essa parte. Ela concordou, mesmo relutante. Eu só disse que eu não estava pronta ainda para revê-los, e queria que fossemos com calma.

Roger veio me ver no início da noite e assim se seguiu. Uma rotina foi criada com Vero, Taylor e Chris vindo me visitar, foi assim por duas semanas, até que eu recebi a alta do hospital. Já não aguentava ficar mais lá, dando trabalho para eles, e sair foi decididamente um alívio. Eu passava tanto tempo naquele hospital pensando tanta coisa que já estava me sentia como se estivesse pirando. Eu sentia falta da bebida, muita falta, mas não falei sobre isso com ninguém. Sei que não seria apoiada por ninguém em querer beber no meu atual estado de saúde, mas eu realmente sentia vontade. 

Eu havia conversado melhor com Vero, Taylor e ouvido algumas palavras diferentes de Chris, mas óbvio que ainda não era suficiente, eu queria mais daquele garoto que conheci a tanto tempo. No dia de minha saída, que foi no fim de tarde de uma segunda-feira, Roger apareceu, assim como os outros três. Eu estava extremamente animada por finalmente sair de lá e ansiosa para saber como seriam as coisas a partir de agora. Ao entrar no carro de Vero, estávamos os 4 lá. Minha amiga disse que não ia levar Roger em seu carro. O mesmo já não estava mais em seu terno de linha que é acostumado a usar, mas sim em uma roupa casual. Foi mais uma "briga", não sei porque ela tanto implica com ele. Acredito que ele apenas quis ir no mesmo carro que nós para irritar Vero. Ele começou com essa mania de devolver na mesma moeda para ela, e apesar de aquilo me irritar, muitas vezes chegava a ser cômico.

O caminho até a casa foi tenso. Pelo menos da parte minha, de Vero e Taylor, acredito que é receio de como vai ser o reencontro. Mas o que Chris e Roger pensavam, eu não tinha certeza. Chris parecia impassível e Roger alguém que não queria ser intruso na vida de ninguém, apenas estava ali para mim e para caso precisassem dele. Eu olhava pela janela, via os lugares passarem… as vezes um me lembrava alguma coisa… uma lembrança boa ou ruim… alguns lembravam Camila, outros meus pais…meus pais. Que saudade que eu tenho deles, mas nesse caso, era uma saudade irreparável, que não pode ser saciada. É algo sem fim. Dizem que com o tempo você supera, mas na verdade só se acostuma com o vazio que fica depois que perde algo ou alguém extremamente importante pra você, praticamente essencial em sua vida; até que você perde e é preciso aprender a lidar com isso. 

 - Chegamos. - a voz de Vero me tira dos meus pensamentos, me fazendo olhar para frente. A mansão estava lá, enorme. Uma construção antiga, mas bem cuidada. Vero estacionou o carro na frente da entrada e todos começaram a descer. Peguei a muleta que estava usando enquanto Vero abria a porta para mim. Consegui sair sem muitas dificuldades, já havia usado muleta em alguns momentos. Fomos andando lentamente até a casa enquanto uma mala de roupa minha era retirada pelo meu irmão. A mesma que antes estava em um hotel de Nova York em que fiquei hospedada durante a missão. Ao chegarmos na porta, todos em total silêncio agora, Taylor me olhou e sorriu de leve antes de abri-la, e a nostalgia me atingiu quando dei o primeiro passo para dentro da casa. A mesma possuía um longo corredor a esquerda e à direita. Esta dava para o que antes era o escritório do meu pai e a biblioteca e a esquerda para as escadas e o grande porão. 

 À frente havia uma abertura que dava para uma grande sala, com 2 grandes sofás e uma lareira. Do lado esquerdo da sala estava a cozinha em outro cômodo, do lado da cozinha havia uma grande mesa de jantar em um cômodo que tinha uma abertura para a sala. E ao lado direto da sala havia alguns objetos antigos. A casa de arquitetura nobre antiga, ainda estava maravilhosa, me lembrou coisas boas, dando a sensação de nostalgia, e um sorriso quase perpassou pelo meu rosto.

 - Eu e Taylor gostamos bastante daqui, não pensamos em nos mudar por enquanto. - Chris parou ao meu lado enquanto falava. Sentia uma alegria imensa quando ele dirigia a palavra a mim por livre e espontânea vontade. Lhe dei um aceno de cabeça e comecei a andar pela sala. Após um tempo, Taylor me levou ao meu antigo quarto no sótão. Meu coração parou ao vê-lo. Estava lá, bastante espaçoso e iluminado pela luz da manhã que entrava pela janela. A porta saia no canto do quarto e a cama ficava no meio, do lado esquerdo um closet. 

 Próximo a porta, do lado direito, havia uma escrivaninha e várias estantes de livros. Meus antigos livros, tudo que não levei comigo, ainda estava lá. Um quarto de estilo não tão típico para uma adolescente americana, mas sim inglesa, que era minha nacionalidade. Eu olhava pela janela do quarto, quando ouvi a voz de Vero:

 - Eles estão vindo te ver daqui um tempo, Lauren. Estão ansiosos, já que não te viram no hospital. - respirei fundo, agora já era a hora. Não havia escapatória, eu iria revê-los. 

 - Tudo bem, me avise quando chegarem. - eu não me virei pra ela e percebi que demorou um pouco para que a mesma se retirasse do quarto. 

Fiquei ali por longos minutos, até Roger aparecer e me fazer companhia. Ele ficaria na cidade por um tempo, me acompanhando no tratamento. Fiquei feliz, seria bom ter a companhia de alguém como ele. Muitas vezes nos entendemos apenas em um silêncio, como se um compreendesse o outro apenas com isso. Ele era o único no quarto comigo. Não sei porque os outros não estavam aqui, mas achei melhor. Não queria conversando no momento. Roger via alguns dos meus livros enquanto eu andava pelo quarto, inquieta, mancando por estar sem a muleta. 

 - Pretende dar mais quantas voltas pelo quarto? - perguntou quase que entediado, sem me olhar, abrindo um livro e foliando algumas páginas.

 - Quantas voltas acha que aguento? 

 - Pelo jeito que está mancando, não mais que 5.-sorriu ironicamente sem mostrar os dentes, me encarando. Revirei os olhos para ele, até que ouvi barulhos de carro se aproximando e as pedras que estão na frente de casa fazendo barulho ao entrar em contato com os pneus do carro. Fui até a janela e Roger me acompanhou. 

 Vi dois carros, no primeiro saiu 2 pessoas. Quando as reconheci, meu coração saltitou. Eu reconheceria Dinah em qualquer lugar, assim como Ally saindo do primeiro carro. 

No segundo, saíram 3: Harry, o melhor amigo de Dinah (na época, se eu dissesse que ele também era meu melhor amigo, ela me mataria), vi Dave, mas logo tirei minha atenção, porque eu vi, bom… ela. Mesmo de longe, eu já percebi como haviam amadurecidos na aparência. Todos estavam sérios. Eu começava a sorrir só de vê-la, depois de tanto tempo olhando apenas uma foto dela, até que, ao encaminharem para casa, Dave e Camila deram as mãos. 

Senti tudo quebrar dentro de mim, mas não sei porque me senti assim. Eu já devia esperar; afinal, eu fui embora por eles, pelos dois. A meta era que ficassem juntos e bem sem mim, para que fossem um casal de verdade e que tivessem um relacionamento que funcionasse. Algo que eu sabia nunca ser capaz de dar a Camila, e além do mais, eles se amavam.

Mas, nossa, é inevitável.

 Nesse momento percebi como eu tinha uma leve esperança que quando Camila me visse simplesmente corresse para meus braços novamente, dizendo como sentiu minha falta. Eu sabia que não seria tão fácil, mas meu subconsciente adorava me iludir. Outra coisa que me incomodou é que eu não via mais todos eles como minhas pessoas favoritas no mundo, sentia como se eles trouxessem inconscientemente toda uma dor junto com eles, que me atingia em cheio.

Eles pareciam receosos, pois andavam de forma lenta até demais em direção a casa. Em um momento olhou em direção a janela, fazendo com que eu me afastasse rapidamente. Eu me sentia sufocar aos poucos. 

 - Lauren, como está? - Roger me encarava, parecendo preocupado. 

 - Estou bem, só… 

 - Lauren, eles chegaram. - ouvi o grito de Taylor. 

 - Já iremos descer. - Roger gritou de volta quando eu nada respondi. Estava me sentindo extremamente mal, como se minha pressão tivesse despencado. Me aproximei da cama e me sentei ali, apoiando o cotovelo nos joelhos e olhando para um ponto aleatório no chão.

 - Se quiser eu os mando embora, dou um jeito se não tiver se sentindo bem. - disse se sentando ao meu lado da cama. Eu não ouvia vozes, se eles estavam conversando seria em meio a sussurros, e essa ideia já me incomodava. Comecei a me arrepender de ter aceitado isso, me sentia extremamente envergonhada de aparecer ali depois de tudo que fiz e ainda ter que ver Dave e Camila daquela maneira. - Eu vou mandá-los embora. - Roger disse levantando e quando ia passar por mim segurei em seu pulso e disse: 

 - Não precisa. 

 - Lauren, não vai descer? - ouvi o grito de Vero, não era um grito mais tão animado quanto antes. Minha demora com certeza estava os inquietando. 

 - Nunca vi você fraquejar diante de situações difíceis, Lauren, e não vai ser agora que isso vai acontecer. Por incrível que pareça, sei que por baixo dessa armadura de ferro existe um coração, então quero que me escute. - ele disse se ajoelhando na minha frente. Roger olhava no fundo dos meus olhos como se estivesse tentando me fazer prestar atenção ao que ele diria.- Mesmo eu não sabendo pelo que passou, entendo a importância desse momento. Você tem que ir lá e dar o seu melhor, porque qualquer um consegue notar pelo seu olhar como você quer estar perto dos seus irmãos e de Vero. Com esses que chegaram acredito ser a mesma coisa, mesmo você ainda não entendendo isso. Então, agente, acho bom levantar daí e me dar orgulho, já está começando a me dever isso. Caso contrário, terá que se resolver com Simone. - terminou sua fala com um sorriso perpassando seu rosto. Me senti melhor com as palavras dele, como se eu só precisasse ir lá e fazer, como era no trabalho. Vendo assim, foi um pouco mais  fácil enfrentar a situação. 

 Assenti para ele e me levantei da cama, peguei a muleta e sai do quarto. Eu descia as escadas do sótão para o segundo andar. O caminho parecia três vezes mais longo. Quando cheguei ao térreo, não era ouvido nem um pio, apenas o barulho de minha muleta. Estavam absolutamente quietos, provavelmente esperavam minha chegada. Roger acompanhava meus passos que não eram rápidos,  ele me seguia de forma paciente.

Quando cheguei no meio do corredor me virei em direção a sala, respirando fundo, e estavam todos lá. Dave e Harry haviam sentado, e levantaram no momento em que cheguei. Todos se viraram para mim e me encararam, me observando dos pés a cabeça, mas eu apenas os olhei superficialmente, meus olhos queriam mesmo era admirar uma certa latina. 

Deus, ela estava tão maravilhosa.

Seus cabelos lindamente bagunçados e mais longos que a última vez que a vi, sua roupa toda preta assim como a minha. Ainda mais linda, se é que era possível. Estava mais mulher, absurdamente sexy, mas com o mesmo olhar de sempre. Os olhos castanhos de que tanto sentia falta. Ela me olhava também, sua expressão absolutamente indecifrável, até que ela não sustentou o olhar de desviou-o, olhando para um ponto atrás de mim, provavelmente Roger. 

Olhei para Dave enquanto descia os 3 degraus que separavam o corredor da sala e ele tinha quase uma espécie de sorriso no rosto. Ia mudar meu olhar, mas vi Dinah se aproximando rapidamente, até que senti uma forte ardência no lado direito do rosto, o que me fez virar a cabeça para o lado oposto e quase me desequilibrar da muleta devido a força. Por sorte isso não aconteceu, e meus cabelos tamparam todo meu rosto. 

Na hora do tapa houveram alguns suspiros de susto e exclamações de surpresa.

 - Dinah, mas que merda?! - a voz de Ally soou indignada e surpresa. Virei o rosto lentamente, encontrando um Dinah totalmente raivosa me encarando. Seu tapa estava doendo absurdamente e eu tinha certeza que a marca vermelha já estava mais do que evidente. Eu não queria ficar brava com ela, sabia que não tinha o direito, então tentei evitar um expressão raivosa no rosto. Mesmo assim, não me encolhi. Mantive a postura ereta a qual me acostumei durante esses anos, mas tentando não parecer rude. 

 - Não sei se gosto ou não de rever essa sua cara branca. - Dinah disse entre dentes. Seu apelido para meu tom de pele me trouxe velhas lembranças, e eu quase sorri. 

 - Imaginei mesmo que ficaria feliz em me rever, Jane. - minha voz rouca soou ironicamente. Eu não queria deixar um clima mais estranho do que já  estava. 

 - Idiota. - grunhiu e, em um movimento rápido, me puxou para um abraço. Desequilibrei novamente, mas Dinah me segurava tão fortemente que seria impossível eu cair. Seus braços prendiam os meus do lado do meu corpo e eu só sentia seu calor. Estava estática, outra vez, em um abraço. 

 - Dinah, não consigo respirar. - minha voz saiu fraca, meus olhos que fecharam automaticamente quando ela me abraçou, os mesmos se abriram e focaram em Harry, seus cabelos mais compridos que a última vez. Ele me olhava com um olhar divertido, todos estavam assim, mas ainda era evidente a tensão impregnada no ar.

Dinah se afastou aos poucos e eu me reequilibrei sobre a muleta. Após um breve tempo senti um pequeno corpo batendo contra o meu. 

Ally. 

A pequena me agarrava, e eu não evitei soltar uma pequena risada. Lentamente, passei o braço sobre o ombro de Ally. 

Depois fui abraçada por Harry, que me olhou de forma divertida, o mesmo olhar de 7 anos atrás, o que fez eu me sentir quase totalmente em casa de novo.

Dave quase correu em minha direção, não me senti tão confortável em seu abraço como deveria e esperava, mas procurei tentar não transparecer isso.  Quando ele se afastou, percebi que o abraço mais esperado chegou. 

Ninguém havia dito nenhuma palavra além daquelas, e quando nos olhamos fixamente pela segunda vez, o clima pareceu ter ficado mais pesado entre nós, só não sabia se mais alguém havia percebido isso.

Praticamente todos naquela sala sabiam de nossa história, inclusive Dave, e acredito que Taylor e Chris lembravam de algumas coisas. O único que não tinha noção de nada era, obviamente, Roger.

Camila se aproximou lentamente. Seu andar era tão esplêndido ao meu ver... seu rebolado ainda mais marcante, tão linda. 

Estávamos a poucos passos de distância e minha respiração estava ainda mais precária que antes. Na verdade, naquele momento eu nem via necessidade em respirar. Todos aqueles anos eu sonhei em rever Camila novamente assim, na minha frente, e minhas expectativas de como estaria linda não chegaram nem próximas de como ela realmente estava. Sonhei tanto em sentir seu abraço que parecia quase surreal estarmos tão próximas agora. Parecia que meu coração havia virado uma escola de bateria em clima de carnaval, transformando todo o meu corpo em um grande autódromo.

A latina levantou os braços e os passou por meus ombros, e eu agradeci imensamente por ela ter tomado uma atitude, seria extremamente constrangedor eu ficar a encarando feito uma boba, a maneira que eu a secava já devia estar bastante vergonhosa.

Seu corpo próximo ao meu, não totalmente colado, já me inebriava. E quando seu cheiro me invadiu, eu quase desfaleci. Se não fosse a muleta, com certeza minha pernas não aguentariam. Eu estava a sentindo, e isso era imensuravelmente bom. Ia passar o braço direito por sua cintura, queria seu corpo mais próximo do meu, mas ela se afastou tão rapidamente que eu mal tinha feito um movimento. Quando me soltou, foi como se a temperatura do ambiente tivesse despencado, e tudo voltou a ser frio como era antes. Uma conclusão devido a vivência desses anos: o calor de nenhum corpo se comparava ao dela. 

Ao se afastar totalmente, mais uma vez me vi encarando todos ali. Sabia que devia dizer algo, para assim tentar quebrar o clima. A iniciativa deveria ser minha, e eu sabia. Eles me encaravam e eu tentava pensar em algo razoável pra dizer. 

 - Bom, é… - limpei a garganta. Eu tinha que dizer algo coerente. - Quando eu decidi que viria para cá e reencontraria vocês, não achei que iria ver Harry com todas essas tatuagens. - disse com um sorriso de lado. Esperava que minha tentativa de ser agradável funcionasse. 

 - E eu previ que te encontraria mais branca e gótica que o normal. - eu revirei os olhos e o pessoal riu. 

 - Não acredito que vou ter que aguentar mais piadas sobre meu tom de pele. 

 - Minha filha, você ainda vai ter que aguentar muita coisa. - Dinah disse e Vero bagunçou meus cabelos. Ela sorriu, até que o silêncio pairou novamente. Vi que olhavam para trás, e foi aí que lembrei de Roger. Me virei para ele e o mesmo mantinha sua postura imponente e a expressão séria, foi quando percebi que eu estava do mesmo jeito. Gostaria de ser mais relaxada, mas já virou força do hábito. 

 - Senhores, esse aqui é Roger Simpson, um amigo do… - não sabia se queria falar aquilo ou não, mas se eu quisesse que as coisas dessem certo, seria bom ser sincera em relação a isso. - Um amigo do trabalho. - disse dando dois tampinhas em seu ombro, enquanto todos os olhares estavam sobre nós. O pessoal ficou relutante por saber que ele era do meu trabalho, isso foi óbvio, mas percebi que tentaram a todo custo serem educados

 - Senhores, é um prazer em conhecê-los. - disse dando um beijo na mão de cada mulher e um aperto de mão nos homens. Dinah e Harry estavam quase babando em meu companheiro de campo, já Ally revirava os olhos e Camila parecia completamente desinteressada em olhar para mim. 

 - Onde Lauren trabalha tem mais de você? - Dinah disse quando ele já havia cumprimentado todos. Roger soltou um risada e encarou Dinah por um momento, que o encarou de volta.

 - Okok, não quero ninguém caindo nas graças do Simpson. - Vero disse alto suficiente e todos olharam para ela curiosos. - Esse cara é muito malandro, ficava entrando no quarto de Lauren só quando acabava o horário de visitas. - revirou os olhos e cruzou os braços. 

 - O que ele fazia no seu quarto durante a noite? - Harry perguntou arqueando a sobrancelha. Revirei os olhos e ouvi uma risada de Roger.  

 - Nem adianta, Lauren nunca me olhará com outros olhos. Já tentei tudo que estava ao meu alcance. - não acredito que Roger estava entrando nessa de tirar uma com minha cara. Eles ficaram me zoando por um tempo, insistindo que meu amigo e eu já tivemos ou temos algo. Camila não falava nada, apenas ria as vezes e não soltava a mão de Dave por nada desde que começou a segurá-la. Devido a isso, tentei evitar olhar para eles.

Me cansei de ficar em pé e pedi para sentar. Taylor se incomodou por eu pedir licença para ir ao sofá, disse que essa era minha casa e não devia ficar de frescuras. Apenas me sentei e os outros me acompanharam. Percebi que evitávamos falar sobre coisas relacionadas ao meu trabalho e sobre meu sumiço. 

Conversávamos trivialmente: Roger falava que era solteiro... Dinah dava em cima dele... Harry parecia estar de rolo com alguém... e Ally aparentava estar extremamente desvirtuada. Na minha época ela frequentava diariamente a igreja e odiava as bagunças que fazíamos. Ally sempre foi completamente diferente do resto de nós, até hoje não entendo como ela se adaptou a gente e nós nos adaptamos a ela.

 Já Camila e Dave estavam um grude irritante, não sei se eram assim diariamente ou se era algo relacionado a minha presença. Eles estavam no sofá a minha frente, um do lado do outro. Seu braço sobre os ombros dela enquanto Camila estava aconchegava em seu corpo, e ela parecia não querer se afastar. Daria tudo pra ser eu ali. A pessoa a afagar seus cabelos... a pessoa à quem ela sorria bobamente... mas não! Não era eu. Ela estava tão bonita que ainda não me acostumei. E estava muito, muito gostosa. 

 - Lauren, estamos falando com você. - Vero estralou os dedos na minha frente e eu acordei do meu transe. 

 - Ah, o que? Me desculpe, não estava prestando atenção. - me redimi. Realmente, não lembro nem qual era o último assunto. 

 - Topa uma pizza ou quer sair pra outro lugar? - foi inevitável lembrar de Camila. Pizza era a comida favorita dela na época, se ainda for acabei de ganhar uma oportunidade de agradá-la, mesmo sabendo que provavelmente não ganharia nada em troca.

 - Pizza, com certeza pizza. - disse olhando para Vero, respondendo até rápido demais.

 - Legal, vou pedir. - Taylor disse e Dinah, Vero e Ally foram atrás dela. Sobrando na sala Chris, eu, Roger, Harry, Dave e Camila. 

 - Vou sair para comprar umas cervejas, Taylor pediu para mim. - Chris disse. 

 - Posso ir com você? - Roger perguntou e Chris assentiu. O agente me olhou. - Gostaria de nos acompanhar?

 - Claro. - disse já pegando minha muleta para levantar. 

 - Na verdade, será que poderíamos conversar, Lauren? - Dave me perguntou suavemente, já seus olhos pareciam implorar. Óbvio que mesmo eu querendo, não negaria isso ao ele. 

 - Tudo bem, vamos ao escritório. - disse me levantando com Roger ao meu lado. Ele me olhou como se perguntasse se estava tudo bem, eu apenas assenti para ele. Camila pareceu  inquieta, olhando para mim e Dave algumas vezes, e perguntou se não queria que ela fosse junto. 

 - Está tudo bem, amor. Será só uma conversa. - e como se a palavra 'amor' já não fosse tortura suficiente, ele ainda lhe deu um selinho, seguido de outros poucos. 

Desviei o olhar totalmente desconfortável e meus olhos acabaram se encontrando com os de Harry. O rapaz me observava e eu não soube decifrar seus pensamentos, mas ele com certeza havia percebido todo meu desconforto. Na tentativa de sair dessa situação, comecei a caminhar em direção ao escritório na esperança de que Dave viesse atrás de mim. Ao virar a esquerda no longo corredor segui reto  e virei a direita, onde uma porta reluzente no fim do caminho residia. 

Respirei fundo antes de abri-la, aquele lugar lembraria meu pai. Tantas vezes já me vi em frente àquela porta...

Algumas vezes era para pedir algo, outras para um conselho, e muitas vezes para levar uma bronca. Lembro de grande parte delas, se tem uma coisa em que sou boa, é em lembrar as coisas, mas ter uma boa memória nem sempre é uma dádiva.

Sorri fracamente ao me ver novamente em frente aquela porta e a abri. Uma vez dentro, olhei em volta analisando o ambiente em que eu não entrava há 7 anos. A sala rústica não tão pequena estava já iluminada, as estantes de livros que cobriam as paredes estavam ilustres e as escrivaninha no meio da sala ainda passagem uma imagem imponente. O cômodo era como se tivesse sido construído numa decoração baseada nos anos de 1930. Era tão estiloso, combinava perfeitamente com meu pai. Lembrei dele ali, sentado na grande cadeira, parecia tão poderoso quanto um chefe de máfia. Quando uma onda de emoção começou a me invadir, ignorei a lembranças e fui em frente a escrivaninha, me apoiando ali e colocando a muleta de lado. 

Dave já havia entrado e fechado a porta lentamente. Ele sempre foi calmo, mas a maneira como agia me fez ver o quão ansioso estava.

 - Então… - ele disse nervosamente. 

 - Então…? - repeti serenamente, querendo que ele falasse logo o que queria. 

 - Vou direito ao assunto antes que eu perca a coragem. Por que não retornou as minhas ligações? Por que sumiu desse jeito? - eu sabia que sua pergunta seria algo do tipo, mas mesmo esperando-a, não era fácil responder. 

Não poderia dizer a verdade, sairia como: "ah, nos apaixonamos pela mesma garota e preferi ir embora para que você ficasse com ela. Mas eu ainda sou completamente louca por ela, viu?" 

Não, eu não podia dizer. 

 - Foi por causa dos seus pais? A morte deles te afetou tanto assim? Ou foi pela escolha de Camila? - continuou quando eu demorei para responder. Quando ele mencionou o nome dela, eu o encarei profundamente. Não queria que tocasse nesse assunto agora.

 - Não tem nada haver com Camila, nem com meus pais… - menti, mas aí pensei um pouco e continuei. - Na verdade, acho que um pouco em relação aos meus pais. Eu estava com muita coisa na cabeça aquela época e não sabia como lidar. Então quis sumir, fugir, sabe? Viajar e tentar decidir o que iria fazer com minha vida. - essa última parte não era mentira, só fiz parecer menos pior. 

 - E por que não me pediu ajuda? Poxa, eu sempre estive ali para você, não te abandonaria quando precisasse. - ele parecia exatamente aflito. - Eu me sinto traído. Como que não foi capaz de confiar em mim?

 - Traído? Como se sente traído? Eu só queria um tempo para mim sem ninguém ficar falando no meu ouvido o que eu devo fazer. Quis tomar minha própria decisão, e foi o que fiz. - eu confesso que estava me exaltando um pouco. Eu nunca gostei que as pessoas exigissem satisfações minhas, mas percebi que isso piorou com o tempo. 

 - Eu me sinto traído porque não me contou o que estava acontecendo, omitiu tudo. E ainda não está me contando. Tantos anos se passaram e não é capaz de me dizer? Caramba, eu poderia ter te ajudado, ter te dado conselho ou algo do tipo. - sua voz se exaltou. 

 - Acontece que eu não queria nenhum 'conselho ou algo do tipo'. Você não poderia me dar um conselho certeiro, duvido que entenderia o que eu estava sentindo. - disse me desencostando da escrivaninha e me aproximando um pouco dele, ignorando, mais uma vez, a dor em minha perna.. 

 - Você guarda as coisas para você porque acha que os outros não te entendem. Mas mesmo se eu não te entendesse, eu só queria estar lá para você. Éramos melhores amigos. Saíamos juntos, estudávamos juntos, chorávamos juntos, crescemos juntos, fazíamos tudo juntos. E do nada, você muda. Se tem algo haver com a escolha de Camila, me diga, que conversaremos sobre isso. Apesar de tudo, sempre cuidamos um do outro e eu vou não te julgar por isso. Sabe como seria se do nada eu mudasse com você, seu melhor amigo, e de repente sumisse da sua vida sem deixar satisfações? - ele estava falando cada vez mais alto, e eu tinha certeza que era possível ouvirem nossa conversa. - Você não tem ideia dos danos que causou Lauren, a todos daqui. 

Pronto, eu não queria perder a paciência, mas esse foi o limite. Ele disse a última parte gritando, e aquilo me irritou mais ainda. Quase não percebi quando os outros entraram na sala: Vero, Taylor, Chris, Roger , Camila e Harry. Eu estava com raiva, muita raiva. Pelo visto até hoje ele acredita que Camila o escolheu, quando na verdade era a mim que ela queria. Tudo bem que na época eu queria que fosse assim, que ele acreditasse nisso, para que não se magoasse, mas isso saindo da boca dele, depois de tanto tempo, inevitavelmente me irritou.

 - Gente, parem com isso. - Chris entrou no meio de nós. Nem havia percebido como tínhamos chegado tão perto. 

 - Amor, se acalma. - a voz de Camila soou e percebi ela tocando no braço de Dave em uma tentativa de acalmá-lo. Foi o estopim, não aguentei e disse, de forma baixa e ameaçadora, olhando no fundo dos olhos azuis de meu antigo melhor amigo:

 - Você não sabe de nada, não sabe tudo que fiz pra deixar as pessoas a minha volta felizes. Eu arruinei minha própria felicidade para os outros, e você deveria estar me agradecendo de ter ido embora. Você não sabe de nada, Dave. Pare de ficar lamentando por uma amizade do colegial perdida. A vida segue e há coisas piores na vida que essa. Você não sabe como é ruim acordar de manhã e lembrar tudo que você estava tentando esquecer na noite passada, não sabe o que é passar por isso constantemente. Não sabe o que é ter coisas como demônios na sua cabeça, te perseguindo porque você não sabe se tomou a decisão certa ou não. Então cale a boca Dave, não fale de coisas que não sabe. - eu olhei fundo em seus olhos o tempo todo. - Se eu sumi por causa dos meus pais, porque eu estava frustrada ou qualquer outra merda, não lhe diz respeito. Não lhe devo nenhuma satisfação, está me entendendo? - sei que posso ter sido grossa, mas Camila ali dando atenção a ele e não a mim tirou todo meu auto controle. Talvez eu me arrependesse mais tarde, mas no momento isso não me importava. 

Todos na sala estavam quietos e vi Roger aparecer ao meu lado com a muleta. Não ousei olhar para ninguém mais após ter sustentado o olhar de Dave por um tempo, mas sabia que todos me olhavam apreensivos, assim como Camila. 

Peguei a muleta e sai dali o mais rápido que consegui, com a mandíbula trincada.

Fui direto para o quarto percebendo Roger me seguindo. Chegando lá sentei joguei a muleta com força em cima da cama e me sentei na mesma, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Eu olhava para um ponto perdido no chão, assim como estava antes de descer. Comecei a ouvir passos na escada e me preparei para o que estava por vim. 

 - Saia daqui mauricinho, vou ter uma conversa a sós com Lauren. - Vero disse ao chegar em meu quarto. Podia perceber pela sua voz que ela estava extremamente raivosa. 

 - Não acho que seja bom terem uma conversa agora, estão de cabeça quente e… 

 - Olha, se não sair daqui juro que nunca mais te deixo entrar aqui e não quero saber de quem é essa casa. - disse séria. 

 - Tudo bem, vá comprar aquelas cervejas Roger. - disse calma, encarando Vero. Não demorou muito para eu ouvir a porta bater. 

 - Qual a merda do seu problema? - se dirigiu a mim bastante brava. - Me responda, Lauren. - na mesma hora me levantei ficando cara a cara com ela. Seu tom me enfureceu demais, vi seu olhar fraquejar mas ela continuou mantendo a pose. - Você não tinha o direto de falar daquele jeito com ninguém, até onde todos aqui sabemos a errada da história foi você e o mínimo que tem que fazer é tentar começar a se redimir enquanto não prova o contrário. - disse olhando nos meus olhos. 

 - Vocês precisam parar de falar o que tenho que fazer ou não. - minha respiração estava lenta e eu tentava tomar cuidado com as palavras que dizia, não queria magoar Vero também. 

 - Eu estou dizendo o que você precisa fazer porque é o melhor. Para de fazer as pessoas se afastarem de você. Se dê uma chance, ninguém é feliz sozinho. - droga, droga... quase a mesma coisa que Simone me disse. Isso me fez lembrar que eu estava tão disposta a concertar tudo indo ali antes de sair daquele hospital. Acontece que, por incrível que pareça, Dave e Camila juntos, me pegou complemente de surpresa.  - Tudo o que eu quero Lauren, tudo o que Chris, Taylor e todos lá embaixo querem, é que você nos dê uma satisfação. Queremos que confie na gente. Mesmo depois de ter sumido do nada, mesmo depois de ter ficado fora do mapa por anos, nós ainda te queremos por perto.

 - Olha, Vero, eu me odeio por ter abandonado meus irmãos quando mais precisaram, mas não me arrependo completamente. Adoro meu trabalho e a verdade é que ficar longe de todos os deixa em segurança. 

 - Não use isso como desculpa. - Vero disse firme me fazendo olhar em seus olhos. - Você seguiu mesmo a carreira de sua mãe, não é? - eu quase ri. Acontece que, quando se é um agente secreto, você não conta isso toda vez que alguém pergunta sua profissão. Ser um agente é algo totalmente sigiloso, então cada um precisa ter um profissão falsa caso precise usar em alguma situação. O pessoal daqui acreditava que eu havia seguido a carreira policial de minha mãe, me tornando detetive particular. Acontece que Clara Jauregui sempre foi uma mulher um tanto quanto distante, mas piorou quando entrou nessa carreira ao chegarmos da Inglaterra aqui nos EUA. Até que, em um momento, ela começou a pensar muito no trabalho, odiava quando se metiam em seus assuntos profissionais - mesmo que com uma boa intenção-, e muitas vezes esquecia dos outros. Chegava até nos tratar mal em algumas situações. Com isso, tenho certeza que eles pensam que estou virando uma pessoa igual minha mãe, e que meu afastamento tão longo em parte tem a ver com isso, por isso não gostam de falar do meu trabalho. Mas eles não sabiam de um detalhe que eu, filha mais velha e confidente de meu pai, sabia: minha mãe era uma detetive particular real que simplesmente tinha um coração frio que foi esfriando mais ainda com o tempo. Já eu usava isso como fachada, e meus motivos de afastamento são outros completamente diferentes. Óbvio que Vero não precisa saber isso. No final, assenti ao o que ela havia dito, mudando de assunto rapidamente.

 - Não quero voltar lá, Vero. - disse olhando em seus olhos, engolindo seco. Ela me encarou, até que sorriu fraco.

 - Tudo bem, vou mandá-los embora. Não esqueça de tomar seus remédios. - concordei com a cabeça, até que ela saiu do quarto e eu fiquei ali parada por um tempo, pensando em como aquele reencontro havia sido desastroso.

 Respirei fundo, e acabei lembrando das palavras motivacionais de Roger. Eu não posso desistir assim, tão fácil. Amanhã eu tentaria de novo. E caso eu falhe, falharei melhor.


Notas Finais


Sintam-se a vontade para dizerem o que acham :)


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