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História Red Smoke: Rupture (Segunda Temporada) - Parte 9: Colapse - Lean On - 20


Escrita por: Naomi_Ukazani_

Notas do Autor


Mais um capítulo lindão saindo!
Pra quem não sabe, um hijab é um véu tradicional islâmico.
A música dessa semana é Lean On (Major Lazer & DJ Snake com participação da MØ).
Boa leitura!

Capítulo 40 - Parte 9: Colapse - Lean On - 20


Fanfic / Fanfiction Red Smoke: Rupture (Segunda Temporada) - Parte 9: Colapse - Lean On - 20

Zoe P.O.V’s On

    Etnicamente falando, sou mestiça. Meu pai é egípcio, muçulmano. Minha mãe é egípcia, católica. Ela era. Era a única entre três irmãos que nasceu no Egito. Eu me arrependo de ter estado longe por tanto tempo. Sai de casa aos catorze anos, com a promessa de poder ganhar dinheiro para que tivéssemos uma vida boa.  Eu cumpri a minha parte, mas isso me fez passar muito tempo longe de casa. Me fez viver muitas primeiras vezes da vida longe da minha família.

   Viajei de avião pela primeira vez acompanhada do tio que me levou para a Inglaterra, fiz meu primeiro desfile sem que meus pais vissem, tive minha formatura sem que meus pais estivessem lá. Eu não sou exatamente bem vista no lugar de onde venho, pouco depois de sair de Cairo abandonei o islamismo. Fazia anos que não usava um hijab para esconder meu cabelos, mas antes mesmo do avião pousar no Egito eu já havia coberto as mechas de cabelo tão escuras com o véu.

    Uma parte minha estava assustada em voltar ao Egito. Não me leve a mal, eu amo o país. O que me assusta é a minha religião. Se não fosse pelo fato de minha mãe ter o resto de sua família britânica, sabe se lá onde eu estaria. Nem sempre meninas muçulmanas são alfabetizadas, somos vítimas de machismo, de discriminação social todos os dias. Hoje eu sei que um dos motivos para que meus pais me tirassem do país foi o islã. Eles são devotos, mas viram que eu poderia ter uma vida melhor lá fora, então, antes que eu me casasse me mandaram para longe. Meninas se casam cedo, com 12, 15 anos.

    Mas minha mãe estava morrendo. O câncer foi descoberto do nada, infestando o corpo dela inteiro. Foram as piores semanas da minha vida. Eu fiquei lá, vendo-a definhar e não podendo fazer nada. Ela não quis tratamento. Descobriram tarde demais, não teria cura. Mas eu vim, não poderia deixar de estar ao lado dela. Queria que ela soubesse que eu estava ali, que soubesse que sua aibna, que sua filha, estava ao lado dela.

    Meus pais sacrificaram muito por mim. Muito mesmo. Nem toda a batata do mundo pagaria o que devo a eles. Por isso fiquei lá até que minha mãe se fosse e depois disso. Meu pai precisava de apoio, não tínhamos mais ninguém. Éramos nós dois contra a dor. Ele precisava de um apoio. É claro que eu estava além de tudo sentindo falta das meninas, do YongNam-oppa, JYP-oppa, dos oppas do Exo e principalmente do Leo. Mas eu fiquei com meu pai para que ele não se perdesse no meio de tanta tristeza.

    Eu gostaria de ter ficado no Egito por mais tempo. Mesmo com o medo de esquecer o hijab, o que definitivamente seria horrível, mesmo com toda a opressão e a dor, cada pedaço da casa me lembrava da minha mãe e isso doía tanto. Eu me deito na cama e choro e parece que essa dor nunca vai passar, que essas lágrimas nunca vão parar.

    Me preocupei tanto com o hijab que esqueci de tirá-lo quando sai do avião, voltando para a Coreia. Desembarquei em Seul com um hijab preto, perdida em meu luto, preocupada com as meninas, pensando sobre o fato de que eu seria colocada direto no meio da guerra que estava sendo o Living With Sumbae. Eu queria ver Leo, queria abraçar minhas amigas, minhas irmãs, queria saber que as coisas estavam bem. Mas eu estava usando o maldito hijab. Tiraram fotos e eu me lembrei de com coreanos podem ser racistas. Eu senti meu coração murchar ainda mais e pela primeira vez em muito tempo, desejei rezar para Alá.

    Vendo aquelas pessoas em volta de mim, gritando palavras de ódio por cause de um véu. Consigo me lembrar de não muito tempo atrás caminhar inocentemente pela calçada. Não havia ódio, tudo o que fazíamos era cuidar um do outro. Mas as pessoas podem ser ousadas às vezes e só deixaram aquilo fluir. Fosse para mandar um beijo ou disparar uma arma, elas só precisavam de alguém para se apoiar e em grupo como estavam, aquelas pessoas tinham em quem se apoiar. Da mesma maneira como meu pai, como eu, como aquelas pessoas. Tudo o que precisamos é de alguém para nos apoiar... mesmo que seja para fazermos algo ruim.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e desculpe qualquer erro!
Só mai dois capítulos e a parte nove termina, estou nervosa para os próximos dois.
Obrigada por ler e até semana que vem!


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