História Red Smoke: Rupture (Segunda Temporada) - Parte 9: Colapse - Gasoline - 07

U-Kwon P.O.V’s On

   Eu não conhecia a JYP tão bem assim, mas Elena me ensinou a chegar até a sala onde costumava praticar, por isso, naquela tarde eu entrei com calma e me concentrei em seguir as instruções que antes me foram dadas. Do lado de fora, o céu tomava uma tonalidade cada vez mais escura, já que a cada segundo que passava o sol ia para mais e mais longe, permitindo que a lua se mostrasse no topo.

    Elena já devia ter terminado seu treino, iríamos jantar juntos. Mas quando eu encontrei a tal da sala... eu não sei, foi estranho. Ela estava terminando de trocar de roupa. Ok, isso não foi estranho, foi constrangedor. Quando adentrei a sala retangular, a bolsa de Elena estava no sofá preto que ficava do lado esquerdo. Já a própria Elena estava em frente ao espelho, do lado contrário ao sofá. Usava um vestido roxo e com dificuldade, tentava puxar o zíper na lateral. Com o zíper aberto, era possível ver toda a extensão do corpo dela desde o topo da coxa.

   Mas me assustou. Na lateral do corpo dela, na altura da cintura, um grande hematoma tomava conta da pele dela. O centro estava roxo e inchado, cobrindo boa parte da lateral da cintura dela,  nas bordas, a pele havia se tornado verde, estando um pouco menos inchada.

   Assim que entrei, ela conseguiu fechar o zíper. Levantou os olhos para mim e sorriu.

   - Você não viu nada, viu? – ela perguntou, rindo, se referindo a estar seminua.

    Eu soltei uma risada fraca.

    - Quase não. – falei, me aproximando dela e depositando um beijo em seu rosto – O que é esse hematoma na sua cintura?

   Por um instante, o rosto de Elena ficou sem expressão, como se não tivesse ouvido uma palavra do que falei e aguardasse que eu falasse algo. Mas então ela piscou algumas vezes, libertando-se de seu transe.

   - Cai treinando, nada de mais. – ela afirmou e indo então para o sofá e pegando sua bolsa – Vamos? – ela perguntou.

   Eu assenti e saímos da sala. Ela agia estranho, visivelmente sentia dor constante, mas agia como se não fosse nada. Não queria causar preocupação em ninguém, mas estava falhando miseravelmente.

Chen P.O.V’s On

   Tao tinha sumido. Eu estava em desvantagem na hora de procurar, afinal, estamos na China. Mas a questão é que ele tinha sumido. Saiu do dormitório e não voltou, já é tarde e a preocupação é o que reina entre os membros do Exo-M. Até mesmo LuHan, que estava no dormitório apenas para visitar Xiumin, estava visivelmente preocupado. Eu e Lay saímos para procurar Tao nos bairros vizinhos; já Xiumin e Luhan procuravam-no no nosso bairro, que sozinho já era grande o suficiente.

    Na verdade, não demorei muito para achar Zitao. Ele estava em um bar não muito distante do dormitório, sentado sozinho e bebendo até não aguentar. Entrei no bar com calma e me sentei ao lado de Tao no balcão.

   - Nos deixou preocupado. – eu disse.

   - Desculpe. – falou Tao, levantando os olhos para mim.

    Zitao olhou em meus olhos. Dizem que os olhos são as janelas da alma, mas naquele momento, quando meus olhos se encontraram com os de Tao, o que eu vi foi um caos. Não era possível dizer a quanto tempo ele estava bebendo, mas também não era possível dizer o que estava afetando ele mais, a bebida ou G.B. A notícia do novo programa atingiu Tao como um tapa na cara, um tapa na cara bem forte.

   Como se não bastasse ele não estar mais com G.B, ainda teria que dividir o mesmo teto que ela. Aquilo era cruel e eu o entedia. Eu estaria lá e Ace também. Olhar para Tao era como olhar um espelho. Olhando-o, eu sabia dizer que ele estava tão louco quanto eu, que estava sofrendo tanto quanto eu. Sabia dizer que ele estava desperdiçando seu dinheiro na bebida cara, mesmo já estando fora de si a ponto de não sentir o gosto. Estava tentando acabar consigo mesmo, apenas para que se distraísse, esquecesse G.B. Tentando se livrar do pesadelo que estava sendo aquilo tudo.

   Mas ele não pode acordar, isso não é um sonho.

    Tao está quebrando e talvez a única pessoa que pudesse mantê-lo de pé seja a garota que agora o odeia. Não acho que seria justo culpar G.B pelo que está acontecendo. Até porque tenho certeza de que ela está sofrendo tanto quando Zitao. Mas ela não carrega a culpa que ele carrega.

   Tao não estava mais sendo o Tao. Bebia gole atrás de gole, tentando apagar a si mesmo, na esperança de que o álcool apagasse de sua mente a culpa. Mas não funcionava. Só servia de gasolina para que cada vez mais ele perdesse a si mesmo no meio de toda aquela dor.