História Red Smoke: Rupture (Segunda Temporada) - Parte 8: Blanca - Vogue - 01

Blanca P.O.V's On

   Tudo começou no início do ano. Era a época comeback do Red Smoke. Depois de meses e agora com oito integrantes, o Red Smoke estava promovendo seu full-album Be Bad. Foi uma boa promoção, com muitos mvs e muitos prêmios estávamos cada vez mais famosas e, diferente do outro ano, ganhavamos de grandes artistas mesmo com músicas que não eram virais. Agora nós somos os grandes artistas.

   Estavamos nos apresentando no MCountDown e quando terminamos, nós tivemos que ir embora mais cedo, já que tinhamos outro compromisso. Eu ia correndo por um corredor quando esbarrei em um garoto. Mais alto do que eu, com cabelo grande e loiro e um sorriso bonito. Confusa, sussurei um pedido de desculpas:

   - Gomen nasai.- Desculpe em japonês.

  Não foi de propósito, eu estava constrangida e escapou sem querer, mas para a minha surpresa ele disse:

   - Gomen Nasai.

   Aquele era KangNam, do M.I.B, meio coreano, meio japones mas viveu no Havaí quando mais novo. Me senti mais constrangida ainda, ele é uns bons anos mais velho do que eu, aquilo foi inapropriado. Mas na hora apenas larguei um foda-se e sai dali, eu tinha que ser rápida e, por causa desse encontro, demorei mais do que pretendia. Quando voltei ao carro, YongNam brigou comigo.

   Só reencontrei KangNam quase duas semanas depois. Ele pediu meu número e eu não pude negar. Então conversamos e conversamos, marcamos encontros e um dia nós fomos a uma casa de jogos.

   Eu estava com calças largas e uma camiseta qualquer, com KangNam eu não precisava ficar toda arrumada, podia ser eu mesma. Depois de rodadas de video game, nos sentamos para comer sorvete e então ele me beijou. Um mês depois veio o pedido:

    Quer namorar comigo?

***

   Sala do JYP. Que delícia. Eu sempre acho um saco ter reuniões individuais com ele. Tipo, com o resto do grupo é ok, não me sinto pressionada, nem nos momentos tensos. Mas no momento em que você começa a fazer alguma coisa além de estar no grupo, você passa a ter reuniões particulares. No meu caso, eu havia saído na capa da revista Vogue do Japão.

   - Aqui está. - ele disse, me entregando a revista. A capa era azul com uma foto minha bem no centro, na foto eu usava um decotado vestido preto, meu cabelo estava preso em um coque e eu estava com muitos apliques, por isso era um grande coque; além disso, usava uma maquiagem suave, exceto pelo batom vermelho em minha boca. Manchetes em japonês rodeavam minha imagem, sendo a maior sobre mim "A nova sensação da moda japonesa: Blanca" e logo abaixo em letras menores "Fazendo sucesso no mundo todo, a cantora anda sendo reconhecida no ocidente pelo seu estilo diferente e ousado, não uma princesa, mas uma guerreira! Leia tudo sobre a cantora japonesa Blanca na página 17". Eu sorri.

   - É, nada mal. - falei enquanto procurava uma posição mais confortável.

   JYP riu.

   - É, nada mal. Eu poderia ficar de papo furado, mas vou direto ao assunto. Como está KangNam?

   Quando ele perguntou, apenas desviei os olhos.

   - Vai bem, obrigada.

   JYP sempre pergunta à nós sobre nossos namorados, afinal, além de uma distração, eles também fazem uma puta diferença no nosso humor. Mesmo assim, nunca vi uma REAL diferença e necessidade dessas perguntas. Às vezes penso que, no fim, JYP só quer nos proteger.

   - E como andam seus treinos? Vocês não tem tido tempo de treinar todas juntas. – ele perguntou, se referindo ao Red Smoke.

  - Bom... você sabe que sou meio preguiçosa – eu disse rindo – mas está indo.

   No momento minha vida estava sendo assim. Moda e dança. Tenho me esforçado para melhorar minha dança, sempre treinando – o que é extremamente surpreendente se considerar o quanto sou preguiçosa. Além disso, cada vez mais saio em capas de revistas, sendo considerada um ícone da moda e essa é outra coisa que não entendo muito bem. Nunca me esforcei muito para ser estilosa, apenas visto o que faz com que eu me sinta bem. Talvez o fato de desde muito cedo eu ter vivido nesse meio artístico tenha feito isso. Eu ainda era uma criança quando comecei a cantar e tinha apenas 15 anos quando fui sozinha para a Coreia. Parece que no fim tudo isso deu frutos.  Então, quando me sinto mal, não deixo que me nada me abale. Apenas me concentro no meu trabalho e dou meu melhor.