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História Red Riding Hood - W


Escrita por: a112214

Notas do Autor


Se alguém ainda lembrar desta fanfic, estou de volta! E já estou terminando de escrever o último capítulo, finalmente. (depois desse tem só mais 4 capítulos e vou postar rapidamente todos eles) Perdão pela demora;;

Capítulo 10 - W


 

 

—Donghae, como vou saber se não está mentindo só pra eu soltar Hyukjae? — Siwon perguntou, desconfiado.

—Você realmente acha que eu culparia meu próprio pai? — suspirei, sentindo certa vergonha por aquilo. Mesmo contando a verdade, eu não havia contado toda ela, especialmente a parte em que eu era um lobisomem também, ou quase um. Hyukjae continuaria me amando se soubesse a verdade?

—Essa história ainda me parece muito estranha... Achei que muitos estivessem presentes no momento em que ele morreu. E por que demorou tanto pra voltar? Por que não te matou? O que ele realmente quer?

Eu tinha a resposta para aquelas perguntas. Pra algumas delas. Eu não poderia dizer que ele demorou pra voltar pois estava esperando o momento certo em que eu me tornaria um dele, aliás deveria ser essa a razão do intervalo de mais ou menos vinte anos a cada série de ataques. Eu não conhecia muito bem da minha própria natureza. Por isso ele não me matou, e o que queria de mim eu daria, pelo bem da segurança da talvez única pessoa que eu já amei nesse mundo. Um amor que não deveria existir.

—Escuta, Siwon. Eu estou muito mal, assim como você preciso entender isso tudo, tenho mais direito de entender do que você, na verdade. Será que pode acabar com essa sua ideia maluca de prender pessoas inocentes? Pelo menos por enquanto — abaixei a cabeça, verdadeiramente triste. —Hyukjae não é o lobo, pode ter certeza.

—Certo... — me entregou as chaves, ainda me observando desconfiado. Talvez ele soubesse que tinha algo a mais que eu não havia contado.

 

 

Após voltar pra casa e deixar Hyukjae descansar, finalmente livre, na casa dele, eu estava em um grande dilema. Sabia o que deveria fazer, mas não era o que eu queria. Jamais queria abandonar o amor da minha vida, mas eu precisava, por ele. Talvez nunca me entendesse, mas eu não me importava, não podia vacilar, pois tinha plena certeza do que o lobisomem era capaz, sabia do que meu pai era capaz.

Quando a manhã chegou, eu não havia pregado os olhos nem por um segundo. Mas já havia planejado tudo. Arrumei-me pra encontrar Hyukjae e derrubei uma lágrima antes de sair de casa. Eu teria só mais esse dia para aproveitar ao seu lado. Quando a noite viesse, eu partiria pra nunca mais voltar.

 

 

Bati na porta de sua casa. Já que agora ele era o único que morava ali, não haveria problema algum. E logo ele me atendeu, com a cara de sono que eu tanto achava linda.

—Donghae... — esfregou os olhos, me dando espaço pra passar na porta. —Entra, você veio cedo — fechou a mesma logo após eu passar e se sentou em uma cadeira, esperando que eu fizesse o mesmo, logo começando a falar em um tom mais preocupado. —Desculpe por não ter falado melhor com você ontem. Eu realmente sinto muito, imagino como deve ter sido descobrir aquilo...

—Está tudo bem. Digo... na medida do possível — estendi a mão, pegando a sua, sem conseguir olhar nos seus olhos. —Vai ficar tudo bem, você está são e salvo.

—Estamos juntos, é o que importa — respondeu, erguendo nossas mãos e dando um beijo na minha. —Você já decidiu o que vai fazer? Por que não continuamos com aquele plano de fugir, hm?

Engoli em seco, sentindo meus lábios tremerem. Eu iria de fato fugir, mas dele.

—Podemos decidir depois? Eu queria falar com algumas pessoas antes pra poder assimilar melhor tudo isso. Posso voltar aqui mais tarde. Estou com muita saudade de você — sorri, pois aquilo era verdade.

—Claro. Estarei esperando — sorriu também e colocou a outra mão em volta da minha, então vi aquele pano amarrado no machucado que havia feito.

—Hyukkie, você cuidou desse ferimento?

—Ah... — disse como se houvesse lembrado naquele momento. —Vou cuidar depois, não se preocupe. Cuide dos seus machucados também — deu-me um selinho e evoluímos para um beijo antes de eu sair por aquela porta a fim de confrontar outros fatos.

 

 

Abaixei o capuz vermelho ao entrar na taberna. Naquele horário só havia eu e o velho dono do lugar. Sentei-me no balcão de madeiras repletas de farpas e me distraí passando as unhas nelas até que a atenção do idoso se dirigisse a mim.

—O que vai querer?

—Algo quente pra beber — o vi fazer menção pra se virar e logo me encarar surpreso. —E informações. 

Logo fui servido com algum chá meio amargo, mas que me fez parar de tremer de frio. O velho parou à minha frente, esperando que eu dissesse algo.

—Sei que você era amigo do meu pai e estava naquela caçada junto dele. Foi o que sempre ouvi desde criança. Mamãe disse que você quem a avisou da notícia da morte — fiz uma pausa, o encarando. —Você já sabia que ele estava vivo?

Após um longo silêncio, ele enfim começou a falar com aquela voz rouca e cansada.

—Então você finalmente descobriu. Seu pai era um cara durão, meu melhor amigo — sorriu nostálgico. —Era conhecido como um grande homem por todos no vilarejo, nunca se intimidava, tomava iniciativas em prol de todos. Sabe, era muito parecido com você — fez uma pausa e eu estremeci com aquela frase. —Algum dia ele mudou. Eu não percebi desde quando, infelizmente só notei quando a situação saiu do controle. Ele era um tanto mais jovem do que eu e mais corajoso, por isso não fiquei surpreso, mas preocupado quando decidiu participar da caçada, já que tinha uma família pra cuidar. Eu devia ter percebido... — balançou a cabeça, dando uma batida no balcão com os próprios punhos.

Assustei-me, afastando o copo de chá.

—Percebido o quê? Diga-me... — o pressionei, ansioso.

—A caçada era só uma armadilha para matar todos nós. Quando chegamos lá, pensamos que havíamos o perdido, mas por coincidência o lobo apareceu logo em seguida. O lobisomem, seu pai. Todos do nosso grupo morreram. Todos, menos eu. Ele voltou à sua forma original quando me encurralou, escapei da morte por pouco. Na verdade, ele continuou obstinado em me matar mesmo depois disso. Não era só o lobisomem que o fazia um assassino, garoto. Ele era um assassino desde que nasceu.

As palavras ditas daquela forma me atingiram de uma forma que passei a me odiar. Eu era um assassino também?

—Como deve ter percebido, eu era um velho medroso — continuou, dando um longo suspiro. —Quando o outro grupo vinha se aproximando, o deixei fugir e inventei aquela história toda de que ele havia morrido. O jeito que ele deixou os corpos, estraçalhados, sem compaixão alguma... Não daria pra nem identificar quantos havia ali. Por isso inventei que ele estava ali junto no chão. Eu não sei o que o transformou naquilo e nem quis saber, sempre imaginei que nunca estaria vivo pra ver acontecer outra vez. Mas aqui estou. Se existe algum Deus, ele me deixou vivo para pagar por meus pecados e mentiras. Seu pai há de me arrancar todos os membros e arrastar o sangue por esse lugar inteiro, meu jovem — deu uma risada, como se fosse um velho no leito de morte, rindo da sua própria desgraça.

—Você não podia esconder isso de todos! — esbravejei. —Tem noção do que fez?

—Eu não escondi de todos. Tinha uma pessoa que sabia. Na verdade, após contar, descobri que ela sabia até antes de mim, muito mais da história.

—Ela? Ela quem? — perguntei, me levantando depressa.

—Sua mãe.

 

 

Corri pela neve espessa no auge do seu inverno. A raiva tomava conta de todo meu corpo e só me dei conta da quantidade desta quando olhei minhas mãos e vi que apertava tão forte os dedos contra a mesma que já saía sangue dos cortes provocados pelas minhas próprias unhas.

A minha vida inteira havia sido uma mentira. E a pessoa que me deu a luz havia escondido tudo de mim. Eu não suportaria outra traição. Abri a porta de minha casa com força e encontrei minha mãe lá dentro, varrendo o chão.

—Por que você me escondeu tudo?! — gritei, a assustando.

—Do que está falando, meu filho?

—Você sabia. Sabia que meu pai era um lobisomem, que era ele quem fazia as matanças. Sabia que estava vivo também. Tem mais alguma mentira? — não me preocupei em manter o tom de voz baixo, todos já deveriam saber das notícias naquele momento.

—Donghae, eu fiz o melhor que pude... — percebi algumas lágrimas descerem de seu rosto, mas aquilo não me fez ter nenhuma pena de si.

—Não fez! A minha vida foi construída a base de mentiras, tem noção de como isso tudo é ridículo? —segurei em uma cadeira, a jogando longe. —A minha vida é ridícula! — em um empurrão derrubei tudo que tinha em cima da mesa, me aproximando mais da mulher com a raiva explodindo.

—Filho, isso não é justo. Eu só fiz pra te proteger — colocou as mãos na sua frente pra se defender.

—Pois eu vou te dizer uma coisa. Não me protegeu! Eu estou condenado a escolhas que não fiz e não posso contar com ninguém porque todos mentem pra mim!

—Eu achei que... Achei que aquele casamento ia fazer bem pra você, que seu pai iria te deixar em paz e você seria feliz como uma pessoa normal. Você não é um monstro como ele, Donghae. Eu sei disso — olhou para minha mão levantada pronta pra lhe bater e eu abaixei na mesma hora, me dando conta daquilo e caindo em lágrimas.

—Aquele casamento nunca me faria feliz, mãe — fui me afastando em direção à porta. —Eu amo outra pessoa. Eu amo um homem. O nome dele é Hyukjae e é a única pessoa que não mente pra mim, mas vou ter que mentir pra ele — suspiro, limpando as lágrimas. —E isso sim faz de mim um monstro — viro as costas, deixando a casa e uma mulher desolada, talvez porque agora soubesse que eu era ainda pior do que ela imaginava.

 

 

Cheguei à casa de Hyukjae completamente destruído emocionalmente, mas pedi que não me perguntasse nada. Aquele momento seria apenas nosso.

Já estávamos na cama fazendo amor. Eu estava sentado por cima, me movendo com vontade e paixão. Talvez tudo se tornasse mais intenso porque eu sabia que aquela era nossa última transa.

Hyukjae segurava em minha cintura com força e me observava com desejo e muita excitação. Ele levantou seu tronco e me abraçou, investindo seu quadril junto aos meus movimentos. Beijamo-nos como conseguíamos, intercalando com mordidas e chupões em qualquer lugar que a boca do outro alcançava. Cansado de nos esconder, eu gemia como nunca havia gemido antes, pedindo por mais e mais forte. Senti o baque em minhas costas quando me jogou na cama e ficou por cima, segurando minhas coxas possessivamente e tomando meu corpo mais uma vez.

Seus movimentos eram fortes e rápidos, eu rolava os olhos de prazer e me agarrava em seus cabelos, os puxando sem perceber.

—Hyuk-...jae.. Não para... — murmurei, e ele obedeceu, dando-me mais prazer do que jamais tive. E meu corpo logo chegou ao ápice, seguido de si. O sexo havia sido maravilhoso, como sempre. Eu queria mais.

E fizemos mais, alguns minutos depois, dessa vez na parede. Gozamos juntos novamente e eu deixei seu corpo ainda mais marcado para que se lembrasse daquele dia. Somente daquele. E então o que eu faria no seguinte talvez não doesse tanto.

 

 

Deitei na cama consigo e ficamos um longo tempo abraçados, aproveitando o cheiro um do outro e o silêncio. Ele foi o primeiro a quebra-lo.

—Donghae, você já decidiu sobre nossa fuga? Eu queria resolver isso o quanto antes, porque temo em perde-lo se ficarmos aqui. Por que não deixamos para o Siwon resolver o que ele entende e vamos finalmente viver nossas vidas?

Levantei o rosto, o encarando de cima.

—Eu quero muito uma vida com você — sorri, porém triste porque sabia que nunca teria. Onde fôssemos, meu pai iria nos encontrar. E iria mata-lo.

—Então vamos. Por favor... Eu te amo muito. Acha que eu não posso te fazer feliz? — segurou meu rosto, esperando ansioso por uma resposta.

—Feche os olhos.

—Por quê? Responda minha pergunta antes — perguntou curioso.

—Apenas feche — esperei que o fizesse e aproximei minha boca de seu ouvido, sussurrando ali. —Imagine eu e você. Fugindo no meio da noite, correndo pra longe, subindo montanhas, atravessando rios congelantes.

—Parece divertido — sorriu, e eu parei um tempo o observando. Ele era lindo.

—Agora nós chegamos bem longe e encontramos uma caverna. Ela parece meio suja. Então você diz que vai limpar e aquela será nossa nova casa.

—Eu vou limpar e aquela será nossa casa, meu amor — rimos juntos.

—Enquanto isso eu começo a fazer fogo, pois estava muito frio. O fogo logo apaga e eu fico com raiva porque não vou conseguir ser um bom marido pra você. Nós vamos morrer de fome.

—Marido? Você quer casar?

—Aish, esquece essa palavra. Foi só modo de dizer — coloco o dedo sobre seus lábios, continuando a história. —Então você volta e avisa que terminou de arrumar nossa casa, mas percebe que estou chorando. O que você diz então?

—Eu digo que eu te amo mesmo assim e que vou fazer o fogo. Eu te abraço e podemos passar frio e fome juntos.

Fecho os olhos, sorrindo e mergulhando naquele pensamento. Parecia tão real enquanto eu imaginava tudo, cada detalhe, cada sentimento.

—Eu digo que te amo também e que quero criar muitos coelhinhos com você. Você então me pergunta se eu quero entrar pra nossa casa e eu respondo que não.

—Não? Por que não?

—Mesmo com todo aquele frio, neve, e vento, estar com você era como sentir o sol quente de todos os lados. Acho que isso significa que...

Suspiro.

Deixo uma lágrima escorrer pelo meu rosto e molhar seu pescoço.

A dor de uma vida que nunca irei viver.

—Acho que isso quer dizer que eu estou feliz com você. Você me faria muito feliz. E eu te amo.

 

 

E quando a noite chegou e Hyukjae enfim dormia, deixei um leve selar sob seus lábios e sussurrei, me despedindo.

—Me desculpe. Sempre te amarei.

E logo fugi, seguindo para aquele que era meu destino.

 


Notas Finais


o próximo será postado amanhã.


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