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História Redemption - Capítulo 5


Escrita por: __Gummy__

Notas do Autor


Voltei com mais um capítulo!
Eu há dois capítulos não tinha dito que faltava alguém? ;)
Boa leitura!

Capítulo 6 - Capítulo 5


O casaco de Hyungwon que permanecia na minha mão cai ao mesmo tempo que os meus olhos fogem para a figura parada na porta. O desconhecido mantém-se sem expressão no rosto, talvez uma réstia de indignação. Tem os olhos puxados, o cabelo médio e castanho-escuro, ligeiramente para cima. Mas não foi o rosto dele que me assustou. Foi o resto. A roupa preta e reflectora. O sangue espelhado na camisola e no pescoço. As botas pretas e visivelmente pesadas. A arma no lado direito da sua cintura. A arma maior na mão dele. Engulo a seco. Wonho não é o único que é capaz de manusear uma arma ou o que quer que seja aqui.

- Repito: Quem és tu? – Ele rosna.

Abro a boca com o seu tom de voz exageradamente autoritário. Tiro os joelhos do chão, equilibrando-me no meio da pilha de roupas. Seguro a mão na cintura, e olho-o com deboche.

- E que tal não dizer? – Enfatizo o “não”. Eu sou insana. A sua postura aterroriza-me e a cara dele ganha finalmente uma expressão, raiva. O estrondo da arma maior a cair causam-me um pequeno dano nos meus ouvidos. A mão dele, consideravelmente grande, viaja para a sua cintura, de lá retira a rifle de calibre 40, apontada directamente para mim. Engulo a seco. A minha respiração volta quando Hyungwon aparece atrás do indivíduo, segurando um colchão. Ao dar-se conta da situação, Hyungwon liberta uma das mãos do colchão, e leva-a de encontro ao braço do dono da arma.

- Não atires, ela pertence-nos. – Hyungwon tranquiliza-o, a mim enlouquece-me.

- Eu não pertenço a ninguém. – Falo ligeiramente azedo. Liberto-me da pilha de roupa, e caminho lentamente até ao indivíduo, pegando na arma da mão dele sem qualquer tipo de esforço. Vacilante, enterro a arma de volta na sua cintura, conseguindo estar próxima dele o suficiente. – Kim Yerin. – Sussurro-lhe perto do ouvido. Afasto-me em seguida, e estico-lhe o braço. – “A nova cadela daqui.” – Faço o máximo que consigo para imitar a voz de Wonho, e o resultado são risadas por parte de Hyungwon, e umas mais leves por parte do desconhecido. – Tu?

-Shownu.- Shownu aperta-me a mão e abre um sorriso bem pequeno.

- Eu não queria ser daqui. -  Bufo ligeiramente. – Porque ninguém me avisou que os armazéns eram de Wonho? Evitava vê-lo alguma vez na minha vida. – Reviro os olhos, e acompanho os mesmos com as pernas até a roupa.

- Os armazéns são nossos. – Hyungwon pronuncia após instalar o colchão entre a cama e a janela. Encaro-o, e uma pergunta surge na minha mente.

- Mas afinal, que porra vocês são? – Shownu ganha uma posição tensa enquanto encostado na porta. Já imaginava a resposta dura vinda da boca dele.

- Não é da sua conta.

- Porquê? – Quase choramingo. – Eu vou ficar aqui nos próximos tempos, não é mesmo? Ao menos quero saber para quem vou faxinar. – Sorrio forçadamente para os dois, chegando até mesmo a mostrar as gengivas e as duas fileiras de dentes.

- Não é a altura certa. – A voz calma de Hyungwon responde-me mais uma vez, mas eu não gosto da resposta. Têm medo que fuja e conte a alguém? Viro novamente a face para o armário, fingindo uma total atenção nas roupas. Ouço as passadas de alguém, e Shownu já não está na porta. Desvio o olhar para Hyungwon, e o que vejo é o seu corpo lançado sobre o colchão. Já tem os lençóis em cima, mas estão enrugados com a presença de Hyungwon sobre eles. Reviro os olhos com um sorriso no rosto. Talvez ficar aqui seja melhor do que bancar a sem-abrigo.

O resto de quase toda a tarde foi a arrumar roupas, a tentar mandar Hyungwon para fora do meu novo amado colchão. Olho para a janela formato parede, e dou-me conta da proximidade da noite. Levanto-me com pressa. Hyungwon está já na sua cama, lendo alguma coisa, aproveitando o meu silêncio.

- Vou ajudar o Kihyun no jantar. – Murmuro num tom audível para os ouvidos de Hyungwon. O seu assentir é dado como resposta.
 Caminho depressa até ao andar de baixo, à cozinha, e aprecio ligeiramente Kihyun, precisamente a sua voz. Ele está de costas para mim, o seu cabelo alaranjado está despenteado mas perfeito para a ocasião, os ombros largos mas ligeiramente magros estão mexendo conforme as suas mãos procuram algum ingrediente. Mas o mais interessante é a sua voz. A música cantarolada por ele é algo relaxante com o seu toque clássico. A voz dele é aveludada, um misto de aguda com grave, um bastante mais grave, mas especial. Imagino um cenário em que eu elogiaria a sua voz, era um cenário agradável, mas fora de mim passar uma outra versão de mim que não as versões negativas. Tusso esforçadamente, e Kihyun dá pela minha presença. Suas bochechas ganham uma tonalidade coral, e de modo nenhum ele sai da sua quase pose de másculo.

- Precisas de alguma coisa? – A sua voz é a mesma que a cantar.

- Não, venho te ajudar no jantar.

- Como é o primeiro dia, libero-te. – Ele pisca-me o olho e vira-se novamente para as panelas e tachos. Encolho os ombros. Que anjo. Retiro-me da cozinha e passo pela sala para ter acesso às escadas.

A porta de entrada é aberta, e ouvem-se risos numa mistura com descarga de armas. Já na 5ª escada, vejo Jooheon, I.M e Minhyuk entrarem ainda perdidos nas risadas. Minhyuk sente a minha presença com um sorriso infantil. Reviro os olhos com um sorriso na minha mente. Empurro os meus pés até ao andar de cima. No meio de tantas portas, só reconheço o interior de duas delas: o quarto de Hyungwon e o banheiro. O quarto de Hyungwon é o último à esquerda, o mais próximo de um quadro exposto mesmo no centro da parede do fundo. O quadro é lindo, e dá o toque final perfeito para a casa. Uma mulher posa nua, quase totalmente de costas, uns ângulos mais virados para a esquerda. Os traços são agressivos, mas a pintura é leve.

O que poderá haver atrás daquelas portas causa-me curiosidade, eu consigo controlá-la. Suspiros pesados e gemidos de força ecoam muito suavemente no corredor. O meu controlo sobre a curiosidade trai-me, e abro a porta que tinha os barulhos como base. Deparo-me com uma cena um tanto bonita a meu ver: Shownu malhando. As pingas de suor caem continuamente pela sua testa, algumas chegam a beijar o chão forrado a preto. Está vestido de forma mais descontraído do que há umas horas atras. Regata branca, calção cinzento, e o cabelo bagunçado pelo esforço. Quando dou por mim, ele está na minha frente. Uma toalha dominada pelas suas mãos limpa o suor da cara.

 - Queres malhar? – Os meus pés a fugirem dos saltos altos pretos são a resposta. – Bem me parecia, aqui não há lugar para fracos.

Encaminho-me até ao centro da sala, um bocado grande pelos vistos, e encaro as máquinas grandes e estranhas espalhadas pela mesma. Sinto uma ponta de entusiasmo na raíz dos cabelos. Mas uma coisa ali me chama a atenção. Uma coisa cilíndrica suspensa no ar, presa ao teto através de um fio. Um saco de boxe. Não considero mais nada, ando até ao mesmo com o máximo de confiança. Apesar de gasto, o saco de boxe é a coisa mais bonita desde que pus os pés aqui. Têm um par de luvas num vermelho bem vivo em baixo, enormes. Pego nelas e enfio-as pelas mãos adentro. Shownu encara-me inexpressivo, como sempre. Encaro o saco, e dou-lhe um soco, mas o saco não se move nem um centímetro. O meu bufar é acompanhado por risadas de Shownu.

- Não é assim. – Ele mete-se a meu lado, e não dá a mínima para as suas mãos desprotegidas. – O punho tem que estar na horizontal, e bem para a frente, não de lado. Eu mostro. – Ele procede da mesma forma que fala, e o soco move o saco para o outro lado, chegando novamente até nós. Assinto, totalmente atenta no ensinamento. Shownu afasta-se, e eu encaro o saco, imaginando a bela face de Wonho à minha frente. Avanço para o saco, e soco-o com força. Este move-se pouquinho, e suficiente para ter o mínimo de orgulho. – Fraca, mas dá para o gasto. – Encolho os ombros, totalmente indiferente. Nunca fiz isto, nunca tive oportunidade. – Agora, as outras coisas.

Shownu me mostrou quase tudo o que tinha que saber para estar ali. Fazer exercício fazia-me bem. Quem sabe não socarei Wonho quando ele chegar em casa? Ao fim de cerca de uma hora, o suor era mais abundante do que o de Shownu quando entrei. Encosto na parede para recuperar o fôlego, e respiro fundo.

- Continuamos noutro dia, vá tomar banho. – Não respondo, encaminho-me rapidamente para o quarto de Hyungwon, que está cochilando em cima da cama. Pego na roupa interior, num moletom preto enorme e numa leggins preta e sigo para o banheiro. Dispo-me, e entro na banheira já com a água gelada. O meu corpo ainda está marcado a nódoas negras, mais marcadas do que estavam esta manha. Suspiro. Me lembrei da matança de meu pai, e ainda a causa de morte da minha mãe ronda-me a mente. O meu pai provocou uma overdose na minha mãe, porquê? A ideia de ter que retornar à casa em que sofri dias seguidos trespassa na minha cabeça, infelizmente não posso não ir. Tenho muitas perguntas para aquela casa. Fecho os olhos, e obrigo-me a apagar os pensamentos e a receber a água no meu corpo. Uma sensação boa percorre-me cada centímetro de pele molhada, e o pescoço arrepia-se. Massajo o couro cabeludo com calma, e o meu corpo seguidamente, tomando principal cuidado nas zonas magoadas. Enxaguo-me novamente, e visto-me após passar uma toalha em mim. Saio do banheiro, e considero descer as escadas.

Chegando na cozinha, estão todos menos Wonho jantando. Penso em perguntar a sua localização, mas não dou a mínima. Os meus pensamentos são interrompidos com Kihyun me chamar para sentar perto deles e comer. Arrasto-me para um lugar de vago, e o prato recheado já está à minha frente.

- Eu não deveria comer convosco. Sou vossa empregada, não é mesmo? – Tento amenizar o nojo em falar em empregada, mas não consigo. Olho para todos, só encontro surpresa.

- O Wonho pode tratar-te como uma cadela, mas não vi em lado nenhum que temos que fazer a mesma coisa. – Arregalo os olhos ao ver Jooheon finalmente falando. Assinto, meio corada com as palavras dele. O resto do jantar foi em silêncio, com algumas piadas de Minhyuk e algumas risadas.
Os pratos já estão vazios quando começo a retirar um a um da mesa. Kihyun levanta-se, e em empurro o ombro dele para baixo, impedindo-o de tal ato.

- Eu faço isto. – Rosno ligeiramente calma, Kihyun parece ter percebido a mensagem. Eles vão retirando-se da cozinha aos poucos, e marcam 23 horas quando termino de arrumar tudo. Pressiono-me ligeiramente contra a bancada, procurando uma explicação lógica para o cérebro fudido de meu pai ter provocado a porra da morte da minha mãe. Tenho que falar com algum deles para me levar lá. Nem que seja eu a fugir daqui.

- Esperando o osso, querida? – A voz de Wonho protesta sobre o silêncio da cozinha. Encaro a sua postura descaída e completamente perdida. Ele está bêbedo.

- Na verdade, estou esperando ver você se foder. – Sorrio ironicamente de lábios fechados. O seu semblante muda rapidamente de debochado para nervoso. – Acertei nesse teu ego? – Levo os meus pés calmamente até à sua frente. – Era exatamente essa a minha intenção. – A minha palma da mão dá duas pequenas batidas na sua bochecha macia. Tenciono sair da cozinha, mas o meu corpo é atingido contra a banca novamente por Wonho.

- Já te disse que és uma cadela? – O seu hálito recheado de bebidas alcoólicas misturadas com menta cria lembranças dos socos e pontapés de meu pai em mim. Respiro fundo para evitar chorar ou matá-lo ali mesmo, e o meu punho viaja para o seu peito forte. O máximo que consigo é o seu corpo a fugir da minha frente, e um pequeno rosnar da parte dele. Saio da cozinha, mas não antes sem olhar para ele.

- És uma merda, Wonho. 


Notas Finais


Beijão!! <3


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