1. Spirit Fanfics >
  2. Red Eyes >
  3. Ódio

História Red Eyes - Ódio


Escrita por: PsicoPoney

Notas do Autor


Boa leitura <3

Capítulo 8 - Ódio


Acordou ainda se sentia um pouco dolorida e respirava com certa dificuldade; até seus olhos pareciam pesados. Tentou levantar, mas sentiu uma dor insuportável, cedeu à dor e acabou dormindo novamente. Teve pesadelos e, embora não se lembrasse de nenhum, ainda sentia o coração bater descontroladamente quando acordou. Levantou bruscamente, sentando-se na cama. Demorou um bom tempo até que pudesse perceber que o lugar onde estava lhe era estranho. Estava sobre uma cama e um lençol fino a cobria; tinha roupas diferentes – uma saia simples e uma blusa um pouco larga, que parecia ser masculina. Seus olhos ainda estavam embaçados, os esfregou com as costas das mãos: quanto tempo dormira?

–Até que enfim – ouviu aquela voz; se arrepiou

Os azuis se voltaram para ele; Lupus. Um nó na garganta se formou e naquele momento Lin podia jurar que havia se esquecido de como é falar; se sentiu uma completa boba quando abriu e fechou a boca algumas vezes sem pronunciar uma palavra. Lupus sorriu; um sorriso aparentemente cínico. Ele estava sentado em uma cadeira próxima à cama. Tinha a tradicional faca rubra nas mãos e nenhuma roupa a cobrir-lhe da cintura pra cima. A sacerdotisa nem sequer conseguia disfarçar, mantinha o olhar fixo no abdômen do caçador e, quando percebeu desviou o rosto, sentindo-o queimar.

–Você é bem problemática... - disse ele

–C-como eu... Como você me achou...? - sua voz saiu rouca

–Você deixou vários rastros para trás, não foi difícil. E além disso, foi só seguir a luz – ele deu uma leve risada, como se estivesse debochando do que havia acontecido

E foi só então que Lin se lembrou de Holy e tudo o que havia acontecido. Apertou o lençol em seus dedos:

–E Holy? - perguntou, se estava preocupada não demonstrou. Seu tom foi firme e sua expressão pesada

–Se está falando da garota de branco... - começou Lupus se levantando e colocando a faca sobre a escrivaninha ao lado da cama – Estava desmaiada quando cheguei.

E depois? Lin se perguntou. Está viva ou morta? Uma parte de si torcia para que a paladina estivesse viva, já a outra...

–Estou sendo caçada – começou, sem se importar se Lupus queria ou não de fato saber – Parece que agora sou um estorvo para eles. - sentiu lágrimas lhe subirem os olhos, mas fez de tudo para mantê-las guardadas – Querem me matar por que... Por que me tornei a reencarnação do mal. - sorriu amargamente – Depois de tanto tempo me dedicando, terminar assim chega a ser irônico.

Lupus apenas a olhava, não demonstrou nenhuma emoção. Os vermelhos apenas a observavam atentamente:

–Anos me guardando, me preservando e pra que? - olhou para Lupus. Um turbilhão de emoções e lembranças a tomaram – Para no fim, um maldito caçador me seqüestrar e me condenar a isso – sentia ódio, não propriamente de Lupus, mas sim do que passou por causa dele; porque não conseguia odiá-lo? Não sabia.

O caçador permaneceu parado, não sabia como reagir. No fim, virou-se, ignorando Lin o melhor que pode. E tal gesto foi o suficiente para a fúria de Lin eclodir por completo. Com os olhos banhados em lágrimas, ela mal pensou. Pegou a faca que Lupus outrora deixou sobre a escrivaninha e partiu para atacá-lo, porém seu pé se enrolou nas cobertas e se atrapalhou; o caçador se virou e apenas deixou Lin cair sobre si.

Ambos estavam no chão, Lin sobre ele, uma perna apoiada em cada lado do corpo do maior e a faca nas mãos; estava tremendo.

–A culpa é sua, maldito! - gritou, colocando a faca no pescoço dele.

O rubro do metal era um enorme contraste em relação pele branca do maior. Lin parecia desmoronar em lágrimas a qualquer momento, mas Lupus era calmaria; e isso enfurecia cada vez mais a sacerdotisa.

–Você! Depois que eu te conheci, passei a ter sentimentos que nunca tive, pensamentos que nunca tive – disse entre dentes – desejos que eu nunca tive – seu coração batia rapidamente e se sentiu ofegante – a culpa disso tudo é sua!

–Me mate – disse simplesmente. Os azuis se arregalaram e uma breve lembrança daquele corpo a jorrar sangue pela cabeça fez Lin tremer.

–O que? - sussurrou

–Você tem razão, sou o culpado. Então me mate – estava sério, e cada palavra parecia pesar no coração de Lin – foi pra isso que você pegou a faca, não foi?

O caçador sabia do poder daquela faca em especial. Sabia que um simples corte com ela seria o suficiente para causar um grande sangramento e um estrago tão grande quanto. Mas ficou imóvel, esperando uma atitude da sacerdotisa. Quanto a Lin, o ódio se transformou em dúvidas. Por que pegou a faca? Ameaçou seguir em frente, pressionou levemente a faca, porém parou antes que o aço pudesse cortá-lo.

–Eu não sou como você – sussurrou afastando a faca do pescoço do caçador.

A sacerdotisa abaixou a guarda e Lupus agiu. Foi rápido, segurou a pelos pulsos e a puxou, mudando a posição, desta vez, era ele quem estava em cima. Lin corou ao perceber a proximidade e, principalmente, a posição em que estavam. Lupus tinha uma perna de cada lado do corpo da jovem e segurava os pulsos dela; apertou aquele que tinha a faca.

–Primeiro – apertou até que a jovem não agüentasse e deixasse a faca cair ao chão – Só pegue a minha faca se for realmente usá-la – ele segurava os pulsos de Lin sobre a cabeça da mesma, afastou uma das mãos, prendendo ambos os pulsos com a outra, não fora difícil já que Lin permanecia imóvel – Segundo – com a mão livre, segurou seu rosto, impedindo que ela o desviasse

Estavam próximos, Lin não conseguia desviar o olhar daqueles olhos rubros; pareciam estar em chamas. Seu coração estava acelerado e seu corpo estranhamente quente. Mas ele parecia tão calmo; apenas aparências. Lupus se sentia a ponto de fazer uma loucura. Não sabia de fato explicar, mas sentia uma estranha atração por ela. Tinha vontade de lhe arrancar toda a roupa e tomá-la ali mesmo, mas ainda tinha sanidade o suficiente para não fazê-lo; sanidade que Lin via se extinguir a cada centímetro que seus lábios se aproximavam.

Por fim Lin fechou os olhos e, sem perceber, afastava os lábios. Lupus avançou, tomando os lábios da sacerdotisa em um beijo sedento. Lin não sabia exatamente o que fazer, afinal, era seu primeiro beijo, então deixou que o caçador a comandasse. A língua do maior tentava saborear cada centímetro da boca de Lin e, quando ameaçou se afastar, Lupus lhe chupou a língua. Uma sensação estranha tomou à jovem, sentia seu corpo quente, em especial uma área, que começava a ficar estranhamente molhada.

A mão de Lupus desceu, ficando em sua nuca. Foi se afastando lentamente da jovem e se surpreendeu quando a mesma avançou, beijando-o. Foi pego de surpresa, porém logo correspondeu. Percebeu que Lin tentava se soltar, não para afastá-lo, mas parecia querer tocá-lo; se entregou totalmente a ele. O caçador aproximou seu corpo, pressionando o corpo da jovem contra o chão; como poderia estar duro com tão pouco? Lin estremeceu ao sentir o corpo do maior a tocar-lhe. Quando separou os lábios dos dela novamente, desceu até o pescoço da jovem, passando os lábios pela extensão do mesmo, até chegar à orelha da jovem:

–Eu condenei você – queria soar firme, mas estava rouco e ofegante de mais para isso – Não se esqueça disso

Ergueu o corpo, soltando-a e ficando de joelhos sobre a jovem. Os azuis pareciam devorar Lupus, ofegava e, por pouco, não o puxou novamente. Seu olhar desceu, deslizando pelo corpo do caçador e acabou percebeu um volume na calça dele; desviou o olhar para qualquer ponto que não fosse ele. Lupus se levantou, a sacerdotisa não teve coragem de olhá-lo, se sentou, encarando o chão.

O maior pegou a roupa, colocou e simplesmente saiu, sem falar mais nada; nem sequer a olhou. Lin ficou um bom tempo ali, sentada, perdida em pensamentos que se tornavam cada vez mais confusos. Passou a mão pela nuca e se arrepiou ao lembrar-se da respiração de Lupus contra si, acariciando sua pele; fechou os olhos, se entregando aquela lembrança que parecia tão viva.

Quando voltou a abri-los, levantou-se bruscamente e se jogou na cama, afundando a cabeça no travesseiro. Tinha raiva de Lupus e do que fizera, e mais ainda de si mesma, por ter se entregado.

/////

Usava um sobre tudo negro, tal como seu humor. Andavam na rua de uma cidadela. Dois dias se passaram e, desde então, poucas palavras foram trocadas. Lin evitava a todo o custo encará-lo e quando isso acontecia, Lin corava como um tomate; Lupus até achava engraçado:

–Espere aqui – disse simples

Desde sua última experiência de fuga, Lin parou de tentar fugir. Enquanto o caçador iria resolver sabe lá o que, a sacerdotisa encostou-se à parede e ficou ali, olhando as pessoas indo e vindo. Uma menininha passava de mãos dadas com a mãe, na outra mão tinha uma boneca de pano. A jovem sorriu para Lin; que retribuiu o sorriso, o primeiro em dias. Então alguém esbarrou na menina e sua boneca foi ao chão e sua mão continuava a andar. Lin pegou a boneca e chamou a mulher, quando ela parou, a sacerdotisa se abaixou e entregou a boneca para a menina, que a abraçou. Lin ficou surpresa, mas logo retribuiu. A moça e a criança iam embora quando Lupus apareceu, laçando o braço ao redor de sua cintura, puxando seu corpo para si.

Por meio segundo, Lin achou que ele iria beijá-la; gelou. Porém ele apenas encostou seu corpo ao dela, colocando seu rosto próximo ao pescoço da menor:

–Esta vendo aquela mulher? - a sacerdotisa estava tão atordoada pela proximidade que levou um tempo para assimilar a pergunta; por fim, negou com a cabeça – Aquela de capuz, a esquerda, conversando com o policial

Os azuis vasculharam até acharem a dita cuja. Quando a achou, analisou-a o tanto quanto podia. Ela usava um manto que lhe cobria da cabeça aos pés:

–Holy – sussurrou

–Pode ser ela ou outra paladina. Eu ouvi parte da conversa, está atrás de tal sacerdotisa de cabelos brancos, conhece? - soou irônico.

–O que vamos fazer? - acabou perguntando.

Não gostava de estar nas mãos de um caçador, porém, após sua última fuga, Lin tinha a certeza que seria melhor ficar ao seu lado; mesmo que por enquanto. E além de tudo, ela não queria confrontar outra paladina novamente, ainda não tinha noção de seus poderes tão pouco como exatamente usá-los, tudo o que fizera até agora foi se entregar a escuridão, porém se quisesse voltar, não poderia mais fazê-lo.

–Vamos entrar no trem e torcer para ela não fazer o mesmo – disse simples, quase como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer; por pouco Lin não o esmurrou.

–E se ela fizer o mesmo? - perguntou ríspida

–Se ela fizer – ele se afastou apenas o suficiente para olhá-la nos olhos; e se deliciou ao vê-la corar sem manter a cara emburrada – Se isso acontecer, eu mato ela – deu lhe as costas – Vamos

Matar, aquela palavra ficou martelando na cabeça de Lin. Deu uma última olhada na direção da paladina; ela ainda conversava com o policial. Enfiou-se na multidão, seguindo Lupus e rezando para ela não a segui-la.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado e até sexta que vem <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...