História Red Lips " c.h - 1° Capítulo

Hailey Brook †

Chegando na parte de baixo do prédio apartamento que morávamos, vou até a sala de estar e vejo meu pai falando ao celular enquanto minha mãe estava desesperada pelo que ouvi ela dizer, procurando sua bolsa, bufo com isso por ver que a bolsa estava no mesmo lugar o tempo todo e ela dizendo que não sabia como as coisas sumiam tão rápido, vou até a espécie de suporte que temos perto a porta de entrada, pego a bolsa e vou até ela que está no sofá a acabar sua maquiagem. Minha mãe não era mais vaidosa que eu, mas amava um pó compacto assim como a filha.

"Mãe, aqui sua bolsa!" digo e ela me olha

"Obrigada Hai, não sei o que era de mim sem sua percepção" ela diz me elogiando

"Não é pra tanto mãe, eu só vi e peguei" falo revirando os olhos, na verdade não era eu que tinha uma boa percepção, mas sim ela que tinha uma má maneira de procurar as coisas.

Ficamos alguns poucos minutos no sofá branco da sala sentados, esperando a ruiva baixinha chegar, seu nome era Kelly, ela tinha quase a mesma idade que eu e fazíamos o mesmo ano na faculdade, pego no meu telemóvel e as horas marcam 10:21am, nosso vôo iria decolar daqui duas horas, o que informa que teríamos que comer no avião, o que é um saco, dei agradecimentos em minha mente quando vi papai ligar para uma pizzaria, eu amo pizza.

Após a ligação meus pais subiram, dizendo que precisavam organizar as coisas de quando chegarmos na minha amada Austrália, meus avós, tios, primas e todas as outras formas de parentes, moravam lá, e claro, alguns velhos amigos que em todas as viagens de férias eu fiz, e que até hoje não perderam contato, mas era uma amizade em distância, nada agradável.

Estava quase por dormir no sofá quando ouço a campainha tocar, Pizza! Grito mentalmente indo até a porta, a abro e vejo lindos cabelos ruivos encaracolados de uma baixinha, Kelly estava apenas com uma maleta pequena e uma mochila, sorrio em ver que ela nunca vai mudar, entramos e fico sorrindo de minha amiga.

"Que foi menina?" ela pergunta deixando suas poucas coisas no sofá

"Kelly e sua praticidade" digo apontando para suas 'malas'

"Sempre! Por que levar muito sendo que depois vou voltar?" ela pergunta se jogando no sofá

"Bom.. Porque você precisa estar sempre bem arrumada, não se sabe quando encontraremos alguém especial" me sento ao seu lado pegando no cabelo o soltando e prendendo de novo

"Quando você vai parar com essa paranoia Hailey?" sua voz soa estridente e eu fecho os olhos, Kelly sempre pergunta isso, eu apenas queria ficar sempre impecável

"Nunca Kelly! Nunca, e ponto final!" grito e ela se espanta com minha atitude

"Vamos parar por hoje? A viagem vai ser longa e não quero ver vocês discutindo por bobeira" meu pai desce junto com minha mãe já com suas malas em mãos, agradeço por estar chegando o momento da viagem, eu amava essa época do ano.

Kelly acompanha minha mãe até a cozinha para pegar alguns pratos e talheres e colocarem à mesa. Como sincronia a campainha toca mais uma vez e minha barriga deu sinal, eu estava com muita fome. Papai abre a porta e alguém entrega a pizza, vamos para a cozinha e já está tudo organizado, vamos comer para esquecer. Assento ao lado de Kelly que está sorrindo, eu amava minha amiga por sempre saber, que nunca, nunca iremos ficar com raiva uma da outra, aliás, quem mais aproveitava essa viagem à Austrália era, nós duas.

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A fome logo passou quando terminamos de comer, a pizza nova yorkina é realmente uma delícia, limpo minha boca com o guardanapo em cima da mesa, e vou ter com meus pais e Kelly que estão colocando apressados as malas dentro do carro, coloquei as minhas duas malas tamanho grande no porta malas e entrei no carro, sentindo assim meu pai arrancar com o carro.

Quando adentramos o aeroporto, vi o quanto estava lotado o lugar, pessoas iam para um lado e proo outro, algumas ansiosas como eu por suas viagens e outras nem se quer se importando, suas faces mostravam tédio. Ignorei isso, e seguimos até alguns bancos de espera, nosso avião iria decolar às 12:30pm, rolei meus dedos pelo ecrã do celular, marcava 12:16pm, faltavam apenas quatro míseros minutos para estarmos embarcando para o interior do avião, cada vôo dependendo de sua viagem, os passageiros embarcam dez minutos antes do vôo.

Kelly estava concentrada em seu telemóvel, ela sentou ao meu lado e percebia-se que seus ligeiros dedos digitavam algumas mensagens, já os meus dedos, apenas batucavam em meus joelhos, denunciando assim o meu entusiasmo e ansiedade. Os minutos se tornam horas, olho no celular e falta um minuto.

No que dizia eu ficar mais alegre a cada segundo que passava, fechei o olhos. Um instante se passou e a voz chata me fez ficar alegre, o que ninguém percebia, pois eu apenas sentia aquilo dentro de mim. Eu não gostava de mostrar o que eu estava sentindo ali.

*Vôo 517 com destino à Austrália em dez minutos*

Sorri para mamãe e papai que estavam levantando e pegando nossas bagagens, Kelly guardou seu celular e pegou suas coisas também, fomos até e onde deixam as coisas dos passageiros, despachamos, logo indo em direção ao grande branco à nossa frente.

Eu sabia, eu tinha a certeza dentro de mim, isso, essa viagem, apenas seria mais uma de muitas outras que faríamos nos próximos anos, na mesma data, no mesmo intuito, rever os parentes distantes. Eu sabia que não haveria nada demais, nada de muito importante, eu iria amar se tivesse, mas sei que não tem. Aliás a vida não é feita somente das fases lindas e perfeitas que imaginamos, isso tudo, existe apenas em um lugar, nos Sonhos, e eu acabei me acostumando.

Pego em minha pequena necessaire meus fones, a música já estava no Play, eu amava aquela música, pois por mais que a viagem iria ser a mesma, eu não pretendia fazer o mesmo. Ouvindo aquela música, a melodia penetrava em minha cabeça me fazendo passar pela mesma sensação de sempre: O frio na barriga, a emoção de estar dentro de um avião, a vontade de chegar logo, o frio presente nas ruas, ruas enfeitadas, cobertas da linda e branca neve. Imaginando isso tudo, com a melodia de Natal que tocava em meus ouvidos, eu somente quero fazer nesses dias algo.

Coisas de Inverno (...)

"Eu amo inverno.." deixo meus pensamentos saírem pela boca

"Sabemos querida!" a voz suave de mamãe diz e eu me volto a atenção, com tantas imaginações nem me toquei de Mamãe e Kelly terem ficado ao meu lado. Dei um breve sorriso e me voltei para a janela que tinha uma imensidão de nuvens por fora.

Eu sempre pensei alto demais.. Acho que por isso, nunca alcanço nada, tudo é.. Muito alto!